A
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Capítula Treze
5 MALUCAS
lguns
dias se passaram desde que Cory tinha voltado para casa do hospital e as coisas
seguiram normais. Ele estava de repouso em casa e eu fazia de tudo para
agradá-lo e para ajuda-lo é claro. Ele passava a maior parte do dia no sofá em
repouso. Era do sofá pra cama e da cama para o sofá. Fazia do almoço, pedíamos
algo para o jantar e mal trocávamos meia dúzia de palavras. Não que Cory não
estivesse tentando. Na verdade ele tentava conversar comigo, mas eu me
recusava. Desde o dia em que ele tinha me humilhado em frente aos vizinhos eu
deixei de tentar me importar tanto. Tudo bem que as palavras que eu proferi
naquela noite de sexta não deveriam ter sido ditas, mas ele não precisava ter
dito para todos que eu tinha sido o motivo. Na verdade ele só não disse o
motivo como também contou o motivo: o falecido filho.
Graças a cena que Cory fez naquele dia percebi que os vizinhos já não
apareciam tanto. Pelo menos não apareciam para saber como eu estava. Claro que
sempre apardeciam para perguntar como Cory estava. Tom, Ed, Denis, Carter,
Pedro e até o tatuado Leroy aparecia as vezes para assistirem ao futebol
juntos. Zara sempre trazia tortas e outras guloseimas que Cory devorava. Ele
sempre perguntava se eu queria, mas eu sempre dizia não. Mesmo assim ele sempre
deixava um pedaço em um prato para mim na geladeira. Eu fazia questão de jogar
tudo no lixo. Agnes sempre aparecia nas tardes para bater um papo com Cory e
eles se sentavam na varanda na frente da casa para conversar e ver o sol se
por. Nesse horário eu geralmente estava sentado na sala conversando com Bruce
através do celular.
As noticias sobre seu avô não eram das melhores. Ele piora a cada dia,
mas ele tinha a companhia da filha e isso o mantinha firme. Bruce também disse
que apesar do avô estar partindo ele estava gostando de passar esses últimos
dias com ele. Agora eles estavam em casas, pois seu avô era cabeça duro e se
recusava a morrer em um hospital e como eles moravam no interior eles viviam em
uma pequena fazendinha com muitos animais e um enorme pastor alemão que era a
alegria da família. Quando Bruce descreveu o lugar eu imaginei o cenário
perfeito de um filme de romance onde um garoto sem esperança viaja para começar
uma nova vida e talvez conhecer um cowboy bonitão. Quando escrevi essa mensagem
Bruce respondeu com risadas dizendo que tinha a mente fértil.
- você é engraçado, sabia? – escreveu Bruce na mensagem de texto.
- e você é a única coisa boa que eu tenho nos últimos dias. Obrigado por
tirar um tempinho para mim mesmo estando ai com seu avô.
- vou sempre ter um tempinho pra você meu amor – respondeu Bruce com um
monte de corações.
Era noite e nesse momento Cory desceu as escadas e se sentou na outra
ponta do sofá e pegou o controle da televisão. Ele andava sempre com o robe
pela casa. A parte de baixo do pijama e sem camisa. Sempre largado. Quando os
amiguinhos da vizinhança chegavam ele apenas fechava o robe para recebê-los.
Isso se fosse às donas de casa trazendo comida. Se fosse os amigos ele deixava
como estava e mandava elas subirem.
- posso mudar de canal? – perguntou ele chamando minha atenção.
- pode. Tanto faz – falei dando os ombros conversando com Bruce.
- ainda com raiva do Cory? Nós conversamos e eu disse que você não deve
odiá-lo. – perguntou Bruce. Tinha contado para ele toda a história da nossa
briga e a cena que Cory tinha feito assim que chegamos em casa e como eu estava
me sentindo com tudo aquilo.
- a raiva passou depois dos três primeiros dias e o ódio se foi. Dizem
que amor e ódio andam juntos e se você odeia alguém é porque lá no fundo você
se importa. Agora eu estou em um estado onde eu simplesmente não me importo. A
gente divide a mesma casa porque eu não tenho saída. Se eu tivesse outra opção
não pensaria duas vezes…
- entendo… - respondeu Bruce. Nesse momento ouvi o som da secadora na
área de serviço apitando.
- que barulho é esse? – perguntou Cory.
- é a secadora. Vou lá tirar as roupas – falei me levantando e indo para
a área de serviço. Fui com pressa e não percebi que o celular ficou destravado
em cima do sofá e Cory me viu saindo pela porta da cozinha e fechando-a e ao
ver que Bruce tinha enviado outra mensagem ele não pensou duas vezes antes de
pegar o meu celular para ler.
- a casa ao lado dos Harrods está vaga. Se você quiser posso negociar
com Flora o aluguel e eu te ajudo até você se restabelecer. Quem sabe depois de
um tempo a gente até não assuma o nosso relacionamento – Bruce enviou essa
mensagem e ao ler Cory respondeu por mim sem pensar duas vezes.
- Acho que estamos indo rápido demais. Não acho uma boa ideia – escreveu
Cory.
- tudo bem – respondeu Bruce – se mudar de ideia pode conversar comigo.
A proposta estará de pé.
Quando Bruce escreveu essa mensagem Cory apagou as mensagens que eu não
tinha escrito e colocou o celular de volta onde estava. Quando voltei á sala
estava com um cesto cheio de roupas e antes que pudesse subir as escadas Cory
deu um pulo do sofá vindo até mim.
- deixa que eu levo pra você.
- não precisa Cory.
- deixa! – falou ele tirando o cesto da minha mão e subindo as escadas.
- okay, tanto faz – falei respirando fundo.
Cai deitado no sofá e peguei o celular para voltar a conversar com
Bruce. Vi que tinha uma mensagem de Bruce não lide, mas antes que pudesse ler
ou enviar qualquer coisa a campainha tocou e ouvi batidas na porta. Me levantei
para ver quem era e quando abri a porta vi que era Tom, Denis, Carter, Ed, Wes
e suas esposas. Ou ex esposa no caso de Wes.
- boa noite – falou Tom mostrando uma caixa de cervejas que tinha trago
– hoje é sexta a noite e viemos virar a noite com Cory. Será que podemos
entrar?
- nós trouxemos baralho – falou Grace com um sorriso para mim – que tal
uma partida de Poker enquanto os maridos bebem todas?
Olhei para todos eles e dei as costas.
- Cory seus amigos chegaram – gritei pegando o celular e subindo as
escadas topei com ele que descia. Agora Cory não usava o robe e o pijama. Ele
tinha vestido uma calça jeans e uma camisa de botões aos quais ele nunca
fechava por completo deixando o peitoral peludo aparecendo. O que me irritava.
- onde você vai? – perguntou Cory.
- eu vou dormir mais cedo.
- são só oito horas – falou Cory olhando no relógio em seu pulso.
- estou morto de sono.
- Kai, por favor – falou Cory segurando no meu braço – passa um tempo
com a gente.
- eu não quero Cory. Quero ir pro meu quarto e dormir. Será que posso?
- tem alguma coisa acontecendo? – perguntou Selma entrando com o
restante do pessoal que já foi pra cozinha colocar as cervejas na geladeira.
- não – falou Cory.
- tem sim – falei passando por ele – vocês tem vindo aqui todos esses
dias para visitar Cory tratando ele com um bebê e tem me ignorado só porque
vocês acham que a culpa é minha. Só por causa do que eu disse sobre o filho
dele. Agora vocês aparecem aqui como se nada tivesse acontecido?
- desculpa Kai, nunca foi nossa intenção – falou Grace – nós não achamos
que você tem culpa de nada.
- isso é verdade – falou Denis – na verdade Cory tem dito todo esse
tempo que ele foi um babaca insensível quando disse aquelas merdas naquele dia.
- e porque vocês tem me ignorado quando vem aqui? – perguntei olhando
para todos e depois para Cory.
- eu disse a eles que você estava meio chateado comigo e que talvez
fosse melhor deixar você de lado – falou Cory respirando fundo.
- é verdade – falou Zara – na verdade foi Cory que nos convidou para vir
aqui hoje. Disse que talvez você se animasse um pouco depois de uma noite de
bebedeira e poker.
- isso é verdade? – perguntei olhando para ele.
- sim – falou ele respirando fundo.
- e então? Vamos jogar ou não? – falou Agnes mostrando as fichas que
tinha trago – hoje eu estou em uma onda de sorte.
- okay. Pode ser – falei rindo.
- isso! – falou Tom comemorando e abrindo uma long neck entregou para
Cory que deu um gole.
- você não pode beber Cory. E seu remédio para insônia.
- decidi não tomar mais – falou ele descendo alguns degraus – não vou
toma-los a vida toda então decidi que prefiro cochilar algumas horas por noite
do que não poder fazer as coisas que gosto como beber e fumar – falou ele
mostrando que Tom tinha comprado a sua marca favorita de cigarros.
- muito obrigado Tom. Quando ele morrer espero que o espírito volte pra
te atormentar! – gritei do alto das escadas enquanto eles davam risada da minha
cara e iam para a cozinha.
- a mesa está pronta! – falou Selma vindo com uma margarita – vamos
jogar?
- claro – falei descendo as escadas e vendo a mensagem que Bruce tinha
enviado para mim. Achei estranho assim que a li.
- me desculpa se me precipitei. Não queria forçar nada – essa era a
mensagem que Bruce tinha enviado.
- eu não entendi?! – escrevi para Bruce.
- sobre você se mudar para a casa vaga ao lado dos Harrods – escreveu
Bruce.
- tem certeza que falou disso comigo? – perguntei confuso.
Foi então que Bruce me enviou um print screen da conversa. Com certeza
era nossa conversa, mas eu tinha mais certeza ainda que não tinha sido eu a
pessoa a escrever aquilo. Tinha sido Cory. Sei que a minha reação deveria ser
de raiva e exageradamente teatral. Chegar até Cory e armar aquela cena dizendo
como ele intrometia na minha vida, mas ao olhar para Cory sentado lá fora
jogando conversa fora com o cigarro entre os dedos e a long neck na outra não
gesticulando e contando algo para os rapazes eu pela primeira vez tive o vislumbre
da luz. Será que Cory gostava de mim? Não tinha o porquê dele me querer perto
dele a todo o momento a não ser que fosse por ciúmes. Ele não era homofóbico e
agia como um babaca toda vez que Bruce estava perto. Acho que a essa altura
observando Cory sorrir e levar a long neck até a boca e tomar um gole de sua
cerveja a pergunta mais importante era: será que eu gosto de Cory?
- hey! Vamos jogar ou não? – perguntou Grace.
- claro – falei me sentando á mesa e escrevendo uma mensagem para Bruce
– ‘estou ficando maluco. Me desculpa pela mensagem. Me perdoa se pareci
grosseiro quando a enviei é que acabamos de receber a vizinhança toda (de
surpresa) para uma noite de bebedeira e poker’ – enviei uma foto do local para
que Bruce entendesse do que eu estava falando.
- tudo bem – respondeu Bruce com um rosto sorridente.
- que comecem os jogos – falou Agnes distribuindo as cartas enquanto eu
tomava um gole do meu Martini que na verdade era refrigerante. Selma tinha
acabado de me servir.
- você é sem graça Kai, sabia? – falou Selma.
- desculpa gente é que eu preciso estar sóbrio caso meu marido resolva…
vocês sabem – tomei um gole.
- eu entendo – falou Grace – e como anda a vida amorosa de vocês?
- Grace! – repreendeu Zara.
- o que foi? Eu só quero mostrar a ele que está tudo bem eles serem
gays.
- eles não perguntaram como está a nossa vida amorosa com os nossos
maridos e eu tenho certeza que está tudo bem para eles nós sermos
heterossexuais – falou Zara tomando um gole de sua bebida pegando suas cartas.
- não, está tudo bem – falei rindo e pegando minhas cartas – vocês
querem saber a verdade? Eu nem me lembro quando foi a última vez.
- sério? – perguntou Flora.
- sim. vocês não perceberam que o meu quarto é separado do dele?
- eu percebi – falou Grace levantando a mão e todos olharam para ela – o
que foi gente? Eu ajudei a limpar a casa, lembra? Não vou ser hipócrita e dizer
que não notei.
- é que nossa relação é meio complicada sabe.
- mas se vocês estão juntos significa que vocês se amam – falou Flora –
diferente de eu e meu ex marido desgraçado – falou Flora acenando para Wes e
sorrindo.
- foco Flora – falou Agnes colocando fichas no centro da mesa.
- o que eu quero dizer é que vocês foram feitos um para o outro – falou
Flora.
- você acha? – perguntei surpreso.
- sim – falou Zara – o jeito que Cory te olha… é aquele olhar
apaixonado.
- sim… eu me lembro desse olhar – falou Grace rindo.
- okay – falei tomando outro gole da minha bebida.
- você se importaria de nos contar o que aconteceu com o filho dele? –
perguntou Agnes.
- o filho do Cory? – perguntei surpreso.
- sim – falou Selma – nós estávamos aqui naquele dia e Cory disse algo sobre
um filho morto.
- se não quiser contar você não precisa – falou Zara.
- precisa sim – falou Flora – conte-nos tudo e não esconda nada.
- Cory sempre foi fechado desde que o conheço sabe. Ele não fala muito
sobre o filho, mas o pouco que ele me contou é que o filho tinha 4 anos quando
morreu. Foi atropelado pro um motorista bêbado que nunca pagou pelo crime.
Vocês podem imaginar como deve ser para um agente da lei ter que engolir uma
impunidade como essa.
- sinto muito – falou Grace.
- e eu sou o idiota que jogou isso na cara dele horas antes dele se
enforcar. Vocês devem achar que eu sou um monstro.
- claro que não – falou Grace segurando em minha mão.
- quer saber? Eu ganhei essa rodada – falou Agnes pegando as fichas do
centro da mesa e jogando as cartas na mesa irritada por ninguém estar prestando
atenção no jogo.
- isso não é justo – falou Flora tentando pegar as fichas de volta, mas
Agnes deu um tapa na mão dela.
- azar o de vocês. Vamos começar a rodada dois – falou Agnes batendo
palmas por estar ganhando e voltando a embaralhar as cartas.
- você não é um monstro – falou Flora – mas você também não é nenhum
anjo.
- flora! – falou Selma repreendendo-a.
- o que foi? Só estou falando o que vejo.
- e o que você vê? – perguntei curioso.
- apesar do meu ex marido ser um imprestável quando foi levar as
crianças a alguns dias nós acabamos engatando uma conversa sobre a situação de
vocês e ele acabou fazendo um comentário – falou Flora olhando lá para fora
vendo Cory – seu marido é deprimido Kai.
- você tem certeza? – perguntei curioso – desculpa perguntar, mas como
seu ex marido imprestável sabe disso?
- o Wes é psiquiatra – falou Agnes – e dos bons. Fez milagre com os
quíntuplos quando eles entraram na fase: de onde vem os bebês. O difícil não
foi explicar de onde vem os bebês e sim explicar de onde vem cinco bebês de uma
vez – falou Agnes rindo.
- sim. Wes pode ser um canalha imbecil e idiota – falou flora com sangue
nos olhos – mas é um bom psiquiatra. Ele andou conversando com Cory como amigo
e percebeu que ele é um homem deprimido.
- acho que ele pode ter mencionado isso uma ou duas vezes – tentei
lembrar sobre a vez em que Cory falou algo sobre aquilo.
- e tem mais – falou Flora – Wes disse que Cory não quis se matar. Disse
que no fundo ele só queria chamar a atenção. Como um pedido de ajuda.
- como Wes sabe disso? – perguntou Flora.
- por favor – falou Flora pegando suas cartas – Cory é delegado. Tem
porte de armas e treinamento. Se ele quisesse mesmo cometer suicídio de forma
rápida e indolor ele saberia exatamente como fazer.
O que Flora disse chamou a minha atenção. Não tinha pensado nisso. Nem
me liguei que Cory tinha armas em casa. Não só uma, mas várias. Ele tinha
escondido armas pela casa.
- em minha opinião Cory é um homem deprimido. Não chega a ser
depressivo, mas com certeza um homem que precisa de cuidados.
- e como eu faço isso? Sinto como se não o conhecesse. Como se nós
tivéssemos nos conhecido no dia que nos mudamos pra essa casa – falei rindo e
tomando um longo gole da bebida.
- ele precisa de carinho Kai – falou Selma – experimenta fazer alguns
carinhos nele.
- e quando eu faço? Chego nele e começo a acariciar como se ele fosse um
cachorro?
As cinco se entreolharam e perceberam que eu não manjava nada de romance
e muito menos de agradar um homem. Elas estavam certas em pensar assim já que
eu nunca tinha namorado ninguém. Vejam pelo meu ponto de vista. Bruce foi o
primeiro homem que me comeu e que me fez sentir prazer ao fazer isso. Os outros
caras só queriam meter e nem se preocupavam com o que eu sentia e eu jurava que
estava abafando. Tinha ficado com alguns caras, mas tinha sido só algumas
ficadas rápidas. Não tinha passado disso. Então sim, elas estavam certas em
olharem para mim com aquelas caras de tontas. Com aquelas expressões de: ‘não
tenho certeza se ele se matou por causa do filho morto’.
- olha Kai, você precisa ser carinhoso. Se você quer manter um
relacionamento saudável com alguém as coisas não podem ser robóticas – falou
Grace.
- Grace está certa – falou Agnes – façam alguma coisa juntos como por
exemplo um jantar. Combinem um jantar juntos ou quando ele estiver assistindo
ao jogo sente do lado dele e vá chegando junto.
- não tem como a gente te ensinar essas coisas Kai – falou Zara – você
vive aqui com ele. Vai saber a hora certa. Foi bom Flora ter contado a você o
que Wes disse. Agora que você sabe o problema e sabedoria é poder.
- é metade do metade do caminho percorrido – falou Grace concordando e
tomando um gole da sua bebida.
- okay, obrigado – falei apertando os lábios e olhando para Cory lá
fora.
- eu ganhei de novo! – falou Agnes pegando as fichas outra vez.
- parem ela! – falou Flora se levantando para pegar as fichas de Agnes
que se levantou e deu a volta da mesa com as fichas na mão.
- vocês não prestam atenção no jogo e eu ganhei. Vocês vão ter que
aparar a minha grama essa semana. Podem fazer a escala de vocês.
- nem pensar! – falou Flora correndo atrás de Agnes que saiu correndo
dando risada.
Por fim Agnes tinha ganho e desistimos de jogar já que Flora não tinha alcançado
Agnes mesmo tendo tirado os saltos e jogado em Agnes que desviou dos dois com
êxito. Ela tem 5 filhos gêmeos. Acho que ela sabe lidar com uma espertalhona.
Carter, Grace, Denis e Zara ajudaram a fazer o jantar e apesar de eu ter
insistido em ajudar eles não deixaram. Me proibiram que mover uma agulha que
fosse. Acabei tomando duas taças da maravilhosa margarita que Selma sabia fazer
para poder me soltar um pouco. Depois de toda aquela conversa durante o jogo de
poker eu tive muito o que pensar. Cory parecia se divertir muito durante todo o
tempo, mas acho que esse é o mal da depressão. Você até sorri e se diverte na
frente de todo mundo. Por isso ela é tão superestimada. O agente Pedro Ballard
acabou chegando para o jantar e se juntou a nós naquela noite de
confraternização.
- o jantar está pronto – falou Carter usando as luvas para colocar uma
travessa de lasanha em cima do balcão. Para acompanhar eles tinham feito uma
salada de alface roxa com tomate cereja e cubos de queijo com ovos de codorna.
Tudo parecia delicioso.
- podem se servir – falou Zara. Estava de pé de fora da cozinha e vi
Cory vir lá de fora e pegar um prato e nesse momento corri até ele e segurei no
prato que estava na mão dele.
- deixa que eu coloco pra você.
- nem pensar! – falou Cory puxando o prato – você está um pé no saco
ultimamente e só vai colocar salada. Essa lasanha parece deliciosa e eu
pretendo comer um grande pedaço. Cory passou por mim e eu olhei para as garotas
e eu dei os ombros dizendo que tinha tentado. Respirei fundo e fui até onde
Zara e Agnes estavam – eu tentei fazer algo… vocês viram.
- você não pode desistir – falou Agnes – ele vai resistir, mas você
precisa mostrar a ele que se importa.
- vocês tem certeza?
- claro! – falou Grace chegando – vá lá e arranca o prato das mãos dele
e faça esse pequeno ato, mas que tem grande apreço.
- okay – falei me aproximando de Cory que tinha acabado de colocar um
grande pedaço de lasanha.
- o que foi? – perguntou Cory.
- deixa que eu coloco o resto – falei segurando o prato.- não precisa
Kai.
- que coisa Cory. Você já colocou a lasanha. Eu não vou tirar. Senta lá
e vai tomar sua cerveja que eu termino.
- não precisa Kai – falou ele puxando o prato, mas eu puxei com mais
força.
- que droga Cory deixa eu colocar pra você, estou tentando ser legal… -
antes que terminasse a frase Cory soltou o prato e a lasanha voou na minha
cara. Soltei o prato que se quebrou no chão e passei a mão no rsto tirando a
lasanha quente da cara.
- meu Deus! – falou Selma se aproximando com um pano de prato limpando
meu rosto – está tudo bem? Você se queimou?
- estou ótimo – falei passando a mão na cara limpando e deixando todo
mundo para trás eu subi as escadas indo para o banheiro. Entrei no banheiro
trancando a porta e tirei minha camisa e comecei a lavar a cara envergonhado.
Comecei a pensar que tinha alguma coisa naquela vizinhança que me odiava. Era
só todo mundo se juntar na minha casa que alguém mexia umas pecinhas para me
fazer pagar um mico.
- Kai, você está bem? – perguntou Grace batendo na porta.
- nós sentimos muito – falou Flora – a culpa é nossa.
- não foi nada… estou bem – falei contrariado olhando para o espelho com
o rosto ensaboado.
- tem certeza? Não se queimou? A lasanha estava quente?
- só o molho. O macarrão serviu de escudo – falei respirando fundo
enquanto jogava água na cara e nos cabelos.
- podem ir, eu falo com ele – falou uma voz masculina se aproximando –
Kai abre a porta – era Cory.
- vai embora. Estou bem. Só vou lavar o rosto e já vou – peguei a toalha
de rosto e comecei a me secar.
- abre logo. Não vou embora enquanto você não abrir.
- okay – abri a porta e Cory entrou e a fechou – tem certeza que não se
queimou? – perguntou ele colocando a mão o meu queixo virando meu rosto de um
lado para o outro me analisando.
- tenho. Não estava tão quente assim – falei um pouco chateado com a
situação toda.
- está bem vermelho – falou ele preocupado.
- eu já disse que estou bem – falei dando um tapa na mão dele tirando do
meu queixo. Voltei a me olhar no espelho percebendo que do lado esquerdo do
queixo estava vermelho, mas não estava queimado e logo deveria passar.
- o que deu um você? – perguntou Cory de braços cruzados – porque você
queria tanto colocar comida pra mim?
- quer mesmo saber por quê? – falei olhando para ele com uma mão na cintura.
- claro.
- eu queria te mimar. Por algum motivo eu fui dar ouvido aquelas 5
malucas lá embaixo e elas disseram que você precisa ser mimado e o fim da
história você já sabe: acabei humilhado na frente da vizinhança toda… de novo –
respirei fundo e cruzei os braços.
- e sabe por que eu não deixei você pegar o meu prato?
- por quê? – perguntei franzindo a testa.
- porque você tem me mimado todo o tempo. É a única coisa que você tem
feito desde que chegamos aqui. Você tem feito tudo por aqui e eu tenho te
tratado mal então hoje eu pensei: vou convidar os vizinhos para um jantar e
mostrar para o Kai que eu mudei. Mostrar quem e arrependo do que eu disse
naquele dia – falou ele respirando fundo – desculpa se eu acabei te queimando e
te humilhando de novo – falou ele coçando a cabeça.
- eu acredito que você tentou mudar, mas o seu caso vai além de um mimo…
- o que você quer dizer? – perguntou Cory sério.
- o ex marido da Flora é psiquiatra e disse que você não queria se matar
quando se enforcou. Disse que se você quisesse se matar teria pegado uma de
suas armas e teria dado um tiro – Cory me olhava sério e lambeu os lábios – ele
disse que você só queria chamar a atenção. Como um… você sabe… um pedido de
ajuda.
- aquele desgraçado… - Cory fez menção de sair do banheiro, mas eu
entrei na frente da porta – não Cory. Esquece isso. Por favor. Não vá lá
brigar.
- quem esse cara pensa que é pra sair falando de mim pra todo mundo?
- ninguém sabe disso. Só eu e as 5 malucas. Okay? Se acalma. Foi por
isso que eu fiz aquilo. Se você realmente fez aquilo como um pedido de ajuda eu
quis te mimar para dizer: ‘Hey, eu ouvi o seu pedido de socorro e estou aqui
pra você. Se quiser conversar ou desabafar… eu estou aqui.’
Cory olhou para mim tentando se acalmar e respirou fundo. Ele lambeu os
lábios e confirmou com a cabeça que não ia fazer nada idiota como ir lá embaixo
arranjar briga.
- promete que não vai arranjar briga?
- tá bom. Prometo – falou Cory.
- okay – falei abrindo a porta do banheiro. fui até meu quarto para
pegar uma camisa e quando me virei com a camisa na mão me preparando para
vestir vi que Cory estava parado na porta do meu quarto – o que foi?
- você quer me mimar de verdade? – perguntou Cory com aquela voz grossa
e dengosa.
- quero – falei vestindo a camisa me aproximando dele – você quer
conversar?
- sim, mas não agora – falou ele respirando fundo – eu estou com aquela
insônia, mas não quero mais tomar remédios. Geralmente assisto um ou dois
filmes de madrugada até o sono chegar. Seria legal ter alguém pra assistir
comigo e conversar… você sabe… pra comentar sobre o filme. Depois que todo
mundo for embora se você quiser ir pro meu quarto assistir um filme comigo até
eu dormir eu ia considerar um mimo.
- tudo bem. Pode ser – falei respirando fundo – mas só até você dormir
ai eu venho pro meu quarto.
- pode ser – falou ele com um sorriso sem graça apertando os lábios.
Cory saiu da porta do meu quarto e nós descemos as escadas indo até a cozinha
para irmos jantar. Todo mundo começou a gritar a assoviar quando nós chegamos.
- o homem lasanha voltou! – falou Carter rindo e Selma deu um cutucão
nele.
- não tem problema Selma – falei rindo – eu estou bem pessoal.
Cory foi até a prateleira e pegou outro prato e dessa vez ele veio até
mim e me entregou.
- você sabe do que eu gosto – falou Cory me dando um beijo no rosto.
- tá bom – falei vendo ele com outro prato na mão – pra quem é esse
prato?
- pra você – falou ele com um meio sorriso começando a colocar.
Olhei para trás e Zara, Grace, Selma, Flora e Agnes acenaram, piscaram e
levantaram o polegar (discretamente é claro) dando a entender que eu tinha
feito tudo certinho. Só espero que aquelas cinco malucas não pensem que eu tenha
jogado lasanha quente na minha cara de propósito porque eu jogarei o que sobrou
na cara das cinco caso elas estejam pensando nisso.
Pessoal quero agradecer a todos os comentários e elogios que tenho recebido de todos vocês. Fico muito feliz mesmo. De verdade. Muitíssimo obrigado pelo feed back. Me anima a continuar e a postar sempre mais e mais capítulos para vocês. Um grande abraço a todos e até o próximo capítulo.
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Perfeito pode logo postar mais! 😍😍😍😍
ResponderExcluirAdorei hahaa na parte da lasanha eu ri alto!
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