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Capítula Nove
CHURRASCO DE BOAS VINDAS: PARTE 2
e um
lado eu tinha a proposta de Bruce que eu tinha aceitado logo de cara afinal de
contas seria um final de semana. Uma escapada das garras de Cory que por outro
lado tinha descoberto que Bruce era o meu romance secreto. O que estava me
intrigando lá o fundo era o que ele faria com aquela informação porque faz mais
ou menos duas horas que ele sabia daquela informação e lá estava ele rindo e bebendo
com Bruce os outros caras como se nada tivesse acontecido. Selma, Grace, Agnes
e as outras donas de casa tinham ido tomar banho de piscina e eu tinha
conseguido fugir um pouco de duas garras. Não digo isso por maldade é que elas
estavam fazendo perguntas sobre o passado e antes que eu dissesse algo que não
pudesse voltar atrás eu simplesmente disse que precisa ir ao banheiro e fiquei
lá por meia hora até que elas se esqueceram de mim.
Eu estava sentado em uma das cadeiras de praia tomando o meu refrigerante
olhando na direção da churrasqueira comendo a carne que Bruce me servia e
tomando os drinks sem álcool que ele me preparava quando recebi uma ligação.
Era Daphne.
- alô?
- oi Kai
- oi Daphne. Tudo bem com você sua tratante?
- desculpa não poder ir Kai. Me perdoa de verdade.
- perdoo se você tiver uma boa desculpa.
- meus pais estão na cidade – falou ela descontente – eles estão pagando
pelo meu curso então exigem em troca um jantar em família uma vez por mês e
chegaram de surpresa justamente hoje. É um saco.
- bom se a desculpa é essa acho que te perdoo – falei rindo.
- você precisa me prometer que vai me deixar um pedaço da torta de limão
que você fez. Ela parece deliciosa.
- pode ter certeza. Se não sobrar eu faço uma só pra você.
- você é o amigo dos sonhos sabia? Vou te acorrentar a minha cozinha.
- nem me fala isso. Meu tio homofóbico já faz isso comigo.
- desculpa.
- deixa disso. Pra você eu terei o prazer de cozinhar sempre que você
quiser.
- obrigada Kai. Você é um amor sabia? Diferente das vadias da Kappa.
- Daphne você precisa superar isso – falei rindo.
- é difícil quando elas moram no fim da rua.
- eu sei como se sente – nesse momento dois dos quíntuplos de Agnes
passaram correndo com uma armas de água e jogoram em mim.
- Hey! Parem com isso! – gritou Agnes de biquíni correndo na minha
direção – desculpa!
- não tem problema. É sério – falei acenando para ela – Daphne preciso
desligar. Depois nos falamos.
- tudo bem Kai. Bom churrasco pra você.
- bom jantar em família – finalizei a chamada e tomei um gole do meu
refrigerante.
- porque você não dá um pulo na piscina com a gente?
- não, eu estou bem. Sério.
- porque você não entra e assiste um pouco de TV? Joy e Alice estão lá.
- talvez depois – falei olhando para Bruce e Cory conversando – eu estou
gostando do ar aqui de fora. Talvez mais tarde quem sabe eu não resolvo dar um
mergulho com vocês.
- eu vou cobrar viu? – falou Agnes tomando um gole de seu Martini –
segura! – ela me entregou e pulou na piscina indo até o resto das garotas.
Pouco depois de Agnes pular na piscina as luzes se apagaram e todos
gritaram. Pensei no começo que fosse um blackout, mas então um holofote surgiu
do outro lado da piscina perto da fonte e Ed surgiu em um palco que eu nem
tinha notado que estava ali com um microfone.
- boa noite pessoal – gritou Ed e todos prestaram atenção nele. Alice e
Joy vieram correndo de lá de dentro. Todos começaram a gritar – como vocês
todos sabem eu sou dono de uma casa de Burlesco ou como minha querida esposa
gosta de dizer aos vizinhos ‘casa de vadias’.
- sim nós sabemos – gritou Zara.
- como hoje é uma noite especial já que estamos dando boas vindas aos
nossos novos vizinhos eu decidi aproveitar a ocasião de agraciá-los com uma
performance e ao mesmo tempo mostrar a minha esposa que insistentemente se
recusou inúmeras vezes de ir até a casa de burlesco que não existe nudez no
trabalho das minhas garotas.
- chama-las de suas garotas não ajuda em nada Ed – gritou Agnes.
- enfim… - falou Ed respirando fundo – é apenas arte performática. Erotismo
como nos shows burlescos nos anos 20 – Os homens logo começaram a assoviar
aproveitando o escuro já que suas esposas não saberiam quem eles eram. Decidi
me levantar da cadeira para ver mais de perto e eu vi um rapaz que parecia ser
o DJ que se preparar para começar – com vocês Marilyn Donohue.
Ed saiu do palco e as luzes piscaram e um som de bongo chinês ecoou e
uma alta loira apareceu no centro cercadas de outras mulheres. Descrever essa
imagem não é tão difícil. Imagine Beyoncé no Super Bowl cercada de suas
dançarinas com roupas orientais super sensuais. A dançarina no meio que
provavelmente era Marilyn retirou seu robe e começou a fazer movimentos de
dança enquanto uma música eletrônica de K-Pop começou a tocar. Claro que ela
apenas dublava. Achei interessante como elas dançavam sincronizadas e fui me
aproximando. A dançarina do centro se movia quase que como uma Deusa em cima do
palco e as outras dançarinas a acompanhavam como suas súditas.
- Hello Bitches! – disse Marilyn olhando para mim e piscando para mim.
As luzes se apagaram rapidamente e quando se acenderam eram luzes de neon que
mostraram pinturas corporais em seus olhos e bocas. As dançarinas então andaram
por uma passarela nas laterais da piscina que começou a jorrar água para o alto
em uma perfeita sincronia. Toda a maquiagem de Marilyn era arrebatadora, suas
unhas pareciam de metal bem trabalhadas, eram longas e seu corpo era perfeito.
Seus cabelos loiros voavam e só agora percebi que com certeza ela tinha
descendência oriental. As dançarinas voltaram ao palco principal quando a
música mudou e começaram a tirar as roupas que usavam revelando mais de seu
corpo. Obvio que havia algo por baixo, mas agora elas foram para postes de luz
e Marilyn fazia acrobacias em um perfeito pole dance. Ela tinha um corpo
elástico. Quando estava no chão ela usava um salto agulha enorme. Ela girava
como se fosse carregada pela vento. A dança fazia parecer como se ela estivesse
nua e as dançarinas usavam leques para tapar suas partes intimas que na verdade
estavam cobertas.
Agora eu tinha entendido o que Ed tinha dito. Tudo se tratava de
provocação. Em meio a música as luzes começaram a piscar e um homem sem camisa
entrou no meio da dança e ele começou a dançar uma espécie de valsa eletrônica
com Marilyn. Outro K-Pop começou a tocar, mas dessa vez o homem fazia parte da
dança. Ele se sentou em uma cadeira e Marilyn o provocava. Todas das dançarinas
jogavam os cabelos em sincronia. Nesse momento vieram a multidão e pegaram por
homens. Não sabia se era uma boa ideia, mas para meu azar elas não buscaram
pelos maridos das outras mulheres e sim por mim. Marilyn e o outro dançarino
começaram a fazer acrobacias próximo a mim e em certos momentos pensei que eles
iam me acertar. Foi então que Marilyn me levantou da cadeira e ela e o homem
dançaram sensualmente comigo entre eles.
Fiquei um pouco desconfortável naquela posição levando em consideração
que o homem sem camisa estava suado me tocando e Marilyn ficou sorrindo para
mim. No meio da performance os dois me empurraram em direção a piscina e eu cai
lá dentro. Quando voltei à superfície todos estavam batendo palmas. Eu não
tinha percebido, mas tinha mandado bem seja lá o que eu tenha feito. Inclusive
Marilyn e o dançarino estavam me aplaudindo.
- obrigado – falei acenando. Quando olhei para o lado Ed estava com uma
toalha. Foi então que eu percebi que eu era vitima daquilo o tempo todo só que
eu não sabia – obrigado Ed – falei secando meu rosto.
- viu só Agnes? Não tem nada demais. É só dança e diversão.
- tá de brincadeira? Agora é que eu vou pedir o divórcio de uma vez.
- boa noite – falou Marilyn se aproximando de nós – é um prazer
conhece-la Agnes – falou ela apertando a mão dela – Ed fala muito de você.
- ele fala? – perguntou ela.
- claro. Obvio que ele não fez jus a sua beleza. É muito mais bonita do
que ele disse.
- a ta – falou Agnes rindo.
- você foi bacana lá em cima – falou Marilyn para mim.
- obrigado. Espero não ter estragado sua dança.
- não estragou…
- Kai – falei com um sorriso.
- eu sou Marilyn Donohue e esse é Dean Murphy. Nós trabalhamos com o Sr.
Ed.
- prazer – falou Dean respirando bem rápido. Com certeza ele estava
cansado.
- vocês mandaram muito bem lá em cima.
- obrigada. Se você gostou devia ir ao Scorpio Peppermint qualquer dia
desses. É lá que o verdadeiro show acontece.
- Scorpio Peppermint? – perguntei curioso.
- sim. é o nome da casa de Burlesco do Sr. Ed.
- sim. vou com certeza – falei forçando um sorriso.
- nós precisamos ir agora – falou Marilyn se despedindo.
- viu só Agnes? Nada de amis.
- tá bom Ed, você ganhou esse – falou Agnes dando um beijo no marido –
por falar nisso, tem uma muda de roupa suas lá em cima.
- tem?
- sim – falou Ed – eu pedi para Cory trazer sem que você soubesse. Não é
demais?
- sim – falei rindo e olhando para Cory.
- o que foi? – perguntou Cory – queria que eu estragasse a surpresa.
- acho que não – falei colocando a toalha nos ombros – acho que vou lá
em cima me trocar então.
Atravessei a piscina e quando estava no meio da cozinha ouvi passo de
alguém correndo e olhei para trás.
- você foi demais – falou Bruce chegando à cozinha.
- você achou?
- achei sim – falou ele tentando esconder um grande sorriso, mas não
conseguiu – só fiquei um pouco enciumado de ver aquele cara te encoxando
daquele jeito sendo que nem eu fiz isso.
- o fim de semana está ai pra isso, não é?
- é sim – falou ele rindo e indo até a geladeira pegar outra cerveja.
Ele me mandou um beijo antes de voltar para o churrasco e eu subi as escadas.
Ao chegar no banheiro vi minhas roupas dobradas em cima da bancada. Fechei a
porta e troquei minhas roupas e retirei meu par de tênis molhados e coloquei os
secos que Cory também tinha trago. Quando coloquei o pé esquerdo dentro do
tênis vi que tinha uma coisa me incomodando lá dentro e ao virá-lo de ponta
cabeça um pedaço de papel caiu lá de dentro. Era um bilhete. Desdobrei o papel
e era uma mensagem.
‘você foi um garoto malvado comigo então serei um homem malvado com você’
Com certeza foi Cory que colocou aquilo ali. Provavelmente curtindo com
minha cara. Embolei o papel e joguei no lixo. Penteei meus cabelos e sai do
banheiro descendo as escadas. Quando passei pela porta da cozinha alguém passou
por mim esbarrando em mim e eu vi que era Bruce. Nem tive tempo de perguntar
nada a ele, mas provavelmente era uma emergência. Continuei andando e vi que
todos tinham se sentando em um circulo próximo a piscina. Quando eu cheguei
Cory se levantou e passou por mim. Como o lugar dele estava vago eu me sentei
onde ele estava. Fiquei pensando onde Bruce tinha ido e não percebi que ninguém
falava nada e logo percebi que todos olhavam para mim. Olhei para todo mundo no
circulo e todos olhavam para mim com vontade de rir com aquela expressão
estranha como se não conseguissem segurar algo.
- o que foi?
- Cory nos contou – falou Agnes.
- contou o que? – perguntei sentindo um frio na barriga.
- não precisa ter vergonha Kai, é sério – falou Flora colocando a mão no
meu ombro.
- é sério cara, não temos preconceito – falou Denis levantando a long
neck brindando – vocês são da família de qualquer jeito.
- vocês estão me assustando – falei nervoso começando a balançar a perna
– Cory contou o que?
- okay – falou Zara – Cory contou que vocês na verdade são um casal e
que como você tem vergonha da diferença de idade decidiram inventar essa história
de tio e sobrinho, mas depois da performance e de ver como nós lidamos com a
sexualidade ele decidiu passar por cima de você e nos contar.
- cumé, ele o que? – perguntei sentindo meu coração parar.
- é isso mesmo amor – falou Cory chegando de uma vez e sentando ao meu
lado ele puxou minha perna esquerda para cima da dele e passou o braço por trás
de mim – eu resolvi contar que nós dois somos um casal e eles aceitaram. Eu não
te disse que eles eram bons vizinhos?
Olhei para Cory e ele tinha um sorriso no rosto. Ele tomou um gole de
sua cerveja e deu um beijo no meu rosto. Lembrei de ver Bruce ir embora da
festa com raiva e me deu um desespero.
- nem pense nisso – falou Cory rindo e aproximando a boca da minha
orelha.
- é sério Kai, se solta – falou Grace – vocês precisam saber que quando
estiverem com a gente vocês podem ser exatamente como são.
- nós sabemos Grace e agradecemos – falou Cory.
- então deem um beijo! – falou Paxton.
- isso ai! – falou Ed.
- Beijo! Beijo! Beijo! Beijo! – todo mundo começou a gritar pedindo por
um beijo e eu olhei para Cory ainda em choque. Mal sentindo quando ele me puxou
e nós demos um selinho. Ele manteve seus lábios juntos aos meus por vários
segundos e ainda deu um beijo no meu pescoço pra finalizar. Todos pareciam
felizes por Cory e eu nos assumirmos e eu também estava contente por ter um
motivo real para mata-lo.
- eu preciso ir – falei dando um pulo e parando de pé com um enorme
sorriso no rosto – a festa está incrível e eu agradeço a hospitalidade e eu
agradeço mais ainda por vocês serem simpatizantes da causa gay, mas eu estou
muito cansado porque eu preciso acordar cedo para cuidar das coisas de casa e
das coisas do meu, como se diz… MARIDO! – gritei olhando para Cory e todos
pareceram assustados – enfim, boa noite para todos.
- mas nós nem jantamos – falou Selma.
- eu sei, mas é que eu sou judeu e não posso comer depois das 9 – foi a
melhor desculpa que arranjei. Passei por entre todos e caminhei o mais rápido
possível festa a fora. Peguei meu celular em cima do balão e sai porta a fora
da casa.
- Kai, espera! – falou Pedro chamando a minha atenção.
- o que é?
- você não pode contar nada para ele.
- ele quem?
- para o Bruce – falou Pedro.
- não sei do que você está falando.
- por favor. Eu tenho estudado essa vizinhança há semanas. Seja lá o que
você faça apenas não conte sobre o programa de proteção a testemunhas.
- o que acontece se eu contar?
- eles te mandam pra outro lugar e você nunca mais vai vê-lo – falou
Pedro voltando para dentro da casa.
Olhei para a casa de Bruce e vi que o carro dele não estava na garagem.
Respirei fundo e rapidamente disquei o número do Agente Arthur que atendeu logo
nos primeiros toques.
- Kai? – ele parecia tranquilo quando atendeu.
- Agente Arthur?
- sou eu Kai, algum problema?
- sim. Será que você poderia vir até Moracea Lane? Nós meio que temos
uma pequena emergência.
- precisa ser hoje mesmo? Está tão tarde? Pedro não pode resolver essa
emergência?
- se você não aparecer aqui em trinta minutos a próxima vez que vocês
vão ouvir falar de mim será em um documentário no Investigação Discovery
chamado ‘Meu Vizinho Assassino’. Desliguei o telefone e fui para casa e me
tranquei no quarto. Bruce tinha me bloqueado no telefone. Liguei para ele
algumas vezes, mas todas às vezes foi para a caixa de mensagens. Deitei na cama
por um bom tempo imaginando as coisas que Bruce estaria pensando de mim e só
fui tirado do meu tranze quando alguém bateu na porta.
- Kai sou eu, Arthur.
Abri a porta e o agente Arthur viu o quanto eu estava abatido.
- Felicity veio comigo. Ela e Cory estão lá embaixo. Vamos lá para
resolver isso.
- okay – falei seguindo-o.
Ao chegar lá vi que Cory estava de boa largado no sofá tomando uma
cerveja como se nada tivesse acontecido. Ao olhar pra mim ele fez cara de
deboche e eu tive vontade de mata-lo.
- então – falou Arthur – Cory já nos contou o que aconteceu.
- e vocês já deram uma bronca nele.
- sim – falou Felicity – claro que o Sr. DeLarosa sabe que não deveria
ter feito isso. Contar uma história diferente coloca todo o esquema em risco.
- o que a gente vai fazer agora? Como vamos desmentir?
- não vamos – falou Felicity.
- o que? – perguntei olhando para ela.
- não podemos desmentir isso. Vocês deram um beijo na frente de todo
mundo. Vocês querem ser um casal ou o tio e sobrinho incestuosos? Qual chama
menos a atenção?
- por favor, agente Arthur. O que você pode fazer por mim?
- bom – falou ele coçando a cabeça – acho que o que posso fazer é mudar
seus documentos… de novo – falou ele arregalando os olhos – Agora que vocês são
um casal seu sobrenome não pode ser Redfield. Tem que ser Winchester igual o do
Cory.
- o que? Então é isso? Somos um casal?
- desculpa Kai, mas é essa história que Cory contou e é a história que
vocês terão que vender.
Cai sentado no sofá sem saber o que fazer. Eu estava fodido. Olhei para
Cory e ele tomou um gole de sua long neck e estava dando risada da minha cara.
- vamos indo – falou Felicity se levantando.
- desculpa Kai – falou o agente Arthur respirando fundo – a propósito… -
falou ele olhando para Cory e eu – caso alguém pergunte Kai e Cory são apenas
apelidos. Os nomes nos documentos são outros. Kai é apelido de Kaleb e Cory é
apelido de Corduroy.
- tudo bem – falou Cory apertando a mão de Arthur e de Felicity e
acompanhando os dois até a porta – obrigado por terem vindo.
Eu estava sentado com as duas mãos na cara querendo chorar e cometer um
crime garantindo minha vaga ao lado de satã logo abaixo da terra e foi quando
Cory se sentou no sofá dando gargalhada.
- não fica assim amor – falou ele rindo e afagando meu ombro.
- sabe… - falei me levantando tentando tirar a não dele de mim – de
todas as coisas que você fez a mim essa foi a pior. Você tirou de mim a única
coisa que me trazia alegria. Você tem me maltratado desde que nós nos
conhecemos e Bruce me trata com respeito e gosta de mim.
- eu também gosto de você só que de um jeito diferente.
- desde que nos conhecemos eu tenho tentado te agradar – falei rindo da
ironia indo até a cozinha – achei que você fosse um homofóbico e pra fazer uma
médica eu cozinhei, lavei, limpei, suportei, mas você não é homofóbico. É só um
perfeito idiota.
- em minha defesa – falou ele se levantando – eu nunca disse que era
homofóbico. Quando me apresentei e tentei conversar você que se adiantou e foi
dizendo que eu era um homofóbico e que eu era arrogante e um monte de coisa. Eu
só tentei tirar proveito disso – falou ele rindo.
- e você ainda dá risada seu desgraçado? – fui até o armário e comecei a
tirar os copos e a colocar em cima do balcão.
- o que está fazendo? – perguntou ele franzindo a testa.
- uai, vamos brincar do seu jogo favorito: jogar copos.
Enfileirei nove copos e então peguei a fruteira de vidro e joguei as
frutas no chão.
- um, dois três indiozinhos – a medida que contava ia jogando os copos
na direção de Cory que desviava – quatro, cinco, seis indiozinhos.
- para seu… - um dos copos acertou a cabeça de Cory que cambaleou. Os
copos iam acertando o chão e as paredes. Cory tentava chegar até mim, mas eu
continuei jogando os copos.
- sete, oito, nove indiozinhos… - peguei a fruteira e corri na direção
de Cory e a joguei – …dez o pequeno bote! – Cory conseguiu se desviar e a
fruteira atravessou a porta deixando um buraco enorme se quebrando lá fora. Foi
então que eu vi Grace e Tom olhando para nós.
- oi vizinho – falou Grace acenando sem graça.
- decidimos vir aqui para ver como vocês estão – falou Tom vendo que
Cory tinha um corte na cabeça.
- estamos bem – falou Cory.
- você está com um corte na cabeça – falou Grace.
- não é nada.
Fui até o armário e comecei a jogar todos os copos no chão junto com as
jarras e todos os utensílios de vidro que eu encontrei.
- você não gosta de viver no lixo? Então vamos viver no lixo seu porco
nojento! Peguei o lixo da cozinha e joguei pro alto. Peguei a vassoura e
comecei a espalhar pela casa.
- digamos que Kai não aceitou muito bem eu ter contado para vocês sobre
nós.
- depois passa lá em casa. Eu já fui enfermeira. Faço um curativo pra
você – falou Grace forçando um sorriso.
- obrigado – agradeceu Cory vendo Grace e Tom irem embora pelo buraco da
porta – que porra é essa Kai? Vai chamar a atenção pra gente.
- o que é? Somos um casal, não somos? Eles esperam que um casal brigue!
- subi as escadas correndo e fui até o quarto de Cory e tranquei a porta. Cory
veio correndo e eu comecei a jogar as roupas dele todas pelo chão.
- abre essa porra Kai! – Cory começou a forçar a porta tentando abri-la.
- vai se foder Cory! – falei juntando as roupas dele e pegando o
isqueiro em cima da cômoda eu me ajoelhei e comecei a riscá-lo para botar fogo
em tudo, mas antes que eu conseguisse Cory arrombou a porta e pulou em cima de
mim e nós rolamos no chão. Ele arrancou o isqueiro da minha mão – ficou
maluco?!
- me deixa em paz – falei deitado no chão encarando o teto.
- você precisa superar – falou Cory sentando no chão passando a mão na
ferida na cabeça.
- eu te odeio – falei me levantando.
- você também não é a minha pessoa favorita do mundo – falou ele se
levantando.
- não, é sério – falei respirando fundo – quem partiu seu coração? – minha
respiração era ofegante de tanta adrenalina e a expressão de Cory mudou ao
ouvir aquela pergunta – quem foi que destruiu o seu coração ao ponto de te
transformar nesse monstro sem sentimentos? não me espanta que você esteja
sozinho. Que você não tenha ninguém. Você é um folgado, porco, mal educado,
arrogante, nojento, ridículo. Eu tenho nojo de você. Nojo da sua cara. Sua voz
me dá ânsia. Nem meus pais que eram viciados irresponsáveis conseguiram me
destruir em tão pouco tempo. Em uma semana você conseguiu destruir a nova vida
que eu ganhei e o pior é que você fez com prazer. Sorriu por todo o caminho.
Você é um ser humano desprezível. Tem me ofendido de todas formas me chamando
de viado, baitola e você provavelmente deve gostar das mesmas coisas que eu e
se acha melhor só porque banca o machão. Que tipo de pessoa vê um ‘cinto’ e um
garoto com tendências suicidas e diz: ‘hey, vá em frente. Você deveria se
pendurar qualquer dia desse’? – Cory não tinha expressão e não disse nenhuma
palavra – Graças a Deus o seu filho morreu. Ele não merecia um pai como você.
Deixei Cory para trás e desci as escadas batendo a porta quando sai.
Atravessei a rua e fui até a casa do agente Pedro Ballard que demorou um pouco
a atender. Ele estava sem camisa e provavelmente estava dormindo.
- Kai? O que faz aqui.
- você consegue rastrear a localização de um celular?
- eu não posso – falou ele coçando os olhos.
- por favor. Eu só quero saber se ele está bem – Pedro olhou para a rua
deserta e então olhou para mim – entra garoto.
Pedro estava sentado em frente ao seu computador digitando algo em um
programa ao qual eu não entendia nada. Demorou mais do que nos filmes e ele
teve que entrar em contato com um amigo por telefone, mas eu estava
esperançoso. Engoli em seco quando vi um ponto verde na tela.
- achou ele?
- sim – falou Pedro rasgando um papel e escrevendo com uma caneta – está
nesse endereço.
- The Drunk Plate? – perguntei olhando para ele.
- é um bar. Se você for até lá chame um Uber. É mais seguro.
- obrigado – falei me virando.
- não conte nada a ele Kai. É sério. Arranje outro jeito de fazer as
pazes, mas não diga a verdade.
- não se preocupe.
- se eu desconfiar que você falou a verdade eu serei obrigado a te
realocar e prometo que você vai pra bem longe daqui.
- tudo bem. Eu prometo que não contarei a verdade. Só quero conversar
com ele.
- boa sorte – falou Pedro fechando o notebook enquanto eu saia de sua
casa. Ali mesmo em sua porta chamei por um Uber e torci para que Grace não
fosse a motorista. Já tive vizinhança demais por um dia. Logo que o motorista
chegou eu me recostei e respirei fundo a caminho do tal bar torcendo para que
Bruce pelo menos me desse a chance de explicar. Enquanto isso eu inventava mil
mentiras na cabeça. Qualquer coisa para que ele não em odiasse mais do que ele
provavelmente já odeia.
Capítulo pesado pessoal. Obrigado a todos pelos votos e comentários. Estou bem animado com a reação de todos. De verdade. Espero que tenham gostado desse capítulo. vou colocar outro o mais breve possível. Compartilhe com seus amigos que gostam de ler sobre a temática. Um grande abraço a todos e até o próximo capítulo.
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Caralho ele oassop dos limites! Mas tô amando! ,😍😍😍😍
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