Capítulo 19: Raymond Blackstone | Conto: Amor, Estranho Amor

CAPITULO  

DEZENOVE

Raymond Blackstone

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F

icamos tanto tempo imaginando o que acontece depois da morte que esquecemos de viver. Ansiamos por um céu quando deveríamos estar preocupados em criar um céu aqui na terra. Onde nós estamos. Pra mim o céu é personalizado para cada pessoa. Se uma pessoa gosta muito de cinema o céu dessa pessoa será uma sala de cinema gigante com bastante pipoca e todos os filmes existentes na face da terra. Se você gosta de parque de diversões você terá um parque exclusivamente feito para você. Talvez seja igual Neverland ou talvez seja melhor. Vocês devem achar que o meu céu será uma cama cheia de homens. De todos os tipos. Loiros, morenos, fortes, robustos, barriguinha de cerveja… todos com grandes caralhos e bastante disposição. Não pra mim.

Talvez pra mim o céu seja ser amado. Eu não estou reclamando da vida de tive afinal eu sempre tive de tudo: do bom e do melhor. Eu sempre tive as roupas mais caras, sempre viajei de primeira classe e sempre conheci celebridades. É tudo muito bonito, mas é como se fosse uma faixada. Acha que o desejo que tenho por meu pai veio do nada? Que é simples sexo? Ou será que o desejo se desenvolveu de forma inapropriada porque quando criança, durante a adolescente e até na vida adulta ele foi mais como um banco ambulante que sempre teve tempo pra tudo e todos menos pra mim. Li um artigo na internet que homens ou mulheres que se interessam por homens mais velhos geralmente tem problemas paternos. Tentam encontrar em homens mais velhos o amor que faltou durante as primeiras décadas da vida. Não sei se é o meu caso já que o homem que eu desejo é justamente o meu pai.

Por enquanto não tenho tempo pra pensar nisso. Nick tinha acabado de gozar por todo saco e pau mole de Cory e eu estava prestes a deixa-lo limpo como prometi. Nick estava deitado ofegante eu fui até o saco dele e passei a língua dando selinhos e passei a língua no pau meia bomba.

- caralho eu gozei gostoso! – falou Nick ofegante.

- seu irmão tem sorte – falei indo até Nick e dando um selinho na boca dele – quer dizer… vai ter se você realmente fizer o que disse.

- eu vou fazer! – falou Nick – eu vou criar coragem. Stan precisa saber o que eu sinto por ele.

- vem aqui! – falou Cory segurando no meu braço quase que me tirando de cima de Nick. quando estava por cima dele nós demos um selinho e um beijo gostoso. Cory mordiscou meu lábio e segurou na minha cintura.

- não se preocupa… eu vou deixar limpinho.

- não precisa – falou Cory beijando minha boca. Enquanto nos beijávamos Nick se levantou e foi até o banheiro tomar um banho. Cory foi me virando até que cai ao lado dele e deitados ali de lado nós continuamos a nos beijar – quantas horas? – perguntei entre dois beijos.

- quase três da manhã – falou Cory olhando no seu celular.

- meu pai deve estar preocupado – falei me sentando na cama e coçando minha cabeça – acho que vou tomar um banho e vou pra casa.

- precisa mesmo ir hoje? – perguntou Cory com sua voz rouca.

- precisar eu não preciso, mas meu pai deve estar preocupado – falei olhando pra trás.

- eu sou um dos melhores detetives que o departamento de policia de Washington recebeu em anos. Você está seguro – Cory tocou minhas costas e desceu a mão até minha cintura – você poderia ficar aqui, sabe… dormir aqui. Eu vou tomar umas cervejas e seria bacana ter companhia. Nós podemos assistir a filmes ou qualquer coisa que você quiser.

- Nick vai estar aqui?

- não – falou Nick saindo do banho – eu vou voltar pro hotel. Diana deve estar preocupada.

- quem é Diana? – perguntei confuso e curioso.

- minha noiva.

- espera… você tem noiva e ela está no hotel de esperando? você não mencionou essa noiva quando falamos do seu irmão.

- é porque não vem ao caso – falou Nick rindo – obrigado pelos conselhos Logan – falou Nick vestindo a calça jeans e se aproximando ele apertou a minha mão.

- espero que tenha sido divertido.

- demais – falou ele vestindo a camisa – valeu por ter ligado Cory – falou Nick apertando a mão dele e Nick saiu do quarto e em seguida saindo da casa.

- e então? – perguntou Cory – você vai ficar?

- acho que sim… vou sim – falei rindo – acho que vou tomar um banho. Você tem um roupão ou um pijama pra mim?

- você pode usar a calça de um dos meus pijamas – falou Cory se levantando – eu posso tomar banho com você? – perguntou ele apontando para o quadril e o pau todo sujo de porra.

- sim, mas antes vem aqui – falei chamando-o. Cory ficou de pé a minha frente e eu passei a língua pelo pau, saco, barriga e suas pernas limpando toda porra de Nick – você deve me achar um pervertido né? – falei terminando o serviço dando um beijo na barriga dele e olhando em seus olhos.

- sim. eu também sou pervertido então estamos em um território conhecido – falou ele rindo e segurando na minha mão ele me puxou para o banheiro. Ao entrar Cory colocou a hidro para esvaziar e nós entramos no box e ao fechar a porta eu abri o chuveiro e a água começou a cair em minha cabeça. Cory veio por trás de mim e pegou o sabonete e começou a esfregar nos meus ombros e foi esfregando pelo meu corpo. Ele passou a língua em minha orelha e mordiscou – no que está pensando? – perguntou Cory percebendo que eu estava tenso e pensando em algo.

- em nada… só… é que falta muito ainda pra ter meu pai…

- como assim? – perguntou Cory.

- é que… meu… esquece. É maluquice.

- pode dizer – falou Cory passando o sabonete nas minhas nádegas – eu sei que sou só um cara, mas eu posso te dar conselhos.

- é que… - dei uma pausa tentando encontrar as palavras certas – meu pai e eu decidimos… nós firmamos um contrato e para que meu pai e eu tenhamos contato sexual eu preciso ter relações sexuais com 14 homens antes dele.

- isso é sério? – perguntou Cory.

- sim.

- eu sou qual número?

- Três – falei me virando – você quer saber quais foram os outros dois antes de você? Além do Nick?

- não – falou Cory curto e grosso – não quero saber.

- eu falei alguma coisa que te chateou?

- não. é só que não é da minha conta – falou ele esfregando o sabonete no próprio corpo.

- desculpa, mas foi você que perguntou.

- foi mal é que… eu tento não me meter nas coisas dos outros – falou Cory olhando pra mim enquanto se ensaboava – eu também tento não julgar as pessoas.

- você está falando sobre o incesto? Certo? Entre mau pai e eu?

- sim, mas não é sobre o incesto. É esse contrato que você falou.

- o que tem ele?

- parece que seu pai está tentando te preparar pra ele. Deixar outros caras amaciarem a carne pra quando você finalmente ficar com ele você saiba tudo o que fazer.

- eu não pensei por esse lado, mas ele só quer que eu me divirta antes de ser dele.

- viu só? ‘Ser dele’? ele está te tratando como objeto. Ele está se poupando do trabalho de te ter que te ensinar. Desculpa me intrometer nas suas coisas, mas se seu pai te amasse da forma que você descreve ele teria o prazer de te ensinar essas coisas – falou ele me entregando o sabonete e começando a ensaboar seu corpo. Faz parte de um relacionamento. Seu pai tem tudo pra te ter, mas está te jogando na mão de 14 homens? Você mesmo me disse que seu pai é um homem super ciumento. Ele nem te deixava namorar direito porque tinha ciúmes de você e agora você me diz que ele fez um contrato te ‘dando’ pra 14 homens?

O que Cory disse fazia sentido. Eu achei mesmo estranho meu pai fazer tudo aquilo. Ele é diretor da CIA. Vai saber o que diabos ele pode fazer com aquele contrato. Meu pai estava enrolando muito. É como se ele quisesse me ter, mas não quisesse me ter. Não sei como explicar. Acho que Cory estava vendo de fora toda a situação e estava conseguindo enxergar algo que eu não conseguia.

- você está certo – falei sem graça lambendo os lábios – eu sou um idiota – falei passando a mão nas costas me lembrando da tatuagem.

- você não é idiota. Você só não é experimente. Seu pai te prendeu tanto dentro de casa e cresceu sem malicia. Não quero te ofender, mas você é ‘mimadinho’. É normal um garoto mimado que cresceu em berço de ouro cercado de guarda costas não ter malicia – falou ele olhando pra mim – sem ofensa.

- não ofendeu… você tem razão – entrei debaixo do chuveiro e comecei a enxaguar meu corpo. Cory saiu do box e pegou a toalha e começou a se secar. Eu ainda de dentro terminei de me enxaguar e Cory pegou outra toalha e me entregou – obrigado – falei começando a me secar. Cory foi até o quarto e lá ele vestiu uma cueca branca e colocou um robe azul marinho. Ele me entregou uma calça de pijama e eu a vesti. Em seguida ele me deu outro robe – um de cor vinho – e eu o coloquei. Uma vez que estava pronto eu me sentei aos pés da cama.

- deixa eu trocar o lençol e arrumar essa bagunça – falou Cory.

- eu te ajudo – falei pegando as latas de cerveja e o cinzeiro e levando até a cozinha. Joguei as cinzas no lixo e coloquei as latas de cerveja em uma sacola separada para coleta seletiva. Em seguida eu fui até a geladeira e peguei uma lata de cerveja e eu a abri. Coloquei a cerveja em um copo com gelo e espremi algumas gotas de limão. Peguei o copo e fui até o quarto. Ele estava terminando de colocar o novo lençol.

- o que é isso? – perguntou ele vendo o copo.

- preparei uma cerveja pra você.

- tem gelo?

- sim. Gelo e algumas gotas de limão. Meu tio David gosta de tomar cerveja assim e parece ser gostoso. Talvez você goste.

- eu não sou muito fã de gelo na cerveja afinal fica aguado – Cory fez cara feia enquanto colocava os travesseiros de volta na cama.

- okay… eu só queria… achei que gostaria… – falei me virando e fui até a cozinha e joguei a cerveja e o gelo dentro da pia.

- Logan… - falou Cory vindo rápido – desculpa eu sou um imbecil.

- não… - falei tentando disfarçar a voz – não tem problema. Você não gosta… é que meu tio David toma assim e eu acho gostoso também. A cerveja fica gelada e o limão dá um gostinho bom.

- faz outra pra mim eu estou louco pra tomar – falou ele animado esfregando as duas mãos.

- precisa não – falei respirando fundo – acho que vou embora – falei tentando disfarçar a cara. Eu estava chateado. Não era só por causa da cerveja era um monte de coisas. Cory nem era o culpado. Ele tinha dito algumas verdades e a verdade dói.

- você está chateado? Não está? – falou Cory tentando parecer preocupado comigo.

- estou não… meu pai vai se preocupar comigo. Eu preciso ir.

- seu pai nem te ligou – falou Cory indo até o sofá e pegando o meu celular ele viu que não havia mensagens e nem ligações – seu pai não ligou. Ele não está preocupado.

- eu quero ir embora – falei respirando fundo e passando a mão no rosto sentindo uma lágrima cair em meu rosto. Eu respirei fundo e segurei o choro.

- desculpa Logan. Eu não queria te chatear. Era a última coisa que eu queria. Eu só estava comentando. Não achei que você fosse se chatear.

- a culpa não é sua – falei me escorando no balcão e olhando pra baixo – você só falou a verdade. Tudo o que eu queria era meu pai e agora eu tenho que ficar com 14 homens pra ter a ‘honra’ de tê-lo. Meu pai não perguntou se eu queria 14 homens. Eu só queria ele. Minha cabeça está fodida, sabe? – falei olhando para Cory sentindo as lágrimas caírem – quando eu estou fazendo sexo é bom, mas depois que eu gozo eu sinto uma coisa aqui dentro. Um vazio como se eu não tivesse propósito. Sinto como se meu pai tivesse me prostituindo. Sabe o que é pior? Eram só 12 e eu pedi por mais 2. A culpa é minha também. Ele disse que eu precisava me divertir e experimentar de tudo antes de tê-lo…

- esquece ele Logan – falou Cory me interrompendo e indo até a geladeira e pegando outra lata de cerveja – prepara pra mim aquela bebida com limão e gelo. Eu estou com sede.

- não precisa bancar o ‘bom policial’ comigo detetive DeLarosa. Você é só um dos 14 homens do contrato. Eu preciso voltar pra casa e esperar a oportunidade de ficar com os outros 10 que ainda faltam.

- você acha que eu vou deixar você ir embora? – falou Cory se aproximando e parando a alguns palmos de distância de mim – acha que vou deixar você voltar praquela casa, praquele homem? Porra nenhuma. Você vai Ficar aqui comigo. Um dos 14 homens. O terceiro homem do contrato. O último homem do contrato – falou ele abrindo a cerveja e me entregando – vai ou não fazer a bebida pra mim.

- okay – falei pegando a cerveja e passando uma das mãos no rosto.

- para de chorar – falou Cory acariciando meus cabelos – esquece seu pai, esquece o contrato… você vai dormir comigo hoje, okay? Eu não sou só um dos 14 homens do contrato. Eu não sou um homem, sou ‘O’ homem.

- okay detetive – falei indo até a pia e despejando a bebida no copo e espremendo o limão. Fui até a geladeira e coloquei algumas pedras de gelo – prontinho – falei entregando a ele. Cory levou o copo até a boca e tomou um gole. Ele franziu a testa e lambeu os lábios.

- é gostoso – falou ele tomando outro gole.

- se você tomar rápido o gelo não vira água agora se você é o tipo de pessoa que demora muito pra beber eu não aconselho o gelo.

- é bom mesmo Loguie – falou ele lambendo os lábios – não estou só falando por falar.

- okay –falei rindo sem graça me sentindo envergonhado por ter chorado.

- vamos pra cama? Podemos assistir um filme…

- acho melhor eu… vou dormir na sala eu não estou muito afim de…

- eu estou te chamando pra assistir filme e não pra tranzar. Fica tranquilo. Eu sou um cara safado na cama, gosto de xingar e me gabar durante o sexo, mas eu não sou um monstro sem coração. Se você quiser assistir a um filme aconchegado a mim, se quiser receber um carinho eu posso fazer isso também. Se você quiser.

- quero sim – falei respirando fundo.

- então vamos – falou ele terminando de beber – quer alguma coisa pra beber? Tem cerveja, coca…

- coca – falei respirando fundo.

Cory colocou gelo em dois copos e cortou uma rodela de limão e colocou dentro. Em seguida ele abriu uma lata de cerveja e outra de coca e encheu cada um dos copos com o respectivo líquido. Cory me entregou um dos copos e nós seguimos para seu quarto. Eu me sentei na cama e Cory apagou a luz da cozinha e fechou a porta do quarto.

- não vai tirar o robe? – perguntou Cory ando a volta na cama e tirando o robe ficando só de cueca.

- vou… - falei me levantando. Na verdade eu não tinha planos de tirá-lo, mas já que ele sugeriu eu me levantei, tirei e me sentei na cama escorando na cabeceira e tomei um gole da minha coca cola. Cory pegou um grande e fofo cobertor e jogou na cama e apagou a luz. Ele ligou a TV e colocou no Hulu. Ele escolheu uma série chamada ‘Chance’ e ele finalmente se sentou também escorando na cabeceira e pegou seu copo com cerveja e tomou um gole. Ele então colocou um doa braços atrás da cabeça e começou a prestar atenção na série. Estava um pouco gelado então eu puxei o cobertor cobrindo a minha perna e também as dele.

A série era sobre um detetive do departamento de policia corrupto que era desmascarado por um investigador. Era o tipo de série que você espera que um detetive de verdade assista. Meio irônico, mas a história até que é boa e acabou nos entretendo por um bom tempo. Cory fazia comentários tentando defender o detetive corrupto chamado Raymond Blackstone e eu debatia com ele dizendo que torcia pro detetive ser preso no final.

- o cara não é mal. Ele é só mal compreendido – falou Cory rindo e tomando um gole de sua cerveja. Era a terceira que ele tomava. Parece que ele tinha mesmo gostado da bebida que eu fiz pra ele porque todas as vezes que ele foi a cozinha ele trouxe o copo cheio de gelo e com uma rodela de limão.

- mal compreendido? – perguntei rindo. Eu já não tomava nada. Só a primeira coca que ele me deu – o cara é corrupto, tem acordo com os traficantes e ganha uma porcentagem do bordel cheio de prostitutas viciadas. O cara é um mala.

- ninguém é perfeito – falou Cory pegando a carteira de cigarros – você se importa que eu fume?

- não. A casa é sua. você fumou a noite toda. Porque está perguntando agora?

- não sei – falou Cory colocando o cigarro na boca e acendendo – de repente o que você gosta ou não se tornou do meu interesse – falou ele assoprando a fumaça com aquele olhar enigmático.

- voltando a série… ninguém é perfeito, mas esse cara toma decisões que são no mínimo duvidosas. Não acho que obrigar prostitutas a usar heroína pra aguentar o tranco dos clientes o defina como um ‘humano com defeitos’. Errar é uma coisa, mas o que ele faz vai além do erro.

- você está certo – falou Cory passando o braço por trás de mim e me puxando para perto dele – estava certo sobre a bebida, esta certo sobre isso.

- porque você está sendo tão legal comigo?

- porque sim – falou ele dando um selinho na minha boca. Eu correspondi – não posso ser um cara legal pra você?

- pode – falei colocando a mão na barriga dele e acariciando seus pelos subindo ao peito e descendo pela barriga.

- meu amor se você quiser deitar no meu colo, pode deitar – falou ele sorrindo pra mim.

- você tem me chamado de ‘meu amor’ a noite toda, mas essa é a primeira vez que não estamos fazendo sexo.

- porque você tem que ficar reparando em tudo o que eu digo ou faço? Eu só estou tentando ser legal Logan. Estou oferecendo meu colo. Você não quer?

- desculpa – falei deslizando pela cama e ficando entre as pernas dele. Deitei de lado usando a perna esquerda de travesseiro enquanto assistíamos a série.

O episódio que nós assistíamos acabou e pouco depois de outro episódio começar Cory pediu pra eu levantar para ele ir ao banheiro. Quando ele voltou Cory se deitou na cama e puxou o cobertor. Ao invés dele assistir ao episódio ele se deitou de lado olhando pra mim.

- vem aqui – falou ele sério – bem juntinho de mim.

- okay – falei me aproximando dele. Cory passou a mão por trás de mim e nós ficamos pertinho um do outro. Levei minha mão até o peito dele e fiz carinho deslizando a mão até a sua cintura – você quer me dizer alguma coisa?

- o que? – perguntou Cory surpreso.

- você está estranho. Desde que eu chorei na cozinha você está sendo… diferente.

- eu tenho vergonha de dizer depois de tudo que conversamos. Depois de tudo o que eu te falei por telefone naquela noite que você me ligou.

- você me viu chorar. Eu estou envergonhado. Seja lá o que você me diga não pode ser pior.

- pode sim – falou ele respirando fundo quase que cochichando – eu posso dizer no seu ouvido? Eu me sentiria mais confortável.

- pode sim – falei rindo sentindo ele aproximar a boca. Ele tocou os lábios na minha orelha e nós dois começamos a rir.

- você está me fazendo rir – falou Cory.

- eu? É você que está rindo igual bobo.

- okay, okay – falou ele parando de rir – eu posso dizer? – perguntou ele cochichando na minha orelha.

- pode.

- lembra quando você disse que existia por ai alguém esperando pra se apaixonar por mim?

- sim. lembro.

- você disse também que alguém por ai um dia escreveria a história de como eu me apaixonei por alguém.

- e o que tem isso?

- acho que estou xonado em você – falou Cory dando um beijo na minha orelha e descendo a boca ele veio até a minha bochecha – eu quero que você seja essa pessoa e eu quero que a história seja essa – falou ele olhando pra mim.

- eu não posso… o meu pai…

- não me venha com essa Logan – falou Cory ríspido – você disse pra mim que nunca é tarde pra se apaixonar.

- sim. E você me disse que estava velho demais pra essas coisas. Disse que está velho pra bancar o romântico e ficar de ‘mimimi’ paparicando alguém.

- tudo o que tenho feito é te paparicar – falou ele rindo – especialmente depois que o Nick foi embora.

- eu não sei se quero namorar. Meu último namorado me traiu.

- você está lidando com um homem Logan. Eu tenho cinquenta anos e não sou um moleque. Sou um homem. Sabe o vazio que você sente depois que goza? Aquele que você me falou?

- sim.

- eu quero preencher esse vazio – falou ele respirando fundo – você pode aceitar ou continuar sua saga através dos 14 homens até o seu Messias.

- okay – falei rindo.

- isso é um sim?

- sim. é um sim – falei rindo e respirando fundo nervoso – o meu pai vai me matar… ele vai me amarrar na cama com uma corrente.

- se o seu pai encostar um dedo em você é só me ligar. Se ele te ameaçar você pega suas coisas e vem morar aqui comigo. Se você não quiser morar comigo eu posso te ajudar no aluguel até você conseguir se levantar.

- você é tão fofo quando tenta resolver os problemas da minha vida – falei rindo e levando minha mão até o rosto dele.

- Logan eu tenho 50 anos… - falou Cory sério – eu me apaixonei ano passado e fui jogado pra escanteio. Estou cansado de ser a segunda opção. Se você tiver intenção de me magoar não vá em frente. Okay? Eu sou durão, mas meu coração dói quando me fazem de bobo.

- eu não vou fazer você de bobo. Eu prometo.

- ótimo – falou ele vindo por cima de mim me beijando. Eu o abracei e nós nos beijamos apaixonados.. A boca dele é tão gostosa e ele começou a encher o meu rosto de beijos. Minha bochecha, meu olho, minha testa, meu nariz, meu queixo, minha boca… quando ele foi até eu pescoço eu comecei a sentir cócegas.

- meu pai vai me matar – respirei fundo pensando no que ele faria.

- vai mesmo – falou Cory – ele te jogou nos meus braços e eu gamei. Quando eu coloco na cabeça que quero algo pra mim eu consigo – falou Cory dando um selinho na minha boca – mas é sério Logan… se o seu pai te ameaçar ou tocar um dedo em você, me ligue na hora.

- okay… amor – falei rindo e dando um selinho na boca dele.

- amor o que você acha de sairmos essa semana pra um jantar. Você gosta de comer o que?

- qualquer coisa – falei subindo minha mão pelas costas dele – menos comida Árabe. Todo aquele doce misturado com o sal detona meu estômago.

- okay – falou ele rindo – você é fácil de agradar. Sabia?

- eu queria poder dizer o mesmo de você – falei sentindo o corpo dele em cima do meu.

- essa é o lado ruim de lidar com homens ao invés de garotos – falou Cory – nós homens sabemos o que queremos e somos exigentes – falou ele beijando minha boca – mas não hoje. Chega de sexo por hoje. Eu só quero dormir agarradinho a você.

- adorei a ideia.

Cory deslizou para o meu lado esquerdo e me puxou me fazendo deitar em seu peito. Ele desligou a TV e nós ficamos no completo escuro. Estávamos juntinhos um do outro e o cobertor cobrindo nossos corpos até a cintura.

- quem diria… - falei respirando fundo deslizando minha mão do peito até a barriga e repetindo o movimento – quem diria que eu seria o jovem garoto a domar o coração desse detetive.

- não se engane pela pose de machão e a pose de canalha. Eu sou carente e se tem uma coisa que me faz apaixonar é receber carinho. Como esse que você está fazendo – falou ele respirando fundo como se estivesse relaxado.

- relaxa meu amor – falei subindo a mão até o rosto e acariciando com o dedão – eu tenho muito carinho pra te dar.

O significado de arrependimento fará sentido ao meu pai ao descobrir que o seu contrato me jogou nos braços de Cory. Eu estava gamando nele. É carinhoso, safado, me falou algumas verdades e teve coragem e humildade pra dizer que está apaixonado por mim. Foda-se os 14 homens, foda-se aquele contrato. Cansei de ficar lutando pelo amor de um homem que só coloca barreiras e mais barreiras. Não é um bom pai, não é um bom amante e tudo o que ele manda bem é em ser diretor da CIA que é a sua esposa, mulher, amante e filho. Percebi que Cory dormiu primeiro enquanto eu carinhosamente acariciava seu peito. Ele roncou alto e eu me senti parte de algo ou alguém pela primeira vez. Abracei forte meu namorado e respirei fundo sentindo o sono chegar.

Bobeou, dançou. Espero que tenham gostado desse capítulo. como será que Thad irá receber essa noticia? Obrigado pelos votos e comentários. fico muito feliz. De verdade :) Um grande abraço a todos e até o próximo capítulo.