J
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Capítula Vinte e Um
DEVON
á era
noite e Cory estava se arrumando para ir ao trabalho. Seu turno se iniciava às
oito da noite e só terminaria às oito da manhã eu estava mais do que ansioso
para que ele fosse logo para o trabalho. Devon. Esse nome não saia da minha
cabeça e eu pretendia passar a noite com Tom para que ele me contasse tudo
sobre o bebê. Se tem uma coisa que eu aprendi na vida é que não há nada que
algumas cervejas e um boquete não arranquem de um homem. Quando eles estão
chegando ao orgasmo você pode arrancar qualquer informação deles. Por mais tola
e insignificante que seja. Não importa quão obscuro seja o segredo. Se você usa
bem o cérebro e a boca você obtém qualquer informação que queira. Cory estava
em frente ao espelho colocando o seu coldre quando eu entrei no quarto e fui
até a gaveta e peguei uma de suas gravatas favoritas e fui até ele.
- vou sentir sua falta – falei virando Cory e passando a gravata em seu
pescoço eu comecei a dar o nó.
- eu também – falou Cory olhando para mim – eu fico preocupado em deixar
você sozinho com o psicopata do Bruce morando aqui do lado, mas se você sentir
medo pode ir dormir na casa do Tom. Tenho certeza de que ele não vai se
importar.
- tudo bem Cory. Tenho certeza que nada vai acontecer – falei ajeitando
a gravata – prontinho – falei dando um selinho em sua boca.
- eu preciso ir agora – falou ele pegando o terno e vestindo.
- tenha uma boa noite de trabalho Cory – falei acompanhando-o até a
porta. Vi que Zara também tinha acompanhado Denis até a porta enquanto ele
caminhava até o carro de Cory. Eles sempre iam junto. Olhei para o lado e vi
Grace dando um beijo no seu marido Tom. Ela tinha me dito mais cedo que iria
virar a noite trabalhando como Uber. Acenei para Grace e vi os dois carros se
cruzando e cada um indo para um lado. Acenei para Tom e ele levantou uma long
neck que estava bebendo e brindou a mim antes de entrar em sua casa. Agora que
Cory tinha ido ao trabalho fui até a geladeira e peguei uma dúzia de latas de
cerveja que tinha colocado para gelar. Coloquei-as em uma sacola e em seguida
sai de casa e caminhei até a casa de Tom sentindo uma brisa gelada passar por
mim.
Olhei em volta e vi os Wilton fazendo uma caminhada noturna do outro
lado da rua. Os dois estavam de mãos dadas e acenaram para mim com um sorriso
no rosto e eu acenei de volta. Eles eram gente boa. Doía-me não poder contar a
Brock que eu era estudante de Biologia afinal isso fazia parte do antigo Kai.
Eu entendia a paixão dele pelas cobras e eu tinha ficado realmente fascinado
pelos seus mascotes. Ao chegar em frente a porta da casa de Tom bati algumas
vezes até que ele finalmente abriu. Ele estava sem camisa e tomava um gole de
sua cerveja.
- Kai? O que faz aqui? – perguntou ele sem graça.
- não quero ficar sozinho, será que posso ficar aqui com você? – mostrei
a sacola com cervejas – trouxe algumas cervejas.
- claro que pode! Vamos entrando – falou ele deixando a cerveja que
tomava em cima da mesa de centro e rapidamente vestindo a camisa que cobriu seu
corpo. Seu peitoral era forte e sem nenhum pelo. Fechei a porta e fui até sua
cozinha e guardei as cervejas na geladeira.
- obrigado por me receber Tom – falei abrindo duas cervejas e entregando
uma a ele.
- obrigado – falou ele tomando um gole – porra essa é forte – falou ele
rindo.
- é Black Widow – falei rindo – é puro malte. Achei que você ia gostar –
falei apertando os lábios fingindo que tomava um gole.
- é uma delicia – falou Tom rindo indo até a sala – estou assistindo o
jogo, você gosta?
- claro – falei me sentando ao lado dele.
Durante a hora seguinte eu fingi estar interessado na droga do jogo que
passava na TV. Não é que eu não goste de futebol. Kakau é fã de futebol
brasileiro e ela me fez assistir a vários jogos, mas eu estava mais interessado
em deixar Tom alto o suficiente para abrir o bico. Toda vez que ele terminava
uma cerveja eu tratava de abrir outra e entregar a ele. Eu por outro lado
sempre jogava um pouco da minha dentro da pia. Não tinha tomado mais do que um
ou dois goles. Em certo momento durante os pênaltis Tom deu pulos de alegria
quando seu time marcou pontos. Foi nesse momento que percebi o quão alto ele
estava. Ele levantou a camisa na cabeça imitando os jogadores e veio até mim me
dando um abraço. Foi nesse momento que eu usei minhas mãos para tirar a camisa
de vez dele.
- me desculpa – falou Tom desenrolando a camisa pretendendo vesti-la.
- não precisa vestir Tom – falei voltando a me sentar – é sua casa. Pode
ficar a vontade.
- tem certeza? Não quero te desrespeitar, sabe – falou ele se sentando –
não quero te provocar nem nada.
- me provocar? como assim?
- você sabe – falou Tom abrindo outra cerveja – você é gay. Eu me coloco
no seu lugar. Me imagino assistindo o jogo com uma mulher fazendo topless –
falou ele com um meio sorriso tomando um gole da cerveja – eu ficaria louco.
- você é meio convencido, não acha? – falei rindo.
- agora me sinto um idiota – falou ele acendendo um cigarro.
- não se sinta. Você é bonito e tem um corpo legal – falei rindo – na
verdade eu estava… esquece – falei rindo.
- o que é? – falou ele apontando me passa o cinzeiro.
- não é nada – falei entregando o cinzeiro a ele.
- pode falar – falou ele curioso. Tom estava bem mais alegre do que de
costume e as cinco latas de cerveja que ele tinha tomado eram responsáveis por
isso.
- é que essa semana eu estava conversando com minha amiga Daphne sobre
os caras aqui da vizinhança e falávamos sobre os heteros que poderiam ser
‘convertidos’ e nós dois chegamos à conclusão de que você seria o mais fácil de
converter.
- sério? – perguntou ele rindo assoprando a fumaça.
- sim. na verdade só discordamos em uma coisa.
- no que? – perguntou ele curioso.
- Daphne disse que precisaria de no mínimo de dez latas de cerveja para
que eu conseguisse algo com você, mas eu disse que precisaria de apenas de
cinco – falei apontando para as latas em cima da mesa.
- a ta, entendi – falou Tom rindo – eu fico lisonjeado, sabia?
- não me leve a mal, foi só conversa jogada fora. Okay?
- sem problema – falou Tom.
- você quer que eu faça o jantar? É o mínimo que posso fazer já que está
me proporcionando segurança.
- na verdade – falou Tom rindo e tomando outro gole da cerveja e
apagando o cigarro no cinzeiro – eu sempre tive curiosidade sobre uma coisa e
eu acho que posso tirar essa dúvida com você.
- o que é?
- dizem que homens chupam melhor do que mulher. Isso é verdade?
- eu não sei. Cory gosta dos dois – falei rindo – acho que ele vai saber
te responder melhor do que eu.
- você pode me mostrar na verdade? – falou ele respirando fundo e se
escorando na cabeceira – ficaria só entre nós dois.
- mas e sua esposa? E o meu marido?
- não é sexo e não vai significar nada. É só um boquete – falou ele
desabotoando a bermuda que usava – eles não precisam saber.
- Não sei se posso confiar em você Tom – levei minha mão direita até o
peito de Tom e acariciei-o descendo a mão até a barriga e segurei a cueca como
se fosse puxá-la para baixo. Senti os pentelhos em meus dedos – especialmente
depois que eu descobri sobre Devon – Tom mudou a expressão ao ouvir o nome de
Devon e lambeu os lábios.
- você sabe sobre o Devon? Quem te contou?
- você – falei puxando a cueca e o pau dele apareceu duro pulsando.
Segurei no pau dele e comecei a mover a mão – eu encontrei um cobertor com o
nome Devon na casa de Daisy e Daphne me disse que uma noite ouviu um bebê
chorando na casa dos Ferrari, mas nós dois sabemos que Alice é filha única –
continuei movendo a mão e o pau dele agora estava duro em minha mão – o que
aconteceu com o bebê?
- eu não sei Kai – falou Tom assustado e ofegante ao mesmo tempo.
- me diz Tom – falei levando a outra mão até o pau dele e me ajoelhando
a sua frente. Agora eu trabalhava com as duas mãos.
- eu… Kai… já disse que não sei… - falou ele lambendo os lábios cravando
as unhas no sofá enquanto eu masturbava. Na faculdade o apelido de Tom deveria
ser Tripé. O pau dele deve ter uns 24 ou 25 centímetros. Um verdadeiro cavalo.
Eu consigo segurar o pau dele com as duas mãos, masturba-lo e ainda sobra
espaço para mais uma mão. Movia minha mão com força e comecei fazer movimentos circulares
com o punho deixando-o cada vez mais desconfortável com a situação. Ele se
contorcia no sofá.
- me diz Tom – falei olhando para ele – onde está o bebê?
- eu não sei! – falou Tom tirando minhas mãos e se segurando o pau – eu
já disse que não sei okay?
- mas você sabe quem é Devon – falei me levantando – você reagiu ao
nome.
- sim. Grace é sonâmbula e conversa dormindo. Ela já disse o nome ‘Devon’
várias vezes enquanto dormia e ela responde quando eu pergunto. Ela disse que
Devon é alguém querido que se foi. Sempre achei que era um amante, mas agora
você está me dizendo que é um bebê que Bruce e Daisy tiveram?
- acho que sim. Tem roupas de bebê guardadas na casa e um enxoval todo
decorado com o nome Devon.
- isso significa que elas sabem – falou Tom olhando para mim – se Grace
sabe isso significa que Zara, Agnes e Selma também sabem. Elas são super amigas
e são inseparáveis. Elas sabem o que aconteceu com esse bebê.
- sabe o que é mais intrigante? Porque Bruce e Daisy teriam um bebê e
esconderiam de toda vizinhança? – perguntei me sentando ao lado de Tom.
- teve uma época em que Daisy ‘viajou’ para a casa dos pais por quase um
ano – falou Tom lambendo os lábios – ela voltou alguns meses antes de você e
Cory se mudarem, mas ela quase não saia de casa. As amigas também quase não a
visitavam.
- que merda! – falei respirando fundo – se eu quiser saber o que
aconteceu com o bebê eu vou ter que perguntar a elas.
- eu estou aliviado por Devon não ser um amante – falou Tom olhando para
mim.
- que bom pra você – falei pegando a cerveja de Tom e tomando um gole.
- olha, se você quiser continuar… - falou Tom olhando para mim com um
sorriso.
- só vou fazer isso porque eu prometi e eu não gosto de quebrar minhas
promessas – falei me ajoelhando e segurando no pau dele eu o coloquei na boca e
comecei a chupá-lo enquanto o masturbava com força. Tom pegou a cerveja e tomei
um gole e então acendeu um cigarro enquanto eu chupava seu pau. Puxei todo o
coro e passei a língua na cabeça do pau dele deu uma mamada saborosa apenas na
cabeça. Deixei seu pau bem molhado e enquanto chupava só a cabeça e Tom levou
uma das mãos até meus cabelos e os acariciou enquanto eu voltava a engolir seu
pau o máximo que podia. Minha mão continuava a masturba-lo enquanto eu esperava
sentir seu esperma em minha boca.
- vou gozar Kai! – falou Tom rindo – não posso colocar minha mão no fogo
por todos os gays, mas pelo menos a sua boca é melhor do que a muitas mulheres
que passaram por mim – falou ele gemendo e esporrando dentro da minha boca.
- caralho! – falei engolindo a porra enquanto Tom forçava o pau garganta
a dentro de uma vez. Depois disso eu me sentei no sofá tossindo lambendo os
lábios.
- toma um gole – falou ele me entregando a cerveja e eu tomei dois goles
tentando tirar o gosto forte do esperma dele da minha boca.
- você me fez engolir seu nojento! – falei empurrando ele. Fui até a pia
e lavei a minha boca.
- foi mal – falou Tom rindo e guardando o pau chegando até a cozinha –
da próxima vez pense duas vezes antes de vir até minha casa e me embebedar pra
conseguir tirar alguma informação de mim – falou ele rindo da ironia – se
quiser saber alguma coisa apenas pergunte.
- anotado – falei passando por ele – já vou embora.
- o que aconteceu vai ficar apenas entre nós, não é? – falou Tom me
seguindo até a porta.
- claro que sim. Meu marido é seu chefe. Ele mataria você se descobrisse
algo.
- ele também te mataria.
- Provavelmente – falei pegando o meu celular e saindo da casa dele.
Quando estava na metade do caminho Tom fechou a porta e eu senti meu celular
vibrando em minha mão. Tom fechou a porta e quando estava na metade do caminho
meu celular vibrou. Recebi uma mensagem SMS de um número restrito.
‘Garoto
Malvado’
Havia um vídeo anexado a mensagem. Quando abri o vídeo senti um arrepio
na espinha. Era um vídeo filmado da janela da casa de Tom. As cortinas estavam
fechadas, mas não o suficiente. Eu conseguia me ver de joelhos pagando boquete
para Tom que tomava um gole da cerveja e parecia se deliciar com cada movimento
da minha boca. Olhei em volta e vi as garotas Kappa andando do outro lado da
rua. Um casal de velhinhos de mãos dadas passando por mim. Uma mãe com dois
filhos correndo um atrás do outro e vi Selma e seu marido saindo da garagem com
o carro. Eles acenaram para mim ao passarem pela rua. Quem tinha gravado a
droga daquele vídeo?
Naquele momento eu percebi que tinha alguém me espionando e eu estava
cansado de não ter ninguém com quem eu pudesse conversar e ser sincero.
Atravessei a rua e fui até a casa do vizinho estranho e todo tatuado e bati na
porta dele. Leroy atendeu a porta com uma long neck na mão.
- oi Leroy, tudo bem com você?
- Kai? Estou bem.
- eu posso te pedir um favor? Por acaso você tem um computador ou um
notebook que eu possa usar? O meu está com defeito e eu precisava entrar em
contato com minha irmã que mora em outro estado. Ela teve o celular roubado
essa semana e é a única maneira de nos falarmos.
- claro. Entra ai – falou Leroy me deixando entrar.
- oi Kai! – falou Joy sentada no sofá.
- oi Joy – falei olhando em volta. Para um estranho todo tatuado Leroy
tinha uma casa moderna até demais. Era cheio de computadores e notebooks.
- não liga pra bagunça – falou Leroy puxando uma cadeira e colocando um
notebook em cima da mesa – você pode usar esse daqui.
- obrigado – falei me sentando.
- como você deve ter percebido eu trabalho com conserto de notebooks,
PCs e MACs. Se você trouxer eu posso dar uma olhada.
- trago sim. prometo – falei baixando um programa chamado Onion. Era a
maneira mais fácil de entrar na Dark Web. Depois de quase uma hora baixando um
monte de programas e antivírus eu consegui acessar o meu e-mail na Dark Web. Eu
precisava entrar em contato com a minha amiga Kakau e todos os aparelhos que eu
tinha acesso eram rastreados pelo FBI e Pedro Ballard tinha acesso a eles. Eu
tinha um notebook em casa. Pedi para Cory comprar um e ele comprou, mas antes
de me entregar ele levou para Pedro fazer uma varredura e instalar um monte de
programas para que ele ficasse de olho no que eu fosse acessar. Precisava ser
rápido. Pedro a essa altura já tinha visto a mensagem e o vídeo que eu recebi
no celular e provavelmente estava a minha procura.
Kakau sou eu, Kai. Preciso de sua ajuda. Não posso explicar agora, mas
preciso que venha até mim. Por favor. Estou vivendo na Alameda Moracea Nº 9009,
Bairro Albafross. Phoenix, Arizona.
Quando apertei o botão de enviar o notebook de Leroy começou a fritar.
Literalmente. Os dados começaram a ser corrompidos, mas o processo continuou e
uma fumaça começou a sair do notebook.
- porra! merda! – falei assoprando o notebook tentando disfarçar para
que Leroy não percebesse até que o e-mail fosse finalmente enviado. A barra de
status estava 89% preenchida e Leroy olhou para trás do sofá e viu o notebook
quase pegando fogo e se levantou apressado.
- o que está fazendo?
- não é nada – falei me levantando e abanando o notebook com um pano –
estou só enviando um e-mail. Leroy olhou para a tela e viu o momento em que o
e-mail foi enviado e a barra completou 100%.
- da Dark Web? – perguntou ele vendo o notebook entrar em chamas?
Joy pegou um extintor e então apagou o fogo do notebook. Olhei para o
casal e percebi que eu era péssimo em iniciar novas relações com os vizinhos.
Quando não estava invadindo suas casas estava tentando incendiá-las.
- você ficou maluco? – perguntou Leroy com raiva.
- me desculpa, mas eu precisava muito enviar um e-mail.
- se acalma! – falou Joy olhando para o namorado e depois para mim –
porque você precisava enviar um e-mail da Dark Web?
- porque se eu enviasse um e-mail aqui da superficie o FBI saberia que
eu entrei em contato com alguém. Por favor. Não contem a ninguém.
- nós não vamos – falou Leroy.
- vocês não vão? – perguntei confuso.
- não – falou Leroy se acalmando – eu sou hacker e faço alguns trabalhos
como detetive particular. Vivemos nos mudando de um lugar para outro sempre que
alguém nos descobre. Sabemos como é estar fugindo do FBI.
- e então? O que você fez Kai? – perguntou Joy animada – matou alguém? –
perguntou ela rindo. Não podia dizer que estava no programa de proteção ao
testemunhas e dizer que eles eram vizinhos de um Agente do FBI.
- mais ou menos – falei sem graça – mas não se preocupe. Eu não vou
matar vocês e pretendo pagar pelo notebook.
- não tem problema – falou Leroy – essas coisas acontecem. A última
coisa que Joy e eu queremos é criar inimizades. Nós gostamos dessa vizinhança.
- é verdade. Leroy conseguiu muitos trabalhos desde que chegou aqui –
falou Joy rindo – essas donas de casa desesperadas só querem saber de fofoca.
Imaginam que elas pediram que Leroy investigasse a vida de Bruce Ferrari? –
falou Joy se sentando no sofá com Leroy e eu me sentei na poltrona de frente
para eles – na verdade foi assim que eu fiquei tão amiga da filha dele.
- sério? – perguntei curioso – por quê?
- por ele ser um homem violento – falou Leroy – acho que elas queriam
descobrir algo do passado para chantageá-lo para que ele deixasse a esposa sair
de casa.
- pelo visto nem precisava. Ele finalmente deixou a esposa sair essa
semana – falou Joy dando os ombros feliz por tudo ter se resolvido.
- pois é – falei rindo tentando me enturmar – vocês fizeram outros
trabalhos para mais alguém aqui da rua?
- teve alguns casos bobos que envolviam vandalismos, mas nada tão
importante – falou Leroy tomando sua cerveja.
- amor teve aquele caso da Ellen Li – falou Joy.
- é verdade – falou Leroy se lembrando.
- Ellen Li? – perguntei curioso.
- é o seguinte – falou Leroy – é uma história estranha: Agnes e Ed
tinham uma governanta com descendência asiática que trabalhava pra eles chamada
Chun Li. Ela trabalhou por muitos anos e viu os quíntuplos de Ed e Agnes
crescerem. Ela tinha uma filha que se chamava Ellen Li e que fazia Medicina na
Universidade de Phoenix.
- e porque ela não trabalha mais com Ed e Agnes se ela é tão importante
na criação dos filhos deles?
- sabe a casa que acabou de ser comprada?
- a casa dos os vizinhos novos? Os Wilton?
- esses mesmos – falou Joy – antigamente quem morava naquela casa era um
cara chamado Luke Cohen. Era um solteirão. Acontece que Ellen largou os estudos
e do dia pra noite ela e Luke fugiram. Os dois desapareceram. Chun Li ficou
arrasada e ela pediu para que Leroy investigasse para ver se descobria onde a
filha tinha ido, mas uma semana depois disso ter acontecido Chun Li parou de
aparecer. Desapareceu também. Agnes e Ed disseram que Chun Li tinha pedido demissão
e voltado a sua cidade natal. Ela não suportou a ideia de sua filha largar tudo
para fugir com um homem.
- faz muito tempo que isso aconteceu?
- na verdade não né amor? – falou Joy olhando para Leroy.
- não. Uns 2 meses antes de você se mudar para cá.
- que história estranha – falei pensativo.
- mais estranho ainda foi o cheque que Agnes deu a Leroy pelos serviços
que ele tinha feito a Chun Li – falou Joy.
- ela deu um cheque?
- sim – falou Leroy – ela disse que não queria que eu ficasse no
prejuízo já que Chun Li tinha pedido demissão e me deu um cheque de 200 mil
dólares por uma semana de trabalho. Eu não tinha feito praticamente nada, mas
eu aceitei o dinheiro afinal eu precisava.
- bizarro, não é? – perguntou Joy.
- muito.
- é por isso que nós gostamos dessa vizinhança – falou Leroy.
- vocês por acaso se lembram de quem morava na casa que Cory e eu
compramos?
- porque a curiosidade? – perguntou Joy.
- é que o porão estava trancado e eu encontrei a chave hoje e o piso
parece ter sido trocado recentemente. Imaginei que fossem os antigos donos.
- a casa está vaga há muito tempo – falou Leroy – nós moramos aqui a
dois anos e ela está vaga desde de que nos mudamos pra cá.
- mas eu me lembro de Flora contratar empreiteiros para trocar o piso de
algum cômodo daquela casa. Se lembra amor? – Joy olhou para ele.
- lembro sim – falou Leroy franzindo a testa – mais ou menos na mesma
época em que nós recebemos o cheque de 200 mil. Me recordo porque quando Agnes
veio me trazer o cheque lembro-me de ver ao fundo Flora conversando com um dos
empreiteiros enquanto as madeiras eram carregadas para dentro da casa.
- isso! – falou Joy – e foi tipo umas duas semanas depois de Daisy ter
voltado de viagem. Alice me disse que ela estava viajando para a casa dos pais
a mais ou menos uns 9 meses.
- acho que Daphne comentou algo comigo – falei jogando verde – ela me
disse que os vizinhos reclamavam de um bebê chorando durante a madrugada, mas
nenhum dos vizinhos tinha um recém-nascido.
- eu te disse! – falou Joy empurrando Leroy – eu não sou a única!
- você também ouviu?
- sim – falou Joy se levantando como se tivesse tido uma epifania – eu
juro pra você que podia ouvir um bebê chorando de madrugada e o som vinha do
fim da rua. Da nossa rua. E depois que Daisy apareceu foi como se o choro
tivesse desaparecido.
As casas que ficavam no fim da rua eram a Irmandade a casa de Grace e
Tom Strain, a casa de Flora Venable e a casa dos Ferrari. Mais uma vez Bruce e
Daisy estavam envolvidos com o bebê. Devon era esse bebê e eu sabia disso.
- muito estranho isso – falei me levantando.
- não quer ficar mais um pouco Kai? Tomar algumas cervejas? – perguntou
Leroy.
- não, obrigado. Preciso ir. Já é tarde e eu preciso voltar para casa.
Ele deixou o meu vizinho Tom de vigia. Se ele for lá e não me encontrar é capaz
dele enviar um monte de viatura atrás de mim.
- foi bom te conhecer melhor Kai – falou Leroy apertando minha mão e me
acompanhando até a porta. Me despedi dos vizinhos e a caminho de casa vi Pedro
Ballard sair da minha casa e sua expressão não era boa.
- o que estava fazendo na minha casa? – perguntei quando estava me
aproximando dele.
- que porra é essa Kai? – Pedro segurou forte no meu braço e me mostrou
o celular dele. O vídeo em que eu pagava um boquete para Tom.
- eu… eu não sei – falei respirando fundo.
- alguém viu você fazendo isso e vai querer usar contra você – falou
Pedro me soltando e respirando fundo – me dê seu celular. Vou pedir pra um
amigo do FBI tentar descobrir o número que te enviou esse vídeo.
- okay – falei entregando – eu vou ficar sem celular?
- te devolvo assim que puder.
- o que eu digo a Cory?
- diz que você acessou pornografia e que seu celular foi consumido por
vírus. Você me deu o celular para que eu fizesse uma varredura.
- beleza, obrigado – falei respirando fundo.
- torça para que ele não tenha recebido esse vídeo Kai. Torça para que
ninguém mais receba.
- vai ficar tudo bem Agente Pedro Ballard – respirei fundo torcendo pelo
mesmo – tudo vai ficar bem.
- você se lembra do que eu disse, não é? Se isso daqui não der certo e
você começar a chamar a atenção vou fazer questão de você ser realocado para
outro lugar bem longe daqui.
- tudo bem seu estressado – falei dando as costas e indo para casa. A
primeira coisa que fiz ao chegar lá foi descer as escadas até o porão e olhar o
piso novo. Quando entrei ali pela primeira vez não imaginei o que teria ali
embaixo, mas agora eu fazia uma ideia – Devon! – falei me ajoelhando e passando
as duas mãos no piso. Respirei fundo e fiquei imaginando quem faria isso com um
bebê. Que tipo de monstros matariam um bebê e o enterrariam na casa ao lado.
Ali de joelhos acariciando o piso vi no canto escuro uma marreta. Estava
ali escondidinha entre o armário e o aquecedor de água. Levantei-me, peguei a
marreta e usando toda minha força comecei a quebrar todo o chão. Um circulo se
formou e eu continuei a bater a marreta enquanto o suor escorria por meu rosto.
Larguei a marreta e enfiei a mão no buraco e senti o vazio entre a casa e o
chão e quando passou do cotovelo senti a terra macia em meus dedos. Precisaria
de mais dias para conseguir quebrar um buraco bem maior do que aquele. Eu não
tinha pressa. Cory não entrava ali e eu tinha a chave do cadeado. Todos os dias
eu poderia quebrar um pouco e depois eu cavaria até encontrar o corpo de Devon.
Não sei bem o que faria depois, mas não deixaria Devon ser outro Willie. Ele
teria um enterro digno e não apenas outro corpo esquecido.
- Kaaaaai! Kaaaai! – ouvi uma voz masculina gritando meu nome casa a
dentro e eu me levantei rapidamente e subi as escadas apagando a luz. Apareci
na porta do porão e vi Tom na cozinha pálido com o celular na mão.
- o que foi Tom?
- é o Cory. Ele quer falar com você. Disse que ligou no seu celular, mas
você não atendeu.
- ele disse do que se trata?
- não, mas ele parece nervoso – falou Tom me entregando o celular – será
que ele sabe de algo…
- não Tom – falei pegando o celular – ele não sabe de nada. Como ele
poderia.
Engoli em seco e dei as costas a Tom saindo pela porta da cozinha indo
até a área externa. Respirei fundo olhando para o celular tentando arranjar um
motivo para não começar a gaguejar ou algo assim.
- alô. Cory?
- Kai? Porque diabos você não atende o celular?
- não está comigo. Ele está cheio de vírus e o Pedro o levou para fazer
uma varredura. O que aconteceu, porque você está tão nervoso?
- acabei de ver na televisão que houve um tiroteio na Universidade de
Indianápolis. Não é lá que você estudava antes de entrar para o programa?
- sim. Era lá – falei sentindo um aperto no coração. Foi agora?
- sim. Um maluco entrou na biblioteca agora à noite enquanto alguns
alunos estudavam e saiu atirando. Ainda não liberaram para a imprensa, mas
liguei para a delegacia encarregada do caso e eles me disseram que houveram
muito feridos, mas a policia já o neutralizou e pelo visto não houveram
vítimas.
- Graças a Deus – falei rindo aliviado – obrigado por ter ligado Cory.
- eu não queria que você soubesse pela televisão. Achei que você
surtaria se soubesse da história pela metade.
- nossa… obrigado Cory. De verdade – falei me sentando no chão e
respirando fundo – obrigado mesmo. Eu tenho uma grande amiga que mora lá e eu
ia ficar muito preocupado com ela e sabendo que não posso entrar em contato com
ela…
- imaginei que você deixou pessoas queridas para trás. Por isso decidi
correr atrás para te deixar aliviado.
- obrigado amor – falei passando a mão no rosto me sentindo mal por ser
um traíra – obrigado de verdade.
- sei que você não acredita em mim Kai. Sei que você não levou a sério
quando eu disse ‘eu te amo’ e você tem razão em não levar a sério. Talvez eu
tenha dito rápido demais, mas é que eu acabei entrando de cabeça no papel de
‘marido’ e você estava chorando nos meus braços na hora que eu disse e eu sei
que você não teve muito amor enquanto crescia e eu só queria ser a pessoa que
você precisava no momento. Me perdoa.
- não tem problema – falei limpando os olhos.
- mas eu não me arrependo de ter dito. Sei que te tratei como um lixo no
começo, mas já te expliquei que fiz aquilo pra te afastar de mim. Não mereço
ser amado. Todo mundo que se aproxima de mim se machuca ou me machuca, mas eu
decidi me dar uma chance e preciso dizer que é gostoso amar você. Talvez da
próxima vez que eu disser seja de verdade. Okay?
- okay.
- não está com raiva de mim?
- claro que não. fica tranquilo. Você tinha acabado de sair de um
relacionamento. Ninguém ama alguém tão rápido.
- estou aliviado por ter te dito isso – falou ele rindo – achei que você
fosse ficar com raiva e não fosse mais querer ficar comigo.
- fica tranquilo Cory. Vou estar aqui quando você voltar amanhã, okay?
- tudo bem Kai. Preciso voltar ao trabalho agora. Nos vemos de manhã.
- até amanhã – terminei a ligação e voltei até a sala. Tom estava
sentado no sofá ansioso querendo saber sobre a minha conversa com Cory.
- e então? O que ele queria?
- não era nada de mais. Conversa sobre o nosso relacionamento.
- poxa eu fiquei assustado – falou Tom pegando o celular de volta – por
um instante achei que ele sabia o que nós fizemos.
- fica tranquilo Tom. Ninguém vai saber.
- é verdade – falou Tom caminhando em direção a porta – afinal não fomos
idiotas o bastante pra gravar um vídeo – falou ele rindo e abrindo a porta –
boa noite Kai!
Tom fechou a porta e
eu fechei a porta do porão e passei o cadeado. Agora era questão de tempo até
que eu descobrisse o que realmente tinha no porão. Espero que Kakau receba o
meu e-mail e não pense que seja um trote. Não sei com o que estou lidando aqui
em Moracea Lane e preciso de alguém que seja realmente de confiança perto de
mim.
Pretendo publicar mais 2 capítulos ainda hoje. Um presente para vocês para tirar o estresse das eleições. Espero que tenham gostado desse capítulo, não esqueçam de deixar a opinião nos comentários e não esqueça também de deixar o seu voto que é muito importante. Um grande abraço a todos e até o próximo capítulo.
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meus deuses! QUANTOS CAPITULOS DE UMA VEZ! eu tava precisando disso.
ResponderExcluiragora tá começando a ficar tudo misterioso!
adorei a forma como o Kai conseguiu informações. ele sabe que é bom nisso, e vai a fundo.
e agora: O MISTÉRIO DEVON!!!!!!!!
adorei o cap.
PS: teria como cê atualizar a página dos personagens?
tem um monte que tá faltando lá, e ela nem está na aba dos personagens ainda.
inclusive não tem nenhuma foto do Tom, procurei em todos os cap, pensando que tinha me esquecido da cara dele.
já to correndo pra ler o próximo.
Oi Charlei. Obrigado por lembrar rsrsrsr. Vou atualizar a página sim. abraço
ExcluirCharlie, Tom é apelido de Paxton. Talvez por isso vc não tenha encontrado ;)
ExcluirEU SABIAAAAAAAAAA QUE ERA APELIDO DE ALGUÉM aaaaaaaaaaaa. eu não tava conseguindo lembrar de quem, ai pensei que era outro personagem completamente diferente que não tava me lembrando. sai procurando em todos os cap.
ExcluirAGORA TUDO FAZ SENTIDO!!!!!!!!! HAHAHAHAHAHA
desculpa