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Capítula Dezesseis
DIABO VERDE
u sou
gordo. Talvez não chegue a tanto, mas o meu corpo não é do tipo magrelo. Não
sei se citei antes, mas eu sou do tipo fofinho e não estou falando da minha
personalidade. Talvez tenha alguma coisa a ver com o meu biótipo ou
simplesmente o fato de eu mandar muito bem na cozinha. Nunca me veio à cabeça
que o meu peso ou o meu jeito ‘fortinho’ de ser pudesse me incomodar, mas foi
diferente naquela manhã. Na última noite Cory e eu meio que tivemos unam longa
e sincera conversa e acabamos a noite dando uns amassos antes de adormecer.
Naquele sábado tínhamos sido convidados para uma festa na piscina na casa de Ed
e Agnes Rogers e isso significa que vários corpos seriam expostos e isso
significa que o meu era um desses. Como Cory e eu dormimos tarde acordamos por
volta das dez.
Cory acordou com uma ligação de Ed dizendo que o estava aguardando para
acender a churrasqueira. Estava cansado e me recusava a sair da cama e
inclusive me recusava a olhar para a cara dele depois que tinha contado aquela
história de quando era criança e tinha ficado preso no banheiro. Ele deve ter
ficado com nojo de mim. Cory foi para o banheiro, tomou banho, fez a barba,
vestiu uma bermuda, camisa verde escuro, colocou óculos escuros estilo aviador
e eu resolvi olhar para ele quando senti o cheiro de seu perfume. Cory estaa
passando o perfume e agora penteava os cabelos.
- bom dia Kai! – falou Cory olhando para mim através do espelho.
- oi – falei me sentando na cama – estou acordado faz um tempinho já.
- eu sei. Porque você não se levantou e veio tomar banho comigo? –
perguntou ele com um meio sorriso.
- até parece – falei rindo e coçando os olhos.
- vou te esperar lá em baixo pra gente ir lá pra casa dos Rogers. Eles
me esperam para acender a churrasqueira.
- não tem ninguém competente lá pra fazer isso? – perguntei jogando o
cobertor de lado.
- certeza que sim, mas essa é uma desculpa pra gente aparecer cedo –
falou Cory olhando para mim.
- você pode ir. Vou tomar um banho, me arrumar e vou logo em seguida –
me levantei e fui pegar o meu calção de banho e separar minhas coisas.
- tem certeza? – perguntou ele se aproximando de mim.
- tenho. Pode ir. Não devo demorar mais do que vinte minutos.
- okay – falou Cory dando um beijo no meu rosto – te espero lá.
- tudo bem – falei forçando um sorriso para ele.
Cory se foi e eu fui para o banheiro e tomei um longo banho. Estava
realmente perturbado por ter contado aquela coisa do banheiro para Cory. Tão
perturbado que após o banho eu vesti o roupão e fui até a lavanderia e preparei
as coisas para lavar o nosso. Senti dentro de mim que se fizesse isso aquela
sensação passaria. Cory não tinha me dando um selinho ou um beijo na boca antes
de ir acender a churrasqueira e talvez isso se deva ao fato de eu ter contado
essa coisa nojenta que aconteceu comigo. Me ajoelhei no chão e comecei a lavar
a privada bem rápido usando o esfregão e percebi que ela não estava ficando tão
limpa quanto eu queria. Encontrei um vidro de ‘Diabo Verde’ e joguei lá dentro
e deixei agir um pouco enquanto eu esfregava por entre os azulejos.
Acho que demorei tempo demais lavando todo o banheiro e ouvi meu celular
vibrando lá fora e o sinal de mensagem. Sai do banheiro, tirei as luvas de
borracha e quando eu destravei vi que era uma mensagem de Bruce.
‘bom dia meu amor’ – escreveu Bruce. Logo em seguida ele tinha enviado
uma foto dele com seu avô. Os dois estavam usando um boné e estavam com um
sorriso largo no rosto um do lado do outro enquanto Bruce tirava aquela selfie.
Me senti um idiota por receber aquela foto sabendo que quando Bruce estivesse
de volta nós teríamos uma longa conversa. Por outro lado estava feliz por ele
ter enviado afinal eu estava começando a desconfiar de onde ele estava afinal
ele pareceu estar agindo como se não quisesse me enviar aquela foto.
‘dois gatões! Você tem traços dele’ – respondi a foto e Bruce me enviou
uma carinha sorridente.
Fiquei olhando aquela foto por mais alguns segundos e foi então que
recebi uma mensagem de Cory logo em seguida.
‘onde você está? Venha logo! Todos estão aqui e estão perguntando por
você’ – Cory parecia bravo e eu respondi dizendo que não demoraria.
Deixei o celular em cima da cômoda e rapidamente voltei ao banheiro. Ele
estava totalmente higienizado. Tinha esfregado cada parte daquele lugar e agora
era hora de lidar com a privada. Peguei a esponja e sem me lembrar das luvas
enfiei a mão lá dentro para esfregar e senti o ardor na ponta dos dedos. Dei um
pulo para trás e vi que ele começou a corroer deixando na carne viva. Lavei a mão
rapidamente na pia do banheiro e dei descarga na privada deixando aquilo de
lado. Com certeza não precisava ser esfregado.
- que merda! – falei olhando para minha mão esquerda. O diabo verde
tinha corroído a parte de trás dos meus quatro dedos e estava quase na carne
viva. Ardia muito e então eu respire fundo apertando a mão sentindo aquela dor
e vi o banheiro todo cheio de sabão precisando ser terminado e decidi que
precisava ser feito apenas com uma mão só. Comecei jogar água por todo o lugar
até que finalmente estava terminado. Lavei, sequei, organizei e fechei a porta
do banheiro sentindo uma grande paz de espirito. Olhei para minha mão e vi que
ardia um pouco. O produto tinha corroído a epiderme, mas nada muito grave.
Liguei para Cory e ele não demorou a atender. Percebi que estava tocando
música e tinha muita gente conversando quando ele atendeu.
- Kai? Onde você está? – Cory parecia bravo quando atendeu ao telefone.
- estou em casa…
- eu sei que está em casa. Quero saber porque não está aqui?
- deixa de ser ignorante Cory, eu já disse que estarei ai em alguns
minutos. Na verdade estou ligando para saber se Grace está ai.
- sim. Todos estão aqui. Todos menos você.
- passa o telefone pra ela, por favor?
- claro – falou ele chamando por Grace e entregando o telefone para ela.
- oi Kai! Porque ainda não veio.
- na verdade eu tive um probleminha e acabei machucando minha mão. Será
que você poderia usar as suas habilidades de enfermeira e me fazer um curativo?
- Claro que sim. Foi algo sério? – Grace pareceu preocupada.
- não. Nada muito sério. Só não conte pro Cory o que aconteceu porque se
não ele vai querer vir junto e vai brigar comigo.
- não se preocupa. Direi a ele que você precisa das minhas habilidades
de costura, pois seu calção de banho rasgou.
- perfeito! Diga isso mesmo.
- Vou passar lá em casa e pegar o que preciso e chego ai em alguns
minutos.
- obrigado Grace.
Assim como prometido Grace chegou e trouxe consigo sua caixa de primeiro
socorros. Eu a esperava sentado no sofá na sala de estar quando ela entrou. Ao
ver meu machucado ela pareceu um chocada e não imaginou como eu teria me
machucado daquela forma.
- o que aconteceu? – perguntou ela pegando minha mão e colocando em sua
perna ela começou a passar álcool com um algodão.
- não foi nada… - eu gemi de dor – estava lavando o banheiro e acabei
esquecendo de usar luvas enquanto manipulava Diabo Verde.
- Kai isso é muito perigoso – falou Grace higienizando e vendo a
gravidade do ferimento – não me parece que foi grave. Só corroeu a epiderme.
Nem vai precisar de curativo. Só alguns band-aids que você precisará trocar
todos os dias – falou ela colocando um em cada dedo. Três no total
- obrigado – falei sentindo alivio enquanto ela terminava o curativo –
respirei fundo e olhei para minha mão – não vai ter como esconder isso do Cory
né?
- não – falou ela rindo e se levantando – vou deixar minha caixa de
primeiros socorros aqui. Você pode usar o remédio pra limpar o ferimento e tem
bastante band-aid ai dentro pra você.
- tudo bem. Obrigado – me levantei.
- e então? Vamos lá pra festa? Todos estão te esperando – Grace pareceu
sentir o cheiro de algo no ar – estou sentindo o cheiro do churrasco daqui.
- eu também – falei rindo – você pode ir. Só vou trocar de roupa e já
vou.
- não demora Kai – advertiu Grace olhando para uma porta que tinha
abaixo das escadas. Ela ficou encarando e eu olhei também. Era a porta do
porão.
- é a porta do porão – falei para Grace.
- o que? – perguntou ela confusa.
- eu vi que você ficou encarando e estou dizendo que essa é a porta do
porão. Ela está trancada e Cory e Flora disse que não recebeu a cópia da chave
dos antigos donos.
- a ta – falou Grace sem graça – porque vocês não chamaram um chaveiro?
- está na lista – falei rindo – bem lá no topo. Um dia Cory cria coragem
e chama o chaveiro pra fazer uma chave ou chama um faz tudo pra arrombar a
porta.
- façam isso – falou Grace – vai que tem um tesouro lá dentro – falou
ela indo até a porta e acenando ela saiu.
Como já tinha enrolado muito eu vesti logo o meu calção de banho, chinelos
e como a casa ficava logo ali eu joguei a toalha nos ombros e peguei o meu
celular e sai de casa. Quando estava saindo e atravessando o jardim ouvi uma
voz feminina.
- bom dia ‘bolo fofo’ – olhei em volta e vi que era Cordelia e as
garotas da Kappa fazendo caminhada. Elas usavam chapéus idênticos de cor azul
bebê e óculos escuros por causa do sol quente. Tudo isso acompanhados de roupas
de ginástica. Percebi que ela falava de mim – agora eu entendi porque o Cory
quis variar o cardápio um pouco – falou Cordelia rindo e se esticando ela
mostrou que estava muito em forma. As duas das seis garotas Kappa que estavam
com ela deram risada. Não dei importância e continuei andando – isso ai! Coma
menos carboidrato e faça mais caminhadas e quem sabe um dia você rebole nele
tão intensamente quanto eu! – gritou Cordelia se virando e ela seguiu a
caminhada.
Ao chegar na casa de Ed e Agnes vi Tom com o bebê no braço dando
mamadeira.
- olha só quem finalmente chegou – falou Tom com um sorriso.
- oi Tom – falei fechando a porta.
- pelo visto veio pronto para dar um pulo na piscina.
- pois é – falei sem graça.
- o que aconteceu com sua mão? – perguntou ele vendo os band-aids.
- não foi nada de mais só um produto que caiu e corroeu um pouco a parte
de trás dos meus dedos.
- por isso eu amo ela – falou Tom me seguindo enquanto eu chegava a
cozinha.
- finalmente! – falou Agnes me dando um beijo no rosto quando cheguei.
Ela estava de biquíni, mas com uma saída de banho.
- como foram as coisas ontem? – perguntou Flora vindo com uma bebida na
mão me cercando na cozinha ao lado de Zara, Selma, Daisy e Agnes que me olhavam
sem piscar faminta por noticias.
- vocês se acertaram? – perguntou Selma – tomando um gole de sua
tequila. Todas elas estavam de biquíni – tiraram o atraso.
- não é da sua conta amor! – falou Carter dando um tapa na bunda de
Selma indo a caminho da geladeira.
- bom nós conversamos bastante e nos acertamos.
- só isso? – perguntou Grace – conversaram?
- vocês não tiraram o atraso? – perguntou Daisy.
- não… acho que nenhum de nós dois está pronto pra voltara a tranzar –
como se já tivéssemos tranzado antes – mas se serve de consolo nós demos uns
amassos. Durante quase uma hora nos beijamos e nos agarramos – eu respirei
fundo – e é por isso que eu preciso agradecer a vocês garotas. Se não fosse
pela… sei lá… loucura?! de vocês nós não teríamos dado esse passo. Sinto que
nós podemos a certar as coisas.
- de nada – falou Grace colocando a mão no meu ombro.
- além do mais valeu a pena – falou Selma abanando o rosto – só de saber
que vocês deram uns amassos e uns beijos eu fico toda fogosa – falou ela rindo
e tomando um longo gole de sua bebida.
- eu imagino que sim – falou Zara rindo – ele beija bem.
- beija sim – falei rindo e olhando para Zara – espera… como você sabe?
- é uma história engraçada – falou Grace rindo – antes de você chegar
estávamos falando sobre ciúmes e Denis disse que não era ciumento e Zara disse
que Denis uma vez ameaçou atirar no carteiro só porque uma vez Zara o convidou
para entrar e tomar um pouco de água.
- eles então ficaram argumentando sem parar e Cory teve uma ideia para
acabar com a discussão – falou Agnes rindo e tomando um gole de sua cerveja –
ele e Zara deram um beijaço de língua na frente de Denis e ele não fez nada.
- pois é – falou Zara rindo e limpando o canto da boca – parece que
Denis não é ciumento.
- foi hilário – falou Flora rindo e dando um tapa de leve nas minhas
costas.
- é sim – fale rindo sem graça.
- o que foi? – perguntou Zara.
- não é nada – falei respirando fundo – é só que achei a história
engraçada.
- não achou não – falou Daisy – você parece não ter gostado muito.
- deixa de bobeira Daisy – falou Zara com um sorriso tentando manter a
pose e tomando um gole de seu Martini – Cory é todo machão e másculo, mas é
gay.
- não – falei sem graça – apontando para Cory e depois respirando fundo
– na verdade ele é bi – Todas elas ficaram em silêncio ao ouvir aquilo – na
verdade nem sei direito o que ele é… só sei que ele comeu a Cordelia um monte
de vezes lá em casa desde que nos mudamos para cá então se eu fosse o Denis
ficaria com ciúmes.
- Kai, por favor… - falou Zara me seguindo.
- não tem problema Zara – falei olhando para ela – a culpa não é sua.
Burro sou eu de pensar que ontem nos demos um passo. Ele provavelmente só
queria dar uns amassos em alguém.
Fui até a geladeira e peguei uma cerveja para mim. Abri e tomei um longo
gole. Cory estava com tanta vontade de beijar alguém e arranjou uma desculpa
para beijar Zara? Será que ele está em contato com Cordelia? Porque diabos ela
veio encher o meu saco logo hoje? Isso está muito estranho. Sai da cozinha
chegando até o lado de fora e vi gente nadando na piscina, Pedro cuidando da
churrasqueira e vi os quíntuplos de Agnes sentados em uma mesa desenhando. Por
algum motivo que ainda não sei Ed e Agnes resolveram batizar os filhos com a
letra ‘H’: Hugo, Hester, Holt, Harry e Honey. Me aproximei para ver o que
desenhavam e tomei outro gole da minha bebida. Olhei para perto da
churrasqueira e vi Cory que estava com seus óculos escuros conversando com
Denis e o vizinho tatuado esquisitão Leroy e Carter. Ao me ver Cory acenou, mas
fingi que não vi e voltei a olhar os desenhos.
- o que está desenhos Hugo?
- eu sou Holt – falou o garoto sem olhar para mim.
- garotos sejam educados – falou Ed se aproximando – oi Kai.
- olá Ed – falei tomando outro gole da cerveja – o que eles estão
fazendo?
- desenhando as famílias da vizinhança – falou Ed olhando para o desenho
dos cinco – acho que Hester desenhou você e Cory – falou ele pegando o desenho
e mostrando: era uma casa, havia Cory e eu. Sabias quem era Cory porque ele era
o grandão e eu era o bonequinho menor ao lado dele, mas diferente da realidade
havia um cachorro.
- ficou bonito Hester, mas Cory e eu não temos cachorro.
- sério? – perguntou ela confusa – esses dias quando passei em frente
sua casa enquanto andava de bicicleta ouvi você gritando ‘Cory, seu cachorro!’.
- tudo bem filha! – falou Ed sem graça – continue desenhando.
- desculpe – falei para Ed.
- não tem problema – falou ele tomando um gole de sua cerveja e entrando
na cozinha. Caminhei em direção a uma das cadeiras de praia e joguei a minha
toalha. Em seguida fui até uma das mesas com guarda sol e me sentei lá jogando
o celular em cima da mesa e tomei um gole da minha cerveja.
- Kai? O que aconteceu com sua mão? – perguntou Cory se aproximando e
colocando o cinzeiro em cima da mesa ele puxou uma cadeira e se sentou de frente
pra mim.
- nada. Só um acidente.
- deixa eu ver! – falou ele deixando o cigarro no cinzeiro e pegando
minha mão – Grace fez o curativo? Por isso queria ela lá?
- sim Cory. Estava lavando o banheiro e acabei tendo um acidente com
‘Diabo Verde’ e ele correu um pouco meus dedos, mas nem está mais ardendo.
- porque você estava lavando o banheiro? Por isso demorou tanto em vir?
– ignorei a pergunta e quando fiz menção de pegar a cerveja Cory pegou primeiro
e tomou um gole. Ele voltou a pegar o cigarro e olhou pra mim – você está
chateado com alguma coisa?
- só algumas coisas… tipo… fiquei sabendo que você beijou a Zara.
- Kai, por favor né? Foi só uma brincadeira. Nem o marido dela se
importou e levou na brincadeira.
- não é isso. Você não quis me beijar hoje quando me deu bom dia e ao
chegar aqui dá um beijo no marido da vizinha. Você está com nojo de mim por
causa daquela história do banheiro que eu contei – Cory respirou fundo e tirou
os óculos escuros e colocou na mesa – é por isso que estava lavando o banheiro?
por isso esfregou até se machucar?
- foi – falei puxando a mão e cruzando os braços. Cory apagou o cigarro
no cinzeiro e assoprou a fumaça rindo.
- cara você é paranoico demais. Cria teorias na cabeça e fica com raiva
de mim mesmo depois de eu ter dito que te amo… - ele pegou minha cerveja e
terminou de toma-la com dois longos goles.
- você o que? – perguntei confuso e assustado.
- o que? – perguntou Cory.
- você disse quem e ama?
- sim. Ontem a noite. Você parecia tão chateado depois de ter me contado
a história do banheiro e começou a chorar e eu disse que te amo. Pra mim é mais
claro que água que o que sinto por você vai além do ‘gosto muito’. – falou ele
com um meio sorriso.
- eu não me lembro disso. Acho que devo ter dormido – falei ainda
confuso – você me ama?
- sim – falou ele tocando minha bochecha.
- porque? – perguntei confuso.
- como assim porque? – perguntou ele rindo.
- sim, por quê? – perguntei sério – nós nos conhecemos a pouco mais de
dois meses e meus pais me conheceram por 13 anos e eles não me conheceram o
suficiente para me amar. Ao invés disso me faziam cuidar dos meus irmãos
menores durante a noite enquanto cozinhavam a meta anfetamina e durante o dia
depois da escola me obrigavam a fazer entregas. Eu conhecia a cidade de cabo a
rabo. Todos os becos e vielas. Todos os viciados me conheciam. Porque as
pessoas que me deram a vida e que me conheceram por 13 anos nunca me disseram ‘eu
te amo’, mas você que mal me conhece há 60 dias está dizendo isso?
- por isso – falou Cory rindo e fingindo que pegava meu nariz – essa sua
inocência tola. Umas hora age na defensiva todo agressivo e no minuto depois
você se desarma e me conta uma história triste do seu passado que só faz com
que eu te ame mais ainda – falou ele rindo.
- eu não te amo – falei olhando para ele.
- eu sei – falou Cory se inclinando e dando um selinho na minha boca.
- você ouviu o que eu disse? Eu não te amo.
- eu sei Kai – falou ele puxando a cadeira para mais perto de mim – ele
segurou meu rosto e aproximou a boca da minha e nós demos um beijo. Sente sua
língua dentro da minha boca e sua mão tocando meu rosto enquanto ele passava o
braço por mim e me mantinha junto dele – a parte mais gostosa desse
relacionamento é fazer você me amar – falou ele rindo e me dando um selinho – e
não adianta tentar me afastar dizendo que não me ama porque eu não vou a lugar
nenhum. Não sou seus pais. Não vou obrigar você a ir a lugares perigosos
sozinho, não vou deixar ninguém tirar você de mim e o mais importante: sou um
homem de palavra. Se eu disse que te amo é porque te amo. Não sou traidor. O
beijo que dei um Zara foi na brincadeira Kai.
- tudo bem – falei tocando o rosto dele e sentindo sua respiração em meu
rosto voltamos a nos beijar. Abracei Cory e senti-o beijar meu rosto.
- e se eu não valer a pena? – falei ainda abraçado a ele – e se eu for ó
mais um em sua deprimente história de amor? E se depois de Stan e Logan eu for
Apenas mais um nome a ser adicionado.
- olha… - falou Cory se afastando e respirando fundo – só a minha
vontade de arriscar com você mostra que eu falo sério.
- verdade – falei apertando os lábios e segurando na mão dele.
- e obrigado por definir a minha história de amor como deprimente –
falou Cory rindo – eu tinha pensado em patética e triste, mas deprimente nem
tinha passado pela minha cabeça.
- desculpa – falei rindo me lembrando de Cordelia – posso te fazer uma
pergunta?
- claro – falou ele aceitando uma cerveja que Wes tinha acabado de
trazer. Ele tinha trago uma Soda para mim.
- você vê algum problema com meu jeito ‘bolo fofo’ de ser?
- não, porque? – perguntou ele rindo – ‘bolo fofo’?
- é porque quando estava vindo pra cá Cordelia me provocou dizendo algo
sobre meu peso e me chamou desse apelido.
- ignora essa otária – falou Cory – está com dor de cotovelo. Isso sim –
falou ele botando os óculos escuros e abrindo a cerveja – não precisa se sentir
mal por ser gordinho.
- eu? Me sentir mal? – falei rindo e me aproximando dele eu levantei a
camisa e passe ia mão na barriga peluda de Cory – tá vendo isso daqui? Você não
é forte, nem musculo e não tem nenhum gominho – falei rindo – e se você tivesse
um corpo de boneco Ken provavelmente não me atrairia. Você tem essa barriga de cerveja e esse
corpinho gostoso de macho americano – falei subindo a mão pelo peito dele – e
você acha que vou me sentir mal por causa do comentário de uma Cadélia? Quer
dizer… Cordelia? Me poupe – falei tirando a mão e soltando a camisa dele.
- e se eu tivesse dito que tinha um problema com seu corpo. O que você
diria? – perguntou Cory curioso.
- eu diria que você e Cordelia se merecem. Você pode ficar com ela.
Estou sozinho a 26 anos. Posso ficar mais 26.
- está vendo só? Gosto mais desse Kai – falou Cory levantando uma das
pernas e colocando no meu colo eu comecei a fazer carinho em sua perna roçando
meus dedos por entre seus pelos – e então… acha que esse é o sinal que você
esperava?
- o que? – perguntei rindo – claro que não. Vai precisar muito mais do
que um ‘eu te amo’ pra me levar pra cama Cory. Sei que você e muitos por ai
estão esperando que a gente vá pra cama hoje – me referi às amigas malucas –
mas acho que deveriam focar em outras coisas porque eu não estou preocupado.
Quando o sinal aparecer eu prometo que te falo.
- tudo bem – falou ele tomando outro gole de sua cerveja – esse Kai eu
detesto – Cory deu um meio sorriso sentindo os meus carinhos.
- vamos dar um pulo na piscina Kai! – falou Selma se aproximando.
- eu não sei – falei mostrando a mão machucada.
- deixa de bobeira – falou Cory – é só você não ficar dando cambalhotas
que a mão não irá molher. Deixa isso pras crianças.
- muito engraçado – falei me levantando. Entrei na piscina pela parte
rasa que imitava uma praia e fui andando até a parte funda e me sentei do lado
de dentro. Cory trouxe o meu refrigerante e tirou os óculos escuros que ele
usava e colocou no meu rosto.
Foi até bom ficar ali na piscina conversando. Deixei claro para Zara que
o meu ciúme foi infundado e Cory tinha me explicado tudo. Durante algumas horas
ficamos ali conversando. Grace passou o protetor solar em minhas costas e Cory
me trazia refrigerante e comida. Me senti um idiota por estar com a mão
machucada já que aquela angustia que me fez gastar um tempo lavando o banheiro
era infundada. Precisava parar de teorizar o pior na minha cabeça e aprender a
conversar com as pessoas antes de supor o pior delas. A vida que tive acabou me
ensinando que eu devo sempre esperar o pior. Infelizmente.
Por volta das três da tarde o almoço estava pronto e algumas pessoas
almoçaram e eu fui uma delas. Quem bebe cerveja geralmente não gosta de almoçar
e esse foi o caso da maioria de quem estava bebendo. Estava deitado na cadeira
de praia descansando um pouco e é claro que tinha colocado um guarda sol afinal
não queria me queimar por completo e percebi quando Cory, Carter e Tom vieram
caminhando na minha direção.
- amor você pode me devolver o óculos já que você está na sombra?
- claro – falei entregando.
- obrigado – falou ele agradecendo me dando um selinho – eu e os rapazes
vamos sair por uma hora mais ou menos, mas a gente volta logo – Cory colocou os
óculos e sorriu pra mim.
- onde vocês vão?
- lá no centro – falou Cory – Carter precisa ir ao escritório e nós
vamos aproveitar para ir ao mercado comprar mais cerveja. Decidimos passar a noite toda. Bebendo.
- a noite toda? – perguntei surpreso.
- claro! – falou Ed aparecendo e entrando na conversa – porque não? somos
ricos, é fim de semana e estamos entre amigos.
- tudo bem então – falei me sentando na cadeira – eu posso ir com vocês?
- não! – falou Tom quase que imediatamente – quer dizer… - vai ser
chato. Porque você não fica aqui e curte a piscina?
- tudo bem então – voltei a me sentar respirando fundo teorizando as
piores coisas do mundo. Sorri para Cory e ele sorriu de volta ante de ir.
Precisava parar de pensar o pior. Mal tinha prometido a mim mesmo que não faria
mais isso e já estou fazendo, mas a culpa não é minha e sim de Cory que não me deu
nem chance de me acostumar com a ideia e já foi criando toda uma situação que
me deixou com cara de bocó e sorrindo quando na verdade eu queria ir junto pra
ter certeza de que eles não iam pra um puteiro ou pra algo parecido. A verdade
é que eu fiquei lá sentado enquanto eles se foram.
Olhei para a porta da cozinha e quase não acreditei ao ver Daphne passar
por ela. Me levantei para recebe-la e já dando logo um abraço.
- você veio?
- não. Sou só um espirito – falou ela sem graça – sim, eu vim – falou
ela rindo.
- Daphne? Que bom ver você – falou Agnes – você quase nunca aparece
quando te convidamos pra alguma coisa.
- pois é… - falou ela coçando a cabeça – são os estudos. Selma me falou
sobre essa festa e acabei vindo.
- que bom – falou Selma aparecendo e entregando um Martini para Daphne –
agora você vai poder finalmente poder provar um dos meus famosos martinis.
- são divinos! – falou Joy a namorada e Leroy.
- obrigada – falou Daphne cm um sorriso me seguindo até que chegamos a
beirada da piscina. Ela já estava de biquíni e apenas tirou o roupão de banho
que usava. Ela colocou os óculos escuros e colocou a bolsa em outra cadeira se
sentando ao meu lado – onde está Cory?
- saiu agora a pouco com Tom e Carter. Acho que foram comprar mais
cerveja e carne. Pelo visto a festa vai durar o fim de semana todo.
- estou feliz por ter vindo – falou Daphne com um sorriso.
- também estou feliz que você veio. Eu precisava conversar com alguém.
- acho que isso não é um problema – falou ela rindo – tem um monte de
gente aqui.
- na verdade é um assunto que não posso falar com ninguém, nem mesmo com
Cory até porque o assunto o envolve.
- o que é? Pode falar. Sou toda ouvidos.
- Cory e eu estávamos passando
por uma fase sombria no nosso relacionamento e nós estamos acertando as coisas.
Ontem a noite conversamos bastante sobre isso e vamos dar uma chance pra nós
dois.
- que bom Kai. Fico feliz que você e seu tio… desculpa – falou Daphne
rindo – fico feliz que vocês dois estejam se acertando.
- ai é que está o problema. Nesse meio tempo eu me envolvi com um cara e
acho que ele gosta muito de mim e eu não sei como dar o fora nele.
- Kai eu sou o tipo de garota que evita problemas, sabia? Quando eu não
sei o que fazer eu desligo o telefone, corto contato – falou ela rindo.
- é o Bruce – falei mordiscando o lábio inferior – é difícil cortar
contato quando ele mora em frente a minha casa.
- o Bruce? – perguntou Daphne chocada – você e Bruce?
- sim, sim – falei respirando fundo – eu sei. Será uma situação tão
chata sabe. Eu não vou mentir e dizer que não sinto nada por ele afinal o que
tivemos foi intenso, forte e muito divertido, mas eu acho estou apaixonado por
Cory – Daphne ficou olhando para mim esperando por algo e então percebendo o
erro eu completei - …de novo – falei com um sorriso – eu estou apaixonado por
ele de novo. A paixão renasceu.
- olha eu nem sei o que dizer Kai. Acho que você deveria estar mais
preocupado com Daisy. Se ela descobrir que você Bruce tem algo ela pode surtar.
Você sabe que os dois estão separados, mas ela se recusa a deixa-lo, não é? Ela
é meio obcecada por ele.
- sim. eu sei. O problema fica muito maior porque eu acho que ontem ela
viu uma conversa entre Bruce e eu no Whatsapp. Se ela não sabe ela pelo menos
desconfia de algo. A minha sorte é que Bruce não é assumido então ela pode
simplesmente achar que Bruce eu estávamos conversando sobre algo aleatório
afinal ela não demonstrou estar com raiva desde que viu a conversa.
- isso é bom – falou Daphne – o problema com Daisy está resolvido agora
é só resolver com Bruce.
- eu vou, mas ele está visitando o avô a beira da morte e acho injusto
fazer isso com ele. O cara considera o avô como se fosse um pai e só vai voltar
quando ele morrer. Isso significa que vai chegar deprimido, carente e louco pra
receber muito carinho. Como eu termino com ele?
- Kai você só faz perguntas difíceis. Pergunte-me como remover um
apêndice e ei te respondo – falou Daphne rindo.
- eu sei… me desculpa é que eu estou nesse dilema, sabe? Como posso
abandoná-lo nesse momento?
- talvez você deva esperar um pouco – falou Daphne dando os ombros –
fique com Bruce até o luto passar e depois você termina.
- você acha?
- sim. nunca me imaginei em uma situação como essa, mas se fosse o caso
acho que é essa a decisão que eu tomaria.
- obrigado Daphne – falei respirando fundo. Claro que não contei a
Daphne que Cory sabia sobre Bruce e que ele tinha exigido que eu terminasse com
ele. Manter a minha relação com Bruce até o luto passar significaria enganar
Cory e eu não queria fazer aquilo e eu tenho certeza que Cory nunca concordaria
com aquilo em sã consciência.
Mais ou menos duas horas se passaram desde aquela conversa com Daphne.
Foi bom colocar aquilo para fora do peito e depois de algumas cervejas,
energético e um bom banho de piscina alguém resolveu colocar ‘músicas de jovem’
pra tocar. Foi assim que Ed se referiu a playlist que ele colocou pra tocar.
Pra mim tanto faz a música que esteja tocando desde que seja boa pra ouvir e se
distrair. A playlist cumpriu o seu papel e eu me distrai por tanto tempo que
até tinha me esquecido que Carter, Cory e Tom prometeram voltar em uma hora e o
sol estava se ponto e eles ainda não tinham voltado.
- mas que droga! – falei me levantando e pegando o celular acenei para
Daphne que estava dentro da piscina conversando com Selma e Flora. O celular de
Cory chamou até cair, mas ele não atendeu – atende essa droga de celular
caramba! – falei repisando fundo.
- você parece com raiva – falou Joy.
- sim. estou ligando para Cory, mas ele não atende.
- eu acabei de ver Carter e Tom entrarem na cozinha. Cory não estava com
eles?
- sim. obrigado – falei deixando Joy e indo até a cozinha vi Tom e
Carter – vocês finalmente chegaram! – falei levantando a mãos – onde está Cory?
- está na casa de vocês! – falou Tom vermelho e suado. Ele estava
ofegante.
- o que diabo você estava fazendo que está tão vermelho e ofegante?
- não é nada – falou Carter com a camisa toda suada.
- ok, acho que vou lá em casa então…
- não! – falou Carter segurando meu braço.
- tem alguém lá, não tem? – falei puxando o braço – eu vou lá e vocês
não vão me impedir. Atravessei a cozinha e quando sai pela porta a paisagem era
alaranjada. Moracea Lane se tornou uma verdadeira obra de arte aos meus olhos.
Nem o mais sonhador dos pintores conseguiria imaginar uma paisagem tão linda
como aquela. Umas pena estava com pressa demais para admirar o por do sol. Ao
chegar na calçada vi Cory sair de casa e fechar a porta.
- Kai? O que faz aqui?
- quem está ai com você? – perguntei tentando passar, mas Cory me
impediu.
- do que está falando? – perguntou Cory também com a camisa visivelmente
suada. Aquele diabo de camisa verde estava suado e espero que não seja suor de
sexo e sim de corrida.
- você, Tom e Carter disseram que iam sair por uma hora e voltam três
horas depois; vermelhos, suados e ofegantes. Pra piorar descubro que vocês
estavam ai na casa a maior parte do tempo. Do que acha que eu estou falando? –
cruzei os braços com raiva.
- pelo amor de Deus – falou Cory tirando algo dos bolsos e vi que eram
duas alianças – Pedro me disse que se queríamos mesmo convencer a vizinhança de
que éramos casados deveríamos pelo menos usar alianças então eu fui até uma
joalheria e comprei.
- poxa… foi mal – falei sem graça.
- então aqui está – falou Cory pegando minha mão e colocando a aliança.
Ele fez menção de que colocaria a aliança no próprio dedo, mas eu o impedi.
- deixa que eu coloco – falei pegando a mão dele e colocando a aliança –
prontinho – falei respirando fundo me sentindo um idiota – me desculpa por agir
igual idiota.
- sabe Kai eu não contei tudo – falou Cory ainda de frente a porta
respirando fundo.
- como assim?
- eu sei que pra todo mundo da vizinhança nós somos um casal de anos que
vive brigando, para Pedro e o pessoal do FBI nós estamos apenas fingindo, mas
nós dois sabemos que o que temos é especial e eu me senti mal por simplesmente
comprar um par de alianças para colocar nos nossos dedos. Achei que não teria
significado nenhum então eu decidi comprar uma coisa pra marcar o dia de hoje.
Algo que significasse muito mais do que as alianças. Foi então que eu me
lembrei de uma história que você contou então… eu sei que isso terá muito
significado pra você – Cory abriu a porta da casa e eu me aproximei para entrar
e eu colocar os pés para dentro e dar os primeiros passos vi do lado esquerdo
próximo a janela onde havia uma grande espaço sem uso um enorme piano de calda
preto. Estava ali brilhando com a luz do sol que estava de pondo.
- você… - falei me aproximando e colocando a mão – você comprou um piano
pra mim?
- o que achou? – perguntou ele se aproximando comigo – Tom e Carter
quase morreram me ajudando a coloca-lo aqui dentro.
- eu amei – falei me virando e dando um abraço forte em Cory me
acariciou minhas costas enquanto eu o apertava forte. Nem acreditava que
finalmente eu tinha um piano. Durante anos essa foi a única coisa que eu sempre
quis e foi a única coisa que nunca ganhei – eu nem acredito – falei olhando
para Cory com os olhos vermelhos.
- acredite – falou ele passando os polegares nas minhas bochechas
limpando minhas lágrimas – se não acredita é só tocá-lo.
- eu vou – falei soltando-o e ao me sentar eu respirei e comecei a
tocá-lo. As primeiras linhas de ‘Uninvited’ de Alanis Morissette. Cory passou
os dedos pelo piano enquanto eu dedilhava a canção de olhos abertos. Era bom
não precisar fechar os olhos ou dedilhar um pedaço de madeira fingindo ser um
piano.
- você é bom – falou Cory rindo.
- esse piano é maravilhoso – falei passando a mão nele – deve ter
custado uma fortuna. Quanto custou? – perguntei olhando para ele.
- não devemos dizer o valor de presentes que damos as pessoas, mas eu
devo dizer que não foi patrocinado pelo FBI. Fiz questão de pagar com o meu
salário de delegado.
- porra Cory eu nem acredito – falei dando um largo sorriso – eu vou dar
um nome a ele, sabia?
- para de ficar alisando e toca alguma coisa pra mim – falou Cory com um
meio sorriso no rosto.
- okay, senta aqui comigo – falei me afastando um pouco e Cory se sentou
ao meu lado – tem algum pedido? – perguntei olhando para ele.
- ‘Hey Jude’ dos Beattles – falou Cory passando o braço por meus ombros
e eu comece ia tocar e até me arrisquei a cantar alguns versos antes de fazer
uma transição para ‘Let it Be’.
- Let it be, let it be. There will be an
answer, Let it be…
- você consegue cantar de olhos vendados, não consegue? – perguntou
Cory..
- claro – falei sentindo ele deslizar a mão do meu ombro para meus olhos
e eu continuei a tocar, mas dessa vez ‘Fly
Me to the Moon’ do Frank Sinatra. Acho que Cory estava impressionado porque
por longos minutos ele me deixou tocar a canção. Acho que aquele bruto curto Sinatra
e agora que sei disso pretendo tocar bastante sempre que ele pedir. Eu dei um
sorriso e Cory agora sentiu minhas lágrimas escorrendo pro sua mão. Lágrimas de
alegria. Percebendo o choro ele foi virando meu rosto para o seu e nós demos um
selinho e então um beijo gostoso e calmo de língua. Eu continuava a tocar
sentindo a boca dele junto a minha.
- obrigado Cory – falei tentando engolir o choro – o melhor presente do
mundo.
- fico feliz que tenha gostado – falou ele rindo. Senti sua respiração
em meu rosto e eu sorri.
- O Sinal! – falei respirando fundo e dando um selinho na boca dele.
- o que? – perguntou ele tirando a mão dos meus olhos.
- eu disse; ‘O Sinal’ – me aproximei e demos outro selinho.
- O sinal? – perguntou Cory devolvendo o selo. Balancei a cabeça
positivamente e Cory limpou minha bochecha com o polegar.
- Antes de sair essa tarde conversei com Ed e Agnes e eles nos ofereceram
um quarto da casa deles para a noite de hoje. Nesse momento Carter e Tom estão
preparando um banho de espumas e um quarto com champanhe, pétalas de rosas e velas
aromáticas para nós dois. Acha que consegue esperar mais um pouco?
- você é convencido, sabia? – falei rindo em um tom bem baixo
cochichando só pra ele. O que você feria com o banho de espuma e o quarto com
champanhe e pétalas de rosas se eu não tivesse dito nada?
- você nunca saberia da existência deles – falou Cory com um meio
sorriso dando um beijo logo abaixo no meu olho esquerdo – então… consegue
esperar mais um pouquinho por nossa noite especial ou não?
- consigo – falei baixinho dando outro selinho na boca dele. Cory deu um
beijo no meu rosto e me manteve junto dele e eu voltei a tocar o piano. Dessa
vez Für Elise de Beethoven. Sentir a mão de Cory me acariciando enquanto meus
dedos acariciavam o piano era a troca mais leal que se poderia fazer naquele
momento.
Pessoal esqueci de deixar um recado no capítulo anterior. Se vocês estão gostando de Bruto Irresistível e gostam do Cory vocês precisam saber que ele não é um personagem novo e começou como um personagem secundário de outra obra. Acabei me apaixonando por ele de tal forma que hoje ele tem sua própria história. Se quiserem ler as 2 obras em que ele aparece leiam 'Cruel Sedutor' e 'Amor, Estranho Amor'. Espero que tenham gostado desse capítulo, não esqueçam de deixar a opinião nos comentários e não esqueça também de deixar o seu voto que é muito importante. Um grande abraço a todos e até o próximo capítulo.
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Minhas Obras
- Amor Estranho Amor
- Bons Sonhos
- Bruto Irresistível
- Crônicas de Perpetua: Homem Proibido — Livro Um
- Crônicas de Perpetua: Playground do Diabo — Livro Dois
- Cruel Sedutor: Volume Um
- Daddy's Game
- Deus Americano
- Fodido Pela Lei!
- Garoto de Programa
- Paixão Secreta: 1ª Temporada
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não acredito que acabou nessa parte!!!!!!!!!! meu deeeeeeeeus, LOGO DEPOIS DE O SINAL! ♥
ResponderExcluirto até vendo o quão quente vai ser essa noite.
adorei o cap.
Aaaaa amei o presente
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