teoria estava
correta. Durantes os dois dias seguintes acordamos as quatro e ás cinco horas
madrugada. Usamos esses dois dias para juntar as coisas e nos prepararmos para
deixarmos de vez aquela cabana. Na noite seguinte ao beijo quando acordei no
sofá Ted já não estava mais lá. Nós não falamos sobre o assunto. Mesmo não
falando sobre o beijo sentia que Teddy tinha um carinho por mim e eu devo
admitir que começava a desenvolve r uma certa simpatia por ele. Quanto ao grupo
as coisas tinham melhorado um pouco. A morte de Benjamin fez com que nos
uníssemos mais. Ted meio que tomou controle de toda a situação e delegava
ordens para todos que acatavam sem questionar.
Durante a última noite nós
pegamos a carne que estava no freezer e fizemos um churrasco usando espetos.
Era meio que uma comemoração da saída daquela maldita cabana. Havia toda uma
floresta para ser explorada. Ela poderia ser densa e no fundo não sabíamos se
nós continuaríamos a dormir depois que saíssemos da cabana, mas por precaução
pegamos duas barracas que encontramos no porão para podermos acampar quando
desse a hora. Dentro de uma pequena caixinha de madeira eu encontrei um relógio
de bolso. Eu o pendurei no pescoço e coloquei por dentro da minha camisa. Era
essencial ter um relógio em uma situação como aquela. Precisávamos estar sempre
de olho na hora para que não desmaiássemos ou coisa parecida.
Meu corpo estava cansado e eu
ainda não tinha aberto os olhos. Ted e eu estávamos deitados um de costas para
o outro e quando abri os olhos Vi que certa luz vinha lá de fora. Por um
momento pensei que fossem faróis de carro passando pela cortina rasgada. Engoli
em seco e me lembre de que dia era. Dei um pulo da cama e corri até a janela abrindo
as cortinas iluminando o quarto. O sol estava fraco e começava a nascer
deixando seus raios amarelos tocarem o chão. Olhei para trás e vi que o relógio
marcava exatamente seis horas e um minuto.
- Ted! Ted! – falei indo até a
cama e empurrando-o com força – o sol nasceu! O Sol Nasceu!
- o que? – perguntou Ted tonto se
virando na cama e jogando o cobertor de lado.
- o sol nasceu! – falei próximo a
janela com um sorriso.
Quando a ficha dele finalmente
caiu ele deu um pulo da cama e veio até a janela ao meu lado e viu o sol
nascer.
- como eu senti falta disso –
falei fechando os olhos sentindo os raios do sol no meu rosto.
- Vem! – falou Ted segurando no
meu braço me puxando. Nós descemos correndo ás escadas e ao chegar ao andar de
baixo a porta estava aberta. Quando chegamos lá fora Anita estava de braços
abertos rodopiando com o rosto levantado.
- eu não acredito! – falou Anita
com um sorriso no rosto de olhos fechados.
Misty estava parada no lado de
fora ainda na cabana com os braços cruzados observando a amiga rodopiar. Ela
tinha um tolo sorriso no rosto. Feliz pelo sol ter nascido e certo deboche pela
amiga estar fazendo papel de boba.
- deixa de ser boba Anita! –
falou Misty.
- vem aqui sua tola! – falou
Anita segurando na mão de Misty e puxando ela e as duas começaram a girar até
ficarem tontas e quase caírem no chão. Eu corri até elas e comecei a girar
junto com elas sentindo o sol em meu rosto. Nós começamos a dar risada e
enquanto girava vi que Ted estava rindo de nós três.
Dorothy e Rodolfo apareceram logo
atrás de Lucy e Rose que se sentaram nos degraus da cabana apenas assistindo o
por do sol.
- finalmente! – falou Dorothy
colocando a mão no rosto do marido e dando um beijo em sua boca. Eles deram um
abraço e um longo beijo enquanto eu parava de girar me sentindo tonto.
- Espera! – falou Ted descendo os
três degraus até sentir o solo em seus sapatos – onde está o corpo de Benjamin?
– Ele chamou a atenção de todos ao fazer aquela pergunta.
Nós paramos de girar e seguimos
Ted que se aproximava do carro vendo a grande mancha de sangue que se arrastava
para dentro da floresta. Nós nos aproximamos calmamente e analisamos toda a
cena.
- parece que os animais o levaram
para floresta – falou Ted se agachando e passando o dedo na terra sentindo que
o sangue estava molhado. Os animais o arrastaram pouco depois de nós termos
dormido há três dias.
- é estranho! – falou Rose – nas
duas últimas noites eu vi o corpo de Benjamin aqui. Ele passou exatamente dois
dias e duas noites aqui e o sangue ainda está fresco?
- eu ouvi gemidos! – falou
Dorothy.
- o que? – perguntei curioso.
- nas últimas noites! – falou
Dorothy engolindo em seco – eu não comentei nada com ninguém porque pensei que
estava ficando louca – falou ela pressionando os lábios tentando se lembrar –
enquanto estávamos preparando as malas e guardando os mantimentos eu tive a
impressão de ter ouvido gemidos vindos aqui de fora. Eu olhei pela janela e
usei a lanterna para iluminar e eu vi Benjamin vivo. Ele estava com um buraco
do lado esquerdo da face como se tivesse sido comido – falou ela se sentindo
enjoada ao lembrar – a mandíbula estava estraçalhada e ele não conseguia dizer
nada. A língua estava balançando de um lado para o outro. Eu não entendi o que
ele queria dizer, mas parecia que ele estava pedindo ajuda.
- o que você está descrevendo e
horrível amor – falou Rodolfo consolando a esposa.
- como ele pode ter sobrevivido
por quarenta e oito horas seguidas com todos esses ferimentos?
- eu não sei -falou Dorothy.
- porque você não o ajudou? – perguntou
Misty – você poderia ter chamado por nós…
- eu não sei – falou Dorothy –
eu… eu simplesmente fechei a porta e voltei para dentro – falou ela engolindo
em seco se sentindo mal.
- não se sinta mau amor. Aquela
coisa poderia estar aqui de fora esperando para nos atacar. Você fez bem em
voltar para dentro.
- é como se ele tivesse agonizado
por quarenta e oito horas seguidas. Quando o sol ia finalmente nascer os
animais o levaram – falou Ted concluindo – como se… se algo o tivesse mantendo
vivo.
- mas por quê? – perguntei
confuso – isso é cruel.
- eu não vou dizer que isso é ‘impossível’
ou que é ‘maluquice’ porque já ficou chato dizer isso por aqui – falou Lucy
respirando fundo. Ela estava certa. Não adiantava ficarmos lá parados tentando
decifrar enquanto os preciosos minutos de fuga passavam.
- você tem razão! – falou Ted se levantando
e olhando para todos nós – o que vocês querem fazer? Querem ir ou querem
esperar por outro dia?
Todos se entreolharam pensativos.
Eu tinha certeza de que todos estavam cansados de ficar presos naquela maldita
cabana.
- eu não aguento mais ficar nessa
cabana! – falei quebrando o gelo.
- concordo – falou Anita ficando
ao meu lado – eu tenho medo de dormir e quando acordar ser noite novamente –
falou ela respirando fundo – eu sei que se passaram seis dias, mas eu sinto que
estou aqui a uma eternidade. Não aguento mais,.
- então é isso – falou Ted –
vamos pegar as coisas e sairmos daqui.
Quando Ted disse isso todos nós
corremos para dentro da cabana e pegamos as mochilas. Os homens estavam com uma
mochila nas costas com mantimentos e barracas para podermos acampar e outra
mochila de mão. As mulheres estavam cada uma com uma mochila nas costas. Nós
saímos da cabana e todos começaram a caminhar em direção ao rastro de sangue de
Benjamin. A cabana era cercada pela floresta, poderíamos ter ido por outros
lados, mas pareceu certo seguir em frente. Pareceu dar certo conforto a todos.
Fiquei um pouco para trás e olhei a cabana de longe. Lambi os lábios e respirei
fundo.
- Kyle! Venha! – gritou Anita.
Virei-me e corri na direção do
grupo que agora seguia pela floresta.
Ted e Rodolfo tinham facões em
suas mãos. A arma estava comigo, mas eu não queria usá-la a menos que fosse
extremamente necessário. O pequeno relógio de bolso marcava exatamente seis
horas e dezessete minutos. O chão era íngreme com muitas pedras e todos
tropeçavam às vezes.
- cuidado! – falou Ted segurando
no braço de Misty.
- obrigada! – falou ela ajudando
Anita a subir em uma grande pedra para seguirmos caminho. Misty e Anita me
ajudar a me equilibrar para que eu não caísse de costas devido a mochila
pesada. Aquela floresta era de certa forma estranha. As árvores eram gigantes e
as folhas de um forte tom de verde. Ted e Rodolfo usavam os facões para cortar
caminho pela floresta. Em certos momentos quando ficávamos todos em silêncio eu
podia jurar que ouvia os troncos das árvores rangendo como se elas estivessem
se contorcendo. Paramos para descansar depois de vinte minutos de caminhada e
ficou nítido que não era apenas coisa da minha cabeça.
- vocês ouviram isso? – perguntou
Lucy olhando em volta.
- o que? – perguntou Rodolfo.
- as árvores – falou ela
levantando um dedo e olhando para o alto.
- eu ouço – falei pegando a
garrafa de água da mão de Lucy e tomando um gole – é como se elas estivessem se
contorcendo.
- isso – falou Lucy – mas não
está ventando tão forte assim.
- eu não ouço nada – Rodolfo era
sempre do contra.
- Shhhh! – fez Lucy fazendo com
que todos nos calássemos – escutem!
- todos nós nos calamos e eu
fechei os olhos me concentrando. Não tinha como alguém dizer que não ouvia. Não
havia com de pássaros, não havia sons de animais. Apenas o som das folhas sendo
rasgadas pelos ventos e os troncos se contorcendo.
- eu estou ouvindo – falou
Dorothy.
Um som estridente parecido com o
rugido de um leão misturado com um grito feminino chamou a nossa atenção e fez
com que todos acordassem e se levantassem.
- o que diabos foi isso? – perguntou Rose se
levantando.
- parece aquela coisa que atacou
Benjamin – falou Rodolfo se levantando ao lado de Ted com o facão em punho
prontos para matarem sem dó seja o que aparecesse.
- não parece ter sido um animal –
falou Anita.
Novamente o rugido tomou conta da
floresta. Parecia estar cada vez mais perto. Tão perto que dava pra perceber
que o som era diferente do que o som da criatura que havia atacado Benjamin e
eu.
- Corram! – falou Ted.
Nós pegamos o que conseguimos e
começamos a correr quando ouvimos a criatura cortando a floresta se batendo nos
galhos. Mais da metade dos mantimentos acabaram ficando para trás.
Nós corremos floresta adentro e
eu sentia os galhos ricocheteando em meu rosto enquanto eu corria. Anita e
Misty gritavam assustadas enquanto eu tentava com todas as minhas forças não
largar a mochila que eu praticamente arrastava no chão enquanto corria.
- corram! Não parem! – falou Ted
logo à frente parando e olhando para trás. Roldo e Dorothy passaram cortando
por ele. Em seguida foi Rose seguida por Anita e Misty – Corre Kyle! – falou
Ted me vendo cair no chão com tudo. Ted correu na minha direção e quando ele se
aproximou de mim a criatura deu um pulo vindo da floresta e parando do meu lado
esquerdo quando estava caído o chão.
A criatura tinha rosto humano,
mas sem nariz e com os olhos negros com dentes grossos e pontiagudos. Ela abriu
a boca e soltou seu rugido faminto. Ted a enfrentou e passou o facão de um lado
para o outro fazendo a criatura der um passo para trás. Ela tinha longos braços
e as costas eram curvadas. Ela não tinha mãos, tinha duas coisas grossas nas
pontas dos braços que se pareciam com raízes de árvores. Tinha cifres e seu
corpo era magro. Dava para ver os ossos de seu corpo.
- Ted! Kyle! – gritou Rodolfo
correndo na nossa direção.
- Se levanta Kyle!
- mas e a mochila?
- deixa a mochila, droga! – falou
Ted dando passos para trás e para frente tentando assustar a criatura com o
facão. Rodolfo se aproximou e segurou em meu braço me puxando me ajudando a
levantar com um pulo.
- Vem Ted! – falou Rodolfo.
- vão vocês! – falou ele
engolindo em seco pronto para pular na direção da criatura se ela viesse na
nossa direção – eu vou ganhar tempo para vocês.
- não! – falei puxando meu braço
da mão de Rodolfo.
- vá com eles Kyle!
- não – falei indo até a mochila
que estava um pouco a frente de Ted e a criatura veio na minha direção e
Rodolfo jogou uma grande pedra na cabeça da criatura que balançou a cabeça como
se não fosse nada – ajoelhado no chão eu vasculhei a mochila procurando pela
arma.
- Kyle sai dai.
- Aguenta um pouco mais Ted –
falei finalmente encontrando a arma e colocando as balas que lá havia.
Em um impulso Ted foi para cima
da criatura na tentativa de cortá-la com o facão, mas ela deu uma cabeçada em
Ted fazendo-o cair para trás fazendo o facão cair longe. Ela foi por cima de
Ted e aproximou o rosto bem próximo ao dele e deu um rígido babando em sue
rosto a gosma que escorria pela sua ‘boca’. Antes que ela atacasse Ted eu dei
três tiros em suas costas. A criatura olhou para trás irritada e eu dei alguns
passos para trás. As balas não tinham surtido nenhum efeito. Dei alguns passos
para trás até que minhas costas tocaram o tronco de uma árvore.
A criatura se aproximou de mim e
eu senti o odor de sua boca. Era uma mistura de enxofre e esgoto. Era como se
ela estivesse sentindo meu cheiro. Fechei meus olhos esperando uma grande
mordida ou ser espancado por seus longos braços, mas ela não fez nada. Ela
ficou lá parada respirando como se estivesse me observando. Abri os olhos e eu
a encarei. Eu engoli em seco sentindo meu coração palpitar com força. Eu não sei
de onde tirei coragem, mas eu empurrei a criatura com as minhas próprias mãos e
ela deu um pulo para trás tropeçando em algumas pedras.
- o que está fazendo! Mata ela! –
gritou Dorothy. Ted e Rodolfo estavam de pé a alguns centímetros de nós.
A criatura veio na minha direção
e rugiu novamente e mais uma vez eu a empurrei e quando fiz isso eu senti que
minha mão foi cortada por um dos ossos de seu corpo que eram pontudos que
pareciam ter rasgado a pele.
- desgraça! – falei sentindo uma
puta dor na mão. O sangue começou a escorrer e quando pensei que a criatura me
atacaria ela saiu correndo pelo lado direito floresta adentro.
- você está bem? – perguntou Ted
me vendo ajoelhar no chão sentindo o corte arder.
- estou sim – falei respirando
fundo.
- o que deu em você! – falou
Anita com raiva se aproximando de mim e me empurrando – ela podia ter te
matado! Você não pode enfrentar uma coisa dessas!
- fica calma! – falou Misty
tentando conter a amiga – se acalma Anita!
Rodolfo se aproximou e me ajudou
a levantar.
- não foi ela que me machucou –
falei finalmente de pé – quando eu a empurrei eu cortei o dedo em um dos ossos
do corpo dela.
- porque ela não te atacou? –
perguntou Rodolfo enquanto Ted vasculhava a mochila pegando o kit de primeiros
socorros jogando o remédio na minha mão me fazendo gemer de dor.
- eu não sei – falei sentindo Ted
enrolar a atadura na minha mão.
- vai ficar bem – falou Ted
colocando o esparadrapo – desde que você não fique por ai enfrentando esses
monstros.
- nós nunca vamos voltar para
casa – falou Rose caindo sentada no chão – nós nunca vamos voltar pra casa,
nunca vou ver o meu bebê outra vez.
- vai ficar tudo bem – falou Lucy
consolando Rose.
- bem? Vocês não viram o que
acabou de acontecer? Um monstro acabou de nos atacar. Vocês realmente acham que
vamos voltar a ver alguém de novo? Somos apenas nós nesse inferno de floresta!
– gritou Rose fazendo os pássaros voarem das árvores em um som estridente.
- nós precisamos tentar! – falei
me levantando – não podemos ficar aqui esperando algo acontecer. Por mais que
tenham monstros.
- e se houver mais dessas coisas?
Nós deveríamos voltar para a cabana! – falou Anita.
- não! – falei olhando para Anita
– nós já viemos até aqui. Não proemos voltar.
- você precisa ser forte Anita! –
falou Misty segurando em seus braços.
- você está melhor? – perguntou Lucy
para Rose.
- sim. Eu só precisava gritar um
pouco.
- fiquem aqui – falou Ted – Rodolfo
e eu vamos voltar para pegar as mochilas que ficaram para trás – Ted disse isso
olhando para mim – você vai ficar bem?
- vou sim.
- tem certeza? Você pode falar se
não estiver bem – falou Ted com um olhar sério parecendo apreensivo.
- eu estou bem. Pode ir.
- Okay – falou ele colocando a mão
em meu ombro. Rodolfo pegou o facão de Ted e entregou a ele.
- tomem cuidado – falei caminhando
até uma pedra em uma clareira me sentando. Era grande o suficiente para que Anita,
Rose e Dorothy se sentassem comigo. Lucy e Misty ficaram de pé.
- quantas horas? – perguntou Misty
se abaixando e pegando o que parecia ser uma flor.
Peguei o relógio que estava
pendurado no meu pescoço e vi que era seis horas e quarenta e nove.
- seis e quarenta e nove – falei respirando
fundo.
- nós vamos ter que acampar aqui –
falou Lucy – não teremos tempo de caminhar mais.
- mais e se aquele monstro
voltar? – perguntou Dorothy.
- é um risco que vamos ter que
correr. Se continuarmos a andar vamos desmaiar no meio da floresta – falou Misty.
- eu ainda acho que deveríamos voltar
para a cabana – falou Anita ao meu lado.
- eu sei que a cabana é confortável
e parece segura, mas você quer ficar lá pra sempre? – falei olhando para a Anita.
- e não quero ser atacada por
aquela criatura. Essa floresta é violenta.
- nós precisamos tentar – falei respirando
fundo e colocando a mão em seu ombro – prometo que via ficar tudo bem.
- enquanto Kyle estiver aqui
estamos seguros – falou Rose brincando – a criatura não o atacou. Talvez
possamos usá-lo de escudo.
Todos começaram a rir.
- muito engraçado – falei rindo
junto com elas.
Alguns minutos se passaram e
vimos Ted e Rodolfo se aproximando. Eles estavam de mãos vazias a não ser pelos
facões. Eles pareciam frustrados. Eu me levantei ansioso imaginando porque eles
não tinham trago às mochilas.
- o que aconteceu? Onde estão as
mochilas?
- elas sumiram – falou Ted
decepcionado.
- como assim sumiram? – falou Lucy
surpresa.
- desapareceram – falou Rodolfo –
talvez aquele monstro tenha pegado ou outro animal… eu não sei. Tudo o que sei é
que a única mala que temos é a que Kyle trouxe consigo.
- estamos bem fodidos! – falou Rose
começando a rir – tem apenas uma barraca. Como vamos dormir oito pessoas em uma
droga de barraca?
- oito? – perguntou Lucy olhando
em volta – aqui só tem sete.
- Misty? – falou Anita percebendo
que a amiga não estava lá – Misty!
- Misty! – falou Dorothy gritando.
Nós começamos a olhar de um lado
para o outro procurando por Misty. Não havia sinal dela.
- Misty! – gritou Rose com
bastante força.
- Aqui! – gritou Misty correndo
na nossa direção – ela parou na metade do caminho e acenando – venham aqui! Vocês
não vão acreditar!
- o que foi? – perguntou Rodolfo saindo
na frente enquanto todos correram.
Ted olhou para mim e ficou me
vendo andar com dificuldade.
- pode correr. Eu já chego lá.
- não – falou Ted pegando minha
mochila – passa o braço por trás de mim.
Passei o braço por trás de Ted é
nós caminhamos na direção de Misty. Todos desapareceram entre as árvores e
quando Ted e eu chegamos onde eles estavam eu mal acreditei.
- encontrei uma cachoeira! –
falou Misty. O chão naquele lugar era arenoso. Havia uma cachoeira e grandes
pedras.
- eu não acredito! – falou Ted
com um sorriso no rosto.
- Era isso que eu precisava –
falou Anita correndo e arrancando a roupa ficando apenas de calcinha e sutiã. Ela
saiu chutando a água e quando chegou ao córrego ela deu um mergulho.
Ted me colocou sentado em uma
pedra e eu sorri vendo todos tirando a roupa e pulando no córrego. Dorothy e
Rodolfo passaram os dedos na areia antes de entrar na água.
- pode ir! – falei olhando para
Ted – eu não vou entrar com a mão cortada.
- não, eu estou bem – falou ele
vendo todo mundo se divertindo na água. Depois de cinco dias todo mundo estava
louco por um banho.
- vai logo Ted. Tudo o que você
tem feito é me proteger. Você precisa se um descanso. Além do mais eu estou
doido pra poder ver você só de cueca – falei brincando.
- sim senhor – falou Ted
arrancando a roupa e com uma cueca boxer cinza ele correu pela areia e ao
chegar à água ele deu um mergulho indo até a cachoeira onde Misty, Anita e Lucy
brigavam tentando receber a maior quantidade de água. Só de ver todos descontraídos
e se divertindo eu me senti um pouco melhor.
- tem lugar pra todo mundo –
falou Ted se juntando a elas na cachoeira.
Fui me levantar para sentir a água
tocar os meus dedos do pé e me forcei com uma mão e senti o relógio escorrer
pelo meu pescoço. A correntinha tinha arrebentado durante a luta com a
criatura.
- porra! – falei vendo o relógio
no chão. Ele caiu aberto.
Ao ver quantas horas eram eu me
engasguei. Aquela era a hora mais linda do dia. Sete horas e um minuto. Havia
se passado um minuto. Eu não estava dormindo, ninguém estava dormindo.
- pessoal! – peguei o relógio do
chão e sai correndo na direção deles – Pessoal! Olhei aqui – falei balançando
as mãos sentindo a água em meus pés. Fui tão longe que ela tocou até meus
joelhos.
- o que foi? Alguma coisa
aconteceu? – perguntou Ted lá de longe.
- não! – falei gritando e pulando
– passou um minuto – falei olhando o relógio – se passaram dois minutos! Dois minutos!
- o que? – perguntou Dorothy sem
entender.
- são sete horas e dois minutos e
nós estamos acordados! Estamos acordados!
Na felicidade eu sai correndo na direção
da água e dei um mergulho. Era tão gostoso sentir a água me meu corpo, mesmo
que ainda de roupas. Quando voltei à superfície vi que todos estavam gritando. Estavam
felizes por não precisamos mais viver a vida uma hora por dia. Ted estava nadando
na mina direção e quando chegou perto o suficiente ele pegou ami nah mão com a
atadura que estava caindo.
- sua mão! – falou ele retirando
o resto da atadura. Não havia mais corte. Havia uma cicatriz, mas estava
curado.
Engoli em seco ao ver aquilo. Virei
à mão de um lado para o outro e não acreditei que aquilo fosse real. Era como
se eu estivesse vivendo dentro de um sonho, mas era real porque sentia meu
corpo submerso na água gelada. Podia ver o sorriso de Ted, podia tocar seu
rosto, podia sentir seus braços me puxando para perto dele enquanto ele beijava
minha boca. Ele pressionou sua boca bem forte contra a minha e eu o abracei
sentindo o meu herói junto a mim.
- pensei que nunca mais ia sentir
esses lábios junto aos meus.
- você vai sentir sim – falou ele
com um sorriso me abraçando novamente colocando sua língua dentro da minha
boca. Eu chupei sua úmida língua e acariciei a barba do seu rosto. Era bem rala,
mas ela espetava meus dedos.
Querido leitor/leitora espero que tenha gostado do que leu até aqui. Para continuar a ler adquira 'Crônicas de Perpetua: Homem Proibido - Livro Um' na Amazon ou leia emprestado através do KindleUnlimited através do link abaixo.
Comentei na ânsia da leitura do título do capítulo. Haha' Mas quando comecei a ler percebi o porquê. E ficou melhor ainda! Realmente você sabe o que está fazendo. :)
Obrigado. as vezes eu erro uma coisinha aqui e outra ali então agradeço qualquer critica e observação ao que escrevo. Logo eu corrijo caso eu esteja errado. Um abração ;)
Bom, eu imagino que eles foram sequestrados e colocados em algum lugar "especial"(Tipo o domo de "Under The Dome") com coisas artificiais, motivo? Sei lá, testar cada um? Ver o quanto conseguem sobreviver? Não sei se o que eu disse faz algum sentido, mas é minha teoria e-e Já estou louco pro próximo cap <3
Genteeeee... como assim? Tanta confusão e mistério em um cápitulo só!
Fiquei um pouco desesperado quando vi o título, mas entendi... não teria muita lógica relatar das quatro às cinco e das cinco às seis! Seria muito repetitivo, monótono e um pouco chato, certo?! Kk
Começando as teorias... seriam eles mutantes? Como você disse no primeiro conto que ouve uma guerra nuclear (né?), acho que eles são algum tipo de experimento do governo para poderem sobreviver! Será?
Amando essa série, louco e muito ansioso para os próximos cápitulos!
Não seria das 5 as 6?
ResponderExcluirE pq eu pulei dois dias que no caso seriam das 4 as 5 e das 5 as 6 e pulei para o sétimo dia 6 ás 7
ExcluirComentei na ânsia da leitura do título do capítulo. Haha' Mas quando comecei a ler percebi o porquê. E ficou melhor ainda! Realmente você sabe o que está fazendo. :)
ExcluirObrigado. as vezes eu erro uma coisinha aqui e outra ali então agradeço qualquer critica e observação ao que escrevo. Logo eu corrijo caso eu esteja errado. Um abração ;)
ExcluirGente parece com a série que eu tava assistindo the magicians, achei pouco quero ler mais.
ResponderExcluirTeremos muito mais
ExcluirMelhor conto depois de paixão de secreta óbvio
ResponderExcluirObrigado :)
Excluirquerooooooooo maiiiiisssssssssss por favorrrrrrrrrrrr
ResponderExcluirhaaaaaaaaaaa Vamos TER mais! sim haaaaaaaaaaaaaaa
ExcluirBom, eu imagino que eles foram sequestrados e colocados em algum lugar "especial"(Tipo o domo de "Under The Dome") com coisas artificiais, motivo? Sei lá, testar cada um? Ver o quanto conseguem sobreviver? Não sei se o que eu disse faz algum sentido, mas é minha teoria e-e Já estou louco pro próximo cap <3
ResponderExcluir-Juliano.
Boa teoria. Um abraço ;)
ExcluirGenteeeee... como assim? Tanta confusão e mistério em um cápitulo só!
ResponderExcluirFiquei um pouco desesperado quando vi o título, mas entendi... não teria muita lógica relatar das quatro às cinco e das cinco às seis! Seria muito repetitivo, monótono e um pouco chato, certo?! Kk
Começando as teorias... seriam eles mutantes? Como você disse no primeiro conto que ouve uma guerra nuclear (né?), acho que eles são algum tipo de experimento do governo para poderem sobreviver! Será?
Amando essa série, louco e muito ansioso para os próximos cápitulos!
Abraço.
Domingues, Lucas.
Exato. Seria um pouco chato e não entraria na proposta do conto. Abraço
ExcluirEntrando minuto em minuto para ver se lança capitulos novos 😍😍
ResponderExcluir