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Cruel Morte de… Quem?!
ra segunda feira. Dia dezoito de dezembro de dois
mil e dezessete. O julgamento de Casey seria na manhã de terça feira e eu
estava preparado para mentir diante ao juiz e do júri. Clyde e eu acabamos nos
distanciando nesse último mês. Ele não concordava que eu mentisse. Ele não
queria que eu acobertasse Casey e eu não queria mentir. O corpo encontrado na
floresta de Greenwitch acabou não sendo de Casey. Parecia mais alguma pegadinha
ou trote. A ossada encontrada pertencia a uma criança que havia morrido há
alguns anos atrás. Alguém foi ao cemitério da cidade e desenterrou seu corpo e
colocou os ossos lá. Eu não sei o que a pessoa pretendia com isso.
Mesmo o corpo não sendo de Caylee
e a policia não ter encontrado nenhuma evidência Clyde não queria que eu
mentisse. Eu confiava em minha irmã. Ela
disse que Caylee não estava morte e eu acreditava nela. Totalmente. Eu estava
dividido entre meus dois amores. O amor pela minha irmã e o meu amor por Clyde.
Clyde tinha que confiar em mim. Que eu estava fazendo a coisa certa.
Estávamos na sala após o jantar
assistindo a TV. Minha mãe e em upai sentado no mesmo sofá que eu e meu irmão
Nick na poltrona. Ele olhava para a TV e eu olhava para Nick. Ainda não
acreditava no que tinha acontecido a um mês atrás. Aquela lembrança de Nick me
puxando para a cama e subindo por cima de mim e beijando meus lábios me
assombrava. A forma que ele abriu as pernas e moveu a mão dizendo que havia se
masturbado para o meu vídeo de sexo. Essa assombração muitas vezes me causava
desconforto porque mais parecia um sonho do que um pesadelo. Nick olhou para
mim e ficou me encarando alguns segundos. Ele tinha um olhar sério e
enigmático. Seria possível o amor de um irmão se tornar uma obsessão carnal de
desejo e um romance?
- já existe uma grande fila aqui
na porta do Tribunal para o julgamento do que a mídia apelidou de ‘Mãe Monstro’
– falou a repórter chamando a atenção de Nick e a minha. Meu pai aumentou o
volume da TV. A reportagem mostrava a porta doo tribunal. Havia dezenas e
talvez centenas de pessoas em uma fila. Elas passariam a noite para conseguirem
um lugar no julgamento de Casey.
- essas pessoas são desocupadas!
– falei com raiva.
- é a histeria – falou minha mãe
– eles vão massacrá-la naquele tribunal.
- não se preocupe mãe, a justiça
será feita – falei olhando para minha mãe – eles não vão condená-la
- então ela ficará presa! – falou
Nick – é onde ele deve ficar.
- Vai me dizer que você acha que
ela matou a Caylee?
- você não desconfia dela? –
perguntou Nick olhando para mim.
- claro que não. Eu conversei com
ela e eu sei que ela é inocente.
- mesmo ela tendo mentido sobre a
babá a tal de Blair Diamond que nunca existiu? Sobre ela ter sido demitida da
Universal Estúdio a mais de seis meses e mentir pra todos que ainda trabalha
lá?
- quem é você para julgá-la Nick!
Você é irmão dela. Devia protegê-la da mesma forma que protege a mim. Eu também
não sou inocente – falei olhando para meu pai e minha mãe.
- vamos parar de briga, por favor
– falou meu pai autoritário.
- esquece! – falou Nick se
levantando da poltrona e subindo as escadas.
- a policia teve que vir até o
tribunal devido a brigas que aconteceram mais cedo! – falou a repórter. A
imagem de duas mulheres estapeando um homem que tentou furar fila foi mostrada.
Em seguida mostrou um homem tentando chutar outro homem com um cartaz – muitas
das pessoas presentes trouxeram cartazes e estão confiantes de que a ‘Mãe Monstro’
será condenada a pena de morte.
A reportagem mostrou a imagem de
um homem com uma Silver Tape na boca. Em seguida mostrou dezenas de pessoas com
cartazes com ofensas e frases da bíblia. Apesar de não haver provas muitos
ainda acreditavam que o corpo encontrado na floresta de Greenwitch era de
Casey, mas que a policia estava mentindo. As pessoas estavam criando teorias da
conspiração. Eu recebi em meu e-mail, twitter e instagram – que eu apaguei –
centenas de ameaças de morte. Pessoas que chamando de aberração dizendo que eu
tinha ajudado Casey a esconder o corpo de Caylee. Havia se tornado um circo
como no caso de O.J. Simpson.
A mídia já havia feito o
julgamento do caso de Casey antes mesmo dela chegar ao tribunal. Eles não
haviam encontrado o corpo de Caylee, não haviam descoberto a causa da morte e
não sabiam qual era o local do assassinato. Eles não tinham nada além do porta
malas do carro de Casey que tinha elementos de decomposição de um corpo em
decomposição que poderia ter estado lá. A perícia não encontrou DNA de nada.
Apenas o cheiro de morte como descreveu a minha mãe na gravação que foi
liberada a imprensa. A filmagem do dia que fui visitar Casey no dia que foi
presa também foi liberada para a imprensa e muitos achavam que nossa conversa
dava indícios de que ela tinha matado Caylee e que eu sabia.
- ela é uma assassina de bebês!
Essa vagabunda! – gritou uma mulher com a fúria estampada em seu rosto. Ela
babava ao dizer aquilo. Espumava como um cachorro raivoso.
- eu não aguento mais ver isso! –
falou meu pai mudando de canal e colocando no animal Planet. Eles pareciam bem
mais civilizados do que os seres humanos.
- eu vou pra cama – falei me
levantando e dando um beijo no rosto da minha mãe e um no rosto de meu pai.
Subi as escadas e fui até meu
quarto. Eu peguei meu celular e vi não que não havia ligações nem mensagens.
Todos que eu conhecia trabalhavam na delegacia e eles não tinham permissão de
conversar comigo até que o caso de Casey fosse julgado. Eu fui até colocado de
licença até tudo terminar. Nem com Lola Henderson eu podia conversar. Ela havia
feito treinamento e foi chamada. Passou por todas as provas e pelo treinamento.
Ela já não trabalhava mais no TI. Ela havia se tornado policial e havia
começado o treinamento na última semana. Clyde não atendia as minhas ligações e
todos os dias eu enviava uma mensagem de amor com um eu te amo no final, mas
ele nunca respondia. Mesmo assim eu nunca desistia de enviar. Eu queria
acreditar
Faltava uma semana para o natal e
eu achei que o feriado amoleceria o coração das pessoas, mas pelo contrário:
todos apenas pensavam em Caylee e em como uma criança inocente foi morta. Pelo
menos era o que eles achavam. Eu depositei toda a minha confiança em Casey. Eu
não podia acreditar que ela fosse capaz de fazer algo. Eu só espero ver minha
sobrinha em breve.
Fui para o banheiro e tomei um
longo banho quente. Me sentei no chão do banheiro e deitei a cabeça nos joelhos
chorando enquanto a água quente caia em minhas costas. Era muita pressão sendo
jogada em mim. Eu não queria que Casey tivesse matado Caylee. No fundo eu acho
que ela era capaz, mas não queria acreditar que ela tivesse chegado a esse
ponto. Talvez fosse um erro, talvez ela tenha matado Caylee por engano. As
pessoas cometem erros. Talvez ela tenha ficado com medo de ir para a prisão e
escondeu o corpo de Caylee.
- Stan? – falou meu irmão Nick
entrando no banheiro.
- o que está fazendo aqui? –
falei ainda sentado no chão com os olhos vermelhos cobrindo o máximo que pude o
meu corpo – cai fora do banheiro Nick!
- o que aconteceu? Estou ouvindo
seu choro lá do meu quarto. O que aconteceu? – falou ele se aproximando no box
de vidro.
- nada! Cai fora seu pervertido!
– falei gritando alto – cai fora do banheiro Nick!
Nick não disse nada e saiu do
banheiro fechando a porta.
Eu me levantei e desliguei a água
quente sentindo a água fria cair em meu corpo eu terminei de tomar o meu banho.
Me enxuguei e enrolei a toalha saindo do banheiro. Quando olhei para o lado meu
irmão estava na sacada do meu quarto fumando. Estava com os braços apoiados
olhando para a noite lá fora.
- você não tem quarto não? –
falei para Nick.
- não se preocupa Stan. Eu não
vou te atacar. Você deixou bem claro que não entendo o que estou sentindo.
- eu entendo sim. O que você está
sentindo é doente. Você precisa de tratamento e cura. É isso que você precisa –
falei com raiva pegando a cueca na gaveta e vestindo ela.
- sabia que e mais ou menos vinte
anos atrás eles diziam o mesmo sobre você? – falou Nick se virando ainda na
sacada com o cigarro na boca.
- mas isso é diferente – falei
respirando fundo – isso o que você está sentindo é só uma fase. Logo você volta
ao normal.
- engraçado – falou Nick
sarcástico – quando você me contou que era gay eu pensei a mesma coisa. ‘É só
uma fase, vai passar’. Mas com o passar dos anos eu fui entendo que não é uma
fase. É quem você é.
- não tenta comparar as duas
coisas Nick.
- não importa – falou ele
voltando a apoiar os antebraços na beirada da sacada. Eu não vou estar aqui por
muito tempo.
- como assim? – falei caminhando
até o lado de Nick.
- eu vou ser transferido para Califórnia.
- Califórnia? Fica do outro lado
do país. Porque eles estão te transferindo? Por causa da Casey?
- não foram eles. Eu é que pedi
transferência há algumas semanas. Hoje eu recebi a confirmação. Estarei me
mudando para lá após os feriados de fim de ano.
- porque você fez isso Nick?
- porque eu preciso me afastar de
você e de todo mundo. Você mesmo disse que eu vivo a minha vida em sua função –
falou Nick assoprando a fumaça e apagando o cigarro no cinzeiro – eu preciso
ter uma vida só minha. Onde eu serei o protagonista.
- mas você é o protagonista da
minha vida Nick. Eu vou sentir sua falta – falei acariciando as costas de Nick
– desculpa ter gritado com você no banheiro. Eu sei que tenho sido um porre!
- desculpo sim, fazer o que? –
falou ele olhando para mim – eu te amo.
- eu também te amo – falei sinto
meus olhos enchendo de lágrimas e puxando meu irmão dando um abraço – eu vou
sentir sua falta.
- eu também vou – falou ele dando
um beijo no meu rosto me mantendo junto dele.
- não tem nada que eu possa fazer
pra você mudar de ideia? Eu prometo não ficar gritando ou fazendo pouco de
você.
- não tem nada que você possa
fazer Stan. Eu preciso seguir com minha vida. Eu te ajudei a chegar até aqui e
você tem se saído bem.
- mas vou sentir – sua falta –
falei esfregando o rosto na camiseta de Nick limpando as lágrimas. Não havia
percebi, mas minha toalha havia caído e eu estava apenas de cueca. Subi minhas
mãos pelo corpo de Nick e olhei em seus olhos. Dei um beijo em seu queixo e um
no seu rosto. Nick deu um beijo no canto da minha boca e nós demos um selinho –
eu vou sentir muito sua falta – falei acariciando a barba rala de Nick e dando
um selinho em sua boca.
- eu também vou irmão – falou
Nick se escorando na beirada da sacada me abraçando. Ele desceu as mãos pelas
minhas costas e acariciou minhas nádegas.
- para com isso! – falei dando um
tapa na mão dele.
- tudo bem – falou ele com um
sorriso.
- é que é estranho – falei dando
um outro beijo na boca de Nick, mas dessa vez mantive a boca grudada a dele e
permiti que Nick enfiasse a língua e eu a chupei sentindo seu gosto.
- quando você achar que está
sozinho no mundo saiba que tem uma pessoa que te ama demais irmão. Esse sou eu.
- não olha pra mim – falei dando
um beijo no pescoço dele e me ajoelhando.
- o que vai fazer?
- shhh! – falei olhando pro alto
– fecha os olhos Nick e não olha. Usei as mãos para desabotoar a calça dele e
abri o zíper descendo a calça e a cueca um pouco. Não fiz cerimonia e abri a
boca sentindo o gosto do seu membro agora em meus lábios. Nick colocou a mão em meus cabelos e foi
tirando o sapato e a calça e a cueca enquanto eu de olhos fechados – e
envergonhado – chupava seu pau pela primeira vez.
Nick tirou a camiseta e ficou
completamente. Eu não tinha coragem de olhar em seu rosto e apenas suguei seu
caralho com fome. Não sei se era a falta de Clyde eu o fato de meu irmão estar
indo embora. Eu já sentia a falta dele antes de ele ir. Eu não diria nada a
Nick, mas ele tinha um caralho gostoso. Grosso com as veias protuberantes. A
cabeça era grande e eu dei um trato apenas nela dando selinhos e uma chupada
que fez Nick gemer ofegante. Dei um beijo na base do seu caralho e levantei o
pau melado passando a mão na cabeça do pau chupando as suas bolas. Uma por vez.
O meu plano era apenas pagar um
boquete para Nick. Ele fez tanto por mim e eu podia dar o que ele queria. Eu
queria dar uma chance a ele. Especialmente agora que Clyde estava tão distante
de mim. Devo admitir que Nick é um homem gostoso. Os planos de Nick iam além
dos meus. Ele segurou em meu braço me fez levantar. Autoritário ele me jogou na
cama deitado de barriga pra baixo e afastou minha cueca para o lado abrindo
minhas nádegas passando a língua de baixo até em cima. Ele cuspiu e sugou meu
cuzinho me fazendo gemer. Ele foi rápido. Em seguida ele apontou seu caralho na
entrada do meu ânus e começou a pressionar!
- Porra Nick! Seu caralho é
grosso!
Nick não disse nada e levou uma
das mãos até a minha boca e abafou meus gemidos enquanto ele brutamente
penetrava em mim seu caralho fazendo eu me contorcer na cama. Respirei ofegante
sentindo Nick beijar minha orelha enquanto movia a cintura para frente e para
trás tirando a mão na minha boca. Ele deixou o queixo na minha nuca enquanto
enfiava e tirava o pau de mim.
Nick não tinha dó de mim. Começou
a mover a cintura bem rápido fazendo seu pau deflorar meu cuzinho. Nick gemia
ofegante enquanto seu pau duro entrava e saia de mim fazendo meu ânus queimar.
Depois de um bom tempo Nick saiu de cima de mim e eu me virei na cama me
ajeitando. Como um animal Nick se ajoelhou na cama e levantou minhas pernas e
meteu o pau se inclinando na minha direção. Eu o abracei e beijei seus lábios.
Nossos corpos estavam em sincronia.
- tudo o que eu queria era pagar
um boquete pra você Nick – falei beijando seus lábios. Entre um beijo e outro.
- se quiser que eu pare é só
dizer! – falou Nick com um meio sorriso.
- não pare! – falei afundando
meus dedos nos cabelos de Nick enquanto ele movia a cintura para frente e para
trás. Em certo momento seu membro escapuliu para fora e eu usei minha mão para
coloca-lo na direção do meu ânus e Nick o empurrou enfiando-o dentro de mim.
- te amo demais Stan – falou
Beijando minha boca. Dois selinhos no meu nariz e passou a língua pelo meu
rosto beijando minha boca.
- eu também te amo Nick – falei
sentindo Nick chupar minha língua – não vai embora, por favor.
- eu não posso! – falou Nick
engolindo em seco – eu preciso de uma vida só pra mim. A última coisa que eu
quero é ficar no seu caminho e de Clyde. Ele é o homem que você ama. O homem
com quem você deve passar o rosto da sua vida. Seria injusto ter você pra mim a
sua vida inteira. Eu tive sorte de estar com você em uma parte dela. A outra
parte da sua vida pertence a outro homem. Eu sou seu irmão. Você me ama de
qualquer jeito – falou Nick com um meio sorriso.
Nick diminuiu a velocidade de
seus movimentos e encostou o rosto suado em meu pescoço enquanto seu membro
inchava dentro de mim e ele esporrava seu liquido. Senti que Nick estava
chorando. As lágrimas escorriam por seu rosto e caiam em mim. Ele se levantou e
vestiu sua roupa chorando.
- eu vou sentir sua falta – falou
Nick olhando para mim com os olhos vermelhos e soluçando. Ele fechou a
braguilha e saiu do quarto. Eu fiquei sem saber o que fazer. Eu não precisei
gozar pra saber que o que sentia por meu irmão também ia além do amor que se
tem por um parente. As lágrimas escorreram por meu rosto lentamente enquanto
imaginava minha vida sem meu irmão. Ele me ajudou a passar por tanta coisa. Ele
estava certo. Agora que tudo acabou era hora de dedicar a minha vida ao homem
que me ama: o Policial Clyde Holloway.
O dia havia chegado. Estava
dentro do carro da policia que estava sendo dirigido por Clyde. Não porque ele
foi me ver, mas porque nós precisaríamos de escolta até o Tribunal de Justiça.
Quando viramos a esquina vimos um monte de gente com cartazes gritando e fazendo
protestos. Seria transmitido ao vivo para o mundo inteiro. Meu pai estava
sentado ao lado de Clyde no banco da frente. Nick, minha mãe e eu estávamos no
banco de trás.
- desgraçados! Assassinos! –
gritou uma mulher batendo a mão no carro.
Alguns policiais do lado de fora tentavam
conter a multidão. Assim que estacionamos em frente às escadas Clyde saiu do
carro e eu vi o Detetive DeLarosa, o policial Blacke e o Policial Vincent se
aproximarem. Clyde abriu a porta do carro. Nick foi o primeiro a sair seguido
por minha mãe e por último foi eu. A multidão estava agitada e vi que Cory segurou
em meu braço e me acompanhou enquanto subia as escadas.
- não olha pra eles, olhe para
frente! – falou Cory.
- Sr. Anthony o que você tem a
dizer sobre o crime que sua irmã cometeu?
- som comentários! – falou Cory
me puxando. Olhei para trás e vi que Vincent e Blacke estavam escoltando minha
mãe e meu pai. Nick e Clyde estavam vindo logo em seguida.
Assim que chegamos no topo e
passamos pelos policiais Cory soltou meu braço. A imprensa e a multidão não
podia ir até aquele ponto.
- oi Cory – falei olhando para
ele.
- como você está? – perguntou ele
com um sorriso.
- estou bem, e você?
- bem também.
- que bom. Faz tempo que não falo
com nenhum de vocês.
- você sabe como é, o trabalho –
falou Cory enquanto esperávamos meu pai, minha mãe e Nick chegarem.
- eu entendo.
- eu quero que saiba por mim uma
coisa – falou Cory.
- o que foi?
- eu pedi transferência para o
Arizona. Phoenix.
- sério?
- sim. Eu só estou aguardando
eles confirmarem.
- porque todo mundo tá se mudando
daqui? Parece que eu me tornei um repelente de pessoas – falei com raiva.
- do que está falando?
- meu irmão Nick conseguiu um
emprego na Califórnia.
- eu não sei seu irmão, mas eu
nunca consegui ficar em um lugar só por muito tempo. Especialmente depois de
tudo o que aconteceu aqui. Eu só quero recomeçar em um lugar novo, talvez você
deva pensar nessa possibilidade.
- Bom dia – falou o Advogado
Joseph Baez chegando com óculos escuros.
- bom dia Joe – falei apertando a
mão dele – onde está Casey?
- está lá dentro. Vamos fazer
companhia pra ela – falou o advogado enquanto todos nós seguimos para dentro do
Palácio da Justiça. Ao chegarmos no corredor eu dei o meu jeito e fiquei um
pouco para trás tentando me aproximar de Clyde.
- Clyde! – falei ao lado dele.
- não podemos conversar – falou
ele olhando pra mim.
- para de inventar merda! – falei
segurando no braço dele fazendo-o parar – o Detetive DeLarosa acabou de
conversar comigo. Você não pode ou não quer conversar? Porque você tem me
ignorado todos esses dias.
- você vai mentir no tribunal?
- sim. eu vou – falei
cochichando.
- então eu não tenho nada pra
falar com você.
- Clyde. Aqui quem está falando é
Stanley Anthony. O seu namorado. Eu gostaria de falar com Clyde Holloway, o meu
namorado e não o policial enjoado.
Clyde não disse nada e ficou com
cara feia.
- tudo bem, não diga nada. Fique
ai de cara feia e me odeie o quanto quiser, mas se você não me der um beijo
agora eu vou entender que não existe mais nada ente nós.
- droga! – falou Clyde
aproximando de mim e dando um selinho.
- que bonito! – falou uma mulher
se aproximando de nós. Uma mulher negra, alta de cabelos lisos e uma boca
larga. Ela tinha presença de espírito.
- quem é você?
- Stanley esse é a Agente do FBI
Justine Diaz.
- prazer – falou ela esticando o
braço – é bom finalmente conhece-lo.
- igualmente – falei apertando a
mão dela.
- eu preciso ir – falou Clyde
olhando para a Agente Diaz e depois para mim. Em seguida ele se foi.
- o que você está fazendo aqui? –
perguntei curioso.
- eu não posso estar aqui?
- sim, mas eu pensei que você
estivesse investigando o Culto.
- Clyde te contou isso? Achei que
fosse uma informação confidencial.
- ele não contou. Eu vi as
mensagens que vocês trocaram no celular dele – falei jogando verde e parece que
colhi maduro.
- tudo bem – falou ela arrumando
o cabelo – eu não queria perder o julgamento da década.
- se você veio aqui esperando um
veredito de culpada você veio perder seu tempo – falei me virando.
- sair impune de assassinato é
negócio de família? – falou a Agente Diaz me fazendo parar.
- oque você quer dizer com isso?
– falei me virando – eu pensei que a investigação tivesse sido encerrada graças
a sua incompetência.
- você não vai querer jogar esse
jogo comigo – falou a Agente Diaz mantendo a pose.
- você tem alguma prova? – falei
juntando os braços esperando que ela me algemasse – foi o que pensei.
- não brinque comigo Stanley. Eu
sei que você tem algo a ver com aqueles palhaços.
- é só provar – falei começando a
caminhar – ameaças não em assustam.
- você pode pensar que cão de
ladra não morde Sr. Anthony – falou a Agente Diaz caminhando ao meu lado – mas
acredite em mim quando eu digo: eu faço o dois – ela me encarou.
- vem Stan – falou Nick segurando
no meu braço e me puxando para dentro do tribunal. O julgamento ia começar.
Nós nos sentamos e quando Casey
entrou com aquela roupa laranja e algemada como um animal eu me senti mal por
ela. Ela acenou para mim e foi colocada para sentar próximo ao advogado Baez.
- todos de pé para o
Excelentíssimo Juiz Belvin Perry Jr.
Todos nós nos levantamos e o juiz
entrou e se sentou em seu lugar.
- todos sentados – falou o homem
negro de óculos e bigode grisalho – considerações iniciais? – falou o Juiz Belvin
Perry Jr.
- a promotoria pede a pena de
morte para a Senhoria Casey Marie Illtyd Anthony. Pelo assassinato de sua filha
Caylee Rosemarie Riley Anthony. Nós pretendemos provar nas próximas horas que a
Senhorita Anthony negligenciou a sua filha. É verdade não descobrimos a causa
da morte, mas sabemos que Casey escondeu o corpo tentando acobertar seu
assassinato.
O promotor se sentou e o advogado
de Casey se levantou para suas considerações iniciais. Eu estava nervoso. Muito
nervoso na verdade. Uma testemunha atrás da outra elas foram chamadas para
depor. Uma das testemunhas era Ryan Riley. O ex-namorado de Casey e
aparentemente pai de Caylee. Ele estava no culto do delegado Hugo que tentou me
matar. Ele concordou em depor a favor da promotoria negociando uma redução de pena.
Eu não acredito em nenhuma palavra do que ele disse. Disse que Casey era uma
‘vagabunda’ que saia com vários homens e deixava a filha sem comida, sem tomar
banho e às vezes sem ir a escola.
A promotoria fazia esses acordos
para conseguir testemunhos. Eu não acredito em nada do que ele disse. Eu diria
qualquer coisa pra sair da prisão se estivesse no lugar dele. Depois de duas
horas de julgamento nós tivemos uma pausa e depois de trinta minutos todos nós
voltamos.
- a Defesa tem mais alguma
testemunha? – perguntou o juiz.
- sim Excelentíssimo – falou o
advogado olhando para mim – gostaria de chamar o Sr. Stanley Illtyd Anthony
para depor.
Eu fiquei de pé e fui até o banco dos réus e
fiz o juramento. Olhei para Clyde que estava sentado do lado da promotoria. Ele
parecia aflito. Nesse momento ele eu vi o Detetive Cory chegar até Clyde e
dizer algo a ele. Clyde se levantou e saiu do tribunal. Cory se sentou em seu
lugar. Do lado da promotoria estava também a Agente do FBI Justine Diaz.
- Sr. Anthony – falou o advogado
se aproximando – qual foi à última vez que você viu a sua sobrinha Caylee
Anthony?
- á duas semanas atrás.
A promotoria pareceu surpreso ao
me ouvir dar aquela resposta. Algumas pessoas no tribunal começaram a conversar
- ordem, ordem! – falou o juiz
batendo o martelo.
- e o que vocês fizeram quando se
encontraram?
- nós nos encontramos no Parque
do Lago Eola. Nós passamos a tarde juntos. Andamos nos patinhos do lado,
visitamos o jardim botânico e fizemos um piquenique. Foi um dia memorável.
- isso quer dizer que a versão da
promotoria não está correta? Certo? Já que segundo a promotoria Caylee foi
morta pela minha cliente.
- exato.
- eu peço aos membros do júri que
deliberem com sabedoria. Que não condem uma mulher de vinte e quatro anos e
inocente baseando-se em uma teoria furada – aquele advogado era bem arrogante.
- eu protesto meritíssimo – falou
a promotora de pé.
- eu retiro – falou o advogado se
virando – sem mais perguntas – ele foi até a sua cadeira e se sentou. A
promotora de cabelos loiros e óculos se levantou e veio até mim.
- Sr. Anthony o senhor pode
provar de alguma forma que se encontrou com Casey e Caylee á duas semanas?
- a menos que você veia um raio x
para escancear memórias, não.
Todos que estavam no tribunal
começaram a rir.
- ordem! – falou o juiz batendo o
martelo.
- você está dizendo que em pleno
século vinte e um você não registrou nenhuma foto desse encontro – que como o
senhor mesmo disse – foi memorável?
- eu não preciso ficar tirando
foto de tudo o que faço ou toda vez que saio. Você tira uma foto toda vez que
sai de casa?
- não, mas com certeza eu tiraria
uma foto de um dia tão memorável. Ou não era tão memorável quanto fazer sexo
com dois policiais? Porque isso você fez questão ode registrar.
- eu protesto! – falou o advogado
se levantando – ela está assediando a testemunha.
- deferido. Advogada atenha-se ao
caso.
- eu retiro – falou a promotora.
- tudo o que eu sei é que eu me
encontrei com Casey e Caylee á duas semanas atrás. Ela estava bem – falei
engolindo em seco. Eu não sabia onde Caylee estava e mentir sobre ela estava
acabando comigo. Casey tinha um olhar sereno como se estivesse agradecida por
eu ter feito aquilo por ela.
- sem mais perguntas – falou ela
voltando a se sentar – eu não tenho mais perguntas.
Eu sai do banco dos réus e voltei
a me sentar onde estar. Entre minha mãe e Nick. Estava com ódio daquela
promotora. Por ela ter citado a gravação de sexo sendo que não tem nada a ver
com o caso. Olhei para o lado e vi a Agente Diaz sorrindo. Tenho certeza de que
foi ela quem mandou a promotora citar a gravação.
- como não temos mais testemunhas
podemos fazer as considerações finais – falou o juiz.
- devemos condenar Casey Anthony
a pena de morte! – falou a promotora se levantando – que mãe festeja por
sessenta dias enquanto a filha está desaparecida? Casey mentiu desde o começo.
Ela mentiu sobre trabalhar na Universal, ela mentiu sobre a babá e mentiu sobre
ter atropelado um animal na estrada. Essa mulher diante de vocês matou a filha
de quatro anos de idade. Ela era uma garota doce com sonhos e esperanças e toda
uma vida que lhe foi arrancada pelas mãos da própria mãe que tatuou ‘Vida Bela’
enquanto ela estava desaparecida – o júri pareceu incomodado com esse detalhe –
a promotoria encerra.
- A promotoria tem um caso fraco!
– falou o advogado se levantando – Caylee não está morta. Caylee foi
sequestrada. A minha cliente mentiu? Sim. Ela mentiu com medo de retaliação.
Ela não queria denunciar o homem que sequestrou sua filha. Ela não disse o nome
do home que sequestrou Caylee porque tem medo dele. Ao invés de oferecerem
segurança para que Casey diga o nome eles a acusaram de assassinato. A
promotoria falhou em provar se Caylee está morta, ela não conseguiu provar a
causa da morte e não encontrou nem a cena do suposto crime. Eles querem
condenar uma garota de vinte e quatro anos á morte baseando-se em que? Um mau
cheiro no carro? A ligação de uma mãe desesperada pela sua neta? A mídia julgou
esse caso antes mesmo de estarem aqui. Eu peço que façam o certo. Obrigado. A
defesa encerra. Joe voltou a se sentar do lado da sua equipe de advogados.
Haviam mais três advogados que estava ajudando ele no caso.
- Peço agora que o corpo de júri
se reúna para deliberar. Peço aos advogados de defesa e a promotoria para
estarem atentos. Quando a deliberação terminar vocês receberão uma mensagem
para retornarem ao tribunal.
Nós saímos do tribunal e tivemos
que ficar lá mesmo. Não tinha nem como sairmos de lá para algum restaurante ou
coisa parecida. Estava cheio de gente lá fora querendo nos linchar. O melhor
era ficar lá e comer as barras de cereal que meu irmão Nick comprou para nós.
- quanto tempo pode levar? –
perguntei para Nick.
- eu já vi casos em que eles
deliberam pro até dez horas – falou Nick.
- eles chegaram a uma decisão! –
falou o advogado espantado olhando para o celular – essa foi rápida.
- isso é bom? – perguntei ficando
de pé em um pulo.
- talvez sim, talvez não. O fato
é que ou a defesa ou a promotoria foram muito bons em provar o seu lado da
história – falou o advogado arrumando o tenro.
Nós caminhamos para dentro do
tribunal e eu vi Clyde ao lado de outros policiais. Parece que eles estavam
preparados para nos escoltar independente do resultado. Nós entramos no
tribunal e ficamos de pé quando o juiz retornou e todos nós nos sentamos.
- Estado da Flórida contra Casey
Marie Illtyd Anthony – falou a primeira jurada.
- tanto a promotoria quanto a
defesa todos devem ficar de pé para a leitura do veredito – falou o juiz. A
primeira jurada entregou ao juiz o papel com o veredito e ele leu de cima em
baixo – a oficial de justiça fará a leitura do veredito – falou ele entregando
o papel para a oficial de justiça.
- quanto a acusação de homicídio
em primeiro grau o júri considera a ré… - a oficial de justiça olhou para todos
– inocente.
Casey olhou para trás com os
olhos cheios de água. Eu senti meu coração bater forte. Todos ficaram em
silêncio.
- quanto à acusação de homicídio
culposo o júri considera a ré… inocente.
Olhei para o lado e percebi a
frustração nos olhos dos promotores de justiça.
- quanto à acusação de
negligência e abandono de menor o júri considera a ré inocente.
A equipe de defesa estava se
abraçando. Contentes. Casey deu um abraço no advogado. A partir desse ponto foi
como se tudo tivesse ficado dormente. Vi quando Clyde veio até nós acompanhado
de outros policiais. O juiz disse suas últimas palavras ‘Você é uma mulher
livre!’. Nós seguimos os policiais e de fora do tribunal podíamos ouvir a
gritaria que vinha das ruas.
Nunca em minha vida eu tinha
visto tantas pessoas e tanto ódio em um só lugar. A multidão enfurecida gritava
ofensas. Chamando Casey de ‘Vagabunda’ e ‘Assassina de bebês’. Em outro cartaz
podia se ler as frases ‘Vocês merecem o inferno’ e ‘Justiça por Caylee’. Era
como um bando de cachorros raivosos querendo nos atacar. Casey e eu tentávamos
passar pela multidão enfurecida enquanto o advogado de Casey, Clyde, Blake e
Vincent faziam nossa segurança.
- maldita assassina mentirosa! –
gritou uma mulher com o punho cerrado balançando-o ferozmente como se estivesse
clamando por justiça. Joe colocou a mão no rosto de Casey para que ela não
fosse filmada. Em certo momento alguém cuspiu em meu rosto. Quase acertando a
minha boca, por pouco.
Enquanto descíamos as escadas
tentando chegar ao carro de Joe tropecei em algo e quase cai no chão. Fui salvo
pela mão de um forte policial que me impediu de cair. Olhei para seu rosto e vi
que era Clyde. Olhei para ele, mas Clyde não olhou de volta. Eu o conhecia.
Talvez até demais. Seus lindos olhos de cor azul topázio refletiam a luz do sol.
O azul penetrante em volta das rajadas cor de mel que iam até o centro de sua
pupila negra como a sombra que pairava sobre Orlando.
O rosto com a barba castanha que
se tornava grisalha no queixo. Os lábios vermelhos e carnudos que estavam
cerrados. A expressão séria em seu rosto. Ele não olhou para mim. Não sei o que
eu via em seus olhos. Talvez ânsia? Raiva? Desapontamento? Talvez ele só
tivesse desistido. Infelizmente não tive a sorte de poder olhar para ele uma
última vez. Tenho certeza de que seria a última. Não sei se Clyde me perdoaria
por ter mentido.
Enquanto os policiais lutavam
contra a multidão Joe abriu a porta do carro e Casey e eu entramos no carro. No
banco da frente estava o advogado de Casey, Joseph Baez. Dirigindo o carro
estava Lola Henderson. Uma das mais novas policiais a entrarem na academia de
polícia de Orlando.
- você está bem? Eles te
machucaram? – perguntou Casey olhando para mim. Ela respirava ofegante. Talvez
fosse sinal de culpa. Talvez fosse o choque de ter saído impune.
- o que você fez com a Caylee? –
perguntei olhando para Casey. Não estava nem ai para o que tinha acontecido
comigo. Só queria saber onde estava minha sobrinha. Minha voz saiu firme, mas
desanimadoramente alta.
- cala a boca Casey! – falou Joe.
Lola parecia intrigada. Talvez não pudéssemos falar sobre aquilo na frente de
um agente da lei.
- você acredita em mim, não é? –
falou Casey cochichando colocando sua mão em cima da minha que estava em cima
do banco. Eu não pude impedir que meus olhos se enchessem de lágrimas. Olhei
para Casey e fiquei encarando ela por um tempo – obrigado pelo o que fez… –
falou Casey se referindo ao meu depoimento. Eu puxei minha mão interrompendo
sua frase e voltei a olhar para o lado de fora. Não tinha nada para dizer a
ela.
A televisão do carro de Joe
estava ligada em um canal qualquer com a noticia. A repórter parecia calma
apesar da situação. Suas palavras não transmitiam tal calma. Ela tinha cabelos
loiros curtos e uma expressão desafiadora.
- Infelizmente a América tem o
desprazer de vivenciar O. J. Simpson outra vez. Casey Anthony não é só uma
mentirosa patológica que covardemente assassinou sua filha de três anos, mas é
uma psicopata narcisista que sorriu ao receber o veredito de ‘inocente’ mesmo
sabendo que sua filha continua morta e que o ‘culpado’ está por ai. É claro que
estamos todos furiosos e podemos ver isso refletido em todo o país. Protestos
têm acontecido na maioria das capitais, mas em meio a toda raiva e frustração a
pergunta que fica é a única que o advogado de Casey parece não ter sequer dado
o trabalho de responder. Vamos supor que por algum momento acreditamos na
inocência de Casey. A pergunta que Casey, seu irmão e seu advogado devem estar
fazendo nesse momento é: quem matou Caylee? – Nancy fez uma pausa e olhou
fixamente sem nem ao menos respirar – …eles sabem a reposta. E nós também.
- desliga isso – falei com raiva.
- desliga Joe – falou Casey bem
mais calma do que eu.
- nem pensar – falou Joe
autoritário com seus óculos escuros e sua barba aparada. Ele parecia ter se
empenhado no figurino para o julgamento de hoje – mais do que nunca precisamos
saber qual o próximo passo a seguir. Precisamos saber de tudo.
Casey pareceu frustrada e olhou
para mim. Ela parecia querer dizer algo para me consolar ou para fazer eu me
sentir melhor, mas ela não sabia o que dizer assim como eu não queria ouvir
nada do que ela dissesse. Tudo tinha acontecido tão depressa. Tinha medo de que
isso afetasse o resto da minha vida. Olhei para a televisão no carro enquanto a
repórter finalizava seu discurso.
- …a única certeza que eu tenho é
que a justiça falhou hoje e em algum lugar lá embaixo o diabo está celebrando.
- desliga essa droga! – falei
indo para cima de Joe e Casey me segurou.
- o que está fazendo? – perguntou
Joe.
- onde está Caylee? O que você
fez com ela Casey? Me fala o que você fez com ela – perguntei desesperado.
- para onde nós vamos? –
perguntou a Policial Lola.
- para o Hospital Mercy East –
falou Joe.
- o que? – perguntei confuso –
porque estamos indo para lá?
- porque a enfermeira que eu
paguei para cuidar de Caylee está levando ela para lá – falou Joe olhando para
trás com um sorriso – eu disse pra confiar em mim.
- Caylee está viva?
- sim – falou Casey – por pouco.
- como assim? O que aconteceu?
- A alguns meses atrás Caylee
ingeriu uma quantidade perigosa de comprimidos. Para minha sorte Joe estava lá
em casa quando aconteceu. Ele conseguiu recuperar os sentidos de Caylee.
- vocês estão juntos?
- sim – falou Joe levando uma das
mãos para trás segurando a de Casey.
- você sabia disso? – perguntei
olhando para Lola.
- claro – falou ela – o intuito
do seu culto era o bem estar de Caylee. E foi o que fizemos.
- porque tudo isso? – perguntei
confuso.
- Mesmo Caylee estando viva se
nós a levássemos para o hospital Casey seria indiciada por negligência podendo
ir presa – falou Joe – para evitar essa confusão eu “sequestrei” Caylee – falou
ele fazendo aspas.
- ela estava na sua casa o tempo
todo?
- Sim. Com uma enfermeira e um
médico em tempo integral que ajudaram Caylee a se recuperar. Eles cuidam dela quando
Casey e eu não estamos lá. Agora que Casey foi considerada inocente Caylee vai
para o hospital fazer alguns exames para saber se está tudo bem.
- mas vocês não podem ir presos
por tudo o que fizeram a policia passar?
- não – falou Casey – Joe
sequestrou mesmo a Caylee. Na noite que tudo aconteceu Joe desapareceu com
Caylee quando fui ao banheiro.
- e eles não podem me prender
porque Casey nunca chegou a prestar queixa contra mim. Quando ela foi á delegacia
eles a acusara de assassinato.
Olhei para fora e vi o hospital
se aproximando.
- mas eles podem acusa-la de
negligência agora que Caylee apareceu, não podem?
- risco duplo – falou Joe – ele
impede que uma pessoa seja julgada duas vezes pelo mesmo crime. Como Casey foi
considerada inocente de Negligência eles não podem acusa-la nem se quisessem.
- então tá todo mundo livre?
Acabou?
- sim – falou Casey.
- e porque você fez isso tudo?
- pela sua irmã – falou Joe – eu
a amo e eu faria de tudo para ela não ir presa.
- eu estou tão aliviado – falei
com um sorriso no rosto.
- eu vou convocar uma coletiva de
imprensa para dizer que Caylee está bem e ainda vou aproveitar para mostrar a
ineficiência da promotoria em querer condenar uma garota à morte por um crime que
não cometeu.
Quando Lola parou no
estacionamento Joe, Casey e eu saímos do carro. Joe se afastou fazendo uma
ligação. Casey e eu caminhamos em direção ao hospital e ao chegarmos na
recepção demos o nome de Caylee. Eles disseram quem ela estava sendo atendida
na emergência. Nós fomos levados até lá por uma enfermeira. Quando chegamos ao
vi Caylee sentada em uma maca com um boneco nas mãos. Um médico estava ouvindo
as batidas seu coração.
- tio Stan! – falou Caylee com um
sorriso.
- oi Caylee! – falei indo até ela
com um sorriso.
- ela está bem, doutor? –
perguntou Casey.
- ela está ótima – falou o médico
olhando para Casey e para mim – vocês são irmãos do Nick Anthony, certo?
- sim. Ele trabalha nesse
hospital, né?
- sim – falou o médico.
Nesse momento ouvi o barulho de
ambulâncias chegando. Algo normal de acontecer na emergência de um hospital.
Havia uma televisão na emergência, mas ela estava no mudo. Vi que estavam
noticiando algo sobre o tribunal. Logo eles cortaram para uma ‘Noticia
Urgente’. Algo que tinha acabado de acontecer.
- haaaaaaaaaaaaaaaaaa! – gritou
uma mulher na emergência.
Olhei para trás assustado e vi a
minha mãe. Ela estava de pé cheia de sangue. Seu rosto e suas roupas. Ela
estava com os olhos vidrados sem piscar. Em estado de choque. Ela deu outro
grito e um enfermeiro e uma médica se aproximaram dela.
- mãe? – corri na direção dela –
mãe, o que aconteceu?
Casey veio comigo e olhou para a
TV e colocou a mão na boca.
- Stanley! – falou ela apontando
para a TV.
- Um tiroteio aconteceu em frente
ao palácio da justiça logo após o veredito de inocente ter sido declarado –
falou a repórter. A polícia confirmou que o atirador já foi contido e não
apresenta mais nenhum perigo.
- Mãe! O que aconteceu? – perguntou
Casey sem obter resposta.
- O atirador disse ter sido
motivado pelo veredito de ‘inocente’ do julgamento do Estado da Flórida contra Casey
Marie Illtyd Anthony. Ele ficou indignado com o resultado. Temos a confirmação
de que três pessoas foram feridas e uma delas chegou ao óbito no local.
- mãe! Quem morreu? – falei segurando
o rosto dela sujo de sangue. O sangue não era dela – Mãe! Quem morreu? – gritei
com os olhos cheios de lágrimas
Nesse momento vi a Agente Justine
Diaz do FBI entrar pela emergência acompanhada de dois colegas. Meu coração bateu
forte ao vê-la.
- é ele – falou a Agente do FBI
apontando para mim. Os colegas vieram me seguraram.
- Hey! Me soltem! – me sacudi
tentando me livrar das mãos deles.
- Stanley Illtyd Anthony. Você
está preso por perjúrio.
- o que? – perguntei confuso.
- Vejo que Caylee está ótima –
falou ela olhando para Casey.
- o que está fazendo com meu irmão?
– perguntou Casey.
- você não sabia? – falou ela com
um meio sorriso – Mentir durante um testemunho é crime. Você pode ter que pagar
uma multa de cinco mil dólares e você pode pegar até cinco anos prisão – falou ela
olhando pra mim – Você pode ter certeza de que eu farei de tudo pra você pegar
a pena máxima.
- me soltem – falei sendo
arrastado enquanto via uma maca com um lençol entrar na emergência – quem é
aquele? – perguntei.
- é a vítima do tiroteio – falou Justine
com um olhar sério.
- quem foram às três pessoas que foram
atingidas? – falei olhando para Justine. Seus colegas pararam de me puxar.
Justine respirou fundo ao me dizer aquilo. Ela não parecia nada feliz com
aquilo.
- Seu namorado Clyde Adamson
Darius Holloway, seu irmão Nick Illtyd Anthony e seu pai Rodrigo Collier
Anthony – ela lambeu os lábios ao me dizer aqueles nomes. Ela respirou fundo e
percebi que ela sentiu o mesmo que eu. As lágrimas caíram de meu rosto. Respirei
fundo sem acreditar.
- eu posso ver quem é antes de me
levar preso?
Justine confirmou com a cabeça. Os
colegas soltaram meus braços e eu me aproximei da maca com o lençol. Respirei fundo
e usei as duas mãos para levantá-lo. Meu coração se quebrou ao vê-lo lá
deitado. Ele havia levado pelo menos quatro tiros. Um no peito, um na barriga,
um no pescoço e outro abaixo do olho esquerdo. Ele estava com o rosto roxo. Ele
não se parecia nada com o homem que conheci e amei.
- Não! Não! Não! Por favor! –
falei me afastando dois passos da maca – Nãaao! – cai de joelhos no chão
gritando sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto – Meu Deus, por quê? – Casey
veio até mim e se ajoelhou me abraçando. Ela também estava chorando. Ela sabe o
quanto eu o amo. A verdade é que nunca entendi o significado de ‘Coração Partido’
até vê-lo deitado naquela maca. A dor não era apenas uma metáfora como se ouvia
nas canções. Era uma dor real. Doía de verdade. Era como se meu coração tivesse
sido partido em dois.
FIM DO PRIMEIRO VOLUME
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acabar assim sem falar quem foi e maldade em sjdaojidjioajiodjiosd como eu durmo a noite agr com um final desse
ResponderExcluirEspero que tenha conseguido dormir rsrsrr Um abraço
ExcluirSensacional! Surpreendente. Eu já reli tudo! Tô ansiosa esperando os textos novos. Se quiser uma revisora, estamos aí. Beijão
ResponderExcluirValeu Natasha. Adoraria que alguém revisasse meus textos ;)
ExcluirPeço desculpas por não ter comentado o penúltimo capítulo, mas eu li muito rápido e não tive tempo para pensar no que escrever, na madrugada de sexta para sábado eu perdi meu avô, e eu meio que fiquei aéreo a tudo.
ResponderExcluirNão sei nem o que dizer sobre esse final, estou feliz por Caylee estar viva, por Joe ter feito o que fez, mas estou com medo do que aconteceu. Sei que você não mataria o Clyde, para mim, o Clyde é como o Adam do Mike, eles nasceram um para o outro e tem que acabar juntos.
Fico triste por saber que o Stan perdeu ou o irmão, ou o pai(Preciso confessar que pulei a parte hot deles, eu até gosto de incesto, mas com os dois eu não sou fã ;x ). É uma perda difícil, mas que ele vai superar e já já estará firme e forte para mais aventuras <3
Adorei do começo ao fim, me apaixonei, odiei, chorei, e mal posso esperar para ler o segundo volume <3 Agora é bola pra frente com o nosso "Homem Proibido" <3
-Juliano.
Valeu pelo comentário Juliano ;) mal posso esperar para escrever para vocês ;)
ExcluirNossa acabei de ler, pra mim hoje feliz bebendo já que feriado, resolvi ler tu fez eu ficar abalando com esse final, vou deixar só esse comentário preciso me acalmar.
ResponderExcluirAqui onde moro também é feriado. Valeu pelo comentário ;)
ExcluirPrimeiro! Gente... porque demorei tanto pra ler esse capítulo?
ResponderExcluirSegundo! Já quero dar na cara dessa Justine...
Terceiro! Jovem o pai do Stanley, não? (E gato também!)
O que dizer sobre o primeiro volume de Cruel Sedutor?
Amei , de verdade! Bom, sou suspeito em falar, porque tu sabe que eu adoro seu trabalho e tudo o que você produz, só peço uma coisa! Continue, sempre... por favor!
Nem preciso falar que estou super ansioso pela segundo volume desse conto!
Um beijo e um grande abraço pra ti, melhoras!
Domingues, Lucas.