O
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A CASA DO SOL NASCENTE capítulo seis
meu
relacionamento havia ido por água abaixo. Infelizmente uma má escolha de Adam
havia acabado com tudo. Se não houvesse uma criança no meio de tudo… Sempre
deixei bem claro que eu nunca ficaria entre ele e seu dever de pai. Se ficar
comigo Adam não vai cuidar de Marisol e dar o que ela precisa. Dói dizer isso,
mas Marisol precisa de Adam muito mais do que eu.
Stephen concordou em se encontrar
comigo em Nova Orleans. Depois de muito insistir ele finalmente aceitou. Não
foi fácil fazê-lo sair de casa e pegar um voo em pleno domingo, mas eu o
lembrei do dia em que ele me pegou do nada na rua. Ao chegar em Nova Orleans no
domingo a primeira coisa que fiz foi procurar um hotel e logo que fiz meu
check-in fui para meu quarto.
Por volta dás dez quatro da tarde
Stephen chegou ao meu hotel. A sua subida já estava mais do que autorizada.
Assim que ele bateu na porta eu abri.
- Mike – falou Stephen na porta.
- por favor Stephen entre.
Obrigado por ter vindo – falei fechando porta – eu sei que você é um homem
ocupado e precisa planejar inúmeros assassinatos.
- nós não vamos discutir isso
outra vez – falou ele rindo – não vai me oferecer algo para beber?
- claro. Temos água com gás, sem
gás, vodca… tudo o que o hotel pode oferecer.
- uma vodca por favor.
Coloquei uma dose e entreguei a
ele. Eu preferi a água com gás.
- e então? O que faz aqui sem
Adam?
- não quero falar sobre isso.
- ok – falou ele se sentando ao
meu lado – porque você me chamou aqui? Qual é esse favor?
- eu recebi essa carta semana
passada – falei entregando a ele.
- sem remetente – falou ele
analisando o envelope, antes de finalmente retirar a carta. – “Há Uma Casa Em
Nova Orleans, Eles A Chamam De O Sol Nascente” – ele virou o papel dos dois
lados – isso por significar qualquer coisa.
- eu sei. É por isso que preciso
de um favor. Quero que pesquise, peça aos seus contatos que descubram algo
sobre quem me enviou essa carta.
- Mike, isso é impossível – falou
ele terminando sua vodca.
- não me venha com essa Stephen –
falei me levantando.
- Mike escuta: é impossível eu
descobrir quem te enviou essa carta, mas eu acho que tenho a resposta.
- e qual seria?
- você vai querer se sentar.
- ok – falei me sentando outra
vez – desembucha.
- primeiro de tudo eu preciso de
contar uma coisa. Uma noticia boa e ruim.
- qual é? Diz logo, você está me
deixando nervoso.
- a boa noticia é que Roman não é
seu pai.
-co-co-como é que é? Roman não é
meu pai? – falei me levantando – como isso é uma noticia boa? você está
mentindo certo? – falei andando de um lado para o outro.
- você não tranzou com seu pai
biológico. Essa é a boa noticia.
- não faz sentido Stephen. Se nem
você e nem Roman são meus pais… quem é? Minha mãe tinha muitos parceiros?
- essa é a noticia Ruim.
- não vai me dizer que…
- exato. Minha querida falecida
namorada não é sua mãe. Nunca foi.
- não?
- Pouco antes daquele dia que te
encontrei para gravar um vídeo para minha campanha, pedi para meu novo chefe de
campanha, Phil, pesquisar um pouco mais sobre você. Acontece que Terry não fez
sua pesquisa direito e Phil descobriu que na mesma semana que deixei meu filho
no orfanato um bebê foi deixado na porta do mesmo orfanato sem nenhuma
identificação.
- mas se o exame de sangue não
foi compatível, nem você, nem com Roman porque veio atrás de mim? Roman sabe
disso? Você disse que o exame provou que Roman é meu pai.
- Isso é impossível já que eu
nunca fiz o exame para confirmar.
- você disse que ele era meu pai.
- eu descobri que Roman tranzava
com minha namorada e se você não era meu filho, eu supus que ele fosse seu pai.
- pelo amor de…
- sinto muito por isso.
- Roman sabe disso Stephen?
- não, não sabe.
- você precisa contar pra ele.
- e você acha que ele vai
acreditar em mim?
- ele vai ficar tão aliviado. Faz
meses que ele não fala comigo. Acho que ele desenvolveu algum tipo de depressão
depois de pensar nas coisas que fizemos juntos.
- sinto muito ter causado isso a
vocês.
- quer dizer que se eu for ao
orfanato eu vou encontrar informações de quem me abandonou?
- infelizmente não. Uma semana
depois que você foi abandonado, houve um enorme incêndio no orfanato causado
pela velha fiação. Infelizmente houve a morte de seis crianças e uma delas foi
o meu filho.
- sinto muito Stephen.
- não sinto. Ele está junto com a
mãe.
- Devido ao incêndio todos
tiveram que ser remanejados para outros orfanatos e você acabou no orfanato da
California onde Larry e sua mãe te adotaram. Como você foi deixado na porta de
um orfanato sem identificação, significa que ninguém sabe sua origem.
- então é isso? Voltei a estaca
zero: não sei de onde vim.
- se eu fosse você teria um pouco
mais de esperanças.
- e porque eu devo ter
esperanças?
- O orfanato a que me refiro fica
bem aqui em Nova Orleans.
Eu olhei pra ele surpreso.
- aqui?
- sim. E adivinha o nome do
orfanato – falou ele apontando para uma parte da frase escrita no papel –
“Orfanato Sol Nascente”. O orfanato fica na parte leste da cidade.
- então alguém sabe alguma coisa
sobre mim. A pessoa que me enviou essa carta.
- pois é.
- pelo amor de Deus Stephen, não
vai me dizer que foi você.
- claro que não. Estou tão
surpreso quanto você. Aquele dia que eu te encontrei eu iria te contar que não
tinha certeza se Roman era seu pai, mas você parecia tão apressado.
- ok, me desculpe é que estou tão
chocado com essa noticia… será que posso ir até o orfanato?
- claro que pode, mas não fique
na esperança de que eles vão revelar alguma coisa. Afinal você foi abandonado
na porta do orfanato.
- qualquer coisa que eles se
lembrarem é uma ajuda… – falei pensando – bem que você podia me dar uma força
Stephen.
- vou ver o que posso fazer.
- então vamos logo.
- Mike, até mesmo um orfanato não
funciona no domingo. Pelo menos a parte administrativa. Vamos dar um descanso
para os responsáveis pelo local. Eu não pretendo ir embora hoje de qualquer
jeito. Você já me fez abandonar minha família em pleno domingo.
- ok – falei pegando um copo de
água gelada e tomando – vou ficar ansioso até lá.
- vamos conversar sobre algo,
dessa maneira você relaxa.
- quer saber? Nem pensar, fora
daqui.
- é assim que você trata o homem
que está te ajudando.
- É sério Stephen.
- Mike, você não tem nenhum amigo
ou parente. Acabou de descobrir que suas origens eram falsas. Acho que precisa
conversar com alguém. Eu sou o mais próximo que você tem de um pai.
- você me causou tanto mal. Eu
devia te odiar.
- Bem vindo ao mundo Mike. As
pessoas são más, mas algumas delas se arrependem. Nem tudo o que reluz é ouro.
As pessoas não são feita só maldade e bondade, todos temos os dois dentro de
nós.
- tudo bem, acho que estou
jugando demais pra quem traiu… esquece – falei voltando até o sofá.
- problemas no paraíso filho?
- não me chama de filho… - falei
enchendo outro copo com vodca e entregando a ele.
- não. Não estou com problemas no
paraíso, porque não existe mais paraíso – falei me sentando ao lado dele.
- quer dizer então que você e
Adam…
- sim. Acabamos – falei mostrando
o dedo bronzeado com a marca da aliança.
- nossa, faz quanto tempo…
- não sei, umas quatro ou cinco
horas.
Stephen engasgou.
- horas?
- sim.
- quer dizer então que vocês
terminaram e você veio para outro estado? A coisa foi feia.
- ele engravidou uma tal de
Marisol…
- latinas. Elas são gostosas.
- obrigado Stephen, sério. Está
me ajudando e muito.
- me desculpa… você também é
gostoso.
- engraçado já que não é com
você.
- eu sinto muito Mike. É sério.
- eu também sinto, mas fazer o
que né?
- puxa, você é mesmo um homem de
caráter. Abandona o amor da sua vida para que ele possa tomar as
reponsabilidade pelos seus atos. Está de parabéns. Pena que eu não sou assim.
- Jura? Não me diga.
- não estou falando de trapaças
Mike – falou ele terminando a segunda dose. Agora ele resolveu beber uma água.
- ok, entendi. Parece que é do
DNA dos homens traírem.
- esqueceu que você é homem?
- reformulando: é típicos dos
homens “Héteros” traírem. Não podem ver um rabo de saia e logo jogam seu
charme.
- você deve estar com muita raiva
né?
- não posso dizer nada. Afinal eu
também o trai, só que eu não engravidei ninguém.
- pra você deve ter sido mais
difícil, você se casou com um homem hétero. Toda vez que ele dorme com uma mulher
é como se ele estivesse dizendo para: “você não consegue me satisfazer, você
não é o suficiente”.
- bom, você conseguiu trazer o
sentimento de volta. Obrigado.
- eu nunca trai minha esposa
sabia?
- ok. Eu finjo que acredito. Você
acabou de dizer que “você não é assim”.
- é mais eu não me referi a
traição. Eu nunca a trai. Eu me referia a tomar a decisão que você tomou. Se
fosse eu tinha matado o Adam.
- e sabemos que você é capaz
disso.
- para de graça, eu já disse que
não matei ninguém.
- me desculpa, é que estou me
sentindo um lixo. – falei repousando minha cabeça para trás – O dia foi muito
estressante.
- eu sei – falou ele ficando em
silêncio.
- pois é – falei sem assunto.
Agora era uma boa hora pra ele dizer: “bom, vou embora”, mas parece que ele
estava gostando de estender a conversa e eu não queria ser sem educação… de
novo. – vou tirar uma água do joelho – falei me levantando e indo até o
banheiro.
Estava com vontade faz um bom
tempo porque fiquei lá por um bom tempo. Depois de lavar as mão e abrir a porta
do banheiro eu levei um susto. Stephen estava no quarto bem em frente a porta.
- me mata de susto – falei
tentando desviar, mas ele ficou na minha frente. Ele não deixava eu passar.
Fiquei assustado. Pensei em empurrá-lo ou algo. Afinal não seria a primeira vez
que ele tentava me matar.
- sabe porque nunca trai minha
mulher?
- ainda estamos falando sobre
isso? – perguntei sem graça.
- porque não tive chance.
- por favor Stephen. Um homem
rico e poderoso como você deve ter todas as mulheres ao seu pé quando você
quiser.
- esse é o problema. Não são as
mulheres que me interessam – falou ele
parecendo agitado. Sabe quando você quer fazer ou dizer algo ao qual não
tme certeza, mas algo dentro de você quer tanto que você acaba transparecendo e
ficando inquieto? Esse era Stephen.
- você é um pervertido sabia?
- nem todos tem a coragem que
você teve. Alguns tiveram que fazer escolhas ruins das quais se
arrependem.
- Você não é gay Stephen. Não
adianta vir com essa agora.
- Tente ver meu lado Mike. Eu sou
um politico poderoso, candidato a presidência, tenho mulher e filhos… nunca
tive uma chance como essa.
- chance? – antes que terminasse
de dizer ele me pressionou contra a parede. Eu me preparei para dar um chute
nele quando o que senti não foi uma mão na garganta ou um soco no rosto, mas a
boca de Stephen na minha. Sua língua estava dentro da minha boca. Por alguns
segundos foi inevitável. O beijo aconteceu e eu não o impedi, mas algo dentro
de mim dizia que aquilo era errado. Eu o empurrei – o que está fazendo? – falei
indo até a sala..
- O que foi Mike? Vai me dizer
que não está com vontade.
- quer saber Stephen? Pega seu
avião e vai embora – falei abrindo a porta – não preciso da sua ajuda. Você já
fez o suficiente por hoje.
Ele andou até a porta e parou na
minha frente.
- te encontro amanhã no orfanato
– falou ele com um meio sorriso passando o dedão no meu lábio e no meu queixo
limpando um pouco da baba.
- você e eu, isso nunca vai
acontecer – falei empurrando ele pra fora.
- como você disse, é difícil
resistir a um homem rico e poderoso como eu.
- Verdade, eu não resisti ao Adam
e veja só como acabou?
- por favor, você me fez sair de
casa do domingo.
- Não vai acontecer Stephen. Se
vire com a escolha que fez na vida, contrate um garoto de programa – falei
fechando a porta na cara dele.
Era só o que me faltava. Andei em
direção ao sofá com o coração palpitando. Por um pequeno momento, pensei que
Stephen fosse me machucar, mas o que veio foi pior do que qualquer coisa que
ele pudesse fazer. Confesso que a ideia não é tão ruim, mas tudo o que consigo
pensar é em sua esposa em casa, cuidando dos filhos dele enquanto ele está em
outro estrado tentando trai-la com uma pessoa de outro sexo. Eu conheço a dor e
prometi a mim mesmo não causa-la a ninguém.
De longe eu vi a enorme casa.
Vermelho e azul se estendiam por todos os lados. Na entrada havia o endereço
com a inscrição “Orfanato Sol Nascente”. A casa a qual a carta misteriosa se
referia. Vários garotos e garotas de as idades saiam pelo portão, ao longe
surgiu o ônibus escolar. Provavelmente o orfanato era cuidado pela igreja com
ajuda do estado porque freiras eram que organizavam as enormes filas.
Logo ao lado haviam uma
construção. Um prédio de poucos andares estava sendo construído logo ao lado.
Algumas das crianças passaram correndo por mim e em seguida uma freira. Um
padre estava parado em frente ao portão, como era de se imaginar ele quem
comandava o orfanato. Os tempos avançam, mas tudo continua tão medieval.
Esperei alguns minutos sem me
aproximar e resolvi dar uma volta ao redor, pelo enorme orfanato seguindo a
grade pelo lado de fora. Era tudo gigante. Tentei reconhecer algo, mas logo
percebi ser impossível já que passei apenas sete dias, antes dele pegar fogo,
sem contar que depois da reconstrução, algumas coisas estariam diferentes.
O relógio no meu pulso marcava
quase oito da manhã. Fui até o fim da rua e voltei e foi na volta que um carro
buzinou. Ao olhar para trás vi Stephen saindo do carro dirigido por um dos seus
guarda-costas.
- bom dia – falou ele vindo para
um aperto de mão.
- bom dia – falei me virando e
continuando a andar – está atrasado.
- você mandou eu não vir. Eu
estou aqui de pura bondade.
- Se quiser ir embora pode ir, eu
consigo arrancar dessa gente o que eu quiser.
- boa sorte – falou ele andando
ao meu lado. Agora o ônibus escolar partia e uma das freiras acenava
freneticamente para as crianças.
- bom dia irmã – falou Stephen
estendendo a mão para a freira.
- bom dia – falou ela apertando a
mão dele e depois a minha.
- posso te chamar de irmã?
- Irmã Christian – falou ela –
vocês vieram falar sobre adoção?
- não…
- sim – falou Stephen segurando
minha mão – nós não temos hora marcada, mas gostaríamos de ver as crianças,
espero que não se importem.
- sem problemas, as crianças maiores
já se foram, mas as pequeninas ainda estão dormindo, me sigam – falou ela indo
até a entrada. Stephen e eu a seguimos. Eu puxei minha e Stephen a soltou.
- como vocês podem ver o Orfanato
Sol Nascente existe a mais de três décadas, é claro que nada parece tão antigo
devido ao nosso incêndio a vinte e três anos atrás. – ela falou isso parando no
salão principal onde tinha uma placa com seis nomes: Cory era uma delas. Eu vi
o terror no olhar de Stephen ao ver o nome do filho.
- você está bem? – perguntei me
aproximando dele.
- estou sim – falou ele forçando
os olhos para ler melhor, ou para evitar o choro – deus sabe o quanto eu queria
que você fosse meu filho agora.
- sinto muito Stephen.
- estou bem – falou seguindo Irmã
Christian.
Nós subimos as escadas até chegar
nos berçários. Os bebês dormiam profundamente.
- recebemos muitas crianças,
especialmente daqui á dois meses.
- porque?
- daqui a dois meses será
Setembro. Serão nove meses após o natal e o ano novo – falou ela se referindo
as festas de fim de ano.
- entendi – falei sem graça.
- não se acanhe – falou a irmã –
preferimos assim, não apoiamos o aborto e estamos sempre fazendo campanha para
que os adolescentes doem seus bebês – falou ela olhando para mim sorrindo –
você é contra o aborto certo? – perguntou ela para mim.
- sim – respondeu Stephen –
totalmente.
- si-sim – respondi seguindo a
onde dele.
- você acha que temos alguma
chance? – perguntou Stephen – quer dizer…
- claro que sim – falou ela
andando até o próximo quarto – eu por exemplo não vejo nenhum problema em
casais do mesmo sexo adotar – falou ela abrindo a porta de um dos quartos. Um
pequeno bebê dormia calmamente entre vários.
- Irmã Christian? – perguntou uma
voz logo atrás de nós.
- Padre – falou a irmã parecendo
amedrontada.
- o que está acontecendo aqui?
Quem são esses dois?
- esse casal veio dar uma olhada
nas crianças.
- irmã, estão precisando de você
no refeitório.
- sim senhor – falou ela seguindo
outro caminho.
- Meu nome é… – falou Stephen se
aproximando.
O padre virou as costas pedindo
para que nós o acompanhássemos. Nós o seguimos até sua sala. Ele fechou a porta
assim que entramos.
- irmã Christian não devia ter
deixado vocês entrarem.
- nós só queríamos dar uma olhada
nos bebês… - falei tentando dobra-lo.
- não me venha com essa fala
mansa, eu sei muito bem quem é você – falou ele parado de frente para a mesa –
você é quem teve os vídeos de sexo vazados. Você nunca vai conseguir adotar uma
criança aqui. Se dependesse de mim você nunca adotaria nenhuma criança.
- hey hey… calma ai… - falou
Stephen dando dois passos até o homem – se você conhece ele provavelmente sabe
que meu sou?
- não.
- meu nome é Stephen Griffiths,
governador de New Hampshire e candidato a presidência.
- mu-muito prazer – falou o
padre.
- você também sabe que esse jovem
aqui é meu filho? Eu não o culpo se não souber. Houveram alguns atritos entre
meu filho e eu no passado, mas estamos bem agora.
- vocês não vieram adotar um bebê.
- o senhor é inteligente padre.
Também deve imaginar porque estamos aqui.
- não faço a mínima ideia.
- eu recebi essa carta – falei
colocando em cima da mesa – ela veio com o trecho de uma música antiga de um
grupo chamado The Animals: “Há uma casa em Nova Orleans, eles a chama de O Sol
Nascente”.
- pode ser coincidência.
- não é coincidência padre. Eu
abandonei meu filho aqui há vinte e três anos atrás. Antes do grande incêndio.
- não posso fornecer informações.
- sua instituição aqui é grande
Padre…
- Wilson.
- sua instituição aqui é grande
Padre Wilson. Eu posso conseguir que ela receba mais verba. Tenho alguns amigos
que me devem favores. Tudo o que precisa fazer é dar tudo o que o Mike
precisar.
- o que ele precisa?
- o que eu disser aqui e agora não
pode sair dessa sala – falou Stephen se sentando em uma das cadeiras e eu fiz o
mesmo.
- sim senhor.
- padre Wilson, Mike não é meu
filho verdadeiro. Meu filho verdadeiro se chama Cory e seu nome está naquela
placa de metal na entrada. O que o Mike quer saber é quem são os verdadeiros
pais.
- só um instante – falou ele
pesquisando algo no computador. Ele não encontrou nada inicialmente, mas se
levantou rapidamente e saiu da sala nos deixando a sós.
Aproveitei a deixa para conversar
com Stephen.
- deve ser doido ver o nome do
seu filho naquela placa.
- por favor Mike, eu sou gay, mas
não sou sentimental como você e sua turma.
- Uau! Eu e minha turma? Isso foi
bem ofensivo.
- não foi minha intenção – falou
ele se levantando – só porque te beijei não significa que vou compartilhar com
você meus medos e sentimentos.
- não está mais aqui quem
perguntou.
Depois de vários minutos o padre
finalmente voltou, mas dessa vez com outra freira.
- Sr. Griffiths essa é a irmã
Monalisa.
- por favor me chamem apenas de
Irmã Lisa – falou ela apertando nossa mão.
- você contou para ela? –
perguntou Stephen.
- irmã Lisa tem minha total
confiança. Não contaria a ela se não confiasse totalmente nela.
- tudo bem – falou Stephen.
- Sr. Griffiths temo ter que dar
uma má noticia – falou irmã Lisa – infelizmente qualquer arquivo que pertença
ao seu filho foi queimado durante o incêndio.
- como você conseguiu essa
resposta tão rápido? – perguntou Stephen.
- foi por isso que o padre me
trouxe. Eu sou encarregada das coisas por aqui quando Padre Wilson não está e,
pode ser coincidência, mas a mais ou menos um mês um homem veio aqui
perguntando sobre um bebê abandonado na noite de 11 de julho de 1999.
- meu aniversário – falei para
ela – como você sabe que ele veio procurar por meus arquivos?
- eu nunca vou esquecer o dia que
você foi abandonado. Eu era nova no orfanato e fazia minha ronda noturna como
sempre. As novas sempre ficavam com os trabalhos mais pesados. Me sentia feliz
por estar no meio de crianças e adolescentes. De algum modo sentia que estava
fazendo a diferença no mundo. As outras irmãs haviam me avisado que havia um
lado ruim nisso tudo e eu descobri isso na minha segunda semana.
O dia estava chuvoso. Nessa
semana a cidade estava cheia de turistas pelo Mardi Gras. O padre Wilson nos
fazia orar todas as noites pela cidade e o pecado que acontecia do lado de fora
das portas. Antes de finalmente ir para a capela eu ouvi alguém atirando
pedras. Eu fui até a entrada para chamar a atenção dos vândalos que estavam
fazendo isso. Eu olhei pela janela e não vi ninguém, mas ouvi um choro. Quando
abri a porta do orfanato não vi nada, mas próximo ao portão havia uma cesta de
vime e nela havia uma criança. Você – falou ela olhando para mim. Era como se
ela estivesse revivendo aquele momento.
Eu o peguei no braço. Você estava
gelado pela chuva. Você parou de chorar assim que sentiu o calor da minha
roupa.
- como você pode ter certeza de
que era eu?
- porque… - falou ela olhando
para o padre.
O Padre confirmou com a cabeça.
- eu iria deixar o hábito para
adotá-lo. Não sei porque, mas aquele pequeno bebê que peguei nos braços
despertou algo em mim. Eu já não tinha certeza do que queria na vida. Durante
dezenove anos pensei no que queria ser e me tornei freira. Bastou apenas
algumas horas com você no braço e eu sabia que tinha nascido para ser mãe. A
maioria das crianças são doadas a nós pelos próprios pais. Pensei em Stephen,
que havia abandonado o filho na mesma semana. Ele havia ido até o orfanato e
deixado a criança aos cuidados da freira.
- e porque desistiu?
- naquela mesma semana apenas uma
criança havia sido deixada.
- o meu filho – falou Stephen.
- o seu filho – falou ela –
Depois do incêndio apenas uma das crianças sobreviveu.
- como você sabe que aquele bebê
era eu?
- na sua primeira semana, você
teve uma horrível reação alérgica. O médico veio e depois de alguns exames e de
analisar toda a comida descobrimos que o bebê tinha alergia a…
- … morangos. – terminei – eu
tenho alergia a morangos.
- espera um pouco… - falou
Stephen – essa história não tem sentido. Como você sabe que o homem que veio
aqui procurava por ele?
- porque ele se referiu ao bebê
como Mike. No começo não soube dar a informação porque como eu o encontrei fui
eu quem o batizou. Thomas. Esse foi o nome que eu te dei.
- o homem então disse a data
exata em que o bebê foi abandonado.
- você sabe quem é ele? Pode me
dar seu endereço?
- infelizmente o homem saiu daqui
sem dar nenhuma informação.
- porque ele precisava de
informação se já sabia quem eu sou?
- não sei.
- tem certeza que ele não disse
nada?
- não, mas… - falou ela pensativa
– pensando bem, tem algo que me chamou a atenção. Ele usava um uniforme.
- você se lembre de onde?
- se não me engano é de um
açougue no centro: Açougue Jackson. Fica próximo a Praça Jackson
- anota em algum lugar Stephen.
- não precisa Mike – falou
Stephen se levantando – Açougue Jackson na Praça Jackson, não se preocupe Mike,
eu nasci aqui. Sei onde fica tudo.
- muito obrigado – falei me
despedindo
Stephen e Eu saímos do orfanato.
- o que você quer fazer? –
perguntou Stephen.
- o que você acha? Vamos até esse
açougue.
Stephen deu um meio sorriso e nós
dois andamos de volta até seu carro.
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Tipica estoria de gente mimada,acha que o mundo e as pessoas sempre giram em volta dele.Primeiro todo mundo e gay/bissexual, Segundo todos querem transar com o Mike'Terceiro Mike troca de AMOR a cada capitulo,aposto que no próximo ele vai falar q ama o Bryan mais q tudo e não pode viver sem ele,sendo q acabou de conhecelo,antes eu achava q os comentários que diziam que o Mike era desesperado e promíscuo eram exagerados,mas agora vejo que são totalmente certos!!EeEEE o melhor,ele continua chupando os outros sem camisinha,Valeu Mike ,e gracas a Via dos Promíscuos igual a você que a AIDS se espalha cada vez mais rápido!!!
ResponderExcluirObrigado pelo seu comentário. Fico feliz que esteja acompanhando. aprendi muito nessa caminhada. Uma amiga e autora de livros que também é uma palestrante me disse: é tão feio um autor batendo boca com quem não gostou.
ExcluirFico realmente feliz que minha estória tenha te envolvido tanto ao ponto de você acompanhar mesmo não gostando. Você não é obrigado a gostar nem a concordar com o que escrevo e fico feliz por estar expondo sua opinião.
Aprendi que não posso agradar a todos. Pode ser a melhor estória do mundo, alguém não vai gostar. Se nem Jesus agradou todo mundo, eu é que não vou.
Obrigado pelo comentário ;) e em breve teremos mais um capítulo sem camisinha :)