Capítulo 20: Ricardo Royale | Conto: Amor, Estranho Amor

CAPITULO  

VINTE

Ricardo Royale

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E

stava com tanto sono depois da noite passada que não demorei a adormecer especialmente por ter um ursão ‘gotoso’ do meu lado na cama. Confesso que me senti um idiota quando Cory me disse todas aquelas coisas, mas tudo o que ele disse era pura verdade, ou pelo menos, era a verdade que eu estava vivendo, mas não conseguia enxergar. É difícil ouvir a verdade, algumas coisas realmente machucam, mas nem sempre as pessoas estão dizendo coisas para te machucar. Creio que Cory seja uma dessas pessoas. Ele me conhece tão pouco e parece gostar de mim. De verdade. Me espreguicei na cama e por alguns instantes pensei que estava na minha cama, mas assim que me lembrei abri os olhos percebendo que estava no apartamento de um estranho, na cama de um estranho.

Me sentei na cama e peguei o celular vendo que havia uma ligação perdida de meu pai. O relógio marcava pouco mais de nove da manhã. Era tarde. Não costumava dormir tanto, mas a verdade é que geralmente não tinha motivos pra dormir tanto. Estava tão cansado. Cocei meus olhos e olhei em volta percebendo que o detetive Cory não estava na cama. Olhei em volta e me levantei abrindo a janela. Vesti minha cueca e uma bermuda de pijama que Cory tinha deixado em uma poltrona. Olhei em volta e vi que o quarto de Cory estava uma bagunça. Roupa jogada pra todo lado, sapatos, tênis, meias, cuecas sujas e um monte de coisas espalhada. Eu diria que todo homem é assim, mas eu sou homem e meu quarto é impecável e a minha amiga Lizzie tem um quarto tão bagunçado quanto esse.

Comecei a pegar as roupas espalhadas em cima da poltrona, no chão, empilhadas em cima do criado mudo e fui dentro de um cesto que tinha no banheiro para as roupas sujas. Peguei os sapatos e fui ajeitando-os no sapateiro e as roupas que eu considerei limpa pelo cheiro eu fui colocando nos cabides. Não sei bem porque comecei a limpar o quarto, mas talvez fosse uma ajuda. Ele parece ser um homem ocupado que não liga muito se o lugar esta arrumado ou não. Talvez ele me agradeça, talvez ele me mande pra puta que pariu por mexer no quarto dele. Depois de juntar as roupas foi mais fácil arrumar o restante. Dobrei as cobertas, edredons e tudo o que estava jogado no guarda roupas. Ele parecia meu pai para guardar as coisas. Arrumei os inúmeros perfumes, desodorantes e tudo o que estava em sua penteadeira.

Depois de uns 30 minutos mais ou menos eu tinha terminado. As janelas estavam abertas para arejar o lugar. Encontrei uma sacola no meio da bagunça e coloquei lá as cinzas do cinzeiro com os tocos de cigarro e algumas garrafas long neck vazia. Dei um nó e peguei o cesto de roupas sujas e sai do quarto. Nesse momento vi que a TV estava em um volume alto e Cory estava esparramado no sofá sem camisa assistindo a um jogo de futebol americano. Ele olhou para mim e tomou um gole de sua cerveja.

- bom dia – falou ele franzindo a testa – o que é isso? – perguntou ele se levantando.

- são as suas roupas sujas e aqui está o lixo do seu quarto. Eu dei uma arrumada nele, espero que não se importe.

Cory passou por mim e abriu a porta do quarto vendo-o totalmente diferente de quando ele tinha saído.

- eu passei dos limites né? Desculpa é que eu achei que talvez… eu sou intrometido.

- não. não! – falou ele olhando pra mim – ficou bom. De verdade. Obrigado – falou ele se inclinando e dando um selinho na minha boca. Ao fazer isso ele pegou o cesto de roupa sujas e o saco com o lixo e tirou de minhas mãos – deixa que eu cuido disso. Vou fazer o seu café da manhã.

- okay – falei passando pela sala e indo até a cozinha e me sentando á mesa. Cory veio da lavanderia e lavou as mãos na pia.

- o que você quer comer?

- qualquer coisa! Eu sou uma pessoa fácil de agradar.

- ótimo – falou Cory indo até a geladeira pegando uma maça e jogando na minha direção. Eu a peguei no ar. Cory ficou de longo olhando pra mim – está bom pra você?

- okay – falei esfregando a maçã no pano de prato.

- eu estou brincando com você – falou ele vindo e pegando a maçã da minha mão rindo – você ia mesmo comer a maçã?

- ia. Você é o anfitrião. Eu como o que você me der.

- nada mais juto. Ontem a noite eu fiz a mesma coisa – falou ele rindo.

- e você foi maravilhoso. Diga-se de passagem.

- você gostou mesmo?

- sim. muito – falei um pouco envergonhado.

Cory pegou dois ovos e quebrou–os em uma frigideira e colocou algumas fatias de bacon. Ele então começou a espremer algumas laranjas para fazer um suco.

- eu vacilei né? – falei vendo ele espremer as laranjas – não devia ter me intrometido.

- não, não. Eu não me importo… quer dizer… eu estou envergonhado que meu namorado tenha visto meu quarto nessa bagunça. Eu é que devia ficar envergonhado – falou ele rindo e terminando de espremer a última laranja ele colocou o copo na minha frente.

- namorado? – perguntei pegando o copo e tomando um gole.

- sim, porque? Eu não sou? – falou ele voltando ao fogão pegando os ovos e o bacon e colocando em um prato a minha frente. Ele usou os ovos para fazer os olhos e com os bacons ele fez um sorriso.

- sim, é – falei rindo e pegando um dos bacons com o garfo – é que ainda soa estranho.

- olha… - falou ele se sentando á mesa do meu lado – acho que ontem eu meio que soei como um ‘homem possessivo’. Eu não quero me intrometer na sua vida e Thad é seu pai apesar de tudo. Se você quiser continuar com esse contrato apenas pra finalizá-lo, okay, mas não me fale sobre isso. Okay? Ao me ver não toque nesse assunto. Seja só um namorado normal e eu também serei.

- e se eu decidir não continuar?

- eu também não quero que me diga. A decisão é sua. Se seu pai e você tem um contrato você precisa cumpri-lo ou você vai ter que arcar com as consequências. Eu não quero saber sobre isso e só quero curtir um tempo com você e te conhecer – falou ele levando a mão por trás de mim e acariciando minha nuca – okay meu amor?

- amor? – falei rindo – desculpa é que… eu fico envergonhado – falei sentindo meu rosto queimar.

- nossa você está vermelho igual a um tomate – falou ele rindo.

- desculpa – falei rindo.

- meu amor – falou Cory rindo – você é meu amorzinho.

- para com isso – falei empurrando ele de leve.

- meu morzinho – falou ele fazendo bico curtindo com minha casa. Ele se aproximou e nós demos um selinho – adorei ver você com vergonha – falou ele rindo – me chama de morzinho também, chama – falou ele com o rosto próximo do meu.

- eu não.

- não precisa ter vergonha. Eu sei que você tem problemas com o papai e que tem dificuldade em demonstrar os sentimentos, mas você vai mudar isso comigo. Me chama de amorzinho. Vai! Chama o Cory de amorzinho.

- okay, okay – falei respirando fundo – você é meu amor… amorzinho.

- Yeeee! – falou ele comemorando e nós tocamos nossos lábios e eu me atrevi a tocar seu rosto e ele colocou sua língua na minha boca e eu a chupei – não precisa ser vergonhoso comigo. Eu tenho esse jeitão durão, mas eu sou carinhoso, atencioso… eu sou bem mais velho do que você, mas não tenho manias bobas e nem sou rabugento.

- okay – falei dando um selinho e voltando a comer. Cortei um pedaço dos ovos e tomei um gole do suco.

- o que você vai fazer nesse sábado? Acha que pode passar ele comigo? – falou ele tirando o garfo da minha mão. Ele pegou um pedaço da torrada e levou até a minha boca.

- bem que eu queria – falei mastigando – hoje é um dia daqueles, sabe… minha família aparece pra um churrasco que só acaba amanhã? Se eu não aparecer eles vão ficar enchendo o meu saco.

- Perfeito. Eu posso ir com você. Eu estou precisando sair um pouco. Eu tenho passado meus fins de semana entre o departamento e o bar trazendo umas putas pra comer na sexta a noite – falou ele olhando pra mim – você não meu anjo. Você não é ‘puta’ – falou ele com um sorriso enquanto eu tomava um copo do suco.

- você quer ir? Acho… pode ser – falei respirando fundo pensando no meu pai. Acho que deixei transparecer a minha preocupação.

- vai dar B.O. não vai? Deixa pra lá – falou ele largando o garfo e se levantando – a gente se fala pelo aplicativo.

- não. você pode ir sim. claro que pode.

- eu estou meio empolgado demais – falou ele se escorando na pia e cruzando os braços com um ar mais pessimista – eu tenho medo de estar tão empolgado – falou ele respirando fundo – se alguma coisa acontecer eu vou me machucar.

- relaxa Cory – falei tomando o resto do suco e me levantando eu fui até ele e levei minha mão até seus ombros e desci até seu peito peludo e subi – você vai comigo pra esse churrasco de fim de semana e eu vou te apresentar pra todo mundo. Depois do desastre que foi meu último namorado todos devem estar ansiosos pra conhecer você.

- tem certeza? Não quero apressar as coisas.

- eu gosto de apressar – falei rindo – você é um homem decidido e sem papas na língua. Eu gostei de você por causa disso. Não tem porque adiar. Está decidido – falei dando um selo em sua boca – você vai comigo.

- beleza então – falou Cory mais animado – como eu devo me vestir? Social? Acho que não tenho grana pra vestir roupas do padrão da família afinal sou só um detetive.

- deixa de bobeira. Veste uma bermuda, uma camiseta, um par de mocassins e coloca um óculos escuro e você vai estar perfeito. Tem uma piscina gigante e se você quiser tomar banho ou quiser ficar no jardim ou até dentro de casa… você decide.

- vou tomar um banho e dar um tapa na cara antes de me vestir.

- okay.

- o controle está no sofá. Fique a vontade – falou ele me dando um beijo no rosto antes de ir.

Quando Cory foi para o quarto eu me sentei no sofá e peguei o meu celular. Olhei as mensagens e não haviam mensagens importantes apenas mensagens da minha tia Kylie da minha prima fofoqueira Perez Hilton perguntando onde eu estava e que a festa já tinha começado. Meu pai não enviou mensagens de texto então eu decidi ligar de uma vez. O celular dele chamou algumas vezes e logo ouvi sua grave e animada voz.

- fala campeão! – falou meu pai animado. Ouvi ao fundo música tocando.

- bom dia pai.

- bom dia campeão. Como passou a noite? Cuidaram bem de você?

- sim pai. Cuidaram – falei respirando fundo.

- onde você está? A família está perguntando pro você e eu cansei de arrumar desculpas. Acho que contei três versões diferentes e estão começando a desconfiar que é mentira.

- eu logo vou estar ai pai, na verdade é sobre isso que eu queria falar… eu posso levar uma pessoa?

- quem?

- o Cory… o detetive Cory.

- porra filho! Claro que pode! Trás o Cory. Ele pode se divertir aqui. Tem umas bucetinhas aqui que ele pode mamar mais tarde. A Kylie tem namorado, mas certeza que ela não recusaria uma mamada do Cory na xaninha rosada dela.

- credo pai. Ele é sua irmã.

- e você é meu filho. Algum problema?

- não.

- pode trazer o Cory.

- pai… na verdade o Cory e eu… - fiz uma pausa tentando juntar forças onde não havia.

- o que filho? Você e o Cory o que?

- …logo estaremos ai.

- beleza filhão. Até mais. Te amo.

- até mais pai – falei me sentindo um covarde por mão contar.

- diz eu te amo – falou meu pai me repreendendo.

- eu te amo pai. Até daqui a pouco.

Finalizei a ligação e respirei fundo pensando no que aconteceria. Eu não conseguiria esconder dele por muito tempo. Na verdade eu não deveria ter que esconder, mas meu pai é possesso e eu tenho medo dele reagir de forma inapropriada e criar toda uma cena. Deixei o jogo mesmo e fiquei lá encarando a televisão morrendo de nervosismo enquanto Cory se ajeitava. Quando de repente ele sai do quarto de óculos escuros.

- e ai? – falou ele dando uma volta – o que acha?

- ficou ótimo – falei me levantando. Ele colocou uma camiseta vinho e uma bermuda cor pastel. Mocassins marrons e óculos escuros estilo wayfare – está bonito – falei passando a mão nas costas dele ajeitando a roupa.

- podemos ir?

- claro. Já até liguei pro meu pai avisando que você vai.

- disse que eu ia? – perguntou Cory tirando os óculos.

- sim, mas eu não tive coragem de contar que você vai como meu acompanhante. Ele acha que você vai como convidado dele.

- se você não quiser que eu vá.

- eu quero. Vou apresentar logo você pra família e seja o que Deus quiser. Você merece um namoro romântico Cory. Você quase não namora porque tem alguns problemas e limitações que você me contou e já que está se arriscando comigo eu quero te apresentar pra minha família e tudo.

- okay – falou ele segurando meu rosto e nós demos um selinho – eu só vou pegar meu celular e cigarros e nós já vamos.

Cory e eu entramos no carro e seguimos viagem até em casa. Eu estava nervoso e Cory percebeu. Ele tentou falar sobre outras coisas até o caminho e em certo momento nós desistimos de conversar. Quando nós chegamos Cory apertou o botão do interfone e então eu ouvi a voz da minha mãe.

- quem é?

- mãe sou eu.

- Filho! – gritou minha mãe – o Logan chegou pessoal! – gritou minha mãe então eu ouvi todos ovacionando.

- esse povo me mata de vergonha – falei nervoso.

- relaxa – falou Cory seguindo com o carro quando o portão se abriu.

Cory estacionou o seu carro junto aos outros vários que estavam na parte da frente da casa. A primeira pessoa que eu vi foi meu guarda costas favorito Rodney. Cory saiu do carro e eu sai do outro lado e Rodney sorriu para nós. Quando Cory ficou ao meu lado e segurou na minha mão e nós caminhamos de mãos dadas o sorriso de Rodney sorriu.

- bom dia Rodney – falei parando na frente dele.

- bom dia senhor Royale.

- prazer – falou Cory estendendo a mão e Rodney apertou.

- Rodney esse daqui é o Cory DeLarosa. Eu achei que você deveria conhece-lo já que você é meu guarda costas e pode confundi-lo com um estranho.

- okay. Pode ficar tranquilo – falou Rodney.

- Cory e eu estamos namorando Rodney.

- estão? – perguntou ele sério.

- sim. algum problema?

- não senhor.

- ótimo – falei puxando Cory enquanto nós subíamos as escadas de mãos dadas. Nós entramos na sala e as primeiras pessoas que nós vimos foi minha prima Fiona e minha tia Kylie.

- Logan? Finalmente você chegou – falou Fiona me dando um abraço e minha tia Kyle fez o mesmo.

- saudades sua Loguie – falou minha tia.

- muita prazer – falou Cory apertando a mão de Fiona e depois a da minha tia Kylie.

- seu pai está caprichando nos guarda costas, hein? – falou Fiona – um mais gostoso que o outro.

- é? Parker! – falei gritando pelo nome dele – você não vai acreditar nhoque a Fiona disse.

- deixa de ser chato – falou Fiona sorrindo para o namorado – nada não amor. Parker ignorou e voltou a conversar com meu tio David, Noah e Jay.

- quem é você? – perguntou tia Kylie apertando a mão de Cory.

- eu sou Cory. Logan e eu estamos namorando.

- sério – perguntou minha tia Kylie olhando pra mim – esse é seu novo namorado?

- sim – falei segurando na mão do Cory – e se vocês me dão licença eu vou apresentar ele pra todas as pessoas antes que a Perez Hilton ai conte.

- eu tenho celular – falou ela mostrando – vou contar pra todo mundo antes de você.

Cory e eu chegamos na área externa e meu tio Noah, David e tio Jay olharam para mim junto de Parker.

- Logan? Finalmente – falou meu tio Noah me dando um abraço e um beijo. Jay sorriu para mim e eu apertei sua mão. Eu tinha uma péssima noticia para ele. Não será dessa vez que ele vai me ter. Tio David e Parker também me deram um forte aperto de mão e em seguida todos cumprimentaram Cory.

- pessoal esse daqui é o Detetive do departamento de policial Cory DeLarosa. Meu novo namorado.

- namorado? – perguntou Jay.

- sim tio Jay. Meu namorado – falei olhando pra ele. Jay pegou o copo que estava tomando caipirinha e virou totalmente e saiu andando em direção a cozinha.

- já era hora do Logan arranjar um homem – falou meu tio David apertando a mão de Cory.

- aceita uma cerveja? – perguntou meu tio Noah pegando uma long neck no freezer e Cory sorriu e pegou.

- valeu – falou ele abrindo a cerveja e tomando um gole.

- amor deixa eu te apresentar pro meu avô.

- okay – falou ele com um sorriso – valeu pela cerveja – falou Cory dando um tapa amigável no ombro de tio Noah que retribuiu. Cory e eu caminhamos pela área da piscina e eu vi meu avô Rex de óculos escuro conversando com um homem que estava de costas. Inicialmente não reconheci quem era, mas logo ele virou de perfil e eu o vi.

- fudeu – falei parando.

 - o que foi? – perguntou Cory olhando pra mim.

- é o meu tio avô Ricardo Royale.

- qual o problema? Vocês não se dão bem?

- não. ele é o único homofóbico da família.

- toda família tem um Logan. Acha que eu sou rodeado pro pessoas de mente aberta?

- eu sei, mas eu não gosto dele, vamos voltar… - falei me virando de costas e puxando Cory.

- Logan? Não vai vir aqui cumprimentar o vovô?

- merda – falei me virando e fingindo um sorriso – oi Rex – falei caminhando na direção dele enquanto seu irmão Ricardo deu dois passos de distância enquanto eu abraçava meu avô que me deu um beijo no rosto – como o senhor está?

- estou be garoto e você?

- estou levando a vida.

- e quem é você? – perguntou meu avô esticando o braço e Cory o cumprimentou com um forte aperto de mão.

- namorado do seu neto. Cory DeLarosa.

- prazer Cory. Tenha cuidado com o Logan. Tem muita gente que o ama. Se machuca-lo estará ferindo um monte de gente.

- não se preocupe – falou Cory passando o braço pelo meu pescoço e me forçando a um beijo – vou cuidar bem dele.

Nesse momento olhei para o irmão do meu avô e ele não olhava na nossa direção. Vi que ele usava um boné e nele estava escrito ‘Façam a América Grande Novamente’. Como eu tinha nojo desse homem. Não é o que ele fala que me incomoda, é o que ele faz. Esse ar de superioridade como se ele fosse melhor do que eu. O pior é que ninguém diz nada e ele sempre vai às festas. Ricardo disse que se ele tem que me tolerar eu sou obrigado a tolerar ele quando aparece.

- vamos indo Cory.

Nós voltamos dando a volta na piscina e então eu vi meu tio Justin na piscina. O homem que eu tinha dado antes de ir encontrar Cory.

- oi tio Charles! – falei acenando pra ele que acenou de volta dentro da piscina. Nesse momento eu vi Sharon. A minha amiga que tinha saído pro bar comigo e que Cory tinha comido ontem a noite. Não sei porque, mas bateu ciúmes ao lembrar dos dois e meu instinto foi segurar na mão de Cory bem forte.

Sharon caminhou na nossa direção e quando ela viu Cory ela deu um sorriso e me deu um abraço.

- como foi o resto da noite? Divertido? – perguntou ela pra mim.

- sim. foi muito divertido.

- estou feliz por você ter vindo – falou Sharon dando um abraço apertado e íntimo em Cory que correspondeu por educação.

- Logan me falou sobre o churrasco em família e eu insisti em vir.

- bom saber, nós dois precisamos conversar – falou Sharon segurando na mão de Cory puxando-o. Eu ia dizer algo, mas meu pai saiu pela porta da cozinha na me olhou com um sorriso.

- Loguie! Campeão – falou meu pai vindo na minha direção e me dando um abraço e um beijo no rosto – se divertiu ontem a noite meu filho?

- sim pai.

- foram quantos? Conta pro pai? – perguntou ele curioso.

- 3… – falei olhando para Sharon e Cory que conversavam do outro lado da piscina – foram três.

- sério? Uau! – falou ele tomando um gole de sua cerveja – papai está impressionado.

- eu sei – falei olhando para Cory.

- o que está olhando? – perguntou meu pai olhando na direção de Cory – Cory? Amigo! Que bom que veio! – falou meu pai indo até Cory e Sharon e eu fui acompanhando-o.

- fala Thad! – falou Cory dando um grande aperto de mão e um abraço – eu não perderia por nada. Quando Logan me falou eu insisti em vir. Precisava conhecer todo mundo.

- eu percebi – falou meu pai vendo Sharon atrás de Cory. Ela estava literalmente abraçada a ele por trás – vejo que já se enturmou e que irá se divertir bastante – falou meu pai rindo – eu te disse que tem vários quartos lá em cima? Podem ser usado caso queiram.

- obrigado Sr. Royale.

- Me chame de Thad, Sharon. Sou Thad para os amigos do Logan – falou meu pai passando o braço por trás de mim. Nesse momento vi que Sharon discretamente levou uma das mãos até a bermuda de Cory e começou a acariciar o meio de suas pernas e Cory olhou pra mim sem graça. Eu tinha vontade de dizer alguma coisa, mas eu tinha medo.

- sinto muito pelo Ricardo filho. Ele é meu tio e eu sei que você odeia estar rodeado de pessoas preconceituosas, mas eu não posso jogá-lo para fora.

- não tem problema pai. Eu vou ignorá-lo exatamente como ele faz comigo. Fingir que nem existe.

- é o melhor a se fazer. Ele tem 62 e Logo ele morre – falou meu pai rindo.

- Thad! Vem aqui! – gritou meu avô e meu pai saiu.

- Logan! Filho! – gritou minha mãe vindo pela cozinha – vem aqui dar um abraço na mãe! Se divertiu ontem?

- muito Helen! – falou Sharon ainda abraçada com Cory.

- Mãe! – falei nervoso. Ela se aproximou e me deu um abraço e um beijo no rosto.

- eu gostaria de agradecer pelos seus conselhos Logan. Sobre o ‘outro’.

- okay mãe. Não foi nada – falei sentindo Cory segurar na minha mão mesmo com Sharon agarrada atrás dele. Ela estava louca em Cory e ele não era bruto de empurrá-la e não tinha coragem de dizer nada porque seria constrangedor. Olhei para a mão que ele segurava e minha mãe olhou para Cory.

- e quem é esse?

- esse aqui é o detetive Cory DeLarosa – falou Sharon respondendo.

- ele é bonito – falou minha mãe apertando a mão dele – você acertou na loteria Sharon.

- na verdade ele é amigo do Thad. Foi ele que nos apresentou, não e Logan? – perguntou Sharon para mim.

- sim. Ele é amigo do papai – falei nervoso puxando a mão.

- Logan deixa os dois ai curtindo o romance e vamos cair na piscina – falou minha mãe segurando na minha mão.

- okay – falei caminhando com ela vendo Cory ficando cada vez mais longe. Olhei pro meu pai que conversava com meu avô e o Ricardo e olhei pra minha mãe – mãe! Espera! – falei puxando ela e nós voltamos. Nesse momento vi que meu pai veio caminhando na nossa direção – Sharon, eu… eu preciso falar uma coisa.

- Cory! Vai ficar ai ou vai se juntar aos rapazes pra beber e conversar? – perugnotu meu pai chegando.

- o que foi filho? – perguntou a minha mãe.

- o que está acontecendo? – perguntou meu pai.

- o Logan disse que tem uma coisa pra falar.

- tem? – perguntou meu pai.

- tenho sim – falei me aproximando de Cory e carinhosamente tirando as mãos de Sharon – desculpa Sharon, eu não queria fazer isso – tirei as mãos dela e então eu segurei na mão do Cory e puxei ele pra longe dela ficando na frente de todo mundo – esse homem aqui é meu namorado. A gente se conhece a pouco tempo, conversou, ontem a noite nos divertimos e ontem a noite mesmo ele perguntou se ele podia ter a honra de me namorar e eu disse sim. Ele ficou sabendo da festa e queria conhecer a família.

- que romântico! – falou minha tia Kylie ao lado da minha prima Fiona.

- isso! Ótimo! todo mundo tem que ficar sabendo dos detalhes.

- Logan… eu sinto muito – falou Sharon – eu estou envergonhada.

- não precisa. Você não sabia e eu fiquei sem graça de dizer alguma coisa e você se sentir mal.

Meu pai me encarava sem dizer nada e assim ele se manteve. Meu pai tomou um gole de sua cerveja e saiu caminhando calmamente para dentro de casa.

- agora que está tudo esclarecido eu gostaria de curtir um tempo com Logan – falou Cory passando o braço por trás de mim e dando um beijo no meu rosto.

- claro! – falou minha mãe – fique a vontade Cory. A casa é sua.

- obrigada Helen.

- de nada – falou minha mãe se dispersando junto com o restante que tinha presenciado toda a cena. Meu pai se foi sem demonstrar expressão e eu fiquei assustado. Acho que preferia que ele tivesse feito uma cena.

- vamos pra piscina amor? – perguntou Cory tirando a camisa.

- claro – falei olhando pra ele. Eu tinha medo do meu pai e o medo era real.

Pessoal espero que tenham gostado. Agradeço os comentários, votos e reações. Fico extremamente feliz. Espero que tenham gostado desse capítulo e não esqueçam de deixar as opiniões nos comentários. Um grande abraço a todos e até o próximo :)