Capítulo 02: Milhões de Razões | Conto: Paixão Secreta | Temporada: 7ª

MILHÕES DE RAZÕES capítulo dois

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O

s dias estavam sendo bem miseráveis para mim. Muita coisa estava passando pela minha cabeça desde o natal. As pessoas que conheci as coisas boas e ruins que eu fiz e que fizeram comigo.  De repente eu sentia o peso da carga que trouxe comigo todos esses anos. A minha sorte foi a grande ‘válvula de escape’ que eu tive. Contar a Zoey sobre o câncer foi uma das melhores coisas que eu tinha feito nos últimos dias. Aquilo estava doendo no meu peito e por mais que eu quisesse contar a Adam sobre o câncer eu não tinha coragem. Ele estava se esforçando tanto pra construir sua carreira do zero e eu me sentia mal em jogar esse peso em suas costas. Eram muito estresse para uma pessoa só. Em contra partida a ansiedade me corroía enquanto eu esperava pelo maldito resultado que só ia sair na segunda feira.

Era sexta feira de madrugada. Eu precisaria me levantar em algumas horas para poder ir para o trabalho, mas eu não conseguia dormir. Era duas e meia da madrugada para ser mais exato e eu estava encarando o nada pensando na vida. Sabe quando você acorda de manhã e por alguns segundos está tudo bem porque você não se lembra dos problemas da vida? Eu me sentia assim a maior parte dos dias, mas então o câncer aparecia em minha mente e eu sentia um frio cortante em meu estômago que me fazia querer vomitar. Aquilo acabava comigo e destruía qualquer pensamento bom que eu tivesse. Adam está me mantendo vivo. Nesse momento ele é a única razão de eu querer viver. Se ele não estivesse comigo eu teria ingerido veneno de rato ou algo parecido.

Peguei o meu celular e me sentei na cama calçando as minhas pantufas. Usei a luz do celular para encontrar a porta e sair. Desci as escadas e fui até a cozinha e peguei uma jarra com leite e coloquei em um copo e me sentei no balcão da cozinha e peguei o meu celular e abri o aplicativo DaddyHunt. Eu tinha instalado ele no meu celular porque eu queria conversar com alguém. Eu não sou uma dessas pessoas que fica doente e que trai o namorado usando isso como desculpa. Eu só queria conversar com alguém que tivesse mais ou menos a experiência de Adam. Talvez um teste. Eu poderia contar a essa pessoa que tenho câncer e ver como ela reage.

Enquanto procurava por alguém acabei recebendo uma mensagem de alguém com o apelido de PapaiVermelho. A foto do rosto não estava completa no perfil apenas do nariz pra baixo e é claro: a foto do corpo sem camisa mostrando os pelos pubianos. Parecia ser um homem ruivo pela cor dos pelos pubianos e da barba que ele usava. Um ruivo claro muito bonito. Ele mandou uma mensagem de ‘boa noite’ e eu resolvi responde-lo. O meu apelido era MickeyMouse.

Boa noite! – PapaiVermelho

Boa noite Sr. EspadaVermelha – MickeyMouse

Acordado a uma hora dessas? Um ‘ratinho’ deveria estar na cama – PapaiVermelho

Deveria mesmo. Na verdade meu namorado está lá – MickeyMouse

Qual o problema meu ratinho, ele não te satisfaz? – PapaiVermelho

Na verdade satisfaz. E muito – MickeyMouse

Então o que procura a uma hora dessas? – PapaiVermelho

Um conselho, alguém para conversar – MickeyMouse

Porque não conversa com seu namorado? – PapaiVermelho

Eu conversaria, mas esse é um assunto ao qual não posso conversar com ele, pelo menos não por agora – MickeyMouse

Entendo… – PapaiVermelho

Quer saber? É idiotice mminha procurar por um papo legal aqui. Você deve estar excitado procurando por alguém para foder e eu estou atrapalhando – MickeyMouse

Se você quiser nós podemos ir par algum lugar para fazermos os dois – PapaiVermelho

Hoje eu estou interessado apenas na conversa – MickeyMouse

Vamos conversar então. Talvez o papai possa te ajudar – PapaiVermelho

Eu venho guardando um segredo do meu namorado e eu não sei como contar a ele. Não sei se ele vai reagir bem – MickeyMouse

Vocês namoram a muito tempo? – PapaiVermelho

Sim. a u8m bom tempo. Nós não somos casados, mas eu o considero meu marido – MickeyMouse

Quantos anos vocês tem? – PapaiVermelho

Eu tenho vinte e cinco e ele tem quarenta e seis – MickeyMouse

Hummmm, vocês devem ser lindos na cama – PapaiVermelho

Foco, por favor – MickeyMouse

Seu marido e eu temos a mesma idade. Me conte o segredo e você pode ter uma ideia de qual será a reação dele. – PapaiVermelho

Okay… eu descobri no natal passado que tenho câncer no pulmão. Ainda não sei qual estágio está, mas comecei o tratamento – MickeyMouse

Porra! é sério? – PapaiVermelho

Sim. Por isso estou acordado as duas e meia da madrugada conversando com um estranho. Não sei o que fazer – MickeyMouse

Eu não posso dizer o que seu namorado fará quando descobrir afinal entre vocês existe o fator ‘amor’ envolvido, mas eu fiquei chocado e triste com o que você disse – PapaiVermelho

Muito triste? O suficiente para me deixar? – MickeyMouse

É disso que você tem medo? Que ele não suporte a dor? – PapaiVermelho

Ele tem mania de fugir dos problemas. Tenho medo que a primeira reação dele seja me deixar. Não por maldade, mas porque ele é assim. Existem pessoas que lutam e as que fogem e ultimamente ele tem lutado bastante. Tenho medo de ser a gota d’água  – MickeyMouse

Você só vai descobrir se contar – PapaiVermelho

Eu não pretendo contar, mas é bom poder conversar com alguém – MickeyMouse

Não achei que fosse ter esse tipo de conversa nesse aplicativo – PapaiVermelho

Obrigado por conversar comigo – MickeyMouse

Me promete uma coisa? – PapaiVermelho

O que? – MickeyMouse

Se seu marido ‘fugir’ quando você contar, promete que vai cair nos meus braços? Aqui você terá um papai ruivo louco pra ter dar muito amor e carinho – PapaiVermelho

Você diz isso agora. Quando eu estiver sem os cabelos e debilitado em uma cama você também vai fugir – MickeyMouse

Provavelmente – PapaiVermelho

Viu só? É por isso que se ele fugir eu vou cometer suicídio. Não quero ser um fardo para ninguém – MickeyMouse

- o que está fazendo? – perguntou uma voz rouca descendo as escadas me assustando. Era Adam. Ele estava sem camisa e com a calça do pijama. Ele estava com as pantufas que Steve havia nos dados de presente. As minhas eram pantufas do Tom e as de Adam eram do Jerry. Foi um presente fofo de Steve.

- eu estou sem sono – falei apagando a tela do celular – desci aqui pra tomar um copo de leite pra ver se o sono vem.

- você precisa dormir – falou ele se aproximando de mim – você tem que ir trabalhar em algumas horas e eu não vou deixar você ir se não estiver descansado.

- já vou – falei pegando o copo e tomando o último gole.

- talvez não seja desse leite que você precise para dormir – falou ele acariciando meus cabelos.

- eu não estou afim – falei nervoso – me perdoa – falei tocando o peito dele.

- você não precisa fazer nada em mim se não está afim, mas eu vou fazer o suficiente pra você relaxar e dormir – falou ele segurando minha mão e dando um beijo – vai para o quarto e arranca sua roupa. Eu já estou chegando.

Fui até o quarto e  chegando lá tirei a minha calça do pijama e me deitei na cama respirando fundo. Peguei o controle da televisão e liguei colocando no Investigação Discovery. Quando a porta do quarto se abriu Adam tinha consigo algumas latas de cerveja. Ele arrancou o resto de sua roupa ficando apenas de cueca. Ele se sentou na cama abrindo uma garrafa de cerveja e tomou um gole. Eu me deitei na cama ao contrário com a cabeça nos pés da cama para conseguir assistir um pouco de TV. Ele então se deitou na cama em um meia nove, mas eu estava de costas para ele. Adam tirou a minha cueca e ajeitou minhas pernas de modo que meu ânus ficou a mostra.

- você sabe como isso funciona – falou ele passando dois dedos no meu cuzinho me fazendo gemer – você pode assistir TV, jogar no celular ou simplesmente relaxar. Só não converse comigo porque minha boca e minha língua estarão ocupadas.

- sei sim – falei respirando fundo sentindo ele jogar um pouco de cerveja gelada no meu ânus e em seguida a sua língua quente passou de baixo até em cima sugando a cerveja e junto meu cuzinho. Ele afundou a boca no meu cuzinho e eu respirei fundo sentindo a barba dele me pinicar enquanto a língua adentrava meu rabo. Ele acariciava minhas nádegas enquanto sua língua fazia a maior parte do trabalho.

- eu te amo – falou ele dando um selinho no meu cuzinho – te amo pra caramba, você sabe disso, né? – falou ele enchendo meu cuzinho e nádegas de beijos.

- eu sei. Eu também te amo.

- Eu também ficaria na sarjeta com você. Não preciso de luxo pra querer você comigo, mas eu te amo o suficiente pra querer dar a vida que você merece – falou ele afundando a boca em seguida na minha bunda.

- eu sei e eu te amo demais por ser esse homem maravilhoso.

- sou esse homem maravilhoso por sua causa. Você me fez ser melhor. Eu era um homem egoísta, traidor e imbecil antes de te conhecer. Me apaixonar por você me fez um homem melhor e essa é só uma das milhares de razões que eu tenho pra te amar demais.

- você é um homem maravilhoso – falei sentindo as lágrimas chegarem em meus olhos.

- agora chega de papo – falou ele afundando a boca novamente no meu ânus. A última vez que olhei no relógio do celular de Adam antes dele começar a chupar meu cuzinho era duas e quarenta e dois da madrugada.

Ele se empenhava bastante naquilo porque ele gostava. Ele até atreveu a colocar alguns dedos no meu ânus enquanto sua língua fazia a maior parte do trabalho. Ele abria uma lata de cerveja atrás da outra tomando a maioria no meu corpo. Ele jogou no fim das minhas costas e passou a língua sugando o liquido e descendo com a língua por entre minhas nádegas e chegando novamente no meu cuzinho. A intensidade da forma que ele utilizava a boca aumentava a cada minutos. Ele me virou um pouco na cama para poder ter bater punheta pra mim enquanto me chupava.

Não precisava dizer nada. A linguagem corporal falava por si só. Os meus gemidos mostravam para Adam que a apenas a língua e dois de seus dedos eram o suficiente para me fazer gozar. Pegue o celular de Adam e vi que era três horas e quarenta e nove minutos. Mais de uma hora havia se passado e o gozo estava se aproximando. Adam havia colocando uma das minhas pernas entre as suas e a prendeu. Eu sentia o membro dele duro me espetando enquanto ele se afundava no meu cuzinho cada vez mais. Ele estendeu uma das mãos para que eu segurasse enquanto tentava não gozar. Adam tirou a cabeça do meu pau pra fora e esfregou a língua nela com força enquanto dois de seus dedos estavam dentro de mim.

- meu amor eu vou gozar! – falei segurando na mão dele com força.

- goza meu amor, é tudo o que eu mais quero. Quero ver você gozar gostoso.

Adam deu uma pausa e passou a língua no meu saco e voltou a sugar meu cuzinho enquanto com dois dedos esfregava a cabeça do meu pau com o óleo para massagem que ele pegou na gaveta. De olhos fechados e todo suado na cama eu tentei me contorcer de prazer, mas Adam segurou minha perna entre as suas e eu senti quando a porra explodiu do meu pau saindo no meu peito.

- haaaa! Caralho! Porra! – gemi alto como uma cadela enquanto Adam enchia meu cuzinho de beijos. Eu estava todo melado. Sentia minha bunda melada com a baba de Adam.

Senti meu corpo cansado e Adam apertou o meu pau com a mão para tirar de lá até a última gota da minha porra. Eu estava ofegante e abri os olhos respirando fundo.

- está um pouco mais relaxado meu amor?

- estou sim – falei sorrindo.

- que bom – falou ele com um sorriso. Eu estendi minha mão e o puxei para cima de mim. Adam deu um beijo na minha boca e eu senti o gosto do meu cuzinho em seu beijo que agora estava impregnando em sua boca, sua língua e sua barba – acha que vai conseguir dormir agora?

- com certeza – falei soltando-o e Adam se levantou e pegou as latas de cerveja que havia bebido e saiu do quarto levando tudo. Eu me levantei e peguei a toalha e limpei o meu peito.

Eu me sentei na cama e esperei Adam voltar. Ele demorou alguns minutos, mas ele aareceu.

- ainda acordado? Achei que fosse estar dormindo. Acho que fiz um péssimo trabalho.

- não – falei vendo-o de cueca. Seu pau estava meio mole meio duro – a culpa não é sua. É que eu decidi fazer você relaxar. Não seria justo – falei puxando-o pela mão.

- não precisa Mike – falou ele se sentando e se escorando na cabeceira – eu estou bem.

- Precisa sim – falei me ajoelhando entre as pernas de Adam e segurando seu rosto entre minhas mãos. Eu quero aproveitar cada minuto de vida que tenho – faz parte do meu processo. Você estava certo. Não é leite de vaca que eu preciso pra dormir.

Me inclinei até o criado mudo e peguei a carteira de cigarros de Adam e tirou um dos cigarros levando até a boca dele. Adam pegou o isqueiro e acendeu o cigarro. Eu sai de cima de Adam e me deitei na cama puxando a cueca dele e pegando no pau meio bomba e colocando-o na boca. Passei a língua no saco de Adam e enchi seu pau de beijos movendo a mão até que o pau dele ficou duro como rocha na minha mão. Puxei o coro deixando ao cabeça rosada a mostra e senti o cheiro forte do pau dele. Passei a língua na cabeça rosada e a engoli mamando o pau dele subindo e descendo a cabeça. Adam tragava o cigarro e assoprava a fumaça pelo nariz enquanto me olhava nos olhos. Ele não queira perder enquanto eu mamava no pau dele.

Minha boca subia e descia pelo seu membro enquanto meus lábios fortemente pressionavam contra as veias do seu membro. Adam estava ofegante e acariciou meus cabelos afundando os dedos com a mão esquerda enquanto com a outra ele segurava o cigarro com os dedos. Com a língua pra fora esfreguei a cabeça de seu membro e dei um beijo próximo ao seu umbigo sentindo os cabelos de sua barriga em meus lábios. Adam não era forte e nem musculoso. Era o típico homem americano que toma cerveja e gosta de churrasco e esse corpo me deixava doido de tesão. Subi enchendo sua barriga de beijos até seu peito e finalmente chegando a sua boca. Dei um selo e então nossas línguas entrelaçaram uma na outra.

- senta um pouquinho – falou Adam com a voz rouca entre dois beijos – só um pouco.

- o quanto você quiser – falei me virando de costas e ficando de joelhos enquanto Adam ajeitava o membro para cima. Ele acariciou minhas costas com uma mão enquanto com a outra ele segurava o pau para cima. Fui sentando e sentindo o pau dele entrar em mim me rasgando. Não doeu tanto quanto achei que fosse doer afinal ele havia sugado tanto meu cuzinho que ele estava preparado para recebe-lo.

Adam levou o cigarro até a boca e segurou minha cintura com as duas mãos e começou a mover a cintura me comendo. Apoiei as mãos na cama a minha frente e empinei a bunda enquanto Adam fodia o meu cu sem dó nem piedade. Ele segurou forte na minha cintura e moveu a cintura parando em certo momento para dar a ultima tragada no cigarro e coloca-lo no cinzeiro. Ele voltou a me comer e ele acariciava minhas costas enquanto eu rebolava em seu pau.

- vou gozar Mike – falou ele gemendo e esporrando no meu cu – caralho gozei! – falou ele gemendo e apertando minha bunda – foi mal – falou ele ofegante – devia ter te dado na boca.

- eu disse que precisava de leite pra dormir, não disse onde – falei saindo de cima de Adam e me sentando ao lado dele na cama me escorando na cabeceira. Adam se inclinou até mim e nós demos um beijo. Acariciei sua barba e ela espetou meus dedos. Eu dei risada ao sentir a barba dele espetar meus dedos – eu vou sentir falta disso – falei passando a mão em seu rosto.

- como assim? – perguntou Adam confuso.

- enquanto eu estiver no trabalho… - falei tentando disfarçar – eu vou sentir saudades de você.

- você poderia trabalhar pra mim. Eu estou precisando de um ajudante.

- não conta – falei lambendo a boca dele – eu vou ficar bem. Sei que toda vez que voltar para casa vou ter você me esperando.

- te amo Mike.

- eu te amo Adam – falei deslizando na cama e me virando de costas. Adam se deitou atrás de mim e puxou o cobertor cobrindo os nossos corpos. Não é difícil de imaginar que foi fácil dormir. Acho que talvez eu deva fazer isso. Apenas curtir meus dias com Adam e deixar de lado esse tratamento. A grandes chances de que nem funcione. Vou pensar a respeito.

Na manhã seguinte quando acordei por volta das sete e meia o café da manhã estava pronto. Adam havia acordado mais cedo do que eu e feito as panquecas que eu tanto adoro.

- bom dia – falou Adam com um sorriso. Ele estava apenas de cueca e pantufas com o avental.

- bom dia meu amor – falei abraçando-o por trás e dando um beijo em suas costas – você fez o café da manhã?

- Sim. Faço tudo pelo meu amorzinho – falou ele com um sorriso colocando as panquecas no prato e se sentando junto a mesa comigo.

- eu preciso comer rápido se não eu me atraso. O metrô daqui é rápido, mas a academia fica longe.

- come tranquilo hoje eu vou te levar.

- não precisa Adam.

- você não quer que eu te leve? Por acaso você tem algum namorado secreto que você não quer que ele veja? – perguntou ele pegando um pedaço da minha panqueca e levando até a boca dele.

- até parece – falei voltando a comer – se você quer me levar, okay. Depois da noite de ontem você pode tudo.

- você gostou?

- se eu gostei? Você ficou mais de uma hora com essa boca gostosa no meu cuzinho. Essa é uma de milhares de razões pra eu ser perdidamente apaixonado por você.

- é bom saber que eu levo jeito – falou ele com um meio sorriso se levantando – vou vestir minha roupa e já vamos.

Eu terminei o café da manhã e lavei as louças esperando Adam aparecer. O meu celular estava em cima do balcão onde eu tinha deixado e não demorou para Adam aparecer. Vestiu uma calça jeans azul, uma camiseta preta com mangas longas e pegou a chave do carro. A caminho do trabalho pensei sobre o tratamento. Será que realmente valia a pena terminar os meus últimos dias evitando tudo o que eu gosto tentando me curar de uma doença que pode ser mais forte do que eu? Ou será que eu quero terminar meus dias fazendo exatamente o que fiz ontem a noite? Fazendo muito sexo com meu marido gostoso.

- chegamos – falou Adam estacionando em frente a Orangetheory Fitness. A faixada era laranjada assim como a pintura do lado de dentro. Laranja e lilás eram as coras.

- eu me sinto tão por deixar você aqui – falou Adam olhando com desdém para a academia.

- lembre-se que o dinheiro é bom.

- o que você faz aqui exatamente?

- trabalho na recepção – falei mentindo – é coisa fácil.

- tudo bem – falou ele se inclinando e dando um beijo na minha boca – tenha um bom trabalho.

- obrigado meu amor. Você também.

- prometo que isso será temporário. Quando as coisas melhorarem eu vou te tirar daqui e você vai passar o dia em casa comigo me chupando entre um cliente e outro pra me deixar relaxado.

- adorei essa proposta Sr. Adam – falei rindo e dando outro beijo em sua boca.

- eu te prometo – falou ele dando um último beijo na minha boca e destravando as portas para que eu saísse. Olhei para trás  acenei para Adam que desapareceu na rua.

Entrei na academia e depois de usar o crachá para bater o ponto passei pelos aparelhos, pela sessão de Yoga, Crossfit, Pilates, Zumba e por último passei pelas saunas onde os clientes relaxavam depois de um dia de academia. A academia abria as seis da manhã, mas meu horário era das nove ás cinco da tarde. Chegando aos fundos coloquei as luvas e peguei o esfregão. Se Adam souber no que eu realmente trabalho ele me mata. Se o câncer não matar primeiro. Foi engraçado. Admita.

- bom dia Mike – falou um dos meus chefes passando por mim.

- bom dia Sr. Kelly! – falei passando o esfregão no chão.

- não precisa formalidade Mike. Pode me chamar de Henry. Você é praticamente de casa.

- obrigado – falei olhando para ele e forçando um sorriso.

- a propósito, você tem feito um bom trabalho com a limpeza. Nenhum dos instrutores fez reclamação e os aparelhos estão sempre bem limpos.

- obrigado Sr. Henry.

- estou precisando de alguém para trabalhar no caixa da lanchonete. Se continuar assim talvez a vaga seja sua. O salário é melhor do que você ganha agora sem contar nas responsabilidades.

- obrigado senhor. Eu agradeceria muito – falei sorrindo para ele enquanto ele atravessava os equipamentos chegando a lanchonete de produtos naturais a qual ele se referiu

Continuei o meu trabalho limpando o chão e durante algumas horas foi tudo o que eu fiz. O meu trabalho era a limpeza na parte da manhã e no restante do dia ajudava onde precisava. As vezes carregada caixas de bebidas e comida que chegavam na academia e as vezes até trabalhava no caixa cobrindo o almoço. Quando terminei de limpar o chão eu ouvi passos até o DML.

- Mike? – falou meu outro chefe.

- estou aqui Sr. Davis.

- preciso que você limpe a sauna Mike. Eu não queria te pedir isso, mas hoje é sexta e você sabe que o fluxo é maior.

- sem problemas – falei me virando e pegando os produtos e o equipamento para limpar a droga da sauna.

O que mais me incomodava em limpar a sauna não era o suor e sim todo o esperma seco no vidro e no chão. Os caras malham durante toda a manhã e acabam se aliviando na sauna da academia. Isso quando eles não resolvem ‘se ajudar’ a aliviar. Esse trabalho era do pessoal que trabalhava a noite, mas pelo visto será o meu trabalho. Coloquei o aviso de ‘interditado’ na entrada do banheiro e entrei com o equipamento. Coloquei o balde no chão e me ajoelhei começando a esfregar com toda a força. Detestava ter que lidar com essa porra. literalmente.

Fiquei de pé e fui até as paredes, os bancos e limpei o suor e mais e mais esperma. Enquanto limpava a sauna ouvi o som do chuveiro ser ligado. Eu tinha deixado o aviso na porta então eu não sei porque alguém entrou.

- olá? – falei saindo da sauna e indo até os banheiros – esse banheiro está interditado. Tem chuveiros no segundo andar – falei olhando nos boxes procurando por alguém. Vi o chuveiro ligado e apesar do que eu tinha dito ninguém respondeu. Continuei caminhando calmamente porque não parecia que havia alguém no chuveiro.

Caminhei mais rápido dessa vez e levei um susto ao ver que havia sim alguém no chuveiro. Era meu chefe Henry. Ele estava completamente nu tomando banho com o pau na mão olhando para mim. Ele estava batendo punheta com toda força enquanto eu observava e não demorou para que ele esporrava na parede do box. Ele gemeu baixinho enquanto seu esperma escorria pela parede.

- limpa com a língua – falou ele com um sorriso – limpa com a língua e a vaga é sua – falou ele ofegante – será rapidinho! – falou ele com um sorriso – use essa boquinha gostosa pra limpar a parede e a vaga é sua.

É pra isso que eu vou lutar contra o câncer? Para passar o resto dos meus dias limpando porra de estranhos enquanto sou chantageado pelo meu chefe que claramente é um pervertido doente? Eu poderia estar em casa agora passando um tempo com Adam enquanto eu o tenho.

- eu me demito – falei jogando a escova e as luvas no chão e saindo do banheiro.

Sai do banheiro e enquanto atravessava os equipamentos para dar o fora dali a recepcionista me chamou.

- Mike, isso daqui chegou para você – falou ela chamando a minha atenção. Era uma caixa de presente. Havia um cartão.

‘Eu queria mandar flores, mas eu sei que você não gosta. Eu quis te mandar chocolate, mas você os detesta mais do que as próprias flores. Espero que esse presente faça você se lembrar de mim enquanto está no trabalho’

Abri a caixa e havia um pequeno coelho de pelúcia vestido com terno. Ele usava um pequeno crachá escrito ‘Sr. Adam’. Ele tinha até uma maleta em uma das mãos. Eu dei risada quando o vi. Senti o cheiro do Sr. Adam e ele cheirava a menta. Era o cheiro que Adam tinha porque estava sendo chupando uma bala de menta tentando disfarçar o hálito depois de fumar. Eu não vou contar a Adam que tenho câncer porque não importa. Quero passar os meus últimos dias ao lado dele. Essa é uma das milhares de razões que eu tenho para desistir do tratamento. E é exatamente o que eu vou fazer.

Espero que tenham gostado do capítulo de hoje. A música que dá título ao capítulo é Million Reasons da Lady Gaga. Não esqueçam de deixar um voto e um comentário que me ajuda bastante. Um grande abraço a todos e até o próximo.