Capítulo 20: Cruel Dilema | Conto: Cruel Sedutor ~ Contos Eróticos, Literatura Gay | Romance, Chefe, Incesto, Paixão, Professor, Policial outros...

Cruel Dilema

assar a noite na casa de Cory apenas aumentou a minha confusão mental. Cory era tão carinhoso, fofo, gostoso e atencioso. Era maravilhoso estar em sua companhia. Ele tinha tudo e fazia de tudo por mim. Literalmente. Na verdade nunca me senti tão seguro e tão aceito com alguém a muito tempo. Ele me fez deitar em seu peito e me encheu de beijos e carinho até eu cair no sono. Na sexta de manhã ele me acordou com o café da manhã na cama. Tudo o que eu mais gostava. Iogurte com frutas e amêndoas, suco de laranja e bolachas com geleia de limão. Disse que era a forma dele de dizer – seja bem vindo á minha casa, seja bem vindo á minha vida – com vários beijos é claro.

Então porque eu continuava pensando em Clyde? Continuava pensando no que tinha acontecido no banheiro? Por mais que eu estivesse longe era tudo o que pensava. Com certeza me sentia culpado por muitas coisas. Me sentia culpado por me sentir assim. Atraído por dois homens. Dois maravilhosos homens. Aquilo estava em minha cabeça e ficou comigo por todo o dia de trabalho. Era frustrante pensar nisso. Especialmente com o homem com quem eu estava sentado na sala ao lado e o outro sentado logo á minha frente. Toda vez que ele levantava e eu via sua bunda pressionada no uniforme me lembrava do dia que eu o tinha visto nu no vestiário. A silhueta do seu membro mole entre suas pernas.

Toda vez engolia em seco e ia até a copa do segundo andar tomar um copo de água bem gelado para esfriar a cabeça. A festa de aniversário de Aaron era no dia seguinte. Cory não iria à festa, pois estaria de plantão, eu por outro lado não iria trabalhar e como morava lá tinha sido meio que convidado para a festa. Amy por outro lado ia passar o fim de semana com seu namorado Rudolph. Nem era o tema de palhaço que me incomodava e sim o fato do pai do aniversariante provocar choro dentro das minhas calças.

Era pouco mais das três horas da tarde. Estava quase indo para o lanche quando vi que alguns policiais pararam de frente a TV assistindo noticiário. O volume da televisão estava baixo, mas vi a foto de um casal chamado ‘Luke e Shelly’ que haviam sido encontrados mortos em suas casas. Levantei-me e fui até próximo a televisão e meu medo se concretizou. As duas crianças estavam mortas e os pais tinham sido torturados antes de serem assassinados. Na parede a palavra ‘Porcos’ estava escrita com sangue de corpo. Como a casa ficava em outra região outro departamento de polícia estava cuidando do caso.

- será que isso nunca vai parar? – perguntei cruzando os braços.

- eu me pergunto a mesma coisa – falou o policial Omar que esteve na festa de aniversário de Clyde – não entendo porque as pessoas fariam uma coisa como essa. Matar duas inocentes crianças e torturar os pais.

- O mundo é um lugar muito grande. Tem gente doida pra tudo.

- concordo – falou Omar olhando no relógio em seu pulso – vamos lanchar?

- sim.

Omar e eu descemos as escadas e ao chegarmos na lanchonete Clyde, Judy, Lola, Vince, Luís e Blacke estavam sentados. Ao nos ver eles abriram espaço para que Omar e eu nos sentássemos. Eles haviam juntado duas mesas. Essa era a primeira vez que via todos juntos. Na verdade Cory era o único que não estava lá.

- o que vamos comer hoje? – perguntei olhando para Clyde que estava sentado de frente para mim do outro lado da mesa.

- onde está Cory? – perguntou Clyde.

- eu não sei. Ele saiu da sala dele á algumas horas e não voltou mais.

- estou bem aqui! – falou Cory chegando – abram espaço – falou Cory puxando uma cadeira e fazendo com que Omar chegasse para o lado para ele se sentar ao meu lado.

- quem é vivo sempre aparece – falou Clyde brincando.

- vocês viram o que aconteceu? – perguntou Cory.

- sim – falou Judy – o casal morto.

- dessa vez não tinha nada escrito na parede. Acho que sua teoria estava errada – falou Lola.

- você contou pra eles? – falei olhando para Clyde.

- do que adianta fazer uma teoria se não puder compartilhá-la? – perguntou Clyde tomando um gole do seu suco.

- não tem problema – falou Cory passando o braço por trás de mim me puxando e dando um beijo na minha testa – essa foi à primeira de muitas. Tenho certeza que você daria um ótimo investigador.

- é verdade – falou Vince – você só não acertou dessa vez.

- pelo menos eu tentei – falei levantando a mão pedindo á garçonete suco de laranja e pão de queijo – eu só não entendo como ninguém consegue pegar esses assassinos.

- é porque até agora não descobrimos o padrão – falou Blacke – as mortes parecem ser aleatórias. Toda vez que traçamos um perfil e descobrimos o padrão esses assassinos fazem algo de diferente e a teoria é descartada.

- espero que eles comecem a cometer erros em breve. Não aguento ligar a TV e descobrir que mataram alguém. E agora, crianças? Essas pessoas são doentes. Se algo acontecesse com minha sobrinha eu ficaria louco.

- eu nem gosto de pensar nisso – falou Clyde – vamos mudar de assunto – falou ele parecendo desconfortável – quem vai á festa do meu filho amanhã?

- eu vou – falou Blacke levantando amanhã – meus filhos tem me falado sobre essa festa desde sábado passado.

- eu vou levar minha sobrinha – falou Judy.

- eu não tenho filhos e nem sobrinhos, mas eu adoro comer bolo então eu vou – falou Lola.

- eu não vou poder ir. Estarei de plantão amanhã.

- não tem problema. Eu guardo um pedaço do bolo pra você – falou Clyde. Achei que ele tinha gostado de saber daquilo. Saber que Cory não poderia ir á festa.

Depois do lanche nós voltamos ao trabalho logo em seguida. Comecei a pensar que talvez não fosse uma boa ideia ir á essa festa. Talvez fosse melhor até ir para o apartamento de Cory no sábado esperar por ele. Eu podia inventar qualquer desculpa para não ir a essa festa. Inclusive dizer que era por causa do tema.

No fim do expediente eu estava novamente na academia terminando de limpar os aparelhos e o chão. Eu estava cansado e estava fechando as janelas. Fui até o aparelho de ergometria e passei o pano com álcool limpando-o.

- até segunda Stan! – falou o policial Randy levantando o braço e acenando junto com um casal de policiais. Acenei de volta para eles e em seguida voltei a limpar. Borrifei um pouco de álcool e passei o pano novamente e quando segui para o outro aparelho ouvi passos de alguém saindo do banheiro em direção ao elevador.

A pessoa não se despediu. Quando olhei para trás vi Clyde entrando dentro do elevador.

- Hey! Clyde – falei correndo e ele colocou a mão impedindo que a porta se fechasse. Ele usava uma camiseta regata e seus cabelos estavam molhados. Ele estava com sua mochila que tinha seu uniforme – eu vou com você! Você não vai me esperar?

- você vem? – perguntou ele confuso – desculpa é que eu achei que você fosse passar a noite na casa do seu namorado – ele parecia sério.

- não, mas se você quiser ir eu ligo pro Cory e ele vem me buscar. Parece que eu estou incomodando ficar na sua casa – falei me virando.

- Stan! Espera! – falou Clyde tocando meu ombro – foi só uma brincadeira. Você não está incomodando.

- então você vai me esperar e me dar carona? Ou vou ter que pegar um Uber?

- eu te espero – Cory se sentou em um banco e jogou a mochila para o lado.

Voltei até o último equipamento e comecei a limpá-lo. Borrifava o álcool e passava o pano até que ficasse limpo de todo o suor. Olhei para Trás e Clyde parecia distraído mexendo no seu celular. Voltei a olhar o equipamento e quando terminei fui até a copa e joguei o pano fora e fui até o armário de produtos e guardei o álcool.

- estou pronto – falei indo até o meu armário e pegando minha mochila.

- vamos? – perguntou Clyde de pé quando voltei à academia.

- sim. podemos.

Nós seguimos até o elevador e assim que entramos Clyde puxou assunto comigo.

- e então… animado para a festa de amanhã?

- eu não sei se vou ficar para a festa – falei quando saímos do elevador.

- o que? Por quê? – perguntou Clyde me seguindo enquanto eu passava o crachá na catraca para sair da delegacia.

- porque Cory vai trabalhar o dia todo e eu não me sinto confortável em ir nessa festa sem ele.

- é por causa do que eu fiz? – perguntou Clyde – por causa do beijo? Me perdoa. Eu não devia ter te beijado – nós chegamos á garagem e paramos em frente ao carro – o que eu sinto por você não importa. Você está com alguém e esse alguém é meu amigo. Eu dei bobeira, fiquei dormindo e perdi a chance.

- você é um homem casado. Não está feliz no seu casamento?

- Anne e eu meio que nos acomodamos. Sabe quando você se casa com alguém e fica tanto tempo com ela que mesmo que você não sinta nada por essa pessoa você continua com ela porque é mais fácil?

- não. Pra dizer a verdade eu não sei.

- olha… não interessa – falou Clyde – não interessa o que eu sinto. Não deixe de ir à festa. Aaron gosta muito de você. Significaria muito para ele.

- tudo bem. Eu vou – falei respirando fundo. Eu queria muito ouvir o que Clyde tinha a dizer sobre o que sentia por mim, mas parece que não ia ser dessa vez.

Nós entramos no carro e seguimos viagem para sua casa. A maior parte do tempo foi em silêncio. Quando chegamos em uma avenida perto do parque da Disney percebemos que um acidente tinha acontecido. O transito estava engarrafado e Clyde parecia nervoso e estressado buzinando sem parar e xingando muito toda vez que alguém entrava na frente dele.

- se acalma Clyde – falei repreendendo-o.

- porra! Como que eu me acalmo? Estamos a mais de quarenta minutos parado nesse transito – nesse momento vi os pelos da sua barba se arrepiando. Ele estava sério olhando para frente. Ele ficava tão gostoso quando estava bravo.

Quando percebi que olhava para ele eu limpei a garganta e olhei para o outro lado. Puxei a mochila colocando-a no meu colo para que Clyde não percebesse que eu estava excitado. Voltei a olhar para frente e respirei fundo tentando pensar em outra coisa. Fechei os olhos por alguns segundos e Clyde quase me matou de susto buzinando três vezes.

- para de buzinar Clyde! – falei puxando a mão dele do volante – sabia que o transito não anda mais rápido só porque você buzina? Eu segurava forte no antebraço de Clyde que pareceu assustado com minha reação. Talvez não assustado, mas surpreso – parede ficar gritando e xingando por coisas que estão fora do seu controle. Você não pode fazer nada para melhorar o transito então do que adianta se estressar por causa disso? Preocupe-se com coisas com as quais você pode mudar.

Soltei a mão de Clyde e ele continuou olhando para mim. Ele voltou a mão ao volante e respirou fundo fechando os olhos.

- me desculpa – falou Clyde com a voz rouca parecendo finalmente ter entendido – eu não sei o que deu em mim.

- Okay. Não tem problema. Todo mundo se estressa no transito ás vezes.

- isso não tem nada a ver com o transito – falou Clyde pensativo.

- tem algo acontecendo? Algo sério? – perguntei olhando para ele. Fiquei preocupado no momento em que ele disse aquilo – você está bem? Está doente ou algo?

- não – falou Clyde – é que é difícil ter você tão perto de mim. Dormindo no quarto ao lado.

- você está falando sério?

- você sabe como é desejar tanto alguém que você nunca via ter?

- sim. Eu sei – falei olhando profundamente em seus olhos.

- me sinto um idiota – falou Clyde batendo de leve a cabeça no volante e deixando ela lá – eu devia ter dito algo. Fiquei calado e te joguei nos braços de outro homem – Clyde parecia frustrado.

- a culpa não é sua. O ser humano é assim. Às vezes sente coisas e não tem coragem de exteriorizar esse sentimento. Acabamos frustrados.

- nem me diga – falou Clyde pensativo levantando a cabeça e escorando para trás – eu sei que você gosta do Cory e preciso superar isso. Eu só precisava desabafar. Precisava te falar. Nunca me perdoaria se não te dissesse como me sinto.

- eu entendo – falei confirmando com a cabeça.

Nesse momento parece que o transito havia desafogado um pouco e Clyde finalmente conseguiu andar alguns metros e virar a direita cortando o engarrafamento. Alguns quilômetros depois ele entrou em outra avenida. Faltava pouco para chegar em sua casa. O restante do caminho foi silencioso. Quando chegamos à casa de Cory ele parou o carro enquanto a porta da garagem se abria. Assim que ele estacionou o carro na garagem nós descemos do carro.

Ao chegarmos a cozinha vimos que Anne tinha visitas. Havia um casal sentado ao sofá. Era o mesmo casal que eu tinha visto caminhando com o cachorro outro dia. Eles se levantaram e estenderam mão para Clyde.

- Clyde, Stan… esse são Loretta e Gerald.

- eu sei – falei apertando a mão deles.

- nós já nos conhecemos – falou Loretta.

- sério? – perguntou Anne com um sorriso.

- sim. Outro dia quando eles passeavam com o cachorro.

- exato – falou Gerald confirmando com a cabeça – nós somos novos na vizinhança.

- sejam bem vindos a vizinhança – falou Clyde se inclinando e dando um selinho na boca de Anne.

- obrigada – falou Loretta – nós agradecemos a hospitalidade.

- vou tomar um banho – falou Clyde – mas fiquem a vontade – Clyde começou a subir as escadas e parou – vocês tem filhos? Amanhã é aniversário do meu filho e se vocês quiserem vir…

- não – falou Gerald colocando a mão no ombro da esposa como se a consolasse – infelizmente Loretta e eu não podemos ter filhos.

Loretta pareceu triste e apertou os lábios.

- mas nós adoramos crianças. Se você não achar estranho nós podemos vir à festa mesmo assim – falou Loretta.

- mas é claro que podem – falou Anne.

- claro – falou Clyde – foi bom conhecer vocês – falou Clyde acenando e subindo as escadas. Eu disse o mesmo e subi as escadas logo atrás de Clyde. Clyde caminhou até seu quarto e eu o observei enquanto entrava no quarto.

- olá! – falou uma garota me assustando. No inicio achei que fosse Tessa, mas era uma garota loira de olhos azuis e um largo sorriso com lábios cor de rosa choque.

- oi – falei olhando em volta – você é o Stan? – perguntou a garota.

- sim… e você é…

- April Swanson – falou ela estendendo a mão e apertando minha mão – sou colega de classe da Tessa.

- a ta… Tessa – fiquei mais tranquilo. Pensei que era uma invasora – você veio para a festa do Aaron?

- não. na verdade não vamos poder vir para a festa amanhã por isso viemos hoje. Trouxemos os presentes e já estamos voltando para a Universidade.

- entendi,

Nesse momento a porta do banheiro se abriu e de lá saiu Tessa com um sorriso,.

- vejo que já conheceu o Stan – falou Tessa.

- sim. Conheci – falou a garota confirmando com a cabeça.

- vamos. Temos que ir! Se não o segurança do Campus vai nos dar uma advertência – Tchau Stan! – falou Tessa enquanto as duas desciam as escadas.

- foi um grande prazer te conhecer Stanley – falou April acenando com a mão.

- igualmente – falei forçando um sorriso e indo até meu quarto – que garota doida – falei fechando a porta do meu quarto e caindo deitado na cama.

Quando eu tomei a decisão de sair de casa para ter uma ‘aventura’ e uma ‘vida diferente’ eu não imaginei que em algum momento eu estaria em um dilema como esse. Clyde estava sendo sincero e colocando para fora tudo o que sentia por mim. Toda a paixão, todo o desejo. Eu me sentia do mesmo jeito. A única coisa que me impediu de pular em seu pescoço foi Cory. Não sinto que seria justo com ele. Mal tinha começado a ter algo com ele e já tinha planos de destruir o pouco que tínhamos construído. Por outro lado o meu desejo por Clyde não tinha acabado.

Em fato eu me sentia como ele. Depois do nosso beijo no banheiro eu pude confirmar que o que sentia por Clyde não havia desaparecido porque eu estava apaixonado por ele. Desde o começo. Não foi preciso beijo. Quando eu o vi eu me apaixonei. O que eu sentia por ele ia além do tesão e do quente desejo de telo penetrado em mim. Era uma forte paixão que não sentia por Cory. O que sentia por Cory era forte. Era tesão, era desejo, mas não sinto que seja sólido. Se fosse sólido não estaria agora deitado na cama pensando em outro homem.

Depois de um longo tempo pensando no nada eu me levantei e fui tomar meu banho. Peguei a toalha, arranquei a roupa e liguei o chuveiro deixando a água quente cair. Antes de entrar coloquei uma música no celular coloquei ele no amplificador e deixei a água quente cair. Peguei o sabonete e comecei a esfregar no corpo. Acho que no fim das contas aquele tinha sido o dia mais normal que eu tinha tido. Nada de ruim tinha acontecido em relação a mim. Claro que um casal tinha sido morto, mas meu nome não estava escrito em nenhuma parede. Pra mim isso é uma vitória!

As luzes do banheiro se apagaram e eu fiquei em completa escuridão. A água quente caindo sob meu corpo. Não conseguia ver nem a minha própria mão em frente a meu rosto. Na hora eu me lembrei do ataque ao prédio onde morava.

- tem alguém ai? – perguntei tentando encontrar o registro do chuveiro. Antes que conseguisse a porta do box de vidro se abriu. Antes que pudesse fazer algo senti meu corpo ser pressionada para trás e minha perna esquerda ser levantada.

- cala a boca, cala a boca – falou Clyde pressionando sua boca na minha. Abracei-o e senti que ele estava de cueca. Ao contrário de mim que estava completamente nu sentindo seu corpo tocando o meu enquanto a água caia em nós dois.

- o que está fazendo? – senti a respiração de Clyde em meu nariz.

- eu preciso disso – falou Clyde apertando seu corpo contra o meu pressionando seu pau duro em mim. Senti um calafrio na espinha e um fogo subir minha garganta – Cory tem você por completo. Eu só estou pedindo um pouco – Clyde voltou a tocar seus lábios no meu e sua língua entrou em minha boca. A todo momento sua barba espetava meu rosto. Clyde começou a mover a cintura bem devagar para frente e para trás como se estivesse me comendo. Minha perna esquerda continuava levantada. Clyde a segurava. Quando Clyde deslizou sua língua para fora da minha boca pensei que tinha acabado, mas não. Ele deu um selinho na minha boca, na minha bochecha, no meu olho, na minha testa. Em seguida ele esfregou o queixo no meu pescoço me fazendo arrepiar. Instintivamente eu deslizei as unhas das duas mãos pelas costas de Clyde arranhando-o – porra você me arranhou – falou Clyde ainda me segurando.

- me desculpa – falei mordendo o queixo de Clyde passando a língua pela barba do seu rosto até sentir sues lábios juntos ao meu novamente.

- o que eu vou falar pra ela? – falou Clyde quase cochichando. Aquela atitude que ele tinha tomado era com certeza instintiva.

- eu não sei. O que eu vou dizer pro Cory quando ele perguntar por que minha bunda está marcada? – Clyde estava segurando na minha nádega direita bem forte abrindo-a e apertando-a. Tenho certeza de que ficaria uma grande marca vermelha. Clyde começou a rir em meu rosto. Senti o cheiro da sua boca antes de sentir um outro selo que ele me deu.

- tudo o que eu estou pedindo é um pouco – falou Clyde apertando sua cintura contra a minha – esse momento aqui, nós dois no chuveiro, é o suficiente pra mim.

- sério?

- sim – falou ele beijando minha boca. Minha língua agora estava dentro da boca dele. Clyde a chupou e eu deslizei minhas mãos elas costas dele.

- que bom pra você, porque pra mim não é – Meu caralho estava apontado para cima enquanto o cacete de Clyde pressionava em meu saco. Tão duro quanto um tronco – eu me sinto péssimo – falei deitando a cabeça no ombro de Clyde enquanto a água caia – me sinto horrível.

- como você acha que eu me sinto? – Clyde tentou dar um beijo em minha boca, mas acertou meu nariz – ele é meu amigo. Eu também me sinto péssimo.

- se eu soubesse desde o começo que tinha alguma chance com você, por mais remota que fosse, eu teria me entregue a você no dia do seu aniversário.

- porque as coisas são tão complicadas? – perguntou Clyde.

- não são complicadas. São simples. Somos nós – seres humanos – que complicamos.

- pra mim também não é – falou Clyde.

- o que?

- também não é o suficiente. Eu não quero um pouco, quero tudo – Clyde soltou minha perna e minha bunda e segurou meu rosto entre suas mãos – seja meu. Só meu. De mais ninguém.

- eu preciso ser sincero com Cory antes de fazermos qualquer coisa.

- eu entendo – Clyde deslizou uma das mãos pelas minhas costas e eu chegar na minha bunda ele penetrou o dedo do meio e o manteve lá dentro movendo-o enquanto pressionava os lábios contra o meu – tudo bem – Clyde tirou o dedo e deslizou a mão de volta dando um beijo no meu rosto. Não conseguia ver, mas podia jurar que ele estava com o dedo na boca provando um pouco do que ele queria.

Ouvi a porta de vidro se abrindo e se fechando novamente. Clyde saiu do banheiro e antes de fechar a porta acendeu novamente a luz. Eu apertei os lábios e cai sentado no banheiro escorando as costas na parede. Estava sem fôlego. Meu falo duro e babado. Minha bunda dolorida e meu ânus dilatado. Eu precisava daquele homem. Eu o queria. Precisava conversar com Cory. Depois do banho vesti minha roupa e ao sair do meu quarto vi que Clyde fez o mesmo. Nós descemos a escada e eu olhei para o relógio da cozinha. Era pouco mais das oito horas.

- o jantar está pronto – falou Anne quando me viu – sua amiga Mya não virá?

- ela viajou – falei respirando fundo. Aaron estava sentado á mesa comendo e Clyde se sentou ao lado do filho e olhou para mim. A expressão dele era alegre, serena, como se ele estivesse completo.

- vem jantar – falou Clyde pegando uma babata frita do prato do filho.

- não. Eu preciso ir ver o Cory.

- o que? Por quê? – perguntou Anne. A expressão de Clyde mudou.

- eu preciso conversar com ele.

- não pode esperar até amanhã? – perguntou Anne – não pode ser por telefone?

- não. eu preciso conversar com ele pessoalmente.

- você quer uma carona? – perguntou Clyde.

- não. Eu já chamei um Uber.

- tem certeza? – perguntou Clyde.

- sim. Vou de Uber mesmo.

- Okay. Eu vou tirar o seu jantar – falou Anne.

- obrigado. Até mais tarde – apertei os lábios e acenei me despedindo. Aaron acenou para mim.

Quando me aproximava da porta ouvi o som de buzina. Era meu Uber que tinha chegado. Sai pela porta e enquanto descia os poucos degraus até o jardim ouvi a porta se fechando atrás de mim e em seguida passos.

- Stan! Espera – falou Clyde me fazendo virar.

- o que foi? – perguntei olhando para ele.

- você sabe que eu não posso fazer isso com minha esposa. Não agora. Nós dois somos casados á anos. Será um pouco mais delicado para mim, um pouco mais demorado, mas eu farei.

- eu entendo.

- só quero que saiba disso – Clyde acariciou meu rosto com o dedão e tirou a mão em seguida

- eu sei. Não estou fazendo isso por você – falei colocando a mão no peito dele – eu só não quero fazer nada pelas costas de Cory. Vou chegar lá e dizer a verdade para ele. Por contar tudo. Sinto-me mal por ele.

- eu também – falou Clyde – mas ele vai entender.

- espero que sim – falei me virando e descendo alguns degraus.

- eu te amo! – falou Clyde quando cheguei ao jardim. Olhei para trás e ele tinha um sorriso no rosto – eu te amo.

- Eu sei. Eu também te amo – falei um pouco desanimado. Estava feliz por ouvir Clyde dizer que me amava e que me desejava da mesma forma que eu o desejava. Estava triste por Cory. Não sabia qual seria a reação dele ou como ele ficaria triste ao me ouvir dizer aquelas palavras. Sai pelo jardim e ao sair até a calçada entrei no Uber que me levou até o apartamento de Cory onde eu viveria um pesadelo.