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Capítula Vinte e Sete
ESPERANDO PARA SEMPRE
viagem de Rachel, Nevada até Phoenix no Arizona
de carro era de mais ou menos 7 horas.
Era pouco mais de 710 quilômetros e maior parte desse percurso Bruce eu
ficamos em silêncio. Bruce só se dirigia a mim o necessário: ‘vamos parar para
descansar 5 minutos. Vá ao banheiro, coma, beba e volte para o carro’. Essa era
basicamente a frase que ele dizia a cada 50 quilômetros quando parávamos em um
restaurante de beira de estrada para esticar as pernas. Eu nunca respondia e
apenas fazia o que ele mandava. Tinha medo do que ele faria se eu dissesse algo
ou se o contrariasse. Não sabia exatamente como ele tinha me encontrado, mas eu
sabia que ele estava ali contra a vontade dele. Bruce me odiava e eu sabia
disso porque coloquei a vida de sua filha em risco ao colocar aquelas cobras na
tubulação de ar da casa Kappa.
Nesse momento meu cadáver deveria ser propriedade do governo dos Estados
Unidos da América. As pessoas procurariam por mim e nunca me encontrariam.
Percorri 700 quilômetros para ser roubado em uma lanchonete por um bando de
turistas oportunistas e se não fosse por Bruce eu estaria morto. Não deixo de
pensar que talvez fosse melhor estar morto do que voltar. Não aguento mais
ficar preso naquele subúrbio vivendo sob o mesmo teto que Cory. Ele demonstrou
naquela noite estar voltando a ser o mesmo idiota e eu não o culpo. Eu o traí.
Se Bruce está aqui isso significa que Cory não liga o suficiente pra mim para
vir me buscar.
Por volta da meia noite Bruce estacionou o carro em um posto de gasolina
abandonado e nós tiramos um cochilo. Bruce deixou claro que se eu tentasse
alguma gracinha ele amarraria minhas mãos e eu disse que não faria nada.
Acordamos ás quatro da manhã e seguimos viagem bem mais descansados
especialmente Bruce que parecia detonado. Quando passamos pela cidade Wikieup o
sol começava a dar suas caras e faltavam 2 horas de viagem para chegarmos em
Phoenix. Comecei a me contorcer no banco de trás tentando no banco de trás e
Bruce me olhou pelo espelho. Percebi que ele me olhava e parei de me mexer e
fiquei quieto.
- vou estacionar para esticarmos as pernas – falou Bruce saindo da
rodovia e parando em um Café chamado ‘Isaiah's Place’. Quando sai do carro
Bruce retirou um cigarro da carteira e o acendeu logo em seguida. Eu comecei a
esticar os braços e a girar o corpo respirando fundo e me aproximei de Bruce.
Ele observou enquanto eu me aproximava e não disse nada.
- como você me encontrou? – parei os alongamentos e cruzei os braços –
Bruce pareceu não ligar para minha pergunta e levou o cigarro a boca novamente
desviando o olhar.
- sinto muito pelo o que causei a Alice. Foi por isso que fugi – falei
juntando as mãos – se você vai me tratar dessa forma… se todos vão me tratar
dessa forma me dê algum dinheiro e me deixe ir. Por favor.
- foi um cara – falou Bruce olhando para mim – ontem um cara chamado
Wolfe me ligou e disse que tinha te conhecido. Um rapaz meigo e confuso rapaz
fazendo uma loucura. Fugindo – Bruce lambeu os lábios e respirou fundo – ele
disse que você planejada ir para o Canadá, mas antes ia fazer uma parada na
Área 51. Será a última chance de te encontrar.
- como ele descobriu seu número?
- ele colocou no Google – falou Bruce levando o cigarro á boca – Bruce
Ferrari + Mecânico. Não foi tão difícil – falou ele fazendo o mesmo no celular
e me mostrando.
- e porque você veio atrás de mim se me odeia?
- eu não te odeio – falou Bruce tirando o cigarro da boca e olhando para
mim – estava com muita raiva de você? Sim e quando descobri que você tinha
fugido eu não me importei. No fundo achei que você estava só fazendo drama. Que
logo voltaria. Os dias se passaram, as semanas…
e eu comece a me preocupar com você. Na verdade se tornou impossível ter
uma boa noite de sono. Desde o incidente com as cobras eu tenho dormido em casa
com Daisy e Alice e quase todas as noites eu estava tendo terrores noturnos –
falou ele dando uma última tragada no cigarro e jogando-o no chão – certa noite
ela foi até meu quarto assustada e disse que eu estava de joelhos no chão
chorando pelo meu filho Devon – Bruce olhou para mim – eu sei que você sabe
sobre Devon.
- sim, Daisy me contou.
- enfim… - falou Bruce respirando fundo – Daisy disse que eu estava de
joelhos no chão chorando e implorando. Ela perguntou o que eu tinha e eu
respondi ‘Estou com saudades de Devon, quero que ele volte para casa’. ‘Ele não
deveria ter fugido! Onde está meu Devon?’. Daisy então me acordou e depois de
me acalmar me contou o que eu tinha dito e como eu parecia perturbado. Desde
esse dia eu percebi que eu tenho saudades do meu filho… - Bruce começou a
chorar colocando a mão no rosto – e se meu filho tivesse tido a chance de
crescer e tivesse surtado e fugido eu teria feito qualquer coisa para
encontra-lo. É o que um pai faz pelo filho, não é? – perguntou ele olhando pra
mim.
- é sim – falei de braços cruzados.
- quando eu recebi a ligação larguei tudo o que estava fazendo e vim
atrás de você.
- então ninguém sabe que você veio me buscar?
- não. ninguém – falou ele lambendo os lábios passando a mão no rosto –
desculpa ter sido tão duro com você…
- não peça desculpas – falei respirando fundo – você agiu certo. Agiu
como um pai. Você foi firme e me fez perceber que foi isso que faltou toda
minha vida. Autoridade.
- okay – falou Bruce respirando fundo.
- vou lá dentro comprar algo para beber e nós podemos continuar, okay?
- tá bom – falou ele de braços cruzados.
- olha Bruce… - falei voltando – sei que não sou seu filho, mas… se
algum dia você quiser conversar com alguém ou sei lá, ir ao jogo de beisebol,
tomar algumas cervejas assistindo ao jogo ou se você só quiser desabafar pode contar
comigo – toquei no ombro dele.
- valeu Kai – falou ele forçando um sorriso para mim – se precisar de
alguém que lhe dê conselhos e que não tenha medo de te dizer o que você não
quer ouvir pode contar comigo – falou ele rindo.
- beleza, combinado – falei entrando no Café e comprando água,
refrigerante e alguns donuts para viagem.
Quando seguimos viagem me sentei no banco da frente e Bruce já não
pareceu tão irritado comigo depois da conversa que tivemos. Parece até que a
viagem passou mais rápido depois que os ânimos estavam melhores. A curiosidade
de como estava em casa bateu quando eu vi a placa de boas vindas a Phoenix duas
horas depois que tínhamos deixado a lanchonete. Respirei fundo antes de
perguntar á Bruce. Mal tínhamos trocados algumas palavras e mesmo que ele
parecesse mais amigável não sabia como ele reagiria as minhas perguntas.
- e então Bruce… como estão as coisas em Moracea Lane nesse mês que
fiquei longe?
- mais ou menos as mesmas – falou ele olhando para a estrada e depois
para mim – pouca coisa mudou. Eu não moro mais com a Daphne. Voltei a morar com
Daisy, mas juro que dessa vez sou apenas um hospede. Pago aluguel e tudo –
falou ele rindo.
- acredito em você – falei rindo – e Cory… você tem visto ele?
- sim, quase todos os dias.
- como ele está? Saindo com outras pessoas? Feliz por que eu fugi?
Aliviado?
- não sei Kai. Você conhece o seu marido melhor do que eu. Cory tem cara
de que ficaria de papo com o amante do seu marido?
- é verdade… - falei rindo sem graça.
- não tenho conversado com ele e quando acontece de sermos convidados
para assistir ao futebol na casa do Paxton ou pra uma noite de Pôquer na casa
do Carter nós mal trocamos duas palavras.
- entendi… - falei respirando fundo – ele deve estar bem. Quando eu fui
embora ele parecia me desprezar. Não queria nem dormir na mesma cama que eu, me
esnobou e ele tinha todo o direito de fazer isso afinal o que eu estava fazendo
com ele era sacanagem.
- entendo como se sente – falou Bruce lambendo os lábios – me deixei
levar pela carne e acabei destruindo o seu relacionamento – falou Bruce se
sentindo mal – o que senti por você foi forte no começo e isso me deixou louco
e acabei deixando os meus valores para trás.
- eu te entendo – falei respirando fundo – acho que quando resolvemos
sair naquele fim de semana estávamos os dois muito carentes.
- exato – falou Bruce olhando para mim – quando você fugiu eu comecei a
me olhar no espelho e não reconhece o homem que ele refletia. Pensei até em
cobrir a tatuagem no meu braço – falou ele se referindo à tatuagem de Jesus –
você não entende como eu levo a sério os meus valores. Até me confessei e o
padre que me recebeu disse que Deus me perdoava pelo meu erro, mas eu também
precisava me perdoar.
- e você se perdoou?
- estou em processo – falou ele rindo.
- você é um cara legal… legal não: maravilhoso Bruce. Vai encontrar um
cara bacana e solteiro que vai virar o seu mundo e o que você vai sentir por
ele irá além da carne. Até porque sexo é bom, mas nesses dias que estive
fugindo eu descobri que o tempero secreto do sexo – aquele que faz com que ele
seja esplêndido – é o amor.
Bruce virou a esquina e eu vi o vento soprando por entre as folhas das
figueiras. Era quarta de manhã e Bruce acenou para os vizinhos que eram sempre
muito simpáticos naquela rua. Era fácil reconhecer quem era de Moracea Lane ou
não. Por exemplo: Flora ficou boquiaberta ao ver o carro de Bruce passar comigo
no banco do carona. Ela mal conseguiu acenar de volta quando eu acenei para
ela. Bruce estacionou na garagem da casa de Daisy e eu sai de mãos limpas já
que não trouxe nenhuma bagagem e pra dizer a verdade essa foi a melhor parte de
ter viajado. Eu espaireci. Conheci pessoas, recebi conselhos, dei conselhos e
deixei toda a bagagem para trás.
- Kai! – falou Daisy me dando um abraço de surpresa – você voltou! –
falou ela olhando para mim e depois para Bruce – mas como? Bruce? Onde você
esteve?
- fui buscar o Kai! – falou ele batendo a porta do carro.
- mas como? – Daisy tinha uma expressão de alegria em seu rosto
- é uma longa história – falou ele cruzando os braços.
- pois é… - falei rindo sem graça – voltei.
- Kai Winchester você está de volta?! – perguntou Flora se aproximando e
me dando um abraço – mal posso acreditar que você voltou meu amigo.
- por favor Flora, não precisa fingir que você gosta de mim… - falei
abraçando ela.
- do que você está falando Kai? – perguntou ela olhando para mim.
- vai me dizer que gosta de mim depois do que fiz a Kappa e com Grace… -
falei rindo sem graça – afinal vocês são amigas a mais tempo do que você e eu
- essa é a parte boa do tempo Kai! – falou Grace atravessando a rua –
ele cura qualquer ferida – Grace ficou próxima a mim, mas não se aproximou o
suficiente.
- oi Grace – falei sem graça.
- olá Kai – falou ela apertando os lábios tentando dar um sorriso – quando
Flora ligou dizendo que tinha te visto eu tive que ver pra acreditar.
- prometo não armar mais nenhuma confusão. Prometo ficar dentro daquela
casa e não sair nunca.
- e nossas noites de pôquer? – perguntou Grace inclinando um pouco a
cabeça – preciso de alguém que apare o meu gramado no sábado quando eu chutar o
traseiro de todos vocês.
- fala sério? – perguntei sem graça.
- claro – falou Grace se aproximando e me dando um abraço – seja bem
vindo de volta Kai.
- obrigado – falei abraçando forte Grace vendo Agnes, Zara e Selma se
aproximando. Assim que Grace deu espaço elas me abraçaram e demonstraram que
não havia rancor e nem ressentimento – obrigado por serem tão legais comigo,
nem sei o que dizer! – falei olhando para todas elas.
- não diga nada! Vamos apenas celebrar! – falou Zara com um sorriso.
- é verdade – falou Selma – seu retorno merece uma celebração.
- concordo. Tenho certeza de que você deve ter muitas histórias para
contar – falou Agnes – podemos fazer algo hoje na minha casa.
- concordo que devemos celebrar, mas deve ser na minha casa – falei
olhando para Agnes – agradeço por se oferecer Agnes. Muito gentil de sua parte,
mas você tem 5 filhos e está sempre disposta a dar festas em sua casa. Me deixe
cuidar disso.
- senti sua falta Kai! – falou Agnes rindo e me abraçando.
- combinado! – falou Flora animada – a celebração será na casa dos
Winchesters.
- avisem a todos – falei respirando fundo – agora eu vou pra casa –
falei olhando em direção ao ela – quer dizer, não sei como vou entrar…
- Cory deixa a chave embaixo do tapete – falou Grace se aproximando de
mim e olhando na mesma direção que eu.
- ele deixa?
- sim. Desde que você se fugiu ele deixa a chave embaixo do tapete de
boas vindas para no caso de você voltar. Ele dizia: ‘quando Kai voltar avisem
que a chave está debaixo do tapete’.
- no começo deu muita pena – falou Selma – ele sempre saia com um
sorriso no rosto e voltava esperançoso de que a porta estaria destrancada, mas
todos os dias ele tinha que pegar a chave embaixo do tapete.
- depois de um tempo ele parou de tentar – falou Daisy – ele nem tentava
abrir a porta e já pegava a chave debaixo do tapete.
- vocês podem me fazer um favor? – perguntei olhando para elas.
- claro! – falou Grace.
- não avisem a ele que voltei – deixem-no trabalhar. Vou preparar a
comida e limpar a casa pra festa – okay? Apareçam por volta das nove. Pode ser?
- como você quiser – falou Zara colocando a mão no meu ombro.
Me despedi de minhas amigas e de Bruce fui para minha casa. Peguei a
chave embaixo do tapete e entrei em casa. Ela estava exatamente como imaginei.
Uma bagunça. Caixas de pizza espalhadas em todo lugar, latas de cerveja em cima
da mesa de centro e tudo empoeirado. Na verdade eu me espantei ao ver meu
piano. Eu o toquei e percebi que estava limpo. Impecável. Tinha inclusive uma
orquídea em cima do piano enfeitando-o. Respirei fundo e comecei a recolher a
bagunça. Torci muito para não encontrar nenhum preservativo ou embalagem de
preservativo. Entenderia se ele tivesse feito afinal nós estávamos separados.
Nas próximas horas limpei toda a sala, a cozinha, lavei as louças, lavei
o banheiro, limpei os dois quartos, juntei a roupa suja de Cory e lavei toda
ela. Abri a janela do quarto de Cory e deixei a luz do sol entrar. Troquei a
roupa de cama, organizei a cômoda, o guarda roupas e deixei o quarto respeitável
novamente. Talvez eu estivesse sendo presunçoso, mas deixei todas as minhas
coisas no quarto de Cory. Talvez ele nem me quisesse lá, mas assim eu o fiz.
Quando terminei de limpar toda a casa e colocar as roupas na lavadora era pouco
mais de duas da tarde. Fui procurar algo na geladeira para comer e depois de
encontrar as sobras de bolo de carne eu vi que atrás dela tinha um bolo de
aniversário. Na verdade tinha apenas um terço de um bolo de aniversário.
Coloquei o bolo de carne para esquentar no micro-ondas e sai de casa
para apurar o que tinha acontecido enquanto estive fora. Bati na porta da casa
de Grace foi Paxton que atendeu.
- Kai? Oi! – falou ele sem graça ao meu ver – como você vai – falou ele
apertando minha mão.
- vou bem Tom – falei respirando fundo.
- vou chamar a Grace…
- não precisa. Só quero te perguntar uma coisa – falei cruzando os
braços – porque tem o resto de um bolo de aniversário na geladeira? Alguém fez
aniversário enquanto estive fora?
- sim. A umas duas semanas Cory completou 50. O pessoal viu como ele
estava mal por você ter fugido e decidiu dar uma festa surpresa para animá-lo.
Zara fez o bolo, Ed, Carter e eu compramos as bebidas, as outras meninas
organizaram a decoração e quando percebemos a festa estava pronta.
- porque ele guardou um pedaço por duas semanas?
- Bom – falou tom rindo sem graça – Durante o discurso de agradecimento
pela festa ele estava um pouco bêbado e disse o quanto você gostaria do bolo, e
o quanto você ficaria irritado pela bagunça, mas sorriria o tempo inteiro mesmo
assim. Disse também que agradecia a todos pelos presentes caros que tinha
ganhado, mas a única coisa que ele realmente queria de presente era ouvir você
tocando ‘She's a Rainbow’ dos Rollings
Stones ao piano para ele poder acompanhar com a guitarra que ganhou de Wes.
- ele disse isso?
- sim. Depois ele começou a chorar dizendo o quanto amava todo mundo. Os
rapazes e eu o carregamos para o quarto e ele desmaiou na cama – abaixei a
cabeça depois de ouvir a história de Tom me sentindo mal.
- Cory toca guitarra? – perguntei surpreso.
- sim. Ele disse que queria te fazer uma surpresa. Tinha planejado isso
para o aniversário de 50 anos. Ele pediria pra você começar a tocar a música no
piano e ele começaria a tocar a guitarra te acompanhando.
- eu não sabia disso.
- você fez muita falta a todos nós Kai, mas principalmente a ele.
- e todo esse tempo eu pensei que ele estaria feliz por eu ter partido,
começando a vida com outra pessoa, namorando a Cordelia…
- eu me considero sortudo por ter um amigo como Cory – falou Tom
franzindo a testa – ele fez algo que eu nunca imaginei que faria que foi me
perdoar. Ele nos perdoou pelo o que fizemos.
- ele é um homem bom. Melhor do que eu – falei rindo sem graça – preciso
ir.
- fiquei sabendo que terá uma festa de boas vindas a você. Uma pena que
não vou poder ir, pois hoje trabalharei no turno da noite.
- não se preocupe. Faço questão de guardar um pouco de cada coisa que
fizermos pra você.
- obrigado – falou Tom apertando os lábios – bem vindo de volta.
- obrigado Tom.
Ao voltar para Casa peguei a forma do bolo e coloquei no balcão. Peguei
uma colher e coloquei um pedaço na boca. Era uma delicia. Um bolo de morango.
Depois da colherada joguei o restante no lixo e fui até o armário e peguei os
ingredientes. Farinha, leite, os ovos e tudo o que precisava. Morango não era o
sabor favorito de Cory e eu sabia exatamente qual era. Só se comemora 50 anos
uma vez na vida e ele precisa comer do seu bolo favorito: Cappuccino. Bolo branco, recheado de mousse de cappuccino e trufado de chocolate com
gotas de chocolate meio amargo, ao leito e cerejas.
Tirei o bolo de carne do micro-ondas e o devorei enquanto fazia o bolo.
Zara tinha habilidades na cozinha, mas ela não conseguia me superar quando se
tratava de sobremesas. Meus Cupcakes de agradecimento foram comentados durante
semanas e sempre que íamos a uma festa me cobravam esse cupcakes, mas eu nunca
os fazia. Você já viu uma cópia da Mona Lisa? Eu também não. Depois de voltar
do mercado com as cervejas eu o finalizei decorando-o com elas. Coloquei o bolo
no fundo da geladeira dentro da boleira para que ninguém o visse. Especialmente
Cory. Aquele bolo era só para ele e mais ninguém. Era para depois que a festa
acabasse e todos fossem embora. Fiz duas formas de Cheesecake Japonesa e Crème Brûlée
de sobremesa para aquela noite. Como tira gosto fiz uma mesa de frios e como
prato principal: Pato assado com laranja à la bigarade. Na verdade deu muito
trabalho preparar Patos para tantos convidados, mas acho que a ocasião valia a
pena.
Coloquei os quatro Patos para assarem ao mesmo tempo. Eles levariam
cerca de uma hora e meia para ficarem prontos e nesse meio tempo eu poderia
tomar meu banho e os convidados já teriam chegado. Liguei o forno e coloquei o
timer para correr o tempo. Respirei fundo e me servi com mais uma taça de Soda.
Depois de todo o trabalho eu merecia pelo menos uns trinta minutos debaixo do
chuveiro. Tomei toda a taça e a deixei em cima da pia e ouvi passos de aproximando
da casa. Meu coração bateu forte. Fiquei sem reação. A última vez que entrei em
casa tinha colocado a chave debaixo do tapete e entrado pela porta da cozinha.
Queria fazer uma surpresa a Cory, mas agora que estava acontecendo vi o quanto
a ideia foi idiota. Ouvi a chave ser colocada na porta e ela girando. Dei a
volta no balcão e juntei as mãos nervoso sem saber o que faria ou diria. Não
sabia qual seria a reação. A porta se abriu e eu o vi. Cory parecia abatido com
o terno pendurado no ombro. Ao fechar a porta percebi em sua expressão que ele
notou algo de diferente ao acender a luz da sala e perceber que a da cozinha
estava acesa. Ele me encarou por alguns segundos e jogou o terno em cima do
sofá
- Kai?! – perguntou ele com a voz rouca colocando as chaves no criado
mudo.
- olá – falei dando uma risadinha sem graça – eu voltei – Cory não disse
nada e veio em disparada na minha direção. Me assustei imaginando que ele me
agarraria pelo pescoço e m e jogaria para fora da casa, mas ao chegar perto o
suficiente ele passou o braço por mim e me abraçou forte. Muito forte – Cory
começou a chorar enquanto eu tentava me equilibrar já que ele tinha meio que
jogado seu corpo em coma do meu. Me escorei no balcão atrás de mim e o abracei
com força o consolando – o que está fazendo Cory?
- você voltou… - falou ele olhando para mim com os olhos molhados –
promete que não vai mais embora! Me promete Kai!
- prometo Cory – falei limpando o rosto dele – para de chorar.
- não paro – falou ele deitando a cabeça em meu ombro deixando ela
deitada por um bom tempo. Cory suspirava abraçado a mim e por uns dez ou vinte
minutos foi tudo o que nós fizemos. Ficamos ali abraçados. Na verdade Cory me
abraçou e eu fiquei ali o consolando. Acariciando seus cabelos, fazendo carinho
em seu rosto. Me sentia o cara mais sortudo do mundo. Por fora eu tinha uma
expressão séria e me sentia mal por ter feito ele sofrer tanto, mas por outro
lado – por dentro – eu tinha um sorriso que ia de orelha a orelha. O cara paga
o maior pau pra mim. Sofreu o mês inteiro e está chorando em meus braços. O
cara que me fez sofrer quando nos conhecemos não consegue ficar mais longe de
mim.
- está se sentindo melhor?
- estou – falou ele respirando fundo enquanto eu apertava sua boca
fazendo lábios de peixes. Cory levantou o corpo e segurou meu rosto entre suas
mãos. Ele virou meu rosto para todos os lados me analisando – é você mesmo? –
perguntou ele respirando em meu rosto.
- sou eu sim – falei tocando seu peito e subindo as mãos até seus ombros
– me perdoa por tudo o que eu te fiz? – apertei os lábios e abaixei a cabeça
deixando-os tremer enquanto as lágrimas caiam.
- esquece! – falou ele me abraçando me fazendo afundar o rosto em seu
peito – esquece meu amor – Cory deu um beijo em meu rosto.
- eu preciso ouvir você dizer…
- tudo bem, eu te perdoo Kai. Claro que perdoo. Okay? – Cory levantou
meu rosto e passou os polegares limpando minhas bochechas e nós demos um
selinho com o sabor de nossas lágrimas – é passado – falou ele dando outro
selinho e dessa vez senti sua língua.
- okay – falei respirando fundo aliviado. Era como algo que estava
apertando o meu peito tivesse tido tirado.
- que cheiro é esse? – perguntou Cory lambendo os lábios e colocando o
maço de cigarros e o isqueiro em cima do balcão junto com a carteira.
- São Patos assando. A vizinhança quer comemorar a minha volta e eu
ofereci o jantar na nossa casa.
- está certo – falou ele dando o primeiro sorriso desde que me viu – é
um ótimo motivo pra comemorar – Cory respirou fundo e foi até a geladeira e pegou
uma cerveja. Ele a abriu e tomou um gole – porque você decidiu voltar? –
perguntou Cory de frente para mim.
- eu não decidi – falei tirando um cigarro da carteira e colocando na
boca de Cory – Bruce foi me buscar. Acendi usando o isqueiro e ele tragou com
um olhar enigmático. Ele tirou o cigarro da boca e assoprou a fumaça.
- Bruce? – perguntou ele tomando outro gole – como ele sabia onde você
estava?
- eu conheci um cara e eu meio que desabafei com ele. Eu disso o nome
Bruce Ferrari e disse que ele era mecânico. Só não imaginei que se você
colocasse Bruce Ferrari Mecânico no Google as redes sociais dele apareceriam.
Enfim… Quando Bruce ficou sabendo onde eu estava decidiu ir atrás de mim e me
trazer de volta, mas não se preocupe. A nossa relação sexual acabou. A química
acabou. Não existe mais nada entre nós – falei me aproximando de Cory e
beijando a boca dele – só tenho olhos pra você Cory. Só pensei em você o tempo
todo. Na falta que você me fazia.
- Ainda não acredito que você voltou – falou ele passando a língua de
leve em meus lábios e me deixando conduzir o beijo. O puxei pela gravata e o
abracei chupando sua língua. Acariciei sue bum bum duro e enorme na calça
social enquanto nossas bocas se deliciavam. Cory não podia me abraçar já que
suas mãos estavam ocupadas, mas ele me compensou me dando um beijo molhado ao
qual ele finalizou beijando meu rosto e meu pescoço.
- você quer saber o que eu fiz enquanto estive fora? – perguntei tirando
a gravata dele. Estava apertada.
- não! – falou ele levando o cigarro a boca – não me importa. Seja lá o
que você tenha feito ou o que você tenha passado com certeza te ensinou alguma
coisa. Te serviu de lição. Experiência.
- sim. muito – falei pegando a cerveja de Cory e tomando um gole – eu só
me sinto mal por ter feito você sofrer tanto. As vizinhas me contaram sobre a
festa de aniversário que fizeram pra você.
- filhas da puta – falou Cory com raiva – eu disse que quando você
voltasse não era pra comentar nada.
- sinto muito não poder estar aqui.
- não importa Kai. Eu ficaria esperando você para sempre e você sabe
disso. Se eu saísse do programa de proteção as testemunhas eu voltaria até
aqui, compraria uma casa nessa mesa rua porque se um dia você resolvesse voltar
saberia onde me encontrar.
- você me ama? – perguntei acariciando os pelos que apareciam por cima
da camisa nos primeiros botões.
- sim – Cory pegou minha mão e levou até seu peito me fazendo sentir sue
coração – o coração desse ursão bate por você. Você não entendeu ainda que eu pertenço
a você?
- que merda – falei rindo.
- o que foi? – perguntou ele rindo.
- é que eu acho que também te amo e esse sentimento é tão estranho –
falei colocando a mão no rosto com vergonha – ninguém nunca me amou na minha
vida. Nem meus pais. Como eu posso ter certeza se o que eu sinto por você é
amor?
- Espera ai… - falou Cory – Kai Winchester acabou de dizer que me ama? –
Cory riu de mim.
- sim, eu disse. Algum problema? – perguntei rindo para ele.
- não. só quero que você repita pra eu ter certeza – Cory apagou o
cigarro no cinzeiro e se aproximou de mim.
- eu… - dei um selinho em Cory – te… amo… seu bobo – Cory deu um sorriso
e deu um beijo na minha boca mantendo seus lábios grudados aos meus.
- que horas os convidados vão começar a chegar? – perguntou Cory.
- as nove – falei respirando fundo.
- faltam apenas 30 minutos – falou Cory olhando par o relógio de pulso.
O tempo está apertado. Acho que para pouparmos tempo deveríamos tomar banho
juntos. O que você acha?
- adorei a ideia.
Cory me puxou da cozinha segurando em minha mão e nós subimos as escadas
de mãos dadas. Poucas palavras foram ditas a partir dali. Nós tiramos nos
roupas no quarto com exceção de nossas cuecas. Quando chegamos ao banheiro Cory
foi o primeiro a se despir e ir para debaixo do chuveiro. Ele começou a esfregar
o sabonete em seu corpo e eu escovei meus dentes. Tirei minha roupa e me juntei
a Cory. Quando entrei no banheiro ele me colocou de costas e começou a me
ensaboar. Começou a me contar algumas coisas engraças que tinham acontecido
quanto estive fora e eu dei risada enquanto ele me lavava. Tinha esquecido como
ele era engraçado.
Me virei e ensaboei as costas e Cory e usei a esponja para esfregar seu corpo.
Cory se virou e eu lavei seu peito e sua barriga e eu lavei seu pau e seu saco.
Ele estava começando a endurecer em minha mão e eu me abaixei puxando o coro e
chupando apenas a cabeça. Cory aproveitou que eu estava inclinado e ensaboou
minhas costas e minha bunda circulando meu ânus. Quando me levantei Cory me
puxou junto dele e beijou minha boca. Acariciei seu pau a todo momento
deixando-o duro em minha mão. Pulsante aquele pedaço de carne me fez lembrar o
único homem que me fazia sentir tanta gozar e tanto prazer ao mesmo tempo. Me
virei de costas e Cory me fez apoiar no box de vidro. Ele se abaixou e abriu
minhas nádegas com as mãos e chupou meu cuzinho me fazendo rebolar em sua boca
enquanto ele me sugava e fazia meu pau babar faminto.
Cory se levantou e bateu o pau nas minhas duas nádegas mostrando o
caralho duro que entraria em mim. Me virei um pouco para trás e leve ia mão até
o peito forte dele e o apertei enquanto ele se posicionava e começava a
penetrar com força. Desci a mão até a barriga enquanto Cory rasgava minhas
pregas. Cory segurou em minha nuca e com a outra mão segurou na minha cintura
enquanto bombava e metia o caralho até o talo dentro de mim. Eu gemia alto
fazendo o box balançar com a força das estocadas que Cory dava em mim. Adorava
acariciar seu peito e sua barriga enquanto ele metia em mim, mas tive que levar
minha mão até meu pau e socar uma punheta porque não estava me aguentando de
tesão. Meu rabo queimava sentindo a pressão do cacete de Cory e eu apertei a
mão no meu pau sentindo minha porra queimar enquanto melava o vidro do box.
- haaaaa! – apertei o pau tirando gata gota do meu esperma e eu senti
Cory segurar minha cintura com as duas mãos e meter com força fazendo o som dos
nossos quadris se chocando ecoar enquanto o suor se misturava aos sabonete em
nossos corpos. Sem aviso Cory tirou o pau de mim e os dois primeiros jatos de
porra foram nas minhas costas, ele voltou a enfiar o pau em mim e terminou de
gozar me comendo, mas dessa vez metendo bem fundo.
- isso porra! – exclamou Cory me fazendo levantar o corpo enquanto ele
deixava o restante de seu esperma derramar dentro de mim. Cory virou meu rosto
e deu um selinho na minha boca. Em seguida ele jogou água no box para limpar
meu esperma.
- eu te amo – falei sentindo Cory me encher de selinhos.
- também te amo – falou ele rindo e puxando meu lábio inferior – você
quer se casar comigo?
- o que? – falei me virando – já somos casados.
- eu digo… depois disso tudo. Quando nossas vidas se resolverem e não
estivermos mais sob a tutela do FBI. Você aceita se casar comigo de verdade?
- aceito sim – falei passando o braço pelo pescoço de Cory e dando um
beijo em seus lábios. Cory deu um sorriso e continuou a me beijar. Ele estava
feliz por eu estar de volta. Assim como eu.
Espero que tenham gostado desse capítulo, não esqueçam de deixar a opinião nos comentários (que me motiva a continuar com mais frequência) e não esqueça também de deixar o seu voto que é muito importante. Compartilhe com seus amigos que gostam de ler sobre a temática. Um grande abraço a todos e até o próximo capítulo.
Logo abaixo tem o link para comprar as minhas obras na Amazon. Tem também o link do convite para fazerem parte do meu grupo do Whatsapp. Espero que tenham gostado desse capítulo e até o próximo. Um abraço.
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Minhas Obras
- Amor Estranho Amor
- Bons Sonhos
- Bruto Irresistível
- Crônicas de Perpetua: Homem Proibido — Livro Um
- Crônicas de Perpetua: Playground do Diabo — Livro Dois
- Cruel Sedutor: Volume Um
- Daddy's Game
- Deus Americano
- Fodido Pela Lei!
- Garoto de Programa
- Paixão Secreta: 1ª Temporada
- Paixão Secreta: 2ª Temporada
- Paixão Secreta: 3ª Temporada
- Paixão Secreta: 4ª Temporada
- Paixão Secreta: 5ª Temporada
- Paixão Secreta: 6ª Temporada
- Paixão Secreta: 7ª Temporada
- Príncipe Impossível: Parte Dois
- Príncipe Impossível: Parte Um
- Sedutor Maldito: Volume Dois
- Verão Em Vermont
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Adorei esse reencontro de todos, principalmente deles dois. Só não entendi uma coisa, por quais motivos Wolfe ligaria pra Bruce ir atrás de Kai? Claro que ele se importe com Kai, mas msm assim, será se ele se encontrou com Logan e os dois resolveram as coisas e assim Wolfe decidiu ajudar Kai pelo o que fez por ele? Mistério haha
ResponderExcluirMisterios que serão solucionados no Volume 2 de Amor Estranho Amor hehehehehehe Abração
Excluireu decidi oficialmente: sou TEAMCORY até o fim!!!!!!!
ResponderExcluiras pequenas coisas que ele faz são incriveis. ♥
ele é MARAVILHOSO ♥
Valeu Charlie <3
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