C
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DEZESSETE VELAS
ory e eu
estávamos nos vestindo para receber os convidados. Na verdade Cory ficou pronto
primeiro que eu. Ele vestiu uma calça jeans, um par de tênis, uma camisa na cor
vermelho fosco com a gola aberta deixando os pelos do peitoral a mostra, passou
perfume e estava penteando seus cabelos em frente ao espelho. Eu ainda estava
calçando meus mocassins sem camisa sentado na cama. Minha bunda doía pelo sexo
que tínhamos feito no banheiro. Cory viu como eu tentava disfarçar a dor sorriu
par mim e eu sorri de volta. Nós dois estávamos com um sorriso de orelha a
orelha desde que saímos daquele banheiro e não podíamos olhar um par o outro
que começávamos a dar risada. Parecíamos dois bobos apaixonados.
- para de ficar me olhando desse jeito – falei terminando de calçar os
mocassins.
- que foi? – perguntou ele rindo
e colocando o pente em cima da penteadeira e olhando para mim – não estou
dizendo nada.
- não precisa dizer – falei me levantando da cama – au! – falei levando
a mão para trás – esse seu olhar convencido já diz tudo.
- eu não tenho olhar nenhum – falou Cory indo até o guarda roupa e
escolhendo uma camisa para mim.
- por favor, Cory. Você está adorando o fato de eu estar dolorido –
falei agradecendo a camisa que ele pegou e eu a vesti.
- só um pouquinho – falou ele rindo e me dando um selinho quando passei
a cabeça pela gola da camisa – você também não pode negar que está gostando de
estar dolorido. Especialmente quando sentiu toda aquela porra escorrer de
dentro de você – falou ele me ajudando a vestir a camisa e beijando minha boca.
- fiquei sim – falei sentindo o cheiro do perfume dele enquanto o
abraçava e dava outro beijo em sua boca – quem não ficaria feliz em saber que
seu homem te esperou por todo esse tempo? Quer dizer… estávamos separados. Você
poderia ter saído e conhecido outras pessoas nesse meio tempo.
- eu sei – falou ele respirando fundo – mas eu não quero conhecer
ninguém, okay? Você é a última pessoa que eu vou conhecer. Pelo menos quando se
trata de alguém que eu pretendo levar pra cama – falou ele rindo. Nós ouvimos a
campainha tocar e batidas na porta.
- os convidados chegaram.
- termine de se arrumar, eu os recebo – falou Cory me dando um último
selinho antes de sair do quarto.
Quando Cory saiu do quarto fui até o guarda roupas e peguei a guitarra
que ele tinha ganho de aniversário de Wes. Era uma Fender prateada com preto.
Era linda. Eu a tirei da capa que a envolvia e a virei de todos os lados e
então a coloquei deitada na cama. Eu daria a Cory o presente que ele queria.
Ele merecia. Depois de pentear os cabelos e me perfumar. Sai do quarto e ouvi o
som dos vizinhos conversando e socializando. Quando cheguei ao todo das escadas
e comecei a descer vi Meadow com uma taça de champanhe ao lado de Brock que
estava com uma lata de cerveja. Os dois conversavam com Denis e Zara. Apertei o
corrimão com raiva e eu vi Cory subindo as escadas rapidamente me impedindo de
continuar.
- o que eles estão fazendo aqui?
- relaxa Kai – falou Cory me fazendo sentir sua respiração em meu rosto.
- o que eles estão fazendo aqui Cory? Como eles tem coragem de aparecer
depois do que fizeram?
- esqueça isso Kai. Por favor – falou Cory olhando para mim. Nossos
olhares se fizeram por alguns segundos e foi então que eu percebi.
- você não acredita em mim – falei soltando um sorriso irônico – você
não acredita em mim, nunca acreditou – em um passo para trás e Cory segurou
forte em meu braço.
- eu acredito Kai. Acredito de verdade. É por isso mesmo que quero mantê-los
por perto.
- você está falando sério ou só está tentando me agradar?
- Sou um detetive Kai, não se esqueça que trabalho com isso. Sei mais do
que ninguém que você deve manter os amigos por perto, os inimigos mais ainda.
Só não se estresse com isso. Seja apenas um bom vizinho. Se eles cometerem um
deslize eu vou descobrir. Okay?
- okay – dei um selinho na boca de Cory e desci as escadas recebendo
aplausos e assovios de todo mundo.
- olá pessoal! – falei descendo as escadas e agradecendo a recepção de
todos. Os vizinhos do inferno estavam aplaudindo com aquele olhar dócil como se
estivessem em uma ópera e ela tivesse terminado.
- é bom ter voltado Kai! – falou Wes colocando a mão em meu ombro.
- obrigado Wes – falei me aproximando de Brock e Meadow.
- olá Kai é bom você estar de volta – falou Meadow com um sorriso.
- por favor, não precisam fazer isso – falei rindo sem graça.
- Meadow e eu estamos muito arrependidos do que fizemos Kai – falou
Brock apertando os lábios.
- é verdade – falou Meadow segurando na mão de seu marido – nos
arrependemos profundamente da pegadinha que fizemos com você.
- pegadinha? três estudantes foram picadas por suas monstruosidades
rastejantes e eu poderia ter ido para a cadeia. Vocês colocaram uma cobra na
minha privada.
- ideia do Brock – falou Meadow dando gargalhada – uma vez ele fez o
mesmo comigo e eu quase tive um infarto.
- para de rir Meadow – falou Brock respirando fundo – eu sei Kai, nós
passamos do limite. Meadow e eu tentamos nos aproximar de vocês da forma errada
e nós sentimos muito – Brock franzindo a testa triste e tomando um gole de sua
cerveja.
- entenda Kai, Brock ficou tão magoado pelo o que aconteceu que nós
conversamos e decidimos ligar para o serpentário aqui de Phoenix e doamos todas
a nossa coleção.
- você fez isso mesmo? – perguntei surpreso, mas não surpreso.
- sim – falou Brock respirando fundo – era o certo a se fazer.
- nós só ficamos com um casal – falou Meadow – um casal de mambas negras
– falou ela colocando a mão no coração fazendo uma carinha fofa – nós as
batizamos de Meddy e Brocky.
- elas são lindas – falou Brock me dando um empurrão de leve – deveria
ir lá em casa qualquer dia desses para vê-las.
- aposto que sim – falei forçando um sorriso que me fez usar as minhas
maiores habilidades de atuação – fico feliz de estar de volta.
- posso te dar um abraço? – perguntou Meadow.
- eu não sei… - falei sem graça.
- você deveria Kai – falou Brock – é bom pra alma. Você não vai sentir
que perdoou até dar um abraço e se sentir querido.
- okay – falei abraçando Meadow e depois dando um abraço em Brock.
- olha só! – falou Cory se aproximando com uma cerveja na mão – é bom
ver que vocês fizeram as pazes.
- sim, é melhor perdoar – falei olhando para Cory. Nesse momento a
campainha tocou novamente e eu aproveitei a deixa para sair de perto daqueles
dois malucos – eu atendo! – falei indo até a porta. Ao abrir vi que era Bruce,
Alice, Cordelia e o Agente Pedro Ballard.
- oi pessoal! - falei apertando a
mão do agente Pedro Ballard que me deu um abraço e ao fazer isso passou a mão
na minha bunda.
- é o seu novo celular! – falou ele me apertando com força – você me fez
de idiota e quase custou meu emprego. Se você sair da linha, mesmo que seja só
um pouquinho eu retiro o Cory do programa de proteções à testemunha e o mando
para outro país – Pedro me soltou e colocou a mão em meu ombro e sorriu. Ele
sabia que não adiantava me ameaçar, mas ameaçar afastar Cory de mim deu certo –
é bom estar de volta rapaz! – falou Pedro me fazendo cafuné – vê se não fuja de
novo!
Cory se aproximou e cumprimentou Pedro enquanto eu fiquei com Bruce,
Alice e Cordelia á minha frente.
- boa noite Bruce – falei apertando a mão dele – como você está… - Alice
passou por mim me empurrando e Bruce parecei incomodado, mas não pôde fazer
nada.
- me perdoe Kai, mas ela está magoada pelo o que aconteceu – falou Bruce
sem graça.
- ela tem todo o direito – falei olhando para Cordelia.
- eu não – falou ela sorrindo e dando um pulo agarrou no meu pescoço e
me de um forte abraço – é bom estar de volta Kai! – falou ela olhando para mim
com um sorriso. Ela apertou a mão de Cory que a cumprimentou com um beijo no
rosto.
- eu só sim trazer a Alice – falou Bruce sem graça – quando acabar ela
deve voltar com a Daisy – Antes que Bruce terminasse sua frase. Cory estendeu a
mão e Bruce mudou a expressão sem saber o que fazer, mas ele apertou a mão de
Cory que o puxou e o abraçou forte.
- obrigado por trazê-lo de volta cara – falou Cory estapeando as costas
de Bruce que correspondeu ao abraço dele.
- não foi nada cara. Você faria o mesmo por mim se fosse minha filha –
falou Bruce sorrindo.
- entra cara! Vamos tomar algumas cervejas. Kai fez o jantar.
- okay, já que está me convidando – falou Bruce entrando e então os dois
caminharam em direção á cozinha se enturmando com os outros caras que
ofereceram a Bruce uma cerveja. Eu já estava fechando a porta quando vi um
carro estacionando em frente a casa. Um Ranger Rover preto. De lá de dentro eu
vi sair Randy com uma garrafa de vinho na mão. Eu o esperei com a porta aberta
e ele sorriu para mim de longe.
- boa noite Randy! Seja bem vindo! – falei apertando a mão dele.
- Kai! – falou ele dando um beijo no meu rosto – você voltou mesmo –
falou ele me entregando a garrafa de vinho – trouxe pra você. É de uma das
melhores safras da França.
- obrigado Randy – falei lendo o nome.
- mas não abra hoje! – falou Randy com um sorriso – deixe para um dia
especial entre você e Cory apenas. Esse vinho é para os românticos.
- valeu – falei dando um beijo no rosto dele e abraçando-o agradecendo
pelo vinho. Randy me abraçou forte e até tocou minha bunda quando me soltou e
fechava a porta. Quando senti sua respiração em meu rosto percebi que ele tinha
tomado algumas cervejas.
- amor, olha só o que Randy nos trouxe! – falei mostrando a garrafa de
vinho da Loudenne Le Chateau. Cada garrafa deve custar uns 980 dólares.
- poxa, obrigado Randy – falou Cory abraçando Randy – obrigado por ter
vindo.
- quando eu soube que Kai tinha voltado, eu tive que aparecer – falou
Randy rindo.
- Cory, já contou a Kai as novidades? – gritou Ed lá de fora acompanhado
de Tom, Carter, Selma, Flora e Agnes.
- novidades? – perguntei curioso deixando a garrafa de vinha em cima do
balcão enquanto Cory me puxava lá pra fora. Randy nos seguiu.
- amor, eu estava conversando com Ed e ele te ofereceu um emprego –
falou Cory com um sorriso.
- ofereceu? – perguntei confuso.
- sim – falou Ed animado – o que acha de trabalhar na minha Casa de
Burlesco ‘Scorpio Peppermint’?
- o que? – perguntou Agnes surpresa – Kai trabalhando na casa de vadias?
- pare com isso Agnes – falou Ed tomando um gole de sua cerveja – você
vai ter que superar isso amor.
- eu não sei… - falei respirando fundo.
- por favor amor – falou Cory parecendo animado – eu já comentei com
você que a delegacia onde trabalho fica do outro lado da rua e que eu e os
rapazes passamos lá toda as sextas?
- sério? É lá que você fica antes de voltar pra casa bêbado as duas da
manhã? – falei cruzando os braços.
- eu ouvi isso! – falou Grace rindo correndo de onde estava e dando um
soco no braço de Tom que colocou a mão reclamando – você vai à casa das vadias
Paxton Strain?
Zara pareceu não se importar que o marido fosse até porque no fundo ela
não se importava. Acho que ela até gostava e torcia para que o marido tivesse
um caso por lá.
- você precisa trabalhar lá Kai! – falou Agnes segurando meu rosto entre
suas mãos. É uma ótima ideia! Nunca confiei em ninguém de lá e eu finalmente
posso ter alguém que vigie o Ed de dentro.
- viu só? – falou Ed abraçando a esposa – todo mundo está de acordo.
- o que eu vou fazer lá? Vou ter que dançar ou alguma coisa parecida? –
perguntei com vergonha.
- claro que não – falou ele rindo.
- como se eu fosse deixar você se exibir seminu pra um monte de marmanjo
– falou Cory rindo e dando um beijo no meu rosto.
- você vai trabalhar atendendo as mesas, recebendo o pessoal e os
deixando a vontade. A única coisa teatral que você precisará é o uniforme. Você
vai usar um terno masculino como os usados em Charleston nos anos 20. Com
suspensório e tudo – falou ele sorrindo – e você precisa passar lápis preto nos
olhos para destaca-los. Apenas um contorno. É obrigatório para todos os funcionários.
- depois eu te ensino – falou Agnes sorrindo – nós aceitamos! – falou
ela levantando os braços animada.
- acho que acabo de aceitar – falei rindo e apertando a mão de Ed –
quando eu começo?
- na quinta. Você vai trabalhar de Quarta a Domingo das dezenove ás três
da manhã com direito a um domingo e a um sábado de folga por mês. Combinado?
- combinado chefe.
- não se preocupe – falou Cory passando o braço por trás de mim e me
puxando ele deu um beijo em minha testa – eu te busco todos os dias.
- não precisa Cory. Eu pego um Uber. Você não vai se levantar de
madrugada todos os dias pra me buscar.
- vou sim – falou ele tomando um gole de sua cerveja.
- um brinde ao novo emprego do Kai! – falou Randy com um sorriso
levantando a sua cerveja e passando o braço pelos meus ombros ele me puxou
junto a ele e todos brindaram a mim. Randy parecia bem animado e eu fiquei um
pouco sem graça com aquilo, mas como Cory parecia não se importar eu
simplesmente brindei como todos.
Todos pareceram gostar do jantar. Percebi que muitos repetiram o prato.
Especialmente aqueles sempre diziam não poderem comer muito pois estavam de
dieta tentando manter o peso. Todos ficaram divididos durante a sobremesa. Não
sabiam dizer qual delas tinha ficado mais saborosa: a Cheesecake Japonesa ou o
Crème Brûlée. Para mim foi um enorme elogio. Cory fez questão de comer um dos
dois. Ele disse que sentiu muita falta da minha comida. O tempo que estive fora
ele disse só ter comido o que os vizinhos faziam e na maioria das vezes lixo
industrial e junk food.
- fico feliz que tenha gostado amor – falei dando um selinho na boca
dele sentindo em seus lábios o sabor do Crème Brûlée.
- você não vai comer? – perguntou Cory.
- agora não. talvez mais tarde – falei acariciando seus cabelos e
olhando para Randy eu abracei Cory. Ele precisava parar com as brincadeiras.
Estava indo longe demais.
- come só um pedaço – falou Cory tirando um pedaço do seu Crème Brûlée e
trazendo até minha boca – não está gostoso?
- está mesmo – falei rindo e todos riram comigo – eu sou ótimo na
cozinha. Fazer o que?
- está mesmo – falou Randy lambendo os lábios e sorrindo para mim – você
é um cozinheiro de mão cheia.
- obrigado Randy – falei apertando os lábios e dando um beijo na cabeça
de Cory sentindo o cheiro de seu shampoo.
- estava tudo maravilhoso Kai! – falou Wes vindo da cozinha olhando para
o relógio – infelizmente eu preciso ir.
- o que? Por quê? – perguntou Flora sorrindo – por acaso tem algum
encontro?
- isso não é da sua conta – falou Wes.
- você não pode ir Wes! – falei me levantando – antes eu gostaria de dar
fazer algo por Cory e gostaria que todos vocês estivessem aqui.
- gostaria? – perguntou Cory surpreso colocando o potinho da sobremesa
vazio em cima da mesa de centro.
- deixa que eu levo – falou Randy se levantando e recolhendo o de todos.
- sim – falei respirando fundo – as garotas me disseram que você passou
o seu aniversário deprimido e que a única coisa que você queria era me ver
tocar ‘She’s a Rainbow’ – falei apertando os lábios – então é isso.
- é sério? – perguntou ele se levantando e todos bateram palmas animados
enquanto Cory me beijava – te amo amor, muito – falou ele me enchendo de
beijos.
- a sua guitarra está em cima da cama – falei segurando seu rosto entre
minhas mãos e chupando sua língua. Cory pareceu surpreso – agora é sua vez de
me fazer uma surpresa.
- okay – falou ele me soltando e subindo as escadas correndo enquanto eu
ia para o piano. Me ajeitei ao piano e vi Randy do lado de fora da cozinha
fumando um cigarro. Vi quando Cory desceu as escadas com guitarra e todos pareceram animados.
- é tão fofo! – falou Zara colocando a mão no coração.
- vou gravar pra vocês! – falou Grace pegando o celular.
- nós vamos tocar, mas vocês precisam cantar! – falei batendo palmas –
podemos contar com vocês?
- sim! – gritaram todos.
- okay, vamos começar – falei olhando para Cory.
- você começa – falou ele com um sorriso no rosto lambendo os lábios e colocando
uma palheta na boca enquanto colocava outra na boca. Ele trouxe consigo as
cifras da música e colocou óculos de grau para poder ler.
- preciso da cifra. Não sou tão bom quanto você – falou Cory rindo.
- você usa óculos de grau? – perguntei surpreso.
- sim. para ler – falou ele rindo.
- você fica bonito – falei rindo – leve-o para a cama hoje a noite. Cory
deu risada e então olhou para mim – você começa meu anjo.
- três, dois, um… - comecei a tocar a música e Cory me acompanhou alguns
segundos depois. Todos começaram a cantar em coro da forma que podiam. Fechei
os olhos e respirei fundo feliz por estar em casa. Imaginei em minha cabeça os
violinos que faltavam para completar a sinfonia perfeita para aquela canção.
Meus dedos tocavam rápido e quando abri os olhos eu tinha toda a vizinhança
cantando a música favorita de Cory. Ele sorria para mim e eu nunca tinha o
visto tão feliz em toda a minha vida. Minha vida com ele é curta, mas tinha
sido o suficiente para conhecer o lado sombrio dele. Era bom conhecer o homem
por trás do monstro.
Olhei em direção a cozinha vi Randy parado olhando para mim. Ele não
contava, na verdade ele não estava fazendo nada. Estava lá apenas parado me
encarando com uma expressão estranha em seu rosto. Ele estava com certeza fora
da multidão. Todos pareciam impressionados pela forma que eu fazia amor com o
piano, mas ele parecia apático. Petrificado. Vi o momento em que Randy deu
alguns passos para trás se distanciando dos demais e saiu rapidamente pela
porta dos fundos e foi embora. Franzi a testa achando aquilo estranho, mas não
deixei que uma crítica ruim me abalasse.
- … She's like a rainbow. Coming colors in the
air. Oh, everywhere. She comes in colors! – todos começaram a bater palmas
para enquanto Cory me segurava pela mão me ajudando a levantar e nós nos
curvamos agradecendo a todos.
- obrigado! – falei batendo palmas e olhando para Cory – não seria
possível sem o melhor guitarrista e marido do mundo!
- você está sendo gentil – falou Cory tirando a guitarra e me puxando
ele me deu um beijo – te amo. Adorei o presente. O melhor que eu já ganhei na
minha vida inteira. Nunca vou esquecer – falou ele com um sorriso.
- não foi nada Professor Cory – falei me virando de costas, me apoiando
no piano e empinando a bunda fazendo piada com os óculos dele – eu faço
qualquer coisa para tirar A+ em todas as matérias.
- vai se preparando! – falou Cory dando um tapa dolorido na minha bunda
dando risada – te amo – falou ele me dando um último beijo antes de ir guardar
a guitarra.
Comecei a me despedir dos vizinhos e vi tom perguntando sobre Randy. Ed
comentou que ele tinha saído enquanto eu tocava piano. Ele parecia perturbado
com algo.
- vou ligar para ele mais tarde para saber o que aconteceu. Talvez seja
algo grave – falou Ed se despedindo de Tom e olhando para mim apertando minha
mão – te vejo na quinta Kai Winchester?
- com certeza Ed – falei apertando a mão de Ed e dando um beijo no rosto
de Agnes acompanhando-os até a porta. Eles foram os últimos a saírem. Quando
fechei a porta ouvi os passos rápidos de Cory descendo as escadas.
- todos já foram? – perguntou ele olhando em volta.
- sim, meu amor – me aproximei dele e dei um beijo em seu rosto. Me
afastei, mas Cory me puxou e me abraçou por trás.
- obrigado pelo presente Kai – falou ele me abraçando forte – abraço de
urso.
- você está me deixando sem ar Sr. Urso – falei rindo me sentindo
aliviado quando ele me soltou.
- vamos pra cama? – perguntou Cory fazendo cara de manhoso segurando em
um dos meus dedos tentando me segurar – deixa pra arrumar essa bagunça amanhã.
Vamos fazer amor gostoso, vamos?
- espera – falei ajeitando uma cadeira na mesa – senta aqui. Eu tenho
uma surpresa pra você.
- sério? – perguntou ele animado se sentando.
- sim, mas você precisa fechar os olhos – falei ficando atrás dele e
tirando os óculos eu coloquei no armário da cozinha e fechei os olhos dele e
usei minhas mãos para tapá-los- Vou tirar minhas mãos, mas não vale espiar.
Okay?
- tudo bem. Não vou espiar – falou ele respirando fundo com as mãos
juntas e os dedos entrelaçados apoiados sobre a mesa.
Fui até a geladeira e peguei o bolo que tinha feito a ele e coloquei em
cima do balcão. Peguei as pequenas velinhas de aniversário que tinha comprado e
as coloquei no bolo. Coloquei o bolo em frente ao Cory e fui até o armário e
peguei o isqueiro dele e acendi as velas.
- o que está fazendo? – perguntou ele curioso – isso é um plano para me
matar? Porque eu acho que você seria capaz disso.
- deixa de ser idiota! – falei dando um tapa de leve na cabeça dele –
espera só mais um pouquinho – apaguei todas as luzes da casa e me sentei em
frente a Cory do outro lado da mesa – pode abrir os olhos agora. Cory abriu os
olhos e viu o bolo e as velas acesas que eram as únicas coisas que iluminavam
os nossos rostos – feliz aniversário de 50 anos Cory – falei lambendo os
lábios.
- é pra mim? – perguntou ele deixando escapar um sorriso.
- claro que é. Eu vi o bolo que Zara fez pra você, estava gostoso, mas
não estava a altura do que você merece. Sei que o seu sabor de bolo favorito é
Cappuccino e não se faz 50 anos todos os dias.
- meu amor, obrigado – falou ele sorrindo de orelha a orelha – nem sei o
que dizer.
- não diga nada. Assopre as velas e faça um pedido.
- okay – falou ele fechando os olhos. Ele esperou alguns segundos e
então os abriu e as assoprou deu uma vez.
- meus parabéns! – falei batendo palmas me levantando e acendendo a luz.
Fui até gaveta e peguei a faca e dois pratos.
- você não quer saber o que eu desejei? – perguntou Cory começando a
tirar as velas do bolo. Uma por uma.
- não. Se você me disser ele não vai se realizar – falei cortando um
pedaço e colocando no pratinho.
- foda-se – falou ele tirando outra vela e lambendo a cobertura dela –
eu faço questão de dizer o que eu desejei se você me perguntar.
- okay – falei cortando outro pedaço e colocando no outro prato – o que
você desejou?
- que você seja meu para sempre – falou ele olhando para mim.
- porra Cory – falei respirando fundo – é difícil manter a compostura
perto de você.
- com assim?
- você diz essas coisas e a minha vontade é de jogar o bolo no chão e
dar pra você aqui mesmo – falei entregando o pedaço dele – mas eu vou apenas
sorrir e dizer que eu estou emocionado. Estou chorando – falei sorrindo – não
disse por onde.
- okay – falou ele dando um meio sorriso e comendo um pedaço do bolo –
porra, que delicia Kai – falou ele comendo outro pedaço lambendo os lábios
- está gostoso? – perguntei me sentando.
- maravilhoso – falou ele puxando uma cadeira para junto dele – vai
ficar tão longe de mim? Senta aqui do meu lado bem juntinho de mim.
- tudo bem – falei me sentando ao lado de Cory e ele virou a cadeira
meio que ficando de frente para mim. Provei o meu bolo e percebi que eu mandava
bem pra caralho – está gostoso mesmo.
- você manda muito bem na cozinha Kai – falou Cory cortando outro pedaço
de bolo para ele – sabe, você poderia abrir uma confeitaria ou algo assim.
- não exagera Cory – falei rindo.
- é sério. As pessoas pagariam para comer o que você faz. – falou ele
respirando fundo – você tem um dom.
- tenho nada. Eu tenho é muito tempo de sobra, só isso – falei rindo sem
graça.
- para de se menosprezar Kai – falou ele me fazendo deixar o garfo no
prato – segura minhas mãos – falou ele pegando minhas mãos e olhando-as como se
elas fossem alguma espécie obra de arte.
- o que você está olhando.
- você não entende? – perguntou Cory acariciando minhas mãos – são suas
mãos Kai. Tudo o que você faz com suas mãos se torna divino. O piano… - falou
ele com um meio sorriso – a comida… A magnifica punheta que você bate pra mim –
falou ele respirando fundo de olhos fechados se lembrando e rindo para mim.
- você acha mesmo?
- sim – falou ele beijando as costas das minhas duas mãos.
- obrigado meu amor – falei dando
um beijo em sua boca
- espera! – falou Cory passando o dedo no glacê e sujando meus lábios.
Ele voltou a me beijar e eu o abracei – eu te amo Kai Kai!
- te amo Cory – dei dois selinhos em seus lábios e Cory pegou o garfo e
cortou um pedaço de seu bolo e trouxe até minha boca. Em seguida ele levou um
pedaço até a boca dele. Cory olhou para as velas que tinha tirado do bolo e
percebeu que tinha 23 delas em cima da mesa. Ele passou os dedos contando e
confirmou.
- Kai… porque você colocou 16 velas em cima do bolo? Fico lisonjeado que
queira me fazer sentir mais novo, mas eu cheguei aos 50 e eu cheguei com muito
orgulho. Especialmente sabendo que você adora um cinquentão.
- Não é isso seu bobo. É que quando eu estava no mercado comprando as
velas eu imaginei que colocar 50 em cima do bolo ia deixar ele ridículo então
eu comecei a pensar nas coisas que eu mais senti falta quando estive longe de
você e eu cheguei ao número 16. Eu então decidi colocar uma vela para cada umas
delas e representa-la no bolo.
- e quais são? – perguntou Cory curioso.
- okay – falei pegando a primeira vela – Senti falta do seu sorriso –
falei deixando a vela do outro lado e peguei outra - …do seu beijo molhado, de
dormir acariciando os seus cabelos, da forma que você tenta me irritar… - falei
rindo.
- se eu soubesse te irritaria mais vezes.
- vou destruir essa vela – falei rindo e Cory me puxou me dando um
beijo.
- continua – falou ele segurando minha mão.
- Tudo bem – falei pegando outra – Senti falta dos momentos em que você
usa minha bunda como sorvete – falei rindo e apertando os lábios e Cory deu
risada comigo – senti falta de quando você me abraça tão forte até estralar
minhas costas… senti falta de quando seca minhas lágrimas – falei levando minha
mão até a perna dele – senti falta da sua coxa e da forma que você me deixa sem
ar – falei deslizando a mão pela coxa dele até chegar ao meio das pernas e eu
apertei de leve sentindo seu pau meio bomba. Cory fez uma expressão de dúvida e
eu balancei a cabeça positivamente confirmando que era exatamente o que ele
estava pensando.
- entendi – falou ele rindo – peguei outra vela e deslizei pela mesa
para coloca-la junto com as que já tinha dito – senti falta de usar seu peito
como travesseiro e de fingir que sua barriga é um gatinho de estimação e
acaricia-la até eu dormir – falei enfiando a mão debaixo da camisa dele
sentindo seus pelos em seus dedos – senti falta de como as vezes batemos os
dentes antes de beijar e de como você me da comida na boca.
- te dou muitas coisas na boca – falou ele rindo e me puxando ele lambeu
meus lábios e começou a me beijar.
- me deixa continuar amor – falei pegando outra vela – senti falta de
ver como você fica ciumento por bobagem, acende um cigarro e ficam e olhando
com cara de mal tomando sua cerveja jurando que está me botando medo – falei
rindo.
- mas nós sempre acabamos brigando – falou Cory dando um beijo no meu
rosto
- e fazendo sexo de reconciliação depois – falei rindo – o que nos leva
ao próximo item – falei pegando a vela – senti falta de quando você sussurra sacanagens
em meu ouvido enquanto me come.
- também senti falta – falou ele beijando meus lábios enquanto eu o
abraçava. Cory percebeu que ainda faltava uma vela – falta uma – falou ele
pegando ela.
- essa representa a coisa que eu mais senti falta durante os 30 dias que
fiquei fora – falei pegando a vela da mão dele.
- o que? – perguntou ele.
- de como você me acorda 10 vezes durante a noite só porque estamos
dormindo longe um do outro na cama. Você me faz deitar junto de você, com a
cabeça em seu peito, ouvindo seu coração bater. Foi o que mais senti falta. Pra
dizer a verdade às vezes eu acordava assustado durante a noite e esperava ouvir
sua voz rouca dizendo: ‘Kai, você está longe de mim. Deita aqui comigo’. Em
seguida sentir você me puxando ainda desacordado me fazendo deitar em seu peito
enquanto você puxava o cobertor sobre nós dois, mas isso nunca aconteceu.
- vai acontecer hoje – falou Cory beijando minha boca e em seguida
enchendo todo meu rosto de beijos – hoje e para sempre desde que estejamos
juntos.
- okay, para sempre –
falei sentindo Cory passar a mão em meu rosto limpando minhas lágrimas enquanto
eu passava os polegares no rosto de Cory limpando as dele. Eram lágrimas de
felicidade. Levantei-me e sentei no colo de Cory de frente para ele e comecei a
beijar seus lábios sentindo suas fortes mãos segurarem minhas cintura me
fazendo rebolar em seu colo. Acho que deveria ter comprado outra vela. Esqueci-me
de como senti falta do quão melado Cory me deixa pouco antes de me levar para
cama.
É isso pessoal. Espero que tenham gostado desse capítulo. Um grande abraço a todos e até o próximo! Não esqueçam de deixar a opinião nos comentários e de deixar um voto. Me motiva bastante a escrever mais e mais para vocês :)
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Aaaaain não tem jeito, eles são muito fofos juntos msm! Não confio naquelas 2 cobras. Algo de errado não está certo com o Randy...
ResponderExcluirValeu Dan! Cory é muito fofo.
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