O
|
BALA DE OURO
retorno de Kakau foi a melhor coisa que
poderia acontecer. Foi bom ouvir história da minha antiga universidade e de
como as coisas pareciam não ter mudado nada. Depois que Cory tinha acendido a churrasqueira
e já tinha colocado a carne para assar ele nos convidou a ir para fora para
fazer companhia a ele e Kakau e eu aceitamos. Nos momentos em que Cory não
estava perto nós podíamos conversar mais abertamente. Quando Cory resolvia
sentar ao meu lado e me dar alguns beijinhos eu voltava a ser apenas um
espectador ouvindo sobre as aventuras daquela garota que eu acabara de
conhecer. Cory melhorava a cada dia suas habilidades na cozinha e eu comecei a
ficar surpreso com aquilo. Na verdade eu nem sei se ele não tinha habilidades
ou se ele apenas escondeu para me usar como escravo no começo do nosso
relacionamento conturbado.
- está uma delicia Cory! – falou Kakau pegando um pedaço de carne e
antes de levar a boca ela mergulhou no molho para churrasco caseiro que Cory
tinha feito.
- ela está certa – falei pegando uma coxa de frango e jogando molho em
cima dela com uma colher – está maravilhoso – dei uma grande mordida – mais
gostoso do que KFC.
- Valeu amor – falou Cory convencido com um meio sorriso virando a carne
na churrasqueira.
- é sério Cory, onde estavam essas habilidades quando nos conhecemos?
- ele não era muito de cozinhar? – perguntou Kakau rindo.
- ‘não era muito’? Ele era um folgado. Eu tinha que fazer tudo.
- você me deixa magoado Kai – falou Cory olhando para mim – tá certo que
no começo eu fui um pouco folgado, mas no fundo você gosta de cozinhar para mim
afinal você me fisgou pelo estômago. Afinal um conquistou o outro pela comida.
Eu como o que você faz, eu te como… é assim que funciona – falou ele rindo.
- é verdade – falei rindo envergonhado – eu sempre gostei de fazer o
café da manhã dele e não tinha nada melhor do que ver a cara que ele fazia ao
chegar em casa e ver o jantar quase pronto.
- você parecem mesmo muito apaixonados, sabia?
- nós somos – falou Cory vindo até mim e me dando um selinho – você
guarda um segredo Kakau? – Cory se sentou na cadeira ao lado de mim e me puxou.
- claro – falou ela com um sorriso.
- Kai e eu vamos nos casar de verdade.
- como assim? – perguntou Kakau confusa.
- você não contou a ela Kai? – perguntou Cory confuso olhando para mim –
quando você pretendia contar a ela sobre o nosso casamento?
- Cory… - falei sorrindo para ele.
- quer dizer… eu entendo que você não tenha contado a ela, mas seria
mais ou menos na mesma hora em que você me contaria que vocês dois já se
conhecem? – Cory usou o garfo para apontar para nós dois. Kakau e eu nos
entreolhamos e eu respirei fundo.
- como você sabe?
- ontem a noite não foi a primeira vez que você gritou enquanto dormia
Kai – falou Cory se levantando – você conversa e grita bastante enquanto dorme,
Kai – falou Cory respirando fundo e indo até a churrasqueira – sempre me
perguntei quem seria essa tal de ‘Kakau’ que você sempre chama enquanto dorme.
- porque você não me contou isso? – me levantei.
- não achei que tinha o direito afinal você estava sonhando – Olhei para
Kakau e ela sinalizou com a cabeça para que eu fosse até Cory e assim eu o fiz.
Ele parecia chateado e eu o abracei por trás e fiquei em silêncio por um tempo
e acariciei seu peito.
- me perdoa amor.
- você mentiu pra mim, Kai. Você disse que não faria isso de novo – Cory
pegou sua cerveja e tomou um gole.
- Eu ia te contar hoje à noite Cory – falei soltando-o e puxando-o pela camisa
o fiz olhar para mim – quando você viesse me buscar no trabalho. Eu ia te
contar a caminho de casa.
- tem certeza? – perguntou ele olhando para a Kakau e depois ele desviou
o olhar para mim.
- claro. Kakau é minha melhor amiga e é parte importante da minha vida.
Ela com certeza será minha Dama de Honra então é obvio que você ia ficar
sabendo quem ela é de verdade.
- eu vou ser? – perguntou ela se levantando animada – vou ser sua dama
de honra?
- com certeza – falei recebendo um abraço de Kakau.
- abraço em grupo! – falou Cory abraçando nós dois. Seu típico abraço de
Papai Urso – eu te perdoo, mas só porque eu te amo muito.
- obrigado – falei beijando a boca dele.
- acho que estou sobrando – falou Kakau conseguindo sair do nosso abraço
e ajeitando seus cabelos.
- ninguém pode descobrir quem você é de verdade – falou Cory olhando
para Kakau – quer dizer… não podem saber sobre o seu passado com o Kai. Se
descobrirem que ele entrou em contato com alguém do passado eles vão dar uma
nova identidade a ele e nós nunca mais o veremos.
- não se preocupe – falou Kakau respirando fundo – eu já cuidei de tudo.
Venho planejando isso a semanas. Minha mudança para cá não foi de última hora.
Visitei a cidade, pedi minha transferência, procurei por moradia… se alguém me investigar
não vão descobrir nada suspeito sobre mim.
- exceto que você veio do mesmo lugar que eu – falei olhando para ela.
- eu também cuidei disso – falou Kakau pegando a cerveja dela e tomando
um gole – esqueceu que minha mãe é tipo… super rica? – falou ela rindo – antes
de me transferir para cá fiz uma generosa doação para a UCLA e segundo os
registros eu fui aluna de lá durantes os dois últimos anos então não se
preocupem. Se alguém for atrás dos meu passado vai descobrir que eu morei em
Los Angeles nos últimos dois anos.
- você é esperta Kakau – falou Cory rindo.
- eu tento – falou ela rindo.
- só tome cuidado com o vizinho do outro lado da rua: Pedro Ballard –
falou Cory.
- o que tem ele? – perguntou Kakau.
- ele é um agente do FBI disfarçado. Ele é meio que nosso guarda costas
e também é um X9 – falei com raiva – se alguém for investigar o seu passado
será ele então tome cuidado com o que diz a ele.
- entendido – falou ela apertando os lábios.
- e vamos nos comunicar apenas pessoalmente. O meu celular está
totalmente hackeado pelo FBI.
- isso significa que eles têm uma foto comprometedora minha – falou Cory
rindo lembrando da foto que tinha me enviado na noite passada.
- podem ficar tranquilos. Já entendi tudo. Serei bem cuidadosa – falou
Kakau rindo – eu tive que lidar com os guarda costas da minha família me
perseguindo para todos os lugares desde que era criança então eu sou boa em
despistar e enganar.
- ótimo! – falou Cory quando ouvimos a campainha tocar.
- eu atendo – falei deixando Cory e Kakau e caminhei até a porta. Quando
eu abri vi que era Meadow Wilton. Ela tinha uma feição preocupada e tinha
alguns cartazes em sua mão. Minha expressão mudou ao vê-la – Meadow? O que faz
aqui?
- boa tarde Kai – falou ela respirando fundo parecendo apreensiva com
algo. Percebi que o marido dela estava do outro lado da rua conversando com
Carter e ele também tinha cartazes na mão – desculpa te incomodar no horário de
almoço, mas é que eu precisava te entregar isso – falou ela me entregando um
panfleto com a foto de um garoto com os dizeres: ‘Luther Sanders,
DESAPARECIDO’.
- quem é esse?
- é um dos meus alunos. Ele desapareceu a dois dias – falou ela
respirando fundo – estamos ajudando a policia e os pais informando o máximo de
pessoas possível sobre ele.
- ele é seu aluno? – perguntei desconfiado.
- sim. Ele foi embora ontem, mas não apareceu em casa. A família está
desesperada.
- imagino que sim.
- olha… - falou ela tirando metade dos cartazes que ela segurava e
trazendo em minha direção – fiquei sabendo que você está trabalhando na Scorpio
Peppermint. Você se importaria de entregar pras pessoas de lá? Você teria um
grande alcance.
- eu não sei se posso…
- sei que você não confia em mim Kai – falou Meadow chateada – você tem
todo o direito de odiar Brock e eu, mas vamos deixar o nosso passado de lado –
ela virou o panfleto para que eu pudesse encarar a foto do garoto sorridente –
olhe para o rosto de Luther. Ele tem apenas 8 anos e é um gênio da Matemática.
Meu melhor aluno.
- okay, okay – falei pegando os malditos cartazes – eu prometo que vou
entrega-los hoje mesmo.
- muito obrigada Kai – falou Meadow com um sorriso.
- e então amor? – perguntou Brock vindo em nossa direção.
- Kai aceitou distribuí-los na Casa de Burlesco.
- muito obrigado Kai – falou Brock apertando minha mão.
- de nada – falei olhando para o garoto imaginando o rosto do meu amigo
Willie. Ninguém nunca fez nada para encontra-lo. Ninguém nunca se importou o
suficiente.
- você é um cara legal – falou Brock apertando os lábios me elogiando.
Eu acenei com a cabeça positivamente e fechei a porta já que não podia fazer o
mesmo elogio de volta a eles.
Assim que Kai fechou a porta Brock e Meadow se viraram de costas para
minha a casa do garoto e os dois olharam um para o outro. Meadow colocou seus
óculos escuros e os dois deram as mãos e caminharam calmamente pelo gramado com
os cartazes de ‘Desaparecido’ nas mãos.
- acha que ele engoliu? – perguntou Brock para Meadow.
- com certeza – falou ela rindo sarcástica – você não viu que quase
escorreu uma lágrima bem aqui? – falou Meadow tocando no canto do olho parando em
frente à lixeira da casa dos Winchester jogando todos os cartazes que
“sobraram” lá dentro. A verdade é que nenhum dos dois tinha o menor interesse
em encontrar o garoto. Eles só queriam ganhar a confiança de Kai. Queriam
redimir a sua imagem perante o garoto mais procurado no submundo do tráfico. A
ordem que os dois tinham recebido de cima era de atormentar a mente o garoto. Fazê-lo
parecer louco.
Brock foi à casa de Carter para pedir a caixa de ferramentas ao mesmo
tempo em que Meadow foi à casa de Kai para que ele pensasse que eles estavam
distribuindo os cartazes por toda a vizinhança, mas não era isso que estava
acontecendo. Pelo contrário. Brock sequer citou o nome do garoto para Carter. A
casa de Kai e Cory Winchester foi a primeira e única que Meadow bateu para
falar sobre o garoto. Brock e Meadow não tinham o menor interesse em encontrar
a droga do garoto desaparecido. A verdade é que eles tinham ganhado uma grana
preta com tudo o que tiraram de dentro dele. Tudo o que eles queriam era
tomarem uma enorme taça de Champanhe Rosé e esperarem a poeira abaixar para
poderem sumir com outro aluno.
- o que nós fazemos agora meu amor? – perguntou Brock voltando a segurar
a mão de Meadow enquanto eles atravessavam a rua – é hora de você começar a ter
ideias. Lembre-se que a ideia de colocar as cobras na ventilação da irmandade
foi minha.
- eu sei Brock – falou Meadow parando em frente à casa deles olhando
para a casa de Kai – eu estava pensando em algo com as cobras que escondemos no
porão, mas acho que seria trabalho de gente preguiçosa, você não acha?
- com certeza – falou Brock olhando para Meadow – você é muito melhor do
que isso – falou Brock rindo – Se lembra da última escola onde trabalhou? Você
costumava ser uma pessoa cheia de ideias. Chegou a sequestrar 6 alunos de uma
vez.
- é verdade – falou Meadow com um sorriso parecendo orgulhosa – A
Companhia ficou bastante orgulhosa da bagunça que dizemos – falou ela
respirando fundo com os olhos fechados e descendo para a rua ela ficou de
frente para Brock que ficou bem mais alto que ela já que ele estava na calçada.
Meadow respirou e inspirou algumas vezes pensando no que faria para provocar o
garoto Kai.
- e então? – perguntou Brock.
- não me interrompa Brock. Por favor – falou ela ainda de olhos fechados
– aprendi isso com o meu professor de Yoga. Eu preciso limpar a minha mente
para tentar encontrar a resposta para todas as perguntas que me afligem. Brock
olhou para os lados e viu Meadow ali de olhos fechados e quando ele pensou em
interromper ela abriu os olhos – Já sei! – falou ela juntando as duas mãos – o
que você acha de a gente sequestrar uma das garotas Kappa, mata-la
esquarteja-la e colocar os pedaços dela na cama de Kai enquanto ele dorme? Isso
com certeza vai deixa-lo perturbado. Especialmente se colocarmos a faca do
crime na mão dele.
- Uau! – falou Brock respirando fundo impressionado.
- o que você acha? – perguntou Meadow levando as mãos para trás com um
sorriso no rosto.
- Ave, Satanás – falou ele sorrindo segurando o crucifixo invertido que
usava como pingente no pescoço.
- porque A Companhia exige que usemos essas coisas? – perguntou Meadow
caminhando ao lado do marido em direção a sua casa.
- eu não sei – falou ele rindo – mas eu gosto. Me sinto… sei lá…
protegido – falou ele guardando o crucifixo dentro da camisa pouco antes dos
dois entrarem em casa.
Depois de me despedir de Meadow e Brock fechei a porta e fiquei ali
parado olhando para a foto daquele garoto.
- quem era? – perguntou Kakau chegando à sala me vendo com os cartazes
do garoto desaparecido.
- a vizinha do inferno que eu te falei.
- ela veio te atazanar? – perguntou Kakau se aproximando e pegando um
dos cartazes.
- não dessa vez. Ela veio pedir pra eu distribuir esses cartazes no
trabalho. Parece que um dos alunos dela desapareceu.
- nossa, que triste – falou Kakau ajeitando os cabelos enquanto lia o
que estava escrito.
- pois é, parece que até o casal do inferno tem coração – falei
respirando fundo e colocando os cartazes em cima da mesa de centro – vou deixar
aqui para não se esquecer de levar.
- Kai… - falou Kakau chamando minha atenção enquanto eu dava alguns
passos indo para a cozinha.
- o que foi? – parei e olhei para ela.
- lembra aquela corrente de ouro que eu te dei naquela noite?
- sim, claro. Como eu poderia esquecer – falei rindo da ironia. Jamais
esqueceria aquela noite – Ela está guardada lá em cima.
- será que eu posso vê-la? – perguntou Kakau com um sorriso.
- claro – falei indo em direção as escadas e subindo – mas porque você
quer vê-la?
- estou pensando em ir a uma joalheria e pedir pra fazer uma igual pra
mim – falou ela me seguindo pelo corredor até meu quarto – dessa forma vamos
ter ‘correntes da amizade’.
- isso soa bem mais gay do que realmente é – falei rindo e abrindo a
caixa de joias onde Cory e eu guardávamos nossas correntes, pulseiras, relógios,
anéis e outras coisas valiosas. Depois de tirar algumas coisas não demorei a
encontrar a corrente. Nem tinha reparado muito no pingente quando a ganhei, mas
agora que reparava percebi que era uma bala preta com uma cruz cravada nela –
Eu nunca mais usei desde aquela noite – falei entregando a corrente para ela.
- é linda né? – falou ela olhando o pingente.
- é bonita, mas acho que foi mal elaborada – falei mostrando a cruz
cravada na bala – quando colocamos a bala de pé a cruz certinha, mas quando
está pendurada no pescoço a cruz fica invertida. É meio sinistro, não acha?
- nem tinha reparado nisso – falou ela rindo – vou levar a joalheria e
prometo que te devolvo o mais rápido possível – falou ela com um sorriso.
- o que significa essa bala com esse crucifixo? – perguntei saindo do
quarto e Kakau me seguiu.
- bom… é para matar os seus demônios – falou ela parando em frente ao
banheiro – é tipo uma metáfora.
- a ta, entendo o trocadilho – falei fazendo um gesto com a mão.
- pode ir na frente Kai, só vou no banheiro e já chego lá.
- okay – falei descendo as escadas. Quando cheguei na metade da cozinha
me lembrei da caixa de joias. Não me lembro de ter colocado as coisas de volta
lá dentro. Decidi voltar pra conferir porque Cory vai me dar uma bronca se ele
chegar lá no quarto e perceber que deixei tudo espalhado em cima da cômoda. Ele
pode ser um macho bruto na maior parte do tempo, mas gosta da cômoda organizada.
Quando cheguei ao corredor e ia passar pelo banheiro percebi que a porta
estava entreaberta. Vi pelo reflexo do espelho do banheiro Kakau olhando para o
pingente da corrente. Talvez ela estivesse reparando na cruz cravada, mas na
verdade ela estava reparando em outra coisa. Vi o momento exato em que ela
puxou a bala pelas duas pontas revelando que ela na verdade era um mini
pendrive disfarçado. Fiquei sem reação ao ver aquilo. Dei dois passos para trás
bem devagar e vi o momento em que Kakau colocou de volta as duas partes juntas
fazendo o pendrive desaparecer. Desci as escadas rapidamente e ao chegar à
cozinha corri até a geladeira e peguei duas cervejas. Abri as duas e entreguei
uma a Cory que me agradeceu com um selinho. Olhei para trás e vi Kakau se aproximando
com um sorriso.
- olha o que eu peguei para você! – falei mostrando para Kakau.
- Valeu Kai – falou ela pegando a long neck e tomando um longo gole.
- quem era na porta? – perguntou Cory curioso.
- era a Meadow – me sentei a mesa sentindo uma pontada na barriga.
Estava super nervoso. Tão nervoso que podia vomitar a qualquer momento.
- o que ela queria? – perguntou ela colocando a carne em cima da mesa e
começando a cortar pedaços.
- ela veio me falar sobre um aluno dela que desapareceu. Luther Sanders.
- esse garoto é aluno dela? – perguntou Cory surpreso.
- sim. Você já sobre esse desaparecimento?
- claro Kai. Sou delegado. Esqueceu? – falou Cory pegando um pedaço de
carne e levando até a boca – eu só não sabia que ela era professora dele.
- pois é. Ele é aluno de Meadow e ela pediu para eu distribuir cartazes
com foto dele no trabalho.
- gentil da parte dela, não acha? – perguntou Cory olhando para mim.
- talvez – falei pegando a cerveja de Cory e tomando um gole – isso não
muda o fato de que eles me fizeram colocar cobras na irmandade e foram os
primeiros a ligar para a policia.
- que canalhas – falou Kakau tomando um gole de sua cerveja – detesto
gente falsa.
- eu também – falei olhando para ela e apertando os lábios em um pequeno
sorriso eu tomei outro gole da cerveja antes de entrega-la para Cory que
acabara de acender um cigarro.
Estava pronto para ir ao trabalho e como meu homem também trabalha no
turno da noite nós íamos juntos para o trabalho. Não consegui tirar o pendrive
escondido na corrente que Kakau me deu e eu precisava saber o que tinha ali. O
pior de tudo é saber que esteve comigo por todo esse tempo. Estava em frente ao
espelho ao lado de Cory que passava seu perfume e eu vi quando Kakau parou na
porta do quarto. Olhei para ela e respirei fundo. Precisava pensar em algo.
- não vai passar perfume? – perguntou Cory terminando de passar o dele.
- o meu acabou – falei respirando fundo.
- usa o meu.
- nunca – falei olhando para ele – esse é o seu cheiro – falei dando um
beijo no pescoço dele e sentindo seu cheiro – cheiro do meu homem, macho,
viril, safado e fodedor – falei olhando pro espelho novamente – o meu perfume
de cadela submissa acabou – falei brincando.
- não se preocupe, esse perfume é natural – falou Cory me agarrando por
trás e cravando em mim ele deu um beijo no meu pescoço.
- não reparem e mim – falou Kakau rindo e mordendo um pedaço da maça que
comia – continuem ai fazendo a coisa que vocês fazem. Estou ficando bem
molhadinha.
- bem que você queria – falou Cory rindo e pegando o relógio e colocando
no pulso dele.
- Kakau – falei chamando a atenção dela… será que eu poderia usar aquela
corrente que você me deu? Afinal eu nunca usei desde aquela noite…
- claro! – falou Kakau colocando a mão no bolso e me entregando a
corrente.
- prometo que amanhã eu te devolvo pra você leva-la a joalheria.
- sem problema – falou ela agindo indiferente quanto a corrente – use
ela até no domingo e me devolve na segunda, combinado?
- combinado – falei entregando para Cory que a colocou em mim.
- perfeito amor – falou Cory dando um beijo no meu rosto – prometo
comprar um perfume novo pra você, okay?
- tudo bem meu amor. Escolhe o que você quiser afinal de contas o único
homem cuja opinião me importa é a sua.
- ótimo – falou ele dando um beijo na minha orelha.
- vocês vão me fazer vomitar – falou Kakau fazendo cara feia e saindo da
porta do quarto.
- você está com inveja – falou Cory dando um beijo no meu rosto – hoje é
quinta, faltam dois dias para o sábado.
- pare de falar nisso – falei levando a mão para trás e acariciando o
meio das pernas dele – você me deixa louco de tesão e curiosidade.
- do jeito que o Diabo gosta – falou ele rindo – vamos! Não podemos nos
atrasar – falou Cory saindo do quarto. Olhei para o pingente através do espelho
e passei os dedos por ele. Respirei fundo e apaguei a luz do quarto antes de
sair.
Cory foi dirigindo comigo ao lado dele e Kakau no banco de trás. Ele
estacionou na sua vaga no estacionamento da delegacia e eu disse a Kakau que
ela podia me esperar em frente a Scorpio que eu ia em alguns minutos.
- vê se não demora – falou Kakau abrindo a porta do quarto – se eu for
assaltada, eu vou reagir, já aconteceu antes e se eu morrer eu volto pra te
assombrar.
- prometo que não vai demorar – falou Cory ouvindo a porta do carro
bater.
- ela é uma figura, não é? – falei olhando para Cory.
- sim – falou ele rindo e tirando o cinto – não vejo você tão feliz
desde… não sei… acho que nunca vi você tão feliz.
- desde que você disse que me ama pela primeira vez. Estava escuro e eu
estava aconchegado ao meu seu peito. Por isso você não viu a minha expressão.
- eu lembro que você chorava. Chegava a soluçar de tanto que chorava.
- por dentro… - falei rindo – a minha expressão por dentro.
- entendi – falou ele rindo – tenha uma boa noite de trabalho meu anjo –
falou ele beijando minha boca.
- o que eu faço quando chegar a hora de ir embora? Eu trabalho até às
três da manhã e você trabalha até as sete.
- se você estivesse sozinho eu diria pra você vir pra cá. Eu
improvisaria uma cama pra você dormir até de manhã, mas como você está com
Kakau vocês podem pedir um Uber. Pode ser?
- claro. Pode ser.
- combinado – falou Cory passando o braço por trás de mim e me puxando
para um beijo. Nossos lábios se encontraram e bem molhados nós ficamos abraçados
nos beijando por vários minutos.
- bom trabalho Sr. Delegado – puxei o cabelo de Cory e de um beijo em
seu rosto.
Sai do carro e encontrei com Kakau do outro lado da rua. Kakau era VIP
então além de não pagar pela entrada ela entrou uma hora antes da Casa abrir.
Ela pareceu deslumbrada ao caminhar pelo corredor dos quadros provocantes, das
estátuas nuas e finalmente, ao chegar no salão principal.
- que lugar maneiro! – falou ela olhando em volta.
- vamos lá pra perto do palco! Eles estão ensaiando – falei puxando a
mão dela enquanto corríamos por entre as mesas. ‘Believer’ do Imagine Dragons
começou a tocar enquanto Juniper, Celeste, Marilyn e outra dançarina que eu não
conhecia dominavam o palco. Essa outra dançarina era magra, tinha longos
cabelos loiros e parecia liderar aquela coreografia. A coreografia circense
contava também com palhaços e um mágico que fazia as garotas trocarem de roupas
durante a dança.
Parei de prestar atenção dança porque percebi que alguém olhava para
mim. Foi então que percebi que era Randy.
- ele está aqui – falei chamando a atenção de Kakau que olhou na mesma
direção que eu – na mesa 18.
- é aquele cara o tal de Randy?
- sim. O cara que fica dando em cima de mim.
- porque você não me apresenta a ele? – falou Kakau olhando para mim –
dessa forma você serve ele a noite toda e eu observo se ele fica mesmo dando em
cima de você ou se é coisa da sua cabeça.
- beleza – falei caminhando com Kakau até Randy que quando percebeu que
eu ia em sua direção ele se levantou surpreso.
- Kai? – falou ele com um sorriso estendendo a mão.
- boa noite Randy – falei apertando a mão dele.
- olá – falou ele com um sorriso olhando para Kakau – quem é essa?
- minha nova vizinha. Trouxe ela para conhecer a Casa e vim aqui
perguntar se ela pode se juntar a você hoje a noite para que ela não fique
sozinha afinal o lugar é cheio de caras pervertidos e eu sei que aqui com você
ela estará segura.
- claro! Com certeza. Uma amiga do Kai é com certeza uma amiga minha –
falou Randy puxando uma cadeira para Kakau sentar.
- está lindo garotas! Maravilhoso! – falou Ed batendo palmas para as
garotas no palco quando a música acabou – vocês são maravilhosas garotas. Caminhei
em direção a Ed e vi quando ele segurou a mão da garota loira que eu não
conhecia e beijou a mão – você estava divina Tabitha – ela deu um pulo do palco
no colo de Ed que a segurou por alguns instantes antes de coloca-la no chão..
- eu conheço você – falei me aproximando – eu sabia que te conhecia. Você
é Tabitha Vaughn. É uma das garotas Kappa.
- sou sim – falou ela com um sorriso – você é o Kai, não é? Eu já vi você
pela vizinhança.
- culpado – falei cruzando os braços – me desculpa pela coisa das
cobras…
- isso é passado – falou ela rindo – a única coisa ruim sobre esse episódio
com as cobras é que a vaca da Cordelia não foi mordida.
- não diga isso Tabitha – falou Ed repreendendo ela – você está sendo
uma garota má – falou ele rindo.
- eu só estou sendo sincera, ela me deixa maluca.
- você não gosta dela? Eu pensei que vocês garotas Kappa meio que idolatravam
ela.
- eu só entrei pra Kappa porque elas facilitam as coisas na Universidade,
elas tem influência e é até mais fácil conseguir emprego depois que isso tudo
acabar – Tabitha respirou fundo - …mas eu preciso admitir que eu sou uma das
poucas que não se tornou um monstro depois que se tornou parte daquele lugar. É
aquele ditado: ‘Quem anda muito tempo no meio das cobras, passa a produzir
veneno’.
- você está certa – falei apertando os lábios. Deixei-os de lado e me
virei para Randy e Kakau que pareciam estar engajados em uma conversa. Fui até
o bar e cumprimentei Sam.
- pronto pra mais um dia de trabalho Kai? – perguntou Sam com um
sorriso.
- estou sim – falei olhando para ele com o pensamento meio distante.
- quem é aquela gatinha com o Randy?
- uma amiga – falei rindo – gostou dela?
- depois me apresenta.
- não prometo nada – falei rindo e enquanto Sam limpava o balcão acabou
esbarrando em uma lata caneca com refrigerante e derramando ele todo em mim. A coca
cola escorreu no balcão e molhou toda minha roupa.
- Kai! Foi mal cara!
- sem problemas Sam – falei sentindo meu corpo melado – o pior é que só
tenho essa roupa – falei sacodindo a mão.
- vá até o closet. Fica nos bastidores. Tenho certeza que lá você vai
encontrar o que precisa.
- será que posso?
- claro. O que não faltam são fantasias dos anos 20. Com certeza deve
ter uma dúzia de ternos iguais a esse sobrando por lá.
- Valeu pela dica Sam. Você salvou minha pele. Fico te devendo uma.
- me apresente à garota – falou ele rindo.
- estou começando a achar que você derramou de propósito – falei atravessando
o salão e cumprimentando Juniper, Brody, Celeste e os dançarinos que
descansavam esperando a abertura da casa. Passei pelo palco e segui pelo
corredor. Subi as escadas até os bastidores e fui até o closet. Sabia que era lá
que eu encontraria as fantasias. Assim que entrei pela porta comecei a procurar
entre as dezenas que roupas que havia lá. Era um quarto grande, mas com a quantidade
de roupas coloridas ele meio que se tornava um quadro abstrato. Foi por isso
que demorei a perceber que do lado esquerdo Ed segurava os cabelos de Tabitha
que de joelhos chupava seu pau. Ela conseguia engoli-lo por completo.
Deixava-lo todo babado e então passava a língua de baixo até a cabeça e voltava
a engolir seu cacete que era consideravelmente grande e grosso. Fiquei paralisado
ao ver aquilo. Estava a menos de três metros da cena e Ed olhou para mim e
estava em tal êxtase que pareceu não se importar. Ele simplesmente deslizou as
mãos pela cabeça da garota e começou a mover à cintura fodendo a boca dela. Lambi
os lábios e respirei fundo deixando o choque de lado e sai de lá rapidamente
arrependido por ter entrado naquele lugar.
Obrigado a todos pelos votos e comentários no capítulo anterior. Fico feliz pela reação de vocês. Feliz por estarem gostando. Feliz pelos elogios :) Um abração a todos e até o próximo capítulo. Prometo trazer o mais rápido que puder.
Logo abaixo tem o link para comprar as minhas obras na Amazon. Tem também o link do convite para fazerem parte do meu grupo do Whatsapp. Espero que tenham gostado desse capítulo e até o próximo. Um abraço.
Seguidores
Contato
CAPÍTULOS MAIS LIDOS DA SEMANA
-
CHUVA capítulo um L evantei o rosto devagar sentindo a chuva gelada cair em meu rosto como milhões alfine...
-
LEITE E COOKIES capítulo vinte T inha acabado de ter o prazer de receber em minha boca e engolir o esperma de B...
-
CAPITULO TRINTA Thad Royale 2 E ra madrugada e meu corpo ainda descansava da forma que meu pai me seg...
-
XIV Cruel Hotel Destruidor de Corações O almoço estava quase pronto. Eu realmente não tinha muita noção de ...
-
CAPITULO DOIS MALDITO PEDIDO E ra segunda de manhã. A rotina era minha fiel companheira e era nela que e...
-
XXVIII Cruel Disneylândia P or mais que eu tivesse insisto para meu pai, minha mãe e meu irmão Nick que nã...
-
CAPITULO VINTE e nove Thad Royale S abe aquelas lembranças de quando éramos crianças, mas que não dev...
-
Capítulo 4 DIA 4 — 03 h 00 min ás 04 h 00 min M inha cabeça doía devido à queda. Estava novamente caí...
-
XLI Cruel Escolha A revelação de Clyde sobre o culto ‘Colmeia’ acabou me deixando para baixo. Não podi...
-
C a pítulo D ezesseis 1 NO CU X 1 NA BOCA O jogo tinha acabado, mas a minha noite só estava começando. Qu...
Minhas Obras
- Amor Estranho Amor
- Bons Sonhos
- Bruto Irresistível
- Crônicas de Perpetua: Homem Proibido — Livro Um
- Crônicas de Perpetua: Playground do Diabo — Livro Dois
- Cruel Sedutor: Volume Um
- Daddy's Game
- Deus Americano
- Fodido Pela Lei!
- Garoto de Programa
- Paixão Secreta: 1ª Temporada
- Paixão Secreta: 2ª Temporada
- Paixão Secreta: 3ª Temporada
- Paixão Secreta: 4ª Temporada
- Paixão Secreta: 5ª Temporada
- Paixão Secreta: 6ª Temporada
- Paixão Secreta: 7ª Temporada
- Príncipe Impossível: Parte Dois
- Príncipe Impossível: Parte Um
- Sedutor Maldito: Volume Dois
- Verão Em Vermont
Max Siqueira 2011 - 2018. Tecnologia do Blogger.
Copyright ©
Contos Eróticos, Literatura Gay | Romance, Chefe, Incesto, Paixão, Professor, Policial outros... | Powered by Blogger
Design by Flythemes | Blogger Theme by NewBloggerThemes.com
Chocada! Não mate meu Kai, por favor! Amando o Cory todo fofo. Coitado do Kai. Só se mete em furada!
ResponderExcluirValeu pelo comentário Hipérbole ;)
ExcluirEita! Kakau é do mal? Kai vai morrer? O que tem no pendrive? Descubra nos próximos capítulos kkkkkkk tou amando
ResponderExcluirkkkkkkkkk Valeu Dan <3
Excluir