P
|
XI
Cruel Conto de Horror
osso afirmar que a semana que precedia o
aniversário do policial Clyde Holloway foi um verdadeiro inferno. A minha sorte
é que Clyde passava a maior parte do tempo de fora da delegacia em sua viatura
junto com Judy em algumas semanas e em outras junto com Blacke. Havia algo de
muito estranho acontecendo comigo. Antes de me mudar para Orlando a minha única
preocupação era que teria que ficar enfurnado na cidade de Coala pelo resto da
minha vida. Agora que estou na cidade grande, tenho um emprego, um lugar para
viver e amigos eu sinto com se não estivesse completo. Tenho tudo que sempre
quis, vivo a vida que sempre almejei, mas eu queria mais.
Sentimentos que nunca senti de
uma forma tão fortes faziam parte de mim. Do meu dia a dia. Na maioria das
vezes conseguia ignorar e ás vezes não precisava nem ver o policial Holloway.
Sempre que ia ao banheiro minha cueca estava molhada e meu membro todo melado
com uma liquido pegajoso e transparente. Ir para o trabalho acabou se tornando
algo particularmente ruim. Era um inferno estar rodeado de tantos homens
bonitos. Vince com seu corpo escultural e sua expressão de cara malvado, Blacke
com seus fortes braços e seu peito definido, o detetive DeLarosa com sua voz
grave que penetrava em meus ouvidos. E é claro o meu favorito: o policial Clyde
Holloway com seu lindo sorriso e seu jeito de homem marrento prestes a fazer
quarenta.
Toda vez que ia ao banheiro e meu
pau estava melado e minha urina saia grossa e melada. Toda vez que isso
acontecia sentia vontade de me satisfazer ali mesmo. Sentia vontade de segurar
forte e deslizar a mão por ele enquanto imaginava Clyde sorrindo para mim,
tocando minha perna em seu carro, ele colocando o cigarro na boca e
pressionando os lábios enquanto acendia o cigarro ou até mesmo a minha
lembrança favorita: Clyde nu de costas para mim. Tenho certeza de que minha
imaginação viu muito mais do que eu realmente vi porque sentia como se
conseguisse tocá-lo.
É por isso que toda vez que ia ao
banheiro lavava meu rosto e respirava bem fundo. Pensava em qualquer coisa.
Geralmente olhar para minha mão ajudava um pouco. Não que eu tivesse nojo, mas
me fazia lembrar dos problemas que enfrentei por causa dela. Minha mão me
trazia de volta a realidade. Ninguém no mundo ia querer ficar com um cara com
uma mão como a minha. Vamos ser realistas. Eu devia seguir o conselho de Quinn
e me masturbar de uma vez. Por outro lado eu sentia um vazio dentro de mim só
de me imaginar me masturbando. Qual seria o sentido? Eu não quero o artificial,
irreal e momentâneo. Quero o real, suado, quente, melado, sujo, divertido e
escorregadio.
Estava respirando ofegante com o
rosto molhado me apoiando na pia do banheiro. Já tinha passado. Geralmente era
algo rápido e momentâneo e uma vez que eu havia olhado para minha mão eu já
estava pronto para voltar. Precisava de conselhos. Não me sentia confortável
falando sobre isso com Quinn e Mya porque elas não me entendiam. Por mais que
elas quisessem que eu vivesse ‘livre e louco’ eu queria algo mais concreto. Só
tinha uma pessoa ao qual eu pudesse recorrer. Meu irmão Nick.
Era tarde de quinta feira e eu
tinha acabado de sair do banheiro. O relógio marcava quase três horas da tarde.
Estava perto da minha hora do lanche. Fui até a sala do detetive DeLarosa e
bati na porta. Ele fez um gesto com a mão para que eu entrasse.
- fala Stan! – falou o detetive
se reclinando na cadeira como se estivesse se despreguiçando.
- Cory faltam quinze minutos pro
meu lanche, será que posso ir mais cedo?
- claro. Sem problema – falou ele
pressionando os lábios.
- obrigado – falei me virando.
- você não se esqueceu da festa
surpresa na casa de Clyde não né?
- não senhor. Já até comprei o
presente.
- Clyde me disse que você é
cozinheiro.
- bom… eu sou bom na cozinha sim.
- o que você acha de fazer o
almoço?
- eu? Pra… pra todo mundo?
- sim. Algum problema?
- é que eu nunca cozinhei pra
tanta gente desconhecida.
- então somos desconhecidos? –
perguntou ele rindo.
- não é isso que quis dizer.
Sempre cozinhei para minha família e família é família. Eles vão dizer que está
maravilhoso mesmo que esteja horrível.
- tenho certeza de que você é um
bom cozinheiro. Você vai se sair bem. Posso contar com você?
- tudo bem – falei respirando
fundo.
Depois de sair da sala de Cory
peguei o elevador e fui até o quarto andar. Fui até os armários e me
certifiquei de que não tinha ninguém lá. Olhei nos chuveiros e havia apenas
alguns policiais treinando na academia. Aquele era o lugar mais apropriado para
aquele tipo de conversa. Não tinha ninguém. Apenas eu e dezenas de perguntas.
Sentei-me em um dos bancos e peguei meu celular discando o número de Nick. O
telefone chamou algumas vezes e ele atendeu.
- Nick?
- Stan? Está tudo bem com você?
- está sim. Porque toda vez que
ligo você atende como se eu estivesse morrendo?
- diga logo o que você quer
garoto!
- dessa vez é sério Nick. Preciso
conversar algo com você.
- sobre o que?
- você tem tempo agora?
- tenho sim. Sobre o que é?
- sexo.
Meu irmão ficou mudo do outro
lado da linha.
- quer mesmo conversar comigo?
Porque não pergunta pra internet? Lá tem tudo.
- eu cansei de procurar na
internet. Ela não tem respostas para minhas perguntas e toda vez que pergunto
algo no Reddit um monte de gente começa a me xingar. Eu preciso conversar com
você. Você além de ser médico é meu irmão.
- Okay- falou Nick aparentemente
se sentando em algum lugar. Ele fez uma breve pausa – primeiro eu preciso te
perguntar duas coisas.
- o que?
- você já teve relações sexuais?
- Não. Eu sou virgem.
- você tem certeza absoluta de
que é gay?
- claro Nick. que pergunta é
essa?
- nada, só queria confirmar antes
de termos essa conversa afinal você mais do que ninguém sabe que a relação
sexual entre dois homens é diferente.
- sim. Eu tenho certeza.
- o que você quer saber?
- doí muito?
- em que sentido? – perguntou
Nick – você fala sobre penetrar ou… - meu irmão fez uma pausa – ser penetrado?
- ser penetrado! – falei um pouco
envergonhado.
- então… - falou ele pensando no
que diria – eu não posso dizer que vai doer isso vai depender do seu grau de
tolerância a dor e também da pessoa com quem você vai estar. Se ele te tratar
com respeito e carinho não vai doer tanto.
- saquei – falei respirando fundo
– e como eu faço pra conseguir alguém?
- como assim?
- eu quero fazer sexo. Preciso
fazer sexo,
- por que?
- porque eu preciso. Eu tenho
muita vontade, mas nenhum candidato. Eu estou começando a ficar louco pensando
nisso.
- você não pode pensar assim
Stan. Não pode só fazer por fazer. Você mesmo disse que é virgem então quer
dizer que você consegue se controlar e ocupar sua mente com outras coisas. Faça
isso.
- é que… esquece! – desisti de
falar.
- o que foi? Pode me falar
qualquer coisa, você sabe disso né?
- é que tem um cara… um policial
com quem eu trabalho que está me deixando louco.
- ele curte o mesmo que você
curte?
- não. Esse é o problema. Ele é
casado com uma mulher.
- realmente não tem como eu
resolver esse problema pra você. Você precisa sair e conhecer pessoas como você
que gostam da mesma coisa que você. É normal se sentir atraído por pessoas que
você nunca terá. Leve isso numa boa. É normal sentir atração.
- Okay. Vou fazer isso.
- só te peço uma coisa.
- o que?
- Se respeite. Respeite seu
tempo, seu corpo, respeite seus limites, encontre alguém que te respeite. Não
faça nada que não queira. Não se sinta pressionado a fazer algo que não está
pronto para fazer. Não aceite nada menos do que o perfeito.
- obrigado Nick. De verdade.
- se precisar conversar sobre
qualquer coisa é só me ligar.
- ligo sim.
Quando Nick desligou o celular e
eu me levantei levei um susto. Senti um calafrio percorrendo minha espinha.
Judy estava parado logo atrás de mim.
- Judy? – perguntei surpreso.
- eu… eu estava te procurando –
falou ela engolindo em seco.
- eu estava só conversando com
meu irmão.
- eu não ouvi nada – falou ela
forçando um sorriso sem graça. Aquela frase me confirmou que ela tinha ouvido
tudo. Não sabia que caminho seguir.
- não comente com ninguém o que
você ouviu. Por favor – estava apreensivo e minhas mãos começaram a suar.
- não se preocupe. Não sairá
daqui.
- obrigado – falei dando longos
passos. Ao passar por ela Judy segurou no meu braço.
- posso perguntar qual deles? –
perguntou Judy.
- o que? – perguntei confuso.
- qual deles te deixa louco?
Ela realmente tinha ouvido toda a
conversa. Eu não podia dizer que era Clyde afinal era o parceiro dela duas
vezes por semana no mês. Amo Judy, mas ela ia dar com a língua nos dentes. Ela
não prece ter um filtro.
- o detetive DeLarosa – falei
respirando fundo.
- você está enganado. O DeLarosa
não é casado. É divorciado – falou Judy.
- mesmo assim – falei apertando
os lábios. – ele gosta de mulher e isso é humilhantes – falei respirando fundo
– não conte pra ninguém, eu imploro.
- não se preocupa – falou ela
fingindo que trancava a boca e jogava a chave fora – minha boca é um túmulo.
- você estava me procurando?
- sim. Cory me disse que você
estará fazendo o almoço no aniversário de Clyde então eu vim perguntar o que eu
devo levar para ajudar? O que você pensa em fazer?
- acho que frango. Qualquer coisa
combina com frango.
- entendido – falou ela com um
sorriso.
No minuto em que ela sorriu, eu
me virei e sai andando o mais rápido que pude. Não acredito que Judy tinha
ouvido toda a minha conversa. Minha cara caiu de vergonha no chão. Nem consegui
olhar para trás. Eu desci as escadas e fui até a lanchonete encontrar Quinn
para nosso corriqueiro lanche da tarde.
No fim de expediente eu estava no
quarto andar terminando de limpar os aparelhos da academia. Faltava dez minutos
para as seis da tarde e o pessoal do turno noturno me cumprimentava à medida
que iam para os chuveiros.
- bom trabalho pra vocês – falei
descendo as escadas.
Na volta para casa pensei muito
no que Nick disse. Não adiantava ficar reclamando pro não ter ninguém e não
agir. Peguei meu celular e liguei para Paul. Ele atendeu no segundo toque.
Perguntei se ele podia me fazer duas reservas. Uma para esse sábado em meu nome
para três pessoas e a segunda reserva para Clyde e sua esposa no sábado
seguinte. Paul confirmou as reservas e eu agradeci.
Quando cheguei em casa contei a
Mya que nesse sábado nós e Quinn iriamos jantar em um restaurante bem
extravagante e de lá nós iriamos para a boate Pulse. Ela adorou a ideia e já se
animou. Ela deu pulos pelo apartamento animada e caiou deitada no sofá.
- é o seguinte – falei me
sentando no sofá. Mya se levantou e se sentou na outra ponta – eu vou ao almoço
que terá no sábado e depois eu venho para cá e nós vamos para a Pulse.
- combinadíssimo – falou Mya – eu
posso convidar o Rudolph?
- claro que pode. Eu ligo para
Paul e digo que levarei mais uma pessoa.
- obrigada Stan! – falou ela
pulando em meu pescoço.
- de nada, de nada – ela estava
me sufocando.
Com a mesma velocidade que ela
pulou em mim ela pulou do sofá e correu para o quarto. Pegou a toalha, a touca,
shampoo e outras coisas e foi para o banheiro.
Pouco tempo depois de Mya ter
entrado no banheiro ouvi alguém batendo na porta do apartamento. Coloquei a
televisão no mudo e fiquei escutando. Por alguns instantes achei que tivesse
sido minha imaginação, mas mais uma vez ouvi três batidas. Nesse momento meu
gato Chester pulou no braço do sofá e miou ronronando.
- já vai! – gritei.
Antes de atender a porta coloquei
comida para Chester. Assim que abri a porta do apartamento não vi ninguém.
Olhei para os lados e o corredor estava vazio. Chester miou atrás de mim e
começou a se esfregar nas minhas pernas. Quando olhei para baixo vi que havia
um papel dobrado no chão. Chester estava em cima dele. Peguei Chester e o papel
e voltei para dentro do apartamento. Coloquei Chester da caixa de areia e me
sentei no sofá abrindo o papel. Estava escrito em uma letra bonita, bem
arredondada.
‘Era uma vez uma garota chamada ‘Amy
Babona’. Em certa noite Amy Babona estava dirigindo por uma estrada escura e
sombria. Era uma noite de sábado e Meggie estava a caminho de casa. A estrada
era quase deserta. Havia apenas o carro de Amy e um caminho que por muito tempo
apenas a seguiu. De repente Amy percebe que há algo estranho acontecendo. O
caminhão que seguia por trás dela seguida a piscar os faróis e a buzinar. Amy
não sabia o que estava acontecendo. O caminhão aumentou a velocidade e começou
a buzinar mais forte e os faróis piscaram com mais intensidade. O coração de Amy
começou a bater bem forte. Ela estava assustada. Havia uma densa floresta dos
dois lados da estrada e Amy não sabia o que fazer o caminhão estava tentando
tirá-la da estrada.
Amy aumentou a velocidade de seu
carro e quanto mais rápido ela ia mais rápido o caminhão avançava. Depois de
alguns metros Amy visualizou um posto de gasolina. Ela entrou á esquerda e
parou no posto de gasolina. O caminhão fez o mesmo. Assustada e com raiva Amy
saiu do carro e olhou para o caminhão parado atrás dela. O caminhoneiro desceu
e deu dois passos na direção de Amy.
- você é louco? Porque estava
avançando com o caminhão daquele jeito? Você quase me tirou da estrada.
- eu estava tentando protege-la!
– falou o caminhoneiro aparentemente assustado. Amy Babona olhou em volta e
percebeu que o posto de gasolina estava abandonado. Era tarde e a brisa gelada
passou por seu corpo.
- do que você está falando? –
perguntou Amy assustada.
- Eu estava dirigindo atrás de
você há algumas horas e em um momento eu percebi que havia alguém deitado no
banco de trás. Um palhaço – falou ele assustado. Toda vez que o palhaço
levantava para te atacar com uma faca eu buzinava para assustá-lo. Eu piscava
as luzes tentando chamar sua atenção.
Amy e o caminhoneiro olharam para
o carro de Amy que estava parado. O caminhoneiro pegou um pedaço de ferro caído
no chão e andou em direção oao carro, mas ao abrir a porta não havia ninguém.
Nenhum palhaço. A porta do outro lado estava aberta.
- ele deve ter fugido quando você
parou – falou o caminhoneiro aliviado.
- precisamos chamar a policia,
mas aqui não tem sinal – falou Amy com o celular na mão.
- eu vou pedir ajuda pelo rádio –
falou o homem voltando para o caminhão. Ele se sentou em seu banco e quando
pegou o radio para chamar ajuda ele começou a suar.
- tem alguém ai? – falou o velho
caminhoneiro.
O radio apenas chiava e quando
mais ele pedia por ajuda mais suado ele ficava. De repente começou a chover.
Não de fora, mas dentro do caminhão. Foi quando o caminhoneiro percebeu que o
palhaço estava no banco de trás do caminhão. Antes que ele pudesse gritar o
palhaço acendeu o fósforo e jogou no homem que caiu de cima do caminhão
gritando e agonizando em dor.
Quando viu aquilo Amy sentiu seu
corpo congelar. Seus pulmões se encheram de medo e ela não conseguiu falar. O
palhaço desceu do caminhão e começou a andar vagarosamente na direção de Amy.
Ela deu dois passos para trás e o palhaço balançou o dedo negativamente. Amy congelou novamente. Ela começou a
respirar forte com muito medo. Suas pernas tremiam de frio e medo. O palhaço se
aproximava cada vez mais e quando ficou a poucos metros de distância ela se
virou e começou a correr gritando.
- Socorro! – gritou Amy correndo
em direção ao floresta, mas antes que conseguisse dar mais do que dois passos
ela sentiu algo espetar suas costas. Em seguida ela sentiu a corrente elétrica
por seu corpo. Ela caiu no chão enquanto o palhaço segurava o taser. Enquanto
Amy agonizava com dor o porta malas do carro de Amy se abriu e de lá saiu um
outro palhaço. Usava a máscara de um belo anjo. O mais belo dos anjos. Os dois
assistiram Amy agonizar no meio da estrada. Sua boa espumava e Amy babava no
meio da estrada empoeirada e sombria.’
Quem deixaria algo tão terrível
na minha porta? Meu coração estava disparado. Tinha medo até de me mover. Será
que aquela história era real?
- quem era? – perguntou Mya
saindo do banheiro.
- olha o que deixaram aqui na
porta! – entreguei o papel para Mya que leu a tudo fascinada. Ela parecia
assustada.
- isso é real? – perguntou Mya
quando terminou de ler.
- eu não sei.
- vamos descobrir – falou ela
correndo até seu notebook. Ela começou a fazer pesquisas sobre ‘Amy
Desaparecida’, ‘Caminhoneiro Assassinado’ e ‘Posto de Gasolina Abandonado’.
Nenhum deles gerou resultado.
- e ai? Algum resultado?
- nada.
- talvez seja falso.
- mas porque deixar na nossa
porta?
Mya então se levantou e ainda
enrolada na toalha ela abriu a porta do nosso apartamento. Ela andou pelo
corredor e eu a segui. Havia um bilhete em cada uma das portas. À medida que
caminhávamos a ficha foi caindo. Mya se abaixou e pegou um dos bilhetes e viu
que era um bilhete exatamente como o nosso.
- são todos iguais! – falei me
abaixando e pegando o bilhete que estava na frente de outra porta – porque
bateram na nossa porta?
- porque o nosso apartamento é o
último do corredor.
Olhei para Mya e ela olhou para
mim. Nós começamos a bater na porta dos vizinhos. Um a um. Em seguida nós
corremos para nosso apartamento.
- o que fazemos agora? –
perguntou Mya.
- não sei. Vamos ligar pra
polícia.
- boa ideia – falou Mya pegando o
celular e discando o número da emergência.
- nove um um qual a sua
emergência?
- boa noite. Nós vivemos próximo
de onde aquela garota foi morte á algumas semanas atrás e alguém acabou de
entrar no nosso prédio e deixar bilhetes assustadores sobre o sequestro de uma
garota.
Mya parou por alguns instantes e
em seguida lambeu os lábios.
- não senhora. Não é pegadinha.
Havia um bilhete em todas as portas falando sobre uma tal de Amy ter sido
sequestrada.
- e então? – perguntei assustado.
Quando eu fiz essa pergunta as
luzes se apagaram. Em seguida eu ouvi gritos. Mya começou a gritar.
- Stan!
- estou aqui – falei apalpando o
nada até que encontrei Mya. Nós tropeçamos de um lado para o outro e ao
abrirmos a porta do apartamento nós vimos que todo mundo estava correndo para
fora – vamos Mya.
- Stan, olha! – falou Mya
apontando para uma das paredes de dentro do nosso apartamento ‘Acendam as
Luzes’. Alguém havia escrito com tinta que brilhava no escuro.
- vamos embora daqui – falei
puxando Mya pelo braço. A medida que passávamos pelos apartamentos que estavam
todos de portas abertas nós percebemos que em todos os apartamentos estavam
escritos a mesma frase com tinta fluorescente: ‘Acendem as Luzes’, ‘Acendem as
Luzes’, ‘Acendem as Luzes’, ‘Acendem as Luzes’!
Nós descemos as escadas e ao
chegarmos do lado de fora do prédio vimos uma porção de pessoas do lado de
fora. Mães segurando seus filhos. Famílias inteiras aterrorizadas. Ouvimos o
som de carros da policia se aproximando e percebemos que a imprensa estava lá.
Foi então que Mya me fez olhar para trás. Alguém usou a mesma tinta que
brilhava no escuro para desenhar o rosto de um palhaço do lado de fora do
prédio. Um macabro palhaço com um grande sorriso no rosto. ‘Peguei Vocês’. Essa
frase estava escrita logo abaixo do palhaço. Engoli em seco e senti um
calafrio. As pessoas pareciam aterrorizadas. Os policiais chegaram aos montes.
Eles começaram a dispersar as pessoas separando quem era morador e quem era
apenas um curioso.
- vocês são moradores? –
perguntou um dos policiais a mim e Mya.
- sim. Somos moradores – falei
olhando para trás. A uns quatro metros de distância eu vi o detetive Cory
Holloway. Ele estava conversando com alguns policiais. Parecia estar dando
instruções.
- Cory! – gritei alto enquanto o
policial tentava fazer com que Mya e eu fossemos pela direita.
Ao ouvir meu nome o detetive
olhou para os lados procurando por alguém e foi quando ele me viu acenando. Ao
me ver ele começou a andar na minha direção bem rápido.
- você o conhece? – perguntou o
policial.
- sim. Eu trabalho no Departamento
de Policia de Metrowest.
- tudo bem – falou o policial me
soltando. Olhei para Mya e segurei na mão dela – vá com ele. Ele vai te colocar
em um lugar seguro.
Mya parecia bem assustada. Talvez
em estado de choque. Ela apenas confirmou com a cabeça e seguiu o policial.
Cory tentava chegar até mim se desviando das pessoas e eu fiz o mesmo. Quanto
mais nos aproximávamos mais seguro eu me sentia.
- você está bem? – perguntou Cory
quando chegamos bem perto um do outro. Eu não me contive e o abracei. Fechei os
olhos e poiei meu rosto em seu pescoço deitando minha cabeça. Eu fui forte por
Mya, mas a verdade é que estava tão assustado quanto ela. Minha respiração
estava ofegante e agora que abraçava Cory eu podia sentir que meu coração
estava a celerado.
- vai ficar tudo bem! – Cory
começou a acariciar minhas costas tentando me acalmar – você mora aqui?
- sim. Eu moro – soltei e olhei
em seu rosto.
- o que aconteceu?
- eu não sei – falei desesperado
olhando em volta – Todo mundo do meu andar recebeu um bilhete com um conto de
terror e então as luzes se apagaram e nas paredes haviam escrito uma frase
estranha…
- Se acalma. Se acalme – falou
Cory chamando a atenção de um policial – ele vai te levar para um lugar seguro.
Qualquer lugar que você escolher.
- na delegacia! – falei de uma
vez.
- Leve-o para a delegacia de Metrowest.
- sim senhor – respondeu o
policia.
À medida que nos afastávamos pude
ver que o pânico era real. Algo ou alguém estava brincando com aquela cidade. O
enorme palhaço parecia me encarar a cada passo que dava para longe daquele
prédio. O seu macabro sorriso parecia cada vez mais largo. Nick e Paul estavam
certos. Era hora de me mudar.
Seguidores
Contato
CAPÍTULOS MAIS LIDOS DA SEMANA
-
UM ANO SEM CHUVA capítulo vinte e dois T inha conseguido o contrato para dois livros então eu tinha um longo...
-
capítulo trinta e seis EU AMO LOS ANGELES D urante e depois do jantar eu meio que tentei evitar Gray. Ele e...
-
NÃO DURMA NA ESTAÇÃO DE METRÔ capítulo onze H avia chegado o dia da reunião. O dia anterior tinha sido exa...
-
Capítulo 03 Apagando o Fogo do Ciume J á havia se passado quatro meses mais ou menos e minhas aventuras c...
-
CHUVA capítulo um L evantei o rosto devagar sentindo a chuva gelada cair em meu rosto como milhões alfine...
-
LEITE E COOKIES capítulo vinte T inha acabado de ter o prazer de receber em minha boca e engolir o esperma de B...
-
AFRODITE capítulo treze T rês semanas se passaram. Cooper continuava em San Diego me ajudando. Ele havia peg...
-
ME ENCONTRE NO MEIO DO CAMINHO capítulo quinze C hegamos no apartamento naquela tarde de sábado depois de ...
-
capítulo nove TABU O s lençóis estavam abaixo de mim e um cobertor me cobria até a cintura. Era bom me se...
-
capítulo quatro AMNESIA A primeira coisa que fiz foi tomar um banho. Um longe e quente banho. Nunca tinh...
Minhas Obras
- Amor Estranho Amor
- Bons Sonhos
- Crônicas de Perpetua: Homem Proibido — Livro Um
- Crônicas de Perpetua: Playground do Diabo — Livro Dois
- Cruel Sedutor: Volume Um
- Deus Americano
- Fodido Pela Lei!
- Garoto de Programa
- Paixão Secreta: 1ª Temporada
- Paixão Secreta: 2ª Temporada
- Paixão Secreta: 3ª Temporada
- Paixão Secreta: 4ª Temporada
- Paixão Secreta: 5ª Temporada
- Paixão Secreta: 6ª Temporada
- Paixão Secreta: 7ª Temporada
- Príncipe Impossível: Parte Dois
- Príncipe Impossível: Parte Um
- Verão Em Vermont
Max Siqueira 2011 - 2018. Tecnologia do Blogger.
Copyright ©
Contos Eróticos, Literatura Gay | Romance, Chefe, Incesto, Paixão, Professor, Policial outros... | Powered by Blogger
Design by Flythemes | Blogger Theme by NewBloggerThemes.com
To amando continua por favor
ResponderExcluirValeu Juliano :)n Que bom que está gostando. Vou tentar postar 3 capítulos hoje como fiz ontem :) Um abraço
ResponderExcluirAmando o seu conto. Você mistura terror com erostismo, e isso é sensacional. Continua. Só acho que poderia ser mais picante esse conto. Mas estou adorando.
ResponderExcluirValeu Shine. Não se preocupe ele será beeeeeeem picanteeee rsrsrsrrsrsr
ExcluirGente... Para tudo!
ResponderExcluirEstou amando isso tudo.
Meu Core palpita a cada palavra que leio. Continue escrevendo este maravilhoso conto meu querido!
Meu coração faltou parar nesse capítulo! S.O.S
ResponderExcluirPorque ele não falou com o Nick na casa dele ao envés de falar no trabalho dele é porque ele não dá celular que ele achou isso me deixa ansioso.
ResponderExcluirQue capítulo foi esse? :O Gente, eu li me cagando de medo e toda hora olhando para todos os lados.
ResponderExcluirEu trabalho em bar, então estou aqui no trabalho até agora, e nesse horário eu fico sozinho pq o movimento é bem fraco, cara, tu me botou um medo do cão :O
-Juliano.
Feliz por você estar gostando rsrsrssr
Excluir