Capítulo 21: João Ninguém | Conto: Amor, Estranho Amor

CAPITULO  

VINTE e um

Joãao Ninguem

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C

ory e eu estávamos dentro da piscina. Eu tinha entrado de bermuda mesmo e Cory preferiu entrar apenas de cueca deixando o resto da roupa de fora. Nós estávamos no lado esquerdo basicamente sozinhos. Tio Noah, tio Jay e tio David tinham entrado e estavam ao longe do lado direito. Minha prima Fiona, tia Kylie e seus namorados estavam do lado esquerdo quase que a frente de nós. Meu avô e seu irmão continuavam lá de fora conversando, mas dessa vez estávamos próximos a churrasqueira. Minha mãe provavelmente estava na cozinha com Sharon e meu pai. Eu conseguia vê-los conversando e ajeitando o almoço. Meu pai tinha aparecido algumas vezes e não olhou na nossa direção. Talvez ele tenha olhado, mas com os óculos escuros era impossível saber.

- como você está? – perguntou Cory me tirando do transe.

- estou bem – falei relaxado ao lado dele na piscina. Nós estávamos lá com os braços pra fora – você está se referindo a que?

- a toda a situação agora a pouco – falou Cory tomando um gole de sua cerveja.

- eu estou bem.

- no começo eu achei que você não fosse dizer nada. Quando Sharon me pegou daquele jeito eu fiquei sem graça.

- e eu fiquei com ciúmes. Por isso disse logo de uma vez.

- é sério? – perguntou ele com um sorriso se virando de lado e olhando para mim.

- sim.

- mas porque? Ontem você não pareceu ciumento. Nós três nos divertimos muito.

- sim, mas isso foi antes de você começar a se mostrar como um cara legal que gosta de mim e eu comecei a gostar de você, okay? Então eu senti ciúmes.

- que gracinha – falou ele se aproximando e nós demos um selinho. Cory trouxe sua mão até o meu rosto e eu apoiei minha mão esquerda em seu ombro e subi pelo seu pescoço enquanto nos beijávamos.

- acostume-se detetive. Eu sou bem ciumento com meus namorados.

- bom saber. Vou te provocar bastante – falou ele com um sorriso tomando outro gole da sua bebida. Nesse momento olhei para a cozinha e vi meu pai parado lá olhando na nossa direção. Ele viu o nosso beijo e apenas observava.

- posso me juntar a vocês? – perguntou o tio Charles chegando pelo lado de fora.

- claro – falou Cory.

Tio Charles colocou sua cerveja na beirada e pulou na piscina dando um mergulho e quando voltou a superfície veio até nós.

- você é detetive? – perguntou Justin vindo até nós.

- sim. Me mudei pra cá a alguns meses. Eu estava trabalhando em um departamento na Flórida, mas achei melhor mudar de ares um pouco.

- e como você e Logan se conheceram – perguntou ele pegando a cerveja e tomando um gole.

- nós nos encontramos ontem em um bar pela primeira vez, mas nós estamos conversando pelo celular a alguns dias. Foi o Thad quem e passou o número dele.

- sério? O Thad? – perguntou Charles rindo – ele está mesmo mudando.

- meu pai percebeu que estou crescendo e que eu posso cuidar de mim mesmo.

- já era hora! – falou tio Charles olhando para Cory – sabe Cory eu conheço esse garoto desde pequeno e ele é o garoto dos olhos do Thad. Ele sempre foi ciumento e o colocou um primeiro lugar em tudo.

- só que não! – falei me aproximando e Cory e ele passou o braço por trás de mim – meu pai sempre me deu de duto e isso eu não posso negar, mas nem sempre estava presente. Quantos aniversários e viagens em família ele não estava ou desaparecia porque alguém precisava dele?

- mas o importante ele te deu que foi uma casa e comida.

- mas casa e comida não é tudo – falei um pouco irritado.

- você diz isso porque não passou fome – falou Charles rindo.

- preferia ter passado fome do que sentir que o emprego dele é mais importante do que eu. Você não sabe o quanto é ruim sentir que uma pessoa que você considera tanto não te dá o valor.

- garoto mimado mesmo. Prefere passar fome?

- vai se foder Charles. Quem é você pra falar que eu sou mimado?

- Hey Hey Hey! – falou Cory me puxando e tapando minha boca com seu beijo – acho melhor pararmos por aqui – falou ele Cory olhando para Charles – não vamos brigar por causa disso.

- você vai ter que se acostumar com isso detetive. Esse garoto é mimado e só para quando consegue o que quer – falou Charles tomando sua bebida e olhando pra mim. Ele estava fazendo aquilo de proposito tentando sabotar, pra me irritar.

- eu sei – falou Cory olhando pra mim e se aproximando ele me deu um selinho e então ele colocou sua língua na minha boca e eu a chupei – enquanto eu não o pedi em namoro ele não se aquietou – falou Cory olhando para Charles – nós vamos dar certo porque eu sou um homem mimado e gosto do bom e do melhor. Por isso Logan e eu nos enchemos de carinho até dormir ontem a noite – falou Cory rindo.

Percebi que Charles ficou sem graça pela forma que Cory estava lidando com tudo e eu sabia que Charles estava com ciúmes. Charles é diretor de uma importante organização e ele até comprou um apartamento para mim só pra me conquistar e para me ter e eu acabei com um ‘mero’ detetive. Ele deve estar louco de raiva.

- Logan! – gritou minha mão na ponta da piscina.

- o que foi mãe?

- o seu pai está te chamando! Precisa de ajuda com algo.

- eu já vou – falei olhando pra Cory – eu já volto amor.

- okay – falou Cory me dando um selinho e eu sai caminhando até a parte mais rasa subindo pelas escadas até sair da piscina. Cory e Charles ficaram lá e assim que eu me fui Charles deu uma risada sem graça para Cory.

- esse garoto é uma comédia.

- Logan tem tantos problemas na vida e eu só conheço ele a uma semana no máximo – falou Cory olhando para Charles – se eu souber que você disse ou fez alguma coisa para irritá-lo da mesma forma que fez agora nós dois vamos ter uma conversa. Okay?

- você sabe quem eu sou? – perguntou Charles sério.

- sim. É por isso mesmo que nós vamos ter uma conversa. Se você fosse qualquer outra pessoa eu teria te quebrado aqui mesmo, mas como eu estou na casa do Logan e sou apenas um convidado eu quero apenas ter uma conversa, okay?

Quando cheguei a porta da cozinha olhei para trás e Cory e Charles continuavam conversando e eu levantei meu braço acenando e Cory acenou para mim. Espero que tio Charles não esteja falando asneiras. Ao chegar na cozinha eu olhei pra minha mãe que estava a cortar alguns vegetais.

- cadê meu pai mãe?

- está lá em cima. Ele disse pra você ir lá.

- será que eu vou? – falei me aproximando dela.

- porque você não iria? – perguntou Sharon entrando na conversa.

- porque vocês sabem como é meu pai. Será que ele vai brigar por eu ter trago o Cory? Será que ele vai me matar? É disso que eu tenho medo.

- deixa de bobeira filho. Seu pai está tratando tudo com naturalidade.

- tem cetrza? Não percebeu nada nele? Ele não está irritado ou mal humorado?

- eu não percebi nada – falou Sharon olhando pra minha mãe.

- eu também não – falou minha mãe – vai lá logo lá e volta porque você precisa ficar com seu amor – falou minha mãe rindo.

- para com isso.

- eu vou tirar uma foto de vocês dois e colocar em um porta retrato vocês estão tão fofos juntinhos.

- para mãe! Está me deixando vermelho-.

- está mesmo – falou Sharon rindo – eu sinto muito pelo o que aconteceu Logan.

- para com isso Sharon. Você já se desculpou e eu aceitei as suas desculpas. Está tudo bem entre nós – falei respirando fundo – agora eu vou lá em cima enfrentar o monstro.

Chegando a sala subi as escadas e ao chegar ao topo virei a direita no corredor caminhei até o quarto de meus pais, mas antes de entrar percebi que a porta do meu quarto estava aberta e que havia um certo barulho lá dentro.

- pai? – falei caminhando até em direção ao meu quarto, mas meu velho não disse nada. Assim que cheguei na porta vi meu pai pegando roupas no meu guarda roupa e colocando em uma mala que estava aberta em cima da cama – pai? O que está fazendo?

- você prefere essa ou esse? – perguntou ele me mostrando suas camisas diferentes.

- pai me responde! O que o senhor está fazendo?

- eu estou arrumando as suas coisas – falou ele olhando pra mim todo agitado com um sorriso – eu posso? Estou fazendo um favor.

- eu vou pra rua?

- rua? Não – falou ele rindo – você vai pra prisão. Você quebrou as clausulas do contrato. Vai lá pra baixo aproveitar a sua festinha porque no fim do dia o pessoal vem te buscar pra te levar no pentágono – falou ele jogando um monte de roupas na mala e fechando o zíper – prontinho – falou ele esfregando as mãos como um sinal de trabalho pronto.

- eu não vou pra prisão.

- claro que vai. Você assinou o contrato.

- foda-se pai. O senhor é meu pai! Da pra agir com o um pai pelo menos uma vez na vida! – falei gritando alto.

- que merda está acontecendo aqui? – perguntou minha mãe chegando no quarto – está todo mundo ouvindo essa gritaria.

- não é nada – falou meu pai.

- o meu pai me botou pra fora de casa por causa do Cory – falei mentindo, mas contanto uma grande verdade.

- Thad, querido – falou minha mãe com um sorriso entrando no quarto – fala pra mim que é mentira.

- eu não sei Helen – falou meu pai coçando a cabeça pensativo colocando a mão no rosto olhando pro chão e dando uma volta em passos rápidos pensativo – eu não sei Helen! Eu não sei! – falou meu pai gritando com ela.

- Logan meu amor você pode ficar tranquilo porque você não vai sair de casa – falou minha mãe olhando pra mim.

- quem disse? – perguntou meu pai.

- eu disse! – falou minha mãe.

- Helen… deixa a gente conversar a sós… por favor.

- você não vai botar ele pra fora Thad! – gritou minha mãe.

- deixa a gente conversar mãe. Por favor. Não se estressa. A senhora casou com esse mal humorado e sabe como ele é.

- okay – falou ela saindo do quarto – mas você não vai sair dessa casa! – falou minha mãe apontando pra mim – Antes de você, saio eu! – gritou minha mãe descendo as escadas. Fui até a porta e a fechei.

- pai que palhaçada é esse?

- você vai ser preso Logan. Vou dizer pra sua mãe que você saiu em viagem pro um tempo…

- o senhor não vai me prender pai. Eu gosto do Cory e eu quero namorá-lo.

- isso não estava no contrato filho. Você deveria ficar com 14 caras e depois seria meu.

- esse é p problema pai. Eu só fiquei com 3 e comecei a gostar de 1. Sinto muito, mas no momento eu quero passar o meu tempo com o Cory. Ele é um cara legal, nós nos divertimos ontem e ele meio que abriu meus olhos.

- o que quer dizer com isso? – perguntou meu pai se aproximando mais de mim com os braços cruzados.

- ele disse que você não gosta de mim da forma que diz. Disse que se você me quisesse teríamos ficado logo e não teria inventado a palhaçada desse contrato.

- mas você estava se divertindo com o contrato.

- sim. Eu admito que eu tenho uma parcela de culpa, mas eu não quero sair por ai rodando e ficando com 14 homens só pra poder ficar com você.

- era uma chance de você adquirir experiência filho. Eu tenho medo de que depois de uns meses comigo você se canse – falou ele tentando parecer paternal e calmo.

- pois então pai! O senhor não quer experiência? Deixa eu namorar o Cory. Meus namorados sempre foram imaturos e imbecis. Eu nunca namorei um homem de verdade. Um homem maduro que me respeitasse.

- acho que eu vou ter que dar um jeito nesse cara – falou meu pai respirando fundo – ele está colocando ideias na sua cabeça.

- pai se eu souber… - falei me aproximando dele – não, se eu sonhar que o senhor está planejando tocar em um fio de cabelo sequer do Cory eu juro pela minha vida que eu pego minhas coisas e desapareço no mundo. Vou pro Amsterdã, Brasil, Iraque, Alemanha… o senhor não vai me encontrar nunca.

Meu pai pareceu surpreso com a ameaça até porque eu fui bem convincente. Não foi uma simples ameaça. Ele sabe que se eu quiser eu desapareço e ele nunca mais vai me ver.

- é? Você foge? – perguntou meu pai irônico rindo – então pega as suas coisas e cai fora da minha casa.

- okay – falei caminhando em direção á cama para pegar minha mala – tenho certeza de que Cory vai deixar eu ficar com ele.

- espera, espera… - falou meu pai quando eu coloquei a mão na mala. Ele respirou fundo e apertou as duas mãos na frente do rosto com raiva – okay. Você pode ‘namo… não interessa’ Cory – falou meu pai com raiva respirando fundo.

- isso é um truque? Porque se for o senhor vai se arrepender.

- não. não é um truque.

- obrigado pai.

- mas você precisa continuar com o contrato. Okay?

- pelo amor deus pai. Pra que?

- porque sim filho. Só continua. Já que assinamos aquela merda.

- eu vou pensar. Preciso conversar com o Cory e saber se ele concorda com isso.

- okay filho, mas eu vou cortar 4 nomes daquela lista, okay? Ao invés de 14 você só pode ficar com 10. Okay?

- tudo bem pai, mas eu vou fazer tudo ao meu tempo. Não vou ficar forçando a barra e ficando com qualquer um só pra acabar com a lista.

- eu quero ficar com você filho – falou meu pai se aproximando e ficando na minha frente ele levou uma das mãos ao meu rosto – eu estou ajeitando as coisas, okay? Se tudo der certo nós vamos ficar juntos.

- porque não ficamos agora? Porque não ficamos antes disso tudo? o senhor é meu pai, mas me trata como um João Ninguém.

- tem o meu trabalho Logan. Você acha que podemos ter a vida que queremos sem que ninguém descubra? Sem consequência? Eu não sei se você sabe, mas incesto é crime na América.

- então é isso? É por isso que o senhor me quer rodando a cidade?

- eu sou um homem poderoso e tem pessoas querendo me derrubar o tempo todo: pelo meu trabalho, pelo meu cargo e os caras maus que a CIA persegue. Você com esses homens do contrato é apenas para as aparências. O cargo que ocupo é público e eu sou meio que amigo do presidente. Se algum escândalo acontece tudo cai sobre as costas dele. Por enquanto o melhor que podemos fazer é tentar manter as aparências o máximo possível.

- ta bom pai. Eu sou seu filho e te amo e pelo bem do nosso relacionamento eu vou acreditar que tudo isso tem um propósito.

- sim meu filho. Tem um propósito. Eu sei que eu surtei, mas pensando bem é até bom você namorar o Cory. Ele é um cara legal e ele será bom pra você. Eu tenho trabalhado tanto ultimamente. Ele pode ser uma boa influência.

- sim. ele é – falei avançando e dando um abraço no meu pai – obrigado pai.

- de nada filho – falou ele levando sua boca até a minha e me dando um selinho eu afastei o rosto de leve.

- não pai.

- só um beijo filho. Por favor? – falou ele olhando pra mim.

- okay pai – falei dando um selinho na boca dele e meu velho me abraçou forte e com a língua pra fora ele se atreveu a me beijar e eu me atrevi a deixar que sua língua entrasse em minha boca. Nós demos um beijo gostoso e então eu finalizei com um selinho empurrando meu velho – chega pai – Cory não merece isso – falei limpando a boca – então estamos entendidos?

- estamos sim – falou ele respirando fundo – eu vou… - falou ele abrindo a mala – eu vou… arrumar essa droga – falou meu velho começando a tirar as roupas para guardar.

- deixa pai. Depois eu arrumo ou a empregada arruma. Ela vem toda segunda.

- beleza – falou meu velho passando o braço por trás de mim e nós descemos as escadas. Quando chegamos a cozinha vi que Cory estava lá vestido com a bermuda conversando com minha mãe, meu avô e minha tia Kylie. Ao verem meu pai e eu abraçados eles sorriram e perceberam que estava tudo bem.

- eu sabia que meus garotos iam se resolver – falou minha mãe vindo até nós e dando um selinho na minha boca e outro na boca do meu pai.

- vem aqui Cory! – falou meu pai indo até ele e com um largo sorriso ele deu um abraço – você é bem vindo aqui quando quiser – falou meu pai sorrindo pra ele.

- valeu Thad – falou Cory rindo e estendendo a mão os dois se cumprimentaram outra vez.

- eu disse que ele ia entender – falei me aproximando de Cory e passando o braço por trás dele eu fiquei ao seu lado enquanto ele e meu pai conversavam. Eles conversavam sobre o jogo que Cory assistia hoje mais cedo e eu fiquei lá fazendo companhia só pra não ficar longe os meus dois homens favoritos. O interfone tocou em certo momento e minha mãe atendeu. Ela liberou a entrada e eu fiquei realmente curioso para saber quem era. Quando a porta da sala se abriu eu os vi.

- boa tarde pessoas! Espero que tenhamos chegado a tempo para o almoço!

Meu tio Cody entrou e ao lado dele estava a sua melhor tatuadora Lia Salandra. Ela estava com óculos escuros e seu habitual cabelo verde que era sua marca registrada. Um rosto angelical que se revelou quando ela tirou os óculos escuros.

- você veio tio Cody? – falei me aproximando dele e dando um abraço.

- claro que vim.

- desculpem a demora – falou Lia dando um abraço e um beijo no meu rosto – eu estava em uma sessão de fotos.

- você é modelo também?

- sou – falou ela com um sorriso.

- ela é uma garota multifuncional. É perfeita – falou meu tio.

- oi irmão! – falou meu pai apertando a mão do meu tio.

- oi Thad.

- Cody esse daqui é Cory. Cory é namorado do Logan.

- prazer – falou tio Cody também tirando seus óculos ao apertar a mão de Cory.

- prazer em te conhecer – falou tio Cody.

- o almoço está pronto – falou minha mãe – a mesa está colocada e assim que sentirem fome podem se servir.

A maioria de nós resolveu almoçar, mas alguns preferiram continuar bebendo e apenas comendo a carne que queimava na churrasqueira. Uma dessas pessoas foi meu tio avô Ricardo que provavelmente não veio almoçar por causa de Cory e eu. Acho que nós não somos ‘gente de bem’ o suficiente.

- onde está o meu avô Ricardo? – perguntou tia Kylie.

- ele está lá fora – respondi – acho que Cory e eu não somos dignos da honra de ter vossa majestade na mesa conosco. Todo mundo deu risada ao me ouvir dizer isso.

- para com isso Logan. Ele só não está com fome – falou minha mãe – ele não tem nada contra você.

- tá bom, vai pensando que é isso – falou meu avô Rex – Ricardo é meu irmão, mas é um grande otário. Eu até prefiro que ele não esteja aqui pra estragar o meu almoço com sua negatividade. Meu neto vem em primeiro lugar – falou meu avô sorrindo e olhando pra mim.

- obrigado vovô.

Durante o almoço conversamos sobre as últimas semanas. Todo mundo contou um pouco de como andava a vida e meu tio Noah falou sobre o trabalho e alguns eventos que ele estava organizando. Tio Jay não olhou mais na minha cara depois de ter conhecido Cory. Eu fui sacana com ele e eu sinto muito por ter alimentado suas esperanças de novo.

Depois do almoço alguns foram cochilar e outros voltaram para a piscina para nadar, descansar, tomar sol e para cuidar da churrasqueira. Cory e eu nos sentamos em algumas cadeiras e ele estava conversando e fumando com tio Noah enquanto Sharon e eu conversávamos.

- eu queria que a Lizzie estivesse aqui.

- obrigada – falou Sharon.

- não é isso Sharon. É que Lizzie quase nunca aparece. Ela é sempre a alegria da festa.

Lia estava fazendo topless á beira da piscina e havia uma fileira de homens sentados comportas por meu avô, Ricardo, tio Cody, Jay e tio Charles que estavam sentados jogando conversa fora e assistindo enquanto ela jogava conversa fora.

- Logan! – falou Cory chamando a minha atenção – você não me disse que seu tio Noah era um cara tão bacana.

- ele é sim, mas é que eu guardo segredo – falei rindo e olhando para tio Noah enquanto eu acariciava a perna de Cory. Era quase cindo da tarde a esse ponto.

- Cory também gosta do jogo. A próxima vez que forem assistir é só me convidar que eu apareço – falou tio Noah.

- com certeza – falou Cory – no próximo jogo você está convidado.

- vou ao banheiro.

- okay – falou Cory se inclinando e me dando um selinho.

Entrei em casa e fui pro banheiro social lá de cima. Abri a porta para poder usar e dei de cara com meu avô usando a privada.

- vô! Desculpa! – falei voltando e fechando a porta.

- não tem problema garoto!

Fui pelo corredor e decidi usar o banheiro do meu quarto. Tirei o pau pra fora e respirei fundo começando a mijar sentindo todo o refrigerante e a cerveja saírem de mim.

- deus eu estou apertado – falei sentindo a urina sair.

- Logan? Está ai? – falou meu avô entrando no quarto e indo até a porta do banheiro.

- estou sim vô – falei olhando pra trás.

- eu quero conversar com você.

- eu estou terminado aqui e nós nos falamos.

- okay – falou meu avô voltando pro quarto.

Depois de mijar e lavar as mãos voltei pro meu quarto e meu avô estava deitado na minha cama. Ele estava lá sem camisa e totalmente confortável na minha cama.

- o que o senhor quer comigo Rex?

- senta aqui – falou ele batendo a mão na cama e eu me sentei ficando no rumo de sua cintura olhando pra ele.

- tem algo de errado? O senhor está me preocupando.

- não é nada garoto eu só queria que você soubesse que eu não sou como meu irmão. Ele é um imbecil e ele não tem nada a ver comigo. okay?

- eu sei vô. O senhor foi o primeiro a me aceitar do jeito que eu era. Foi o primeiro a não ficar me olhando pelo canto do olho ou ficar fazendo comentários quando eu fazia ou dizia algo que soava ‘gay’ demais.

- obrigado por ser você Logan. Você vem de uma família rica, tem de tudo e eu agradeço pro você não ter se envolvido com as pessoas erradas e estar se drogando ou gastando o tempo fazendo coisas erradas. É disso que eu tenho medo e você me surpreendeu.

- obrigado vô. Pra dizer a verdade eu sempre tive um bom exemplo e eu não estou falando do meu pai. Falo do senhor. Todas as vezes que compareceu as minhas apresentações escolares, peças de teatro e jogos de futebol sempre que meu pai não podia.

- eu fiz o que pude pra você ter uma figura paterna.

- e eu agradeço vô – falei sorrindo pra ele e eu me inclinei e por instinto dei um selinho na boca dele – desculpa vô – falei voltando meu corpo e ficando de pé um pouco envergonhado – é que eu tenho o costume de beijar meu pai que fica sempre insistindo…

- relaxa garoto – falou meu avô se levantando – afim de tomar um banho de piscina como o vô? – falou ele dando a volta na cama e passando o braço por trás de mim.

- claro! Porque não? – falei saindo do quarto com meu avô.

Obrigado a todos pelos comentários e votos no capítulos anterior. Fico feliz pela reação de vocês. Um grande abraço a todos e até o próximo.