A
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Capítula Oito
CHURRASCO DE BOAS VINDAS: PARTE
1
dmito
que a noite anterior não tinha sido das melhores e o encontro não tinha sido
dos melhores por causa do filme que assistimos, mas por outro lado tinha sido
um encontro perfeito por que Bruce tinha sido um fofo por programar tudo e
tinha sido um cavalheiro do começo ao fim até mesmo quando ele brigou comigo eu
achei que ele foi fofo por se importar com o meu comportamento. Apesar de tudo
nós terminamos a noite bem, mas mesmo assim eu fui dormir imaginando que Bruce
nunca mais me ligaria e que jamais me convidaria para sair. A nossa noite de
Netflix onde talvez ele libertasse o seu urso interior talvez nem acontecesse.
Foi com esses pensamentos que eu fui dormir na noite passada então imagina
minha surpresa ao acordar com uma chamada de vídeo feita por Bruce.
Meu rosto estava inchado quando atendi a ligação e na verdade nem tinha
visto seu rosto quando ouvi sua voz enquanto ele dava risada de mim.
- bom dia bel adormecido – falou Bruce rindo.
- bom dia – falei deslizando na cama e me escorando na cabeceira – você
não devia me ver assim, eu estou horrível – falei bocejando.
- abra os olhos e você também me verá. Juro que não fui ao banheiro e
lavei o rosto e escovei os dentes e penteei os cabelos – falei Bruce com um
sorriso. Ao olhar para ele eu sorri. Parecia um galã de cinema. O peito forte e
peludo e um largo sorriso para mim.
- vai e ferrar. Você está ai todo gatão e eu parecendo um monstro. Deixa
eu ir me ajeitar também. Você não me merece ver assim.
- nem pense nisso Kai. É assim esmo que eu queria te ver – falou ele
rindo.
- okay – falei rindo – mas admite que você deu um trato antes de me
ligar e eu vou me sentir mais confortável porque não é possível que você acorda
todo dia de manhã assim.
- olha… talvez eu tenha feito tudo aquilo que eu disse que não fiz –
falou ele rindo.
- viu só? Você é um traidor.
- acorde antes de mim e me ligue. Talvez você consiga me ver exatamente
como eu acordo, mas talvez você não se apaixone por mim – falou ele rindo.
- impossível – falei respirando fundo – você deve ser um ursão fofo
quando acorda.
- talvez – falou ele coçando minha barba – quando você presenciar você
me diz.
- combinado – falei apertando os lábios.
- eu sei que você ficou chateado com a noite de ontem então decidi ligar
e mostrar que eu não estou com ressentimentos. Está vendo só? – falou ele com
um sorriso.
- obrigado por ligar. Eu estava mesmo achando que você nunca mais
olharia na minha cara depois do que fiz ontem.
- agora é tarde demais Kai. Meu sobrenome é Ferrari e eu corro atrás do
que eu quero. Vai ser preciso muito mais do que um encontro ruim pra me fazer
desistir de você.
- bom saber disso – falei dando uma risadinha tola e percebendo o quanto
eu tinha gostado daquilo Bruce se deitou e levou o braço direito para trás da
cabeça e ficou olhando para mim.
- o que é isso? Uma tentativa de me mostrar seus fortes músculos?
- mostrar? – perguntou ele rindo – pensei que você já tivesse
sentindo-os ontem no cinema afinal passou as duas de filme com a cara enfiada
neles.
- não posso negar – falei rindo – você tem uma tatuagem? – perguntei
percebendo que ele tinha algo grande no braço.
- sim – falou ele mostrando – é Jesus Cristo – era uma enorme tatuagem
da imagem da face de Jesus com a coroa de espinhos hiper realista.
- sério? Que legal.
- porque? Não gosta?
- não é isso, é que… é diferente… você sabe… você sai com rapazes e
ainda consegue ter fé. Perdi a minha a muito tempo. Se é que um dia eu tive.
- Jesus é meu ídolo – falou ele com um meio sorriso – ele formou o meu
caráter e sei de fato que a única coisa que Ele disse foi ‘amai-vos uns aos
outros como eu vos amei’. Qualquer outra coisa que dizem por ai são apenas
interpretações humanas distorcidas para se encaixarem a preconceitos que cada
um tem. A minha religião é Cristo.
- admiro isso em você. De verdade.
- obrigado – falou ele respirando fundo.
- Kai! Não vai fazer o café da manhã? – perguntou Cory batendo na porta.
- já vou! – falei virando a câmera – filho da mãe – falei respirando
fundo – Bruce eu preciso ir. Tenho que fazer o café da manhã antes de meu tio
ir para o trabalho.
- tudo bem, você pode ir, mas antes me chama de amor. Você tem me
chamado de Bruce e isso me irrita.
- okay – falei rindo – te vejo no churrasco mais tarde, amor?
- sim. estarei lá – falou ele rindo – um beijo – falou ele levando a
câmera até a boca - faz o mesmo! – falou
ele rindo e foi o que eu fiz – a gente se vê mais tarde amor – falou Bruce
antes de terminarmos a ligação.
Dei um pulo da cama e sai do quarto para ir escovar os dentes e quando
abri a porta percebi que o cinto que tinha jogado na cama de Cory estava
pendurado na maçaneta. Fiquei olhando para o cinto e quando o peguei na mão
Cory apareceu na porta do quarto usando seu robe aberto. Claro que usava a
parte de baixo do pijama.
- que diabos é isso?
- pensei que você quisesse de volta – falou ele tomando um gole da caneca
que ele segurava – eu vi que você tinha colocado ele no seu guarda roupas.
- você mexeu nas minhas coisas? – falei me aproximando dele com o cinto.
- você não quis me dizer quem era o cara então resolvi investigar e
acabei vendo a linda decoração que você fez no guarda roupas. Sério. Eu adorei
– falou ele rindo – deveria se pendurar qualquer dia desses.
- você é um ser humano desprezível, sabia?
- desprezível ou não preciso sair bem alimentado de casa. Vai logo
escovar seus dentes e tomar seu banho pra fazer o meu café da manhã e vê se não
esquece de lavar roupa. Hoje vou usar a minha última cueca limpa – falou ele
tomando um gole do seu café.
- espera – falei dando um passo na direção dele dando uma risada – você
acha mesmo que eu vou fazer alguma coisa pra você depois de fazer apologia ao
suicídio?
- é sua responsabilidade – falou ele cínico.
- cara… – falei rindo – estava sendo legal com você porque imaginei que
criar uma rotina poderia ajudar a passar os dias já que podemos viver juntos
por meses e até anos, mas não é responsabilidade minha porra nenhuma. Se quer
uma empregada contrate uma. Eu não sou dona de casa.
- eu meio que fiz isso ao aceitar entrar no programa de proteção a
testemunhas com você – falou ele respirando fundo – ou acha que aceitei morar
com um baitola à toa?
- ouça bem Cory – falei dobrando o cinto para começar a chicoteá-lo – Se
quer roupinha lavada e comida quentinha faça você mesmo – ao invés de acertá-lo
eu joguei o cinto no chão e dei as costas para ele.
Depois de banho tomado fui até a cozinha fazer o café da manhã. Enquanto
fazia as panquecas Cory chegou á cozinha pronto para ir ao trabalho. Depois de
pegar o jornal lá fora ele se sentou a mesa e me viu colocar as panquecas no
prato no centro da mesa.
- vejo que mudou de ideia – falou ele olhando para mim com aquele olhar
arrogante e com um meio sorriso no rosto – você tomou a decisão certa afinal
além de te proporcionar segurança eu posso ser um cara legal. É só você saber
me amaciar.
- entendi – falei me sentando e servindo um copo de suco. Cory levou a
mão para pegar o prato e eu o puxei para mim junto com o copo. Eu comecei a
jogar o mel em cima das panquecas e cortei um enorme pedaço e trouxe até a
minha boca – está uma delicia – falei sorrindo para ele com a boca cheia – a
panela e a receita estão em cima da mesa – falei pegando meu celular – se você
não quiser chegar atrasado na delegacia é melhor começar a fazer logo.
Cory não gostou nenhum pouco do que fiz e jogou o jornal em cima da mesa
e se levantou bruscamente e pegou as chaves do carro e saiu batendo a porta.
Naquele momento a música BAD de Michael Jackson começou a entoar em minha
cabeça e eu continuei lá sentado comendo aquelas deliciosas panquecas com
bastante mel. Depois do café da manhã peguei o cesto de roupas e fui até o
quarto de Cory e comecei a separá-las. Tudo o que era dele comecei a jogar me
cima de sua cama. Uma por uma. Não era obrigado a lavar as suas roupas da mesma
forma que não era obrigado a limpar a bagunça de seu quarto. As latas de
cerveja, os cinzeiros cheios de cinzas e embalagens de chocolates e outras
patifarias que ele comia. Eu simplesmente fechei a porta atrás de mim e
respirei fundo enquanto caminhava em direção as escadas.
Enquanto colocava as roupas na lavadora e jogava o sabão lembrei da
noite passada e como ela tinha sido importante para Bruce e eu e começou a
bater aquele sentimento ruim. O sentimento de acumulador. Meu coração começou a
disparar e meus olhos queriam derramar lágrimas porque aquele pequeno coração e
o par de rins nos representava. Eles ficaram lá nas poltronas do cinema
sozinhos e eles podiam estar no meu quarto. Toda vez que eu olhasse para eles
eu lembraria da nossa desastrada noite. Era nossa noite especial. Não era
perfeita, mas era nossa. Liguei a máquina e peguei meu celular. Tranquei a casa
e já fui chamando um Uber quem e levasse até o Apex Teather. Parei na calçada
enquanto o aplicativo chamava pelo Uber e vi Cordelia passando do outro lado da
rua com as Kappas.
Achei estranho já que ela costumava passar na nossa calçada. Ela olhou
para mim e eu acenei para ela só que Cordelia me ignorou. O aplicativo disse
que o meu Uber estava perto e foi então que eu vi um carro sair da casa do
nosso vizinho Tom e parar na minha frente e buzinar.
- e ai vizinho? – falou Grace com um sorriso no rosto. Era a esposa de
Paxton – entra ai. Seu Uber chegou.
- Grace? – perguntei entrado.
- surpreso? – perguntou ela com um sorriso sacodindo os ombros.
- só um pouco.
- trabalho no Uber nas horas vagas. Ajuda nas finanças da casa – falou
ela mexendo no aplicativo – onde nós vamos?
- para o cinema Apex Teather.
- afim de uma Matinê? – perguntou ela ligando o carro e seguindo com a
viagem.
- não. na verdade eu fui ontem assistir a um filme com o… - Grace olhou
para mim interessada no nome da pessoa já que eu apontava na direção da casa de
Bruce eu sorri para ela e mudei a direção de onde eu apontava - …Cory, tio Cory
e esqueci umas coisas e só lembrei agora.
- entendi. Vamos lá resgatas essas coisas misteriosas.
Não demorou muito para que nós chegássemos ao cinema. Ele já estava
aberto para a matinê e eu respirei fundo torcendo para que as lembrancinha
estivessem lá.
- eu vou lá rapidão e já volto.
- tem gente me chamando – falou ela mostrando.
- me espere e deixe correndo. Eu pago pelo tempo.
- okay – falou ela com um sorriso recusando a chamada e fazendo uma
dancinha.
- obrigado Grace.
Fui até a bilheteria e pedi informação sobre o gerente e ele me disse
que ele estava lá dentro em algum lugar. Não foi de muita ajuda. Chegando ao Bomboniere
(onde eram vendidas as guloseimas) vi o gerente colocando bebidas dentro do
refrigerador.
- bom dia! você é o gerente? – perguntei do outro lado do balcão.
- bom dia! A fila é lá! – falou ele apontando.
- não! eu quero falar você mesmo… - falei olhando no crachá dele – Ronald!
Você é o gerente, não é?
- sim. está no meu crachá.
- Ronald eu vim ontem no seu maravilhoso cinema assistir a Tráfico de
Órgãos 2: Massacre sem Fim que é um ótimo filme por sinal e esqueci duas
lembrancinhas em cima das poltronas e eu vim aqui pra saber se vocês tem uma
espécie de achados e perdidos.
- nós não temos. Sinto muito.
- você não entende Ronald – falei tocando no ombro dele – aquelas
lembrancinhas significam muito pra mim.
- se significam muito porque deixou elas em cima da poltrona? –
perguntou ele cínico.
- okay, quanto vai custar? – falei respirando fundo – eu pago o que for,
mas eu preciso daquelas lembrancinhas.
- okay – falou ele respirando fundo enfiando a mão dentro de uma caixa e
tirando de lá ele me deu duas embalagens iguais as que Bruce e eu ganhamos no
dia anterior – obrigado por escolher a nossa rede de cinema.
- o que é isso? – perguntei olhando para ele.
- as lembrancinhas.
- eu sei, mas essas daqui estão na embalagem. Eu quero as que eu abri
ontem. Era um coração e um par de rins – coloquei as embalagens em cima do
balcão – deixa eu entrar na sala de cinema e ir procurar. Eu vi que a sala onde
assisti o filme ela está interditada porque está sendo limpa e a minha sessão
era a última da noite. Deixa-me ir lá e procurar. Por favor – falei juntando as
mãos.
- okay, vai lá! – falou ele apontando.
Ao entrar na sala vi um faxineiro limpando o chão. Ele olhou para mim
com cara feia.
- eu garoto você entrou na sala errada.
- moço eu estou na sala certa. Assisti um filme aqui ontem e esqueci
algumas coisas em cima da poltrona e eu vim buscar.
- um coração e um par de rins?
- isso! Isso mesmo – falei animado.
- joguei no lixo. Estão no contêiner lá fora.
- sério? – perguntei com nojo.
- sim – falou ele olhando para mim – o que foi?
- você tem um par de luvas sobrando?
Estava dentro do contêiner remexendo no lixo quando ouvi uma voz
feminina procurando por mim.
- Kai? Você está ai?
- oi? Grace?
- oi Kai! Te achei – falou ela de braços cruzados.
- oi – falei respirando fundo e tirando um monte de embalagens de pipoca
melada do caminho – como me achou?
- fui até a bilheteria, depois ao gerente que me deu duas embalagens de
brindes e depois fui até um faxineiro que me mandou vir até aqui.
- eles jogaram o que eu procurava aqui, mas não estou encontrando –
falei respirando fundo sentindo minha cabeça doer – acho que aquele faxineiro
maldito me enganou.
- o que você está procurando?
- você vai achar que estou ficando louco, mas é um coração e um par de
rins.
- esses daqui? – perguntou ela me mostrando.
- sim! Esse ai! Onde você encontrou?
- estavam dentro desse balde de pipoca caído aqui no chão.
- que droga – falei respirando fundo dando risada – obrigado – falei
pulando fora do contêiner de lixo e jogando as luvas lá dentro. Peguei as
miniaturas e coloquei no bolso – agora podemos ir.
- vou te dizer a sua corrida está sendo a melhor da semana – falou ela
rindo quando entramos no carro.
- obrigado por esperar.
- não tem problema – falou ela rindo enquanto voltávamos para casa.
Nós seguimos viajem e durante alguns minutos nós ficamos em silêncio.
Grace me viu olhando aquelas miniaturas e eu percebi que ela estava com vontade
de fazer a pergunta.
- pode perguntar – falei olhando para ela.
- perguntar? Eu? – falou ela rindo sem graça e olhando para rua rapidamente.
- sim. eu sei que você deve estar perguntando o porque de eu fazer tudo
aquilo.
- não é da minha conta, mas se quiser falar eu sou uma boa ouvinte.
- eu sai ontem e ganhamos essas miniaturas de brinde e eu acabei
esquecendo. Ontem não pareceu grande coisa, mas hoje eu percebi que elas me
fariam lembrar da noite maravilhosa que tive.
- eu entendo. Até hoje eu guardo o cordão umbilical do meu filho na
geladeira – falou ela olhando para mim – quer dizer… um pedaço do bolo do meu
casamento.
- eu te entendo – falei rindo.
- guardo os dois, mas estão bem longe um do outro – falou ela rindo
tentando esquecer que tinha dito aquilo.
- chegamos – falei rindo.
- ótimo – falou ela deslizando o dedo no celular – a sua corrida
totalizou 88 dólares. Aceito cartão e dinheiro em espécie.
- dinheiro – falei dando a ela.
- obrigada – falou ela pegando o dinheiro.
- obrigado Grace.
- nos vemos no churrasco hoje à noite.
- até mais – falei acenando para ela.
Sei que Cory e eu éramos os convidados de honra, mas não sabia
exatamente que hora deveríamos ir nesse churrasco então decidi que deveria ser
as oito. Até lá Cory já teria chegado. Decidi fazer uma sobremesa para não
chegar de mãos vazias afinal se dependesse de Cory nós chegaríamos lá,
deitaríamos no sofá e faríamos todos nossos empregados por uma noite. Decidi
fazer uma simples, mas deliciosa torta de limão.
- que cheiro bom! – falou Cory chegando em casa. Ele jogou o terno no
sofá e veio direto á cozinha.
- que bom que gostou. É a sobremesa para o nosso churrasco.
- parece delicioso – falou ele se aproximando tentando pegar a vasilha
com a cobertura para prova-la, mas eu a peguei rapidamente.
- nem pensar. A torta é para o churrasco – levei até a pia e enchi de
água – nós saímos em vinte minutos então vá logo se arrumar.
- okay – falou ele respirando fundo e pegando o terno ele caminhou em
direção as escadas.
- espero que esteja preparado para repetir a cueca porque eu não lavei
suas roupas.
- não se preocupe – falou ele me mostrando que tinha comprado um pacote
de cuecas novinhas. Eu balancei a cabeça negativamente e continuei decorando a
torta até que ela ficou perfeita. Tirei uma foto da torta e enviei para Bruce
que respondeu com um rostinho faminto. Tirei outra foto e dessa vez foi uma
selfie.
‘parece delicioso’
‘você vai poder prova-la hoje à noite no churrasco’ – respondi para
Bruce que logo retrucou com um rostinho sem vergonha.
‘não falei da torta’ – eu dei risada e Bruce enviou outra mensagem.
‘posso te provar hoje à noite?’
- vamos ou não!? – perguntou Cory descendo as escadas me assustando
assim que eu li aquela mensagem. Assustado com Cory dei um pulo e joguei o
celular no balcão e olhei para ele. Ele vestiu uma calça jeans, uma camisa de
botões branca que mostrava o peito peludo já que ele deixou os dois primeiros
botões abertos. Ele estava todo largadão e isso me dava raiva. Não podia negar
que por mais que ele fosse um babaca idiota até se arrumando em dez minutos ele
não deixava de ficar charmoso.
- okay – falei colocando o celular no bolso.
Nós saímos de casa e claro que eu estava com a torta nas mãos. Assim que
chegamos na casa de Ed e Agnes ouvimos o som de música e de crianças gritando e
brincando. O som da piscina sendo usada deixou claro que toda a vizinhança
estava lá e nós éramos os últimos a chegar.
- graças a você nós somos os últimos a chegar – falei com um sorriso no
rosto para Cory.
- que se foda. A festa não é para nós? – falou ele passando a mão nos
cabelos.
- é essa a impressão que quer deixar para os vizinhos? Além de
convencidos chegamos atrasados?
- você é gay. Acho que não dá pra estragar mais a reputação.
- Cory, Kai! – falou Agnes abrindo a porta e nos cumprimentando – vocês
chegaram – pessoal eles chegaram!
Ao entramos todos vieram nos abraçar e nos cumprimentar e eu logo senti
o cheiro de churrasco. Grace me deu um abraço e Tom apertou forte a minha mão.
Denis e sua esposa Zara que provavelmente era uma lésbica enrustida também me
deu um abraço. Wes que eu finalmente pude ser apresentado apertou forte minha
mão e ele me mostrou o casal de gêmeos que tinha com sua esposa Flora que logo
veio me abraçar. Selma finalmente me apresentou a seu marido advogado.
- esse daqui é Carter Harrods – falou Selma.
- prazer rapaz, bem vindo à vizinhança – falou Carter com um sorriso
indo logo conhecer Cory.
Outra pessoa que também vi lá foi o vizinho mal educado. O tatuado de
olhos verdes que fechou a porta na minha cara, mas que deve ter se deliciado
com meus cupcakes.
- rapaz eu sou Leroy Riverty – falou ele apertando minha mão.
- é bom finalmente te conhecer.
- desculpe pelo outro dia é que eu estava com visita. Espero que não
tenha causado uma primeira má impressão.
- não causou – falei respirando fundo e vendo Bruce ao longe no comando
da churrasqueira conversando com Ed e Pedro.
- a propósito… os cupcakes estavam deliciosos.
- que bom que gostou.
- essa daqui é minha namorada Joy Blair.
- muito prazer Kai – falou Joy com um sorriso. Uma garota loira de rosto
angelical, mas que parecia ter forte personalidade.
- oi Kai! – falou Alice (filha de Bruce) chegando junto com Joy.
Claramente as duas eram amigas – Kai essa daqui é minha mãe Daisy.
- oi Kai! – falou uma mulher meiga de olhos claros e sorriso meigo. Ela
era a ex esposa de Bruce. A que se recusava a sair da casa dele. Era bom
finalmente conhece-la.
- prazer Sra. Ferrari – falei apertando a mão dela.
- não é mais Sra. Ferrari – falou ela com um sorriso mostrando que não
usava mais aliança – ainda moramos na mesma casa, mas é que… é uma longa
história – falou ela rindo.
- eu entendo – falei caminhando por entre elas e finalmente chegando do
lado de fora onde os três estavam – oi para vocês – falei sem graça.
- Kai meu amigo! – falou Ed apertando minha mão. Pedro foi o próximo e
Bruce também apertou forte minha mão – você já o conhece?
- sim, nos conhecemos – falou Bruce – ele foi levar cupcakes lá em casa
outro dia… estavam deliciosos.
- que bom que gostou Sr. Ferrari. Bruce deu um meio sorriso e tomou um
gole de sua cerveja.
Logo que me enturmei um pouco percebi que Daphne não apareceu. Fiquei triste,
mas eu entendia que ela não se dava muito bem com a vizinhança então eu a
perdoei. Sentei-me a mesa com as donas de casa que provavelmente perceberam que
mulher não era o meu forte. Não sei bem como fui tragado para lá, mas eu fui.
Os homens por outro lado ficaram próximos da churrasqueira. Cory parecia ter se
enturmado bem. Estava tomando sua cerveja, fumando e jogando conversa fora. Eu
por outro lado estava lá de boca calada sem saber o que dizer enquanto Selma,
Agnes, Grace, Flora, Zara e Daisy conversavam.
- e então Kai, quem é ele? – perguntou Selma chamando minha atenção.
- ele quem?
- o cara misterioso que fez você voltar ao cinema por uma simples
lembrancinha. Grace nos contou.
- há, ela contou? – perguntei forçando um sorriso olhando para Daisy que
parecia interessada em saber quem era o homem. O que ela faria se soubesse que
era Bruce?
- sim, espero que não se importe – falou Grace com um sorriso.
- ninguém especial. Só um cara que encontrei no Tinder. Na verdade nem
lembro o nome dele. Julio? Mark? Não me lembro.
- e você se enfiou em uma lata de lixo gigante por um cara ao qual você
nem lembra o nome? – perguntou Zara curiosa.
- poxa você contou tudo mesmo – falei sem graça.
- foi mal – falou Grace rindo e tomando um gole de sua cerveja.
- na verdade nem foi pelo encontro em si, a verdade é que eu sou
acumulador. Faço tratamento com psicólogo a muito tempo, mas as vezes ainda
tenho recaída sabe.
- poxa sinto muito – falou Grace. Se soubesse que era problema de saúde
nunca teria tocado no assunto.
- teria sim – falou Selma.
- não tem problema. Está tudo sob controle.
- aceitam? – perguntou Bruce se aproximando com a tábua cheia de carnes
– senhoras? e… senhor? – perguntou ele rindo para mim.
- claro – falei pegando o meu prato.
Bruce serviu a todos nós e então olhou para mim.
- você quer uma cerveja Kai?
- refrigerante na verdade.
- vou pegar pra você lá na cozinha – falou Bruce fazendo um gesto que
deu a entender que era para eu ir até a cozinha encontra-lo lá.
- pode deixar que eu mesmo pego – falei me levantando – vocês aceitam
alguma coisa garotas?
- cerveja! – falaram todas elas levantando as latas vazias.
- okay – falei indo até a cozinha. Abri a geladeira e peguei o
refrigerante quando Bruce chegou e abriu a geladeira pegando uma cerveja. Eu me
escorei na pia e tomei um gole do meu refri e ele se escorou no balcão de
frente para mim e tomou um gole de sua cerveja.
- e então? – perguntou Bruce lambendo os lábios e colocando a cerveja em
cima do balcão ele cruzou os braços.
- e então o que? – perguntei rindo.
- você me deixou no vácuo. Não respondeu a minha última mensagem.
- não? – perguntei confuso pegando o celular para ler. Eu não me
lembrava qual era.
- não precisa pegar o celular. Eu pergunto pessoalmente. Você disse que
eu poderia provar a torta que você fez hoje à noite e eu perguntei se poderia
provar você também.
- a ta, essa pergunta – falei levando o refrigerante até a boca e
tomando um gole. Eu dei uma risada ao tomar o refrigerante e Bruce deu risada
comigo.
- o que foi? É uma pergunta razoável. Sou cavalheiro e estou
perguntando. Além do mais seria a chance perfeita de você ver como sou quando
eu acordo de manhã. Sem toda a produção – falou ele rindo.
- é que você me pegou de surpresa. Pensei que isso aconteceria no
próximo fim de semana sabe… quando sua ex e sua filha viajassem.
- também pensei isso no começo, mas eu estou tão na sua Kai – falou ele
rindo envergonhado – sei que estou parecendo um bobo apaixonado, mas eu estou
pensando tanto em você e quero saber tudo sobre a sua vida. Quero poder ficar
algumas horas com você pra gente conversar e se conhecer então eu pensei:
porque esperar uma semana? Foi pensando nisso que eu então reservei um fim de
semana inteiro no Vertex Crow Resort. Seremos só você, eu e um enorme chalé com
lareira, um enorme quarto com um enorme banheiro, hidro, sauna, piscina nas
dependências do resort, os melhores restaurante e um serviço de qualidade.
- você já foi lá? – perguntei curioso pela propaganda que ele fez.
- não. só decorei o que estava escrito no site – Bruce deu uma risada.
- poxa… - falei rindo.
- e eu não disse a melhor parte – falou ele rindo.
- ainda tem a melhor parte? – perguntei rindo.
- tem sim – falou ele tomando um gole da cerveja – vamos lá, me pergunte
qual é.
- tudo bem – falei me preparando – e qual é a melhor parte?
- tem Netflix em todas as TVs. Isso significa que podemos fazer aquela
maratona de filmes que eu tinha te prometido. O que você acha? Você arranja uma
desculpa pro seu tio e nós passamos o fim de semana juntos. O que você acha?
- acho que eu posso dar um jeito de despistá-lo.
- ótimo – falou Bruce com um sorriso – nós podemos ir hoje depois da
festa.
- combinado – falei respirando fundo.
Peguei minha lata de refrigerante e tomei um gole e ele foi até a
geladeira pegar as cervejas para as minhas amigas donas de casa. Enquanto Bruce
pegava as cervejas Cory entrou na cozinha e foi até Bruce pediu por uma
cerveja.
- valeu! – falou Cory agradecendo. Ele se virou para ir embora e então
olhou para Bruce – você fuma?
- sim – falou Bruce.
- eu esqueci meus cigarros…
- tranquilo – falou Bruce oferecendo um cigarro que Cory que pegou e
agradeceu. Cory olhou para mim e olhou para o cigarro e deu um meio sorriso.
- com filtro? – perguntou Cory para Bruce que com um meio sorriso
confirmou com a cabeça. Cory então o colocou na boca e pegando o isqueiro de
Bruce ele o acendeu. Nesse momento eu percebi que Cory tinha descoberto que o
homem que esteve lá em casa e que tinha me levado ao cinema era Bruce. Ele
sempre soube. Nunca desconfiou de Pedro. Respirei fundo e tomei um gole do meu
refrigerante querendo me engasgar com ele – valeu amigo – falou Cory
agradecendo.
- por nada – falou Bruce saindo da cozinha com as cervejas enquanto eu
pensava em uma forma de envenenar o pedaço de torta de Cory.
Será que Kai deve ir nesse fim de semana com Bruce? O que Cory irá aprontar? Não percam nos próximos capítulos de Bruto Irresistível.
Espero que tenham gostado desse capítulo, não esqueçam de deixar a opinião nos comentários (que me motiva a continuar com mais frequência) e não esqueça também de deixar o seu voto que é muito importante. Compartilhe com seus amigos que gostam de ler sobre a temática. Um grande abraço a todos e até o próximo capítulo.
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Maravilhoso tô muito ansioso para acontecer um finalmente hahaha (sexo) kkkk beijos!
ResponderExcluirPQP o maldito do cigarro.... ansioso
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