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RAÍZES ANTES DE RAMOS capítulo cinco
cordei sentindo uma leve dor no pescoço. No inicio
não me dei conta, mas logo que me movi lembrei-me que Adam e eu dormimos a
noite toda em uma pequena cama de solteiro na mesma posição. Adam me abraçava
por trás e devido a isso meu pescoço ficou um pouco torcido.
Tirei a mão de Adam que me
abraçava e me levantei resmungando um pouco. Adam continuou dormindo. Fui até a
sala movendo meu pescoço de um lado para o outro. Depois de alguns minutos
repetindo esse movimento a dor finalmente cessou. Fui até o quarto e mal pude
acreditar no que vi. O quarto virado de cabeça-pra baixo. Água pelo chão e
colchão. É… querendo ou não vamos ter que vender esse apartamento, mas antes
vamos ter que redecorar todo o quarto.
Enquanto Adam dormia dei uma
organizada. Tirei toda a roupa de cama e depois peguei o secador de cabelo e
tentei secar o colchão. Em seguida virei-o com muita dificuldade e coloquei uma
nova roupa de cama. Resumindo: Duas horas depois o apartamento estava como
novo.
Juntei sacolas de lixo na entrada
e após conferir Adam mais uma vez resolvi levar até a lata de lixo no fim do
corredor. Após deixar o lixo estava na metade do caminho e a porta do
apartamento do meu vizinho e ele saiu de dentro.
- bom dia – falei passando por
ele.
- bom dia – respondeu ele sem dar
muita atenção. Quando cheguei a porta do apartamento foi que ele prestou
atenção em mim – você mora ai?
- sim, porque? – perguntei
olhando.
- meu nome Karl – falou ele
estendendo a mal.
- Mickey – falei apertando sua
mão.
- você está bem?
- estou sim porque?
- é que eu ouvi um certo barulho
ontem a noite. Eu pensei em sei lá, chamar a policia.
- é… estou sim. É que… uma das
mesas se quebrou.
- então foi bom eu não ter
chamado. Parecia que alguém estava sendo atacado. Fiquei com medo de que algo
sério estivesse acontecendo.
- me desculpe por qualquer coisa
Karl, não queria incomodá-lo.
- não, tudo bem – falou ele
olhando para o relógio – foi um prazer – falou ele apertando minha mão outra
vez.
- até mais – falei me despedindo
e entrando no apartamento.
Quando entrei Adam estava saindo
do quarto.
- já acordado? – foi a primeira
coisa que disse Adam.
- dormi muito mal, nem sei como
consegui dormir até agora.
- eu que o diga – falou ele
fazendo alongamento.
Ele chegou até a porta do quarto
e viu que nenhum vestígio da noite passada estava lá.
- alguém fez um bom trabalho
aqui.
- pois é! Demorou, mas consegui
deixar o quarto apresentável outra vez – falei me aproximando dele.
- estou vendo – falou ele
beijando meu rosto.
Eu me virei e nós demos um beijo.
Eu o abracei e nós nos beijamos por um bom tempo.
- você está com cheiro de suor –
falei dando uma fungada no pescoço dele.
- você adora esse cheiro.
- adoro sim, mas hoje estava
pensando em ir até a casa do meu pai visita-lo. Ele reclamou dizendo que não
vamos lá faz muito tempo então você precisa tomar um banho.
- não quer tomar comigo?
- não, deu muito trabalho arrumar
esse quarto. Tenho medo do que aconteceria se repetíssemos a dose de ontem.
- deixa de ser bobo.
- bobo?
- hoje quando fui levar o lixo o
vizinho me perguntou se alguém estava sendo atacado ontem. Ele pensou até em
chamar a policia.
- sério?
- pois é. Agora vai logo tomar
seu banho e depois eu vou.
- ok – falou ele tirando o roupa
e indo para o banheiro.
Depois de Adam, foi minha vez e
logo que estávamos prontos para sair decidimos lanchar. Sabíamos que o almoço
na casa do meu pai sairia tarde.
- quer conversar sobre ontem a
noite? – perguntou Adam.
- não se você não quiser.
- também não quero falar sobre
nada… a não ser que queira.
- é isso. Não precisa – falei
indo a cozinha e colocando um copo de água para encher.
Adam se sentou em uma cadeira ao
balcão em silêncio. O silêncio predominou por alguns longos segundos.
- onde você conheceu esse Troy?
- ok – falou ele respirando fundo
– ele é um entregador… office-boy da empresa onde compro os toners e cartuchos
para impressoras.
- entendi – falei pegando um pão
e o abrindo com a faca – quantos anos ele têm?
- tem certeza que quer ficar se
torturando?
- eu não estou me torturando –
falei rindo – eu também te trai. Não existe sofrimento porque um anula o
sofrimento do outro.
- então porque quer saber sobre
ele?
- porque você não é gay. E eu não
estou acreditando muito que você me traiu com um homem.
- Uau… essa estava na ponta da
língua.
- é só o que eu acho.
- você prefere que eu te traia
com uma mulher?
- bom, eu prefiro que não me
traia, mas…
- você me traiu e eu não estou te
questionando.
- pode me perguntar se quiser.
Não me importo.
- onde o conheceu?
- na praia.
- onde tranzaram?
- no apartamento dele.
- usaram preservativo?
- todas as vezes. Apenas o bom e
velho sexo. Não chega nem aos pés do que nós dois já fizemos.
- estou bem.
- eu também estou bem, só que eu
tenho certeza que você não me traiu com um homem.
- pelo amor de…
- fala a verdade Adam. Eu não vou
ficar com raiva ou brigar com você. Eu te trai também.
- é a verdade.
Me aproximei dele e coloquei a
mão entre suas pernas.
- Adam eu sei que sou o único
homem da terra que consegue deixar isso daqui duro.
- ok – falou ele se remexendo na
cadeira.
- diz a verdade.
- é a verdade.
O pau dele continuava mole em
minha mão.
- tira a mão Mike – falou Adam –
está me machucando.
Eu dei um beijo no rosto dele e
falei em seu ouvido.
- imagina a Marisol…
- para com isso Mike.
- … imagina a Marisol pelada e
toda molhada no box do banheiro se ensaboando. Ela abre e diz “Adam meu amor,
estou te esperando”.
Não demorou para que sentisse a
bermuda ganhar volume e seu pau ficar rígido em minha mão.
- resta saber se isso é pra mim:
o único homem que te excita do mundo ou pra Marisol: uma das dezenas de
mulheres que você já tranzou ao longo da vida.
- é pra você – falou ele me
puxando e tentando me dar um beijo, mas eu virei meu rosto.
- diz a verdade Adam.
- você está certo – falou ele
respirando profundamente – eu não te trai com o “Troy”… foi com… com a Marisol.
- eu sabia – falei me afastando.
- porque você está com raiva?
- eu não estou – falei me
sentando de frente para ele, do outro lado do balcão – Você podia ter me dito a
verdade desde o começo. Porque não disse?
Adam não disse nada e de repente
ele colocou a mão no queixo coçando e vi que ele estava segurando o choro.
- Adam, você está bem?
- não – falou ele colocando a mão
no rosto chorando.
Eu me levantei rapidamente e o
abracei deitando sua cabeça em meu peito – o que aconteceu?
- ela está grávida – falou ele
chorando.
Senti um calafrio percorrer meu
corpo.
- me perdoa – falou ele me
abraçando.
- tudo bem – falei alisando seus
cabelos tentando reconforta-lo.
- me perdoa, me perdoa… - ele
repetiu várias vezes.
- ok, ok – repeti sentindo meu
peito encher e meus olhos quererem transbordar, mas eu fui mais forte do que
ele. Deus sabe que eu precisava ser.
Uma hora depois da confissão,
Adam continuava sentado na mesma cadeira sem dizer nada. Minha mala estava em
cima da cama e estava quase pronta. Eu colocava mais alguns pares de roupas
dentro dela. O apartamento estava silencioso. Mais do que o normal.
- onde você vai? – perguntou Adam
em um tom baixo chegando próximo a porta.
- por favor, não vamos… não
vamos… eu não quero… – falei gaguejando.
Mais uma vez o silêncio
predominou. Estava me sentindo pequeno. A parede a minha frente era a visão da
minha vida. Mais uma vez em branco.
- você não precisa ir – falou ele
entrando no quarto, mas ainda em uma distância considerável.
- não posso
- você me traiu também – tentou
justificar.
- Adam, não se trata mais sobre
nós dois. Você a engravidou. Você podia ter evitado, mas algo dentro de você te
impediu. Algo dentro de você sabe algo que o lado de fora ainda não percebeu.
Você colocou uma criança no meio disso tudo. Você sabe que nunca ficaria entre
você e seus dois filhos, porque ficaria agora?
- eu posso ser um pai, eu posso
estar com Marisol quando ela precisar. Posso ficar ao lado dela.
- mas eu não posso. Dói demais
Adam. Mais uma vez você tem uma mulher, um filho e eu fico para escanteio. Você
não pode ter os dois. O que você precisa agora não é de mim e sim ser um homem.
Ser um pai.
- por favor não vá. Eu errei.
Ontem quando ela me contou que estava grávida eu percebi que foi um erro ter te
traído.
- sinto muito – falei fechando a
mala. Adam apertou os lábios.
- você disse que nosso casamento
sobreviveria a tudo. – falou ele com lágrimas nos olhos.
- não á isso – falei respirando
fundo – Agora tudo faz sentido: os presentes, o sexo raivoso da noite passada…
Tenho tantas coisas para fazer e dizer, até agora eu não sabia se um dia faria.
Eu estou destinado à outra coisa, o mundo já me deixou claro diversas vezes que
essa não é minha vida. Primeiro tenho que me encontrar.
- eu te amo tanto…
- devia saber desde o principio
que tinha que ter raízes antes de ramos. Precisava saber quem eu sou antes de
saber quem eu queria ser.
- como assim? Você vai voltar
para a casa do seu pai?
- não – falei indo até a gaveta e
pegando a carta que havia recebido – não sei porque, mas algo me diz que eu
devo saber mais sobre quem me enviou essa carta.
- quem te mandou essa carta?
- não sei, mas estou indo para
Nova Orleans.
- nós ainda vamos ficar juntos
certo? Depois que você voltar? – perguntou Adam aflito.
- você avisa meu pai? – perguntei
para Adam quando sai do quarto e cheguei a sala – odeio despedidas.
- aviso – falou ele se
aproximando da porta.
Dei uma última olhada no
apartamento antes de pegar a mala e chegar próximo a porta. Adam tentou me
beijar, mas eu abaixei meu rosto. Adam deu um passo para trás.
Eu girei a aliança no meu dedo
antes de finalmente tirá-la. Eu fui até o balcão da cozinha e a coloquei em
cima. Olhei para Adam e abri a porta.
- eu te amo.
Disse essas últimas palavras
engasgando. Foi a última coisa que disse para Adam antes de sair e fechar a
porta desaparecendo pelo corredor ao entrar no elevador.
Após comprar a minha passagem no
aeroporto peguei meu celular para fazer uma última ligação. Olhei para o painel
e meu voo saia em trinta minutos. O telefone chamou algumas vezes e logo foi
atendido.
-
Stephen? É o Mike. Preciso de um favor.
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Eu disse,Todos nessa historia são gays ou bis ,e ainda por cima sempre querem o Mike!Ridículo!!
ResponderExcluirna verdade é uma "estória" não "historia". Estória é usado quando não é real.
Excluir:)