UM PASSO A FRENTE capítulo quinze
N
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ão
gostava de mentir. Nem para Morgan e nem para Gray, mas isso era algo que eu
precisava fazer. Mentir para Morgan já era horrível e eu me sentia péssimo, mas
eu não podia lidar com a verdade no momento então eu mentiria para Gray que
também é algo horrível. Ele acha que estarei em casa quando na verdade vou a um
restaurante encontrar um desconhecido para falar sobre a vida particular dele.
Então eu menti para Morgan e me sinto mal e para arrumar isso vou mentir para
Gray. Talvez essa lógica não tenha sentido, mas na minha cabeça faz.
Estava pronto para ir ao restaurante. Vesti minha melhor roupa e estava
de frente ao espelho pensando nas coisas que eu diria. Tudo parecia conspirar
para que eu não fosse a esse encontro, mas eu não acreditava em destino e nem
em coincidências. Acho que o seu futuro depende das escolhas que você faz hoje
e essa era uma decisão que eu já tinha tomado e não pretendia voltar atrás. O
relógio marcava pouco mais das oito horas da noite quando meu celular tocou.
Era Gray.
- fala Gray – falei atendendo o telefone.
- o que está fazendo? – perguntou Gray.
- estou na cama – falei de frente ao espelho penteando meus cabelos – e
você?
- estou assistindo TV com meus filhos.
- você sabe mais ou menos a hora que Morgan vai chegar?
- não – falou Gray – eu disse que talvez nem volte hoje.
- eu imaginei mesmo que existia essa possibilidade.
- mas se eu voltar eu prometo que te ligo antes.
- tudo bem.
- você já comeu alguma coisa?
- não.
- olha embaixo do seu travesseiro – falou Gray.
Rapidamente fui até a cama e levantei o travesseiro. Tinha um bocado de
dinheiro lá embaixo.
- o que é isso?
- pra você pedir algo para comer.
- não precisava Gray.
- o que nós conversamos sobre você aprender a aceitar a ajuda das
pessoas?
- você disse que eu deveria agradecer.
- então agradeça – falou Gray rindo.
- obrigado você é muito gentil.
- queria poder conversar mais, mas preciso desligar.
- tudo bem. Tenha uma boa noite.
- você também. Um beijo.
- beijo – falei desligando o celular.
Agora sim eu estava pronto para ir podia ir. Peguei o dinheiro que Gray
deixou para mim e coloquei em minha carteira. Ainda bem que ele tinha feito
isso porque ainda não tinha elaborado um plano sobre ir a um restaurante sem
dinheiro. O taxi me deixou em frente ao The Corner Blvd. Era a segunda vez que
estava nesse restaurante.
Ao entrar decidi ir me sentar próximo ao bar porque além de ser perto
para pegar bebidas eu tinha uma visão privilegiada de todo o ambiente. Mal
tinha chegado e sentando-me junto ao balcão e eu pedi um Martini apenas para
manter as aparências. Tomei um gole da bebida e me perdi na música que tocava.
Olhei em volta apenas observando a movimentação para ver se via Rupert.
Alguns minutos se passaram. Acabei me perdendo em minha própria mente em
meios tantos pensamento do que vinha acontecendo em minha vida pessoal e quase
levei um susto quando ela colocou a mão no meu ombro.
- o que você está bebendo? Eu vou querer um igual – falou Eve se
sentando ao meu lado.
- Eve? O que está fazendo aqui?
- surpreso? – perguntou ela com um sorriso.
- sim, quer dizer… coincidência certo?
- me poupe Griffin! – falou Eve tomando um gole do meu Martini – não é
coincidência. Eu te segui.
- porque?
- porque alguma coisa está errada. Você disse que teve outra reação
alérgica devido a latas de cerveja embaixo da pia. Talvez essa desculpe cole com
a Morgan, mas não vai colar comigo. Trabalhei por nove anos como perita
criminal para o FBI eu sou muito boa no que eu faço. Eu coleto evidências e não
existe lógica no que você disse.
- o que você está insinuando?
- eu sei que tem algo errado. Você mentiu sobre ter sofrido outra reação
alérgica e mentiu sobre o motivo de Gray estar em seu apartamento então eu te
segui depois do trabalho e fiquei na porta do seu apartamento. Confesso que não
imaginei que você fosse sair.
- você podia ter me poupado algum dinheiro. Se tivesse dito que estava
lá me espionando eu poderia ter vindo com você – falei tomando um gole da
bebida – eu não tenho nada a esconder Eve. Se quer tanto saber algo sobre mim é
só perguntar.
- OK – falou Eve sorrindo e finalmente dando um gole da própria bebida –
porque você mentiu sobre ter tido outra reação alérgica?
- porque eu não queria dizer o real motivo dos livros de Gray estarem no
meu apartamento.
- porque os livros dele estavam no seu apartamento?
- porque é mais fácil para Gray. Se ele fosse chamado no hospital no
meio da noite ele teria os livros caso precisasse e só pra saber as roupas dele
também estavam no meu apartamento – falei olhando para os lados disfarçadamente
para ver se eu via algo.
- porque Gray está hospedado no seu apartamento? – perguntou Eve
desconfiada.
- acontece que Gray gosta de mim – falei olhando para Eve – de um jeito
que eu não imaginei que ele fosse gostar e no fim das contas eu percebi que
também gosto dele.
- do que você está falando? – perguntou Eve prestando mais atenção no
que eu dizia.
- Gray me pediu em namoro e eu disse sim. Nunca pensei que fosse
possível já que pra mim Gray era só um imbecil, mas ele acabou de tornando um
imbecil bem agradável… resumindo – falei terminado de tomar o meu copo – eu me
apaixonei por Gray.
- Que droga Griffin, pensei que você falasse sério – falou ela rindo e
pegando o copo – você está curtindo com a minha cara – ela tomou outro gole de
sua bebida.
- Estou dizendo a verdade. Se você não quiser acreditar é problema seu –
falei novamente olhando em volta e foi quando eu vi Rupert. Ele usava um terno
branco e estava sem barba. Seus cabelos grisalhos estavam bem penteados. Talvez
eu não o tivesse reconhecido sem barba se ele não fosse tão alto e chamativo.
Era um homem bonito.
- espera… - falou Eve olhando na mesma direção que eu – eu conheço
aquele homem.
- aquele é Rupert Rothlo.
- o que está fazendo aqui Griffin? – perguntou Eve agora me levando a
sério – porque está seguindo alguém que não é mais nosso alvo?
- eu preciso fazer a coisa certa.
- o que veio fazer aqui? Qual é o seu plano? – perguntou Eve.
- eu só preciso conversar com ele. Mostrar que não tem problema ele se
assumir. Ele não precisa trair a esposa.
- você ficou maluco? – falou Eve com raiva – você está correndo o risco
de se expor – Eve disse isso olhando de volta para Rupert que se sentou á uma
mesa e em seguida foi a vez de Julie se sentar. Era a esposa de Rupert que
vestia um vestido vermelho – viu só? É piro do que eu pensava. A esposa dele
está aqui.
- eu sei.
Eve olhou para mim e finalmente compreendeu que foi Kiff que me ajudou a
marcar esse encontro.
- se a esposa descobre que nós mentimos ela pode nos processar. Nós
recebemos pelo serviço e mentimos. Nós fizemos isso por você.
- eu sei. Estou fazendo isso pela Morgan. Rupert é uma bomba relógio.
Cedo ou tarde a esposa vai descobrir a traição e Julie vai correndo até a
empresa perguntar porque mentimos. O que a ética diria sobre isso?
- esse é o seu plano? Seu maravilhoso plano é vir aqui no dia que ele
tem um encontro com a esposa? E depois?
- Eu não pensei no depois, mas eu sou ótimo em improvisar – falei
olhando para Eve.
- não vou eixar que faça isso – falou Eve pegando o celular.
- o que vai fazer?
- ligar para Gray e contar o que está fazendo. Ele vai te dar uma bronca
daquelas. Se eu não te faço mudar de ideia talvez ele faça.
- nem pensar – falei pegando o celular da mão de Eve que tentou pegar de
volta e nessa brincadeira o celular acabou caindo no chão.
- que droga Griffin – falou Eve se preparando para levantar, mas antes
que ela o fizesse uma outra mulher passou e pegou o celular – muito obrigada –
falou Eve sorrindo.
- não é nada – falou ela se virando para entregar o celular e foi quando
ela me viu – Bruce? que coincidência –
falou Sadie Frances.
- oi Sadie – falei olhando para Eve.
Da última vez que estive nesse restaurante Sadie apareceu e contou para
todos que eu tive um irmão. Acontece que Sadie me conhece de Nebraska e sabe
toda a minha história já que cursamos o último ano do colegial juntos.
- pois é, que coincidência – falei olhando para ela.
- vamos indo Griffin? – perguntou Eve se levantando.
- se eu não soubesse que você é gay eu diria que está tendo um encontro
com ela – falou Sadie rindo e apontando para Eve.
- pois é. Somos só amigos –falou Eve – viemos tomar algumas para relaxar
depois de um longo dia de trabalho.
- vocês trabalham com o que?
- nós trabalhamos em uma imobiliária – falei antes que Eve.
- é sim.
- são corretores? – perguntou Sadie.
- então essa é mais uma coincidência – falou Sadie apontando para uma
mesa – meu marido também é.
Eve e eu olhamos para uma mesa onde tinha um homem sentado.
- pois é. Hoje o dia está cheio de coincidências – falou Eve sarcástica.
- talvez vocês o conheçam – falou Sadie segurando na minha mão me
puxando e Eve andou logo atrás de mim.
- nós estamos um pouco com pressa – falei para Sadie.
- deixa de bobeira Griffin. Te conheço a muitos anos. Nós nunca fomos
amigos, mas acho muita coincidência nós vivermos na mesma cidade, gostarmos do
mesmo restaurante e você ser um corretor como meu marido. Talvez devêssemos ser
amigos – meu marido vai gostar de conhecer alguém da minha cidade natal.
- tudo bem, mas vai ser um oi rápido.
- deixa de bobeira. Talvez vocês pudessem se juntar a nós já que estão
aqui. Meu marido não passa muito tempo na cidade porque ele viaja bastante
dando palestras motivacionais e hoje é o aniversário dele.
Quando Sadie disse isso percebi que nós caminhávamos para a mesa onde
Rupert e Julie estavam sentados. Enquanto nos aproximávamos Eve se aproximou de
mim. Tudo estava acontecendo tão rápido que eu não sabia como ia sair daquela
situação. Foi então que eu percebi que Rupert se levantou e se abraçou com
outro homem. Ele parecia cumprimenta-lo. Devia ser o marido de Sadie.
- aquele é meu cunhado – falou
Sadie apontando para Rupert – Rupert Rothlo e aquela é minha cunhada Julie
Garrett e aquele lindo homem de costas é meu marido… Roger Rothlo.
Julie se levantou e abraçou o
homem que estava de costas. Quando Julie o abraçou ele virou de perfil e eu
parei de uma vez.
- preciso ir – falei para Sadie encarando aquela cena de longe – não
estou me sentindo bem e acho que preciso me sentar.
- deixa de bobeira – falou Sadie puxando minha mão, mas eu puxei de
volta. É sério. Eu preciso ir, mas qualquer dia nos esbarramos. Se aconteceu
uma vez pode acontecer de novo.
Rapidamente Eve e eu caminhamos de volta para o bar, mas não paramos. Ao
passarmos lá eu joguei algumas notas pagando as nossas bebidas e rapidamente
fomos até a saída do lado esquerdo.
- não acredito que você realmente pensou que fosso fosse dar – falou Eve
quando finalmente chegamos do lado de fora.
- eu sei – falei nervoso com oque
tinha visto.
Olhei para trás e vi que Rupert estava vindo para a saída onde
estávamos. Nesse momento Segurei na mão de Eve e a puxei o mais rápido o
possível para o lado esquerdo ficando escondido atrás de plantas que enjeitavam
o lado de fora do bar e restaurante. Vários coqueiros gigantes e iluminados.
Fiquei assustado porque pensei
que talvez Rupert tivesse me visto, mas logo percebi que esse não era o motivo
dele estar vindo na nossa direção. Rupert não estava sozinho. O marido de
Sadie, Roger que era irmão de Rupert estava com ele. Os dois chegaram ao lado
de fora e eu vi que Rupert pegou a arteira de cigarros e colocou um cigarro na
boca acendendo em seguida. Roger tinha um copo de bebida na mão e tomou um gole
e contou alguma coisa para o irmão que deu risada.
- porque estamos escondidos? – perguntou Eve.
- Rupert e Roger – falei apontando para eles.
- ótimo. Quase você foi pego outra vez – falou Eve sarcástica – vamos
embora Griffin porque você já causou problemas demais.
- eu disse a verdade quando falei sobre Gray – falei ainda parado atrás
dos coqueiros olhando para Eve.
- o que está falando? – perguntou Eve.
- Gray e eu estamos apaixonados um pelo outro.
- eu não acredito em você – falou Eve.
- o que te faria acreditar?
- eu sou perita criminal. Eu acredito em provas – falou Eve me
desafiando.
- OK. Vamos para meu apartamento. Gray está com os filhos e quando
Morgan chegar do encontro ele vai direto para lá.
- digamos que você esteja dizendo a verdade – falou Eve olhando sério
pra mim – porque você me contaria? Nós não somos tão próximos.
- exato. Preciso que você seja minha amiga. Preciso de uma amiga agora
porque eu preciso te contar uma coisa.
- o que é? – perguntou Eve curiosa.
- tá vendo aquele homem com Rupert?
- estou – falou Eve olhando fixamente para ele.
- sabe quem é ele?
- claro. A sua “amiga” Sadie disse que ele é o marido dela que é irmão
do homem que você veio tirar do armário.
- você não o reconheceu das fotos?
- que fotos? – perguntou Eve sem saber do que eu falava.
- você não é tão boa como pensa Eve. Eu o reconheci de Perfil.
- do que está falando? – perguntou Eve sem entender.
- Sadie disse que aquele é Roger Rothlo, mas quando eu o conheci ele se
chamava Hugo… McNamara.
- Griffin… - falou Eve surpresa.
- ele é o Hugo. Ele é o vigarista que me roubou tudo.
- não brinca com uma coisa dessas – falou Eve surpresa.
- acredite essa é a última coisa com a qual eu brincaria no momento.
Acredite em mim quando eu digo que é ele..
- tem certeza de que é ele?
- claro que tenho. Eu conheço o rosto do homem que levei para minha
casa. Reconheço o rosto do homem que roubou tudo o que era meu e quase me
matou.
- Não acredito nisso – falou Eve surpresa – você tem certeza de que é
ele?
- pare de me perguntar isso.
- desculpa é que… é muita coincidência.
- Não sei se acredito em coincidências, mas no momento não importa. Vou
ligar para a polícia.
- não faça isso – falou Eve.
- por que não?
- Porque não adianta – falou Eve decepcionada caminhando para longe dos
dois – nós não temos provas. Você não denunciou o roubo e Kiff e eu vasculhamos
todo o apartamento. Além de vestígios da droga que ele usou para te dopar não
encontramos mais nada. Esse cara é esperto. Ele limpou toda a cena. Sem
digitais nem cabelos e nem tecido epitelial.
- então o que faremos? – falei seguindo ela pela calçada
- nada, mas veja isso pelo lado positivo. Nós estamos um passo a frente
dele. Nós sabemos o nome real: Roger Roffman Rothlo. Será uma questão de tempo
até pegá-lo.
- não sei se consigo ver o lado positivo nisso tudo.
- nós vamos pegá-lo. Eu vou te ajudar a pegá-lo.
- obrigado Eve.
- só tenho uma condição – falou Eve caminhando até o carro dela e
desativando o alarme.
- qual?
- sem mentiras.
- tudo bem – falei vendo ela abrir a porta do carro – pode me dar uma
carona até em casa?
- posso fazer melhor que isso. Podemos ir até a sua casa e esperar Gray
chegar. Eu quero ver se o que disse é verdade.
- tudo bem – falei entrando no carro.
Quando Eve e eu chegamos ao meu apartamento ela foi se jogando no sofá
da sala.
- você é mais corajoso do que eu pensei – falou Eve.
- porque está dizendo isso? – perguntei tirando meu tênis e minhas
meias.
- sair para o trabalho de campo sozinho. É perigoso.
- eu sei que é, mas é algo que eu precisava fazer – falei abrindo a
geladeira e pegando duas cervejas. Abri as duas long neck e levei uma para Eve.
- o que você estava pensando em dizer a ele? – perguntou Eve tomando um
gole da cerveja dela.
- eu diria para ele se assumir. Sei lá… acho que eu saberia na hora.
- me promete que vai desistir dessa história. Agora que você sabe que o
irmão dele é Hugo você não pode chegar perto dele e dar a chance de ser
descoberto.
- tudo bem. Eu desisto.
- ótimo.
- eu vou tirar essa roupa e colocar algo mais confortável – falei
colocando a cerveja em cima do balcão e entrando no meu quarto. Tirei toda a
minha roupa e fui para o banheiro. Enquanto estava no box toando meu banho o
meu celular tocou. Abri o box de vidro e peguei o celular.
- porque demorou tanto a atender? – perguntou Gray assim que atendi o
telefone.
- eu estou no banho e você? Que horas chega?
- estou indo agora a Morgan acabou de pegar as crianças.
- tudo bem então. Até daqui a pouco.
- até – falou Gray.
Quando sai do banho Eve estava sentada no sofá com um dos livros de Gray
na mão. Ela passava as páginas aleatoriamente.
- Gray ainda não chegou? – perguntei pegando a minha cerveja e dando
outro gole.
- vamos nos poupar temo – falou Eve – me conte logo porque Gray estava
aqui. Se não podem e dizer apenas diga que é um assunto médico que você não
está confortável em discutir.
- ele vai chegar logo. Ele me ligou á quinze minutos dizendo que Morgan
já pegou as crianças.
Eu mal fechei a boca e a porta do apartamento se abriu.
- olá – falou Gray olhando para mim de pé próximo ao balcão da cozinha. Gray
tinha um sorriso, mas quando ele olhou para o sofá e viu Eve se levantar ele
mudou a expressão e olhou para mim.
- o que está fazendo aqui Eve? – perguntou Gray confuso.
- eu te disse – falei olhando para Eve.
- eu já entendi – falou Eve rindo – você ligou para ele e mandou ele
vir.
- porque você não acredita?
- o que está acontecendo? – perguntou Gray.
- eu resolvi contar para Eve, mas ela não acredita.
- o que eu perdi? – perguntou Gray colocando o celular e as chaves em
cima da mesa.
- Griffin me disse que vocês estão namorando, mas eu não acredito.
- porque você resolveu contar? – perguntou Gray.
- não sei. Acho que precisava dizer á alguém para que se tornasse real.
- pode acreditar Eve. Sei que pode ser uma surpresa pra você, mas eu me
apaixonei por Griffin e eu tive a sorte dele corresponder o sentimento.
- não entendo. Você foi casado por onze anos – falou Eve – você deu em
cima de mim naquela noite.
- eu não amava mais Morgan e pensei que talvez eu só precisasse de sexo
sem sentido para dar valor ao que eu tinha, mas não mudou nada então eu percebi
que o amor tinha de esvaído. Quando conheci Griffin eu simplesmente me apaixonei…
eu não preciso explicar os meus motivos toda vez que alguém perguntar. Apenas
saiba que eu estou namorado Griffin.
- se isso for uma pegadinha eu tenho que admitir que estou quase caindo
– falou Eve quase acreditando.
- vem aqui –falou Gray esticando a mão – vamos fazer ela acreditar.
Segurei na mão de Gray e me aproximei dele. Gray levou a mão até meu
rosto e acariciou minha bochecha. Gray olhou para Eve e enquanto olhava para
ela ele deu um selinho na minha boca. Depois outro selinho e no terceiro
selinho ele fechou os olhos manteve os lábios grudados enquanto sua língua
dançava dentro da minha boca.
- então é verdade? – perguntou Eve.
- é sim -falou Gray pegando a
cerveja da minha mão e dando um gole.
- Vocês já pararam para pensar em como ela vai se sentir quando
descobrir?
- já. Eu não me importaria me contar, mas Griffin quer esconder por
enquanto então eu respeito.
- espero que você tenha tomado a decisão certa – falou Eve olhando para
mim indo até aporta.
- eu só estou tentando poupar os sentimentos dela. Só espero que você
possa guardar segredo.
- eu posso guardar segredo – falou Eve – Vou guardar porque Morgan me
odeia de qualquer jeito então não fará diferença, mas ela não te odeia. Não dê
motivo a ela – falou Eve forçando um sorriso – boa noite para vocês.
Eve se foi e Gray e eu ficamos em
silêncio. Me senti mal por mentir para Morgan. Eu não achava certo esconder
isso dela, mas a verdade é que eu tinha medo da reação dela.
- não liga pra Eve – falou Gray tirando os tênis e as meias.
- talvez ela esteja certa. Talvez eu deva contar e arcar com as
consequências.
- você que sabe – falou Gray tirando o camisa – seja lá qual a sua
decisão eu vou estar ao seu lado. Já disse isso e digo de novo – falou ele tomando
o restante da cerveja e caminhando até o quarto – vou tomar um banho.
- por falar em mentiras – fale indo atrás de Gray – eu preciso te contar
uma coisa que aconteceu hoje – falei entrando no quarto e fechando a porta.
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