BOMBA RELÓGIO capítulo vinte e dois
F
|
azia duas semanas que estava morando com Nathan.
Parecia uma eternidade. Passava a maior parte do tempo preso no quarto. Eu não
queria me intrometer na vida deles e também não queria topar com Marisol. Eu me
conhecia o suficiente para saber que se ficasse muito tempo com ela eu acabaria
contando o seu segredo. Por mais que tivesse vontade de acabar com a vida dela
do mesmo jeito que ela acabou com a minha eu pensava em Nathan. Ele era um
homem bom e algumas coisas nunca devem ser ditas. Ele lembrava meu pai que
também era Estéril. Ele ficou tão feliz quando conseguiu engravidar Vanessa.
Adam havia “visitado Nathan” pelo
pelos umas cinco vezes durante esse tempo. Procurava nem me encontrar com ele,
apesar de vê-lo algumas vezes. Nós apenas nos cumprimentamos educadamente. Não
queria mais nada com ele. Adam era página virada em minha vida.
- Mike – falou Nathan batendo na
porta.
Eu me levantei e abri.
- oi – falei olhando no relógio.
Era quase dez da noite – não vi você chegar. Pensei que estava sozinho a muito
tempo.
- eu cheguei agora, mas Marisol
esta aqui desde muito cedo.
- nem percebi.
- você come qualquer tipo de
comida?
- como sim.
- vou pedir.
- não precisa estou sem fome. Não
se incomode, eu nem comi o que Marisol fez.
- ela não fez. Marisol não gosta
de fazer comida. Ela odeia o cheiro que fica nas mãos.
- ela nunca faz? Você tem que
comprar?
- ou fazer – completou ele.
- puxa… desculpa. Acho que pareci
um pouco inconveniente. Quem sou eu para julgar.
- não se preocupe – falou ele com
um meio sorriso – enfim… come qualquer coisa? Desde comida indiana á pizzas?
- qualquer coisa.
- beleza – falou ele lambendo os
lábios.
- até – falei fechando a porta.
Ele bateu nela antes que pudesse
trancar. Eu a abri novamente.
- o que você pensa que está
fazendo?
- não quer que eu feche a porta?
- quero que saia desse quarto.
Você nem sabia que Marisol estava aqui. Você tem passado os dias trancado ai
dentro.
- é que não quero me intrometer
sabe? Sou como um rato: eu moro aqui, como da comida de vocês, mas só apareço
quando vocês não estão.
- deixa de bobeira. Vem – falou
ele seguindo pelo corredor. Infelizmente, contra minha vontade, eu tive que ir.
Desci as escadas e fui direto
para a sala e me sentei no sofá.
- quero que se sinta em casa
- já me sinto.
Ele pegou o telefone e ligou
pedindo comida mexicana. Era apimentada, mas ele disse estar acostumado.
- e então? O que te feito todos
os dias? – falou ele se sentando ao meu lado.
- você sabe. Trancado no quarto o
dia inteiro, mas pensando bem acho que vou começar a fazer as coisas por aqui.
Posso limpar o apartamento, organizar tudo e fazer o jantar. Dessa forma você
chega todos os dias e tem comida pronta.
- por favor. Não precisa a
diarista vem todas as semanas.
- eu sei. Não quero tirar o
emprego dela é que eu quero ajudar de alguma forma.
- você que sabe.
- eu faço questão.
- boa noite – falou Marisol
chegando na sala.
- boa – respondi se muita
vontade.
Me sentia péssimo quando me
encontrava com ela. Eu me sentia como ela. Estávamos os dois enganando aquele
homem.
- Ethan dormiu? – perguntou
Nathan.
- dormiu sim – respondeu Marisol
– você resolveu sair do quarto?
- sim.
A partir do momento em que ela se
sentou na sala o silêncio predominou. Não tinha nada o que conversar na
presença dela.
Logo que a comida chegou comemos
e em seguida ficamos assistindo a televisão. Me sentei na poltrona e deixei o
sofá livre para o casal dono da casa. Pegava Marisol me olhando as vezes, mas
eu não dava nem moral.
Será que ela e Adam não pensaram
que um dia eu iria descobrir? Nathan considera Adam um amigo e pelo visto Adam
considera Nathan um amigo também roque Adam costuma tranzar com as esposas de
seus amigos.
Minha perna doía da tornozeleira
e eu senti uma pontada que me fez fazer “ai” e resmungar bem baixo.
- o que foi? – perguntou Marisol
tentando parecer amigável.
- essa tornozeleira está começando
a me irritar. Acho que ela está apertada demais.
- eu sei o que pé – falou Nathan
largando Marisol e se sentando na ponta do sofá – coloca sua perna aqui – falou
ele pedindo que eu colocasse minha perna em sua perna. Vi que Marisol gritou de
raiva por dentro.
- OK – falei levantando minha
perna e colocando de modo que ele pode segurar meu pá.
- não é a tornozeleira, é que
você está passando muito tempo sem se mover. Fica só deitado ou sentado. Você
precisa caminhar, fazer algum exercício – falou ele massageando meu pé. Suas
mãos grandes eram quentes.
- você leva jeito.
- antes de me formar em direito
fiz dois anos de fisioterapia – falou ele com um sorriso.
Notei que isso irritava Marisol porque ela
logo se levantou e foi até a cozinha.
- você tem o dom – falei sentindo
a dor desaparecer.
- agora é oficial – falou ele
massageando meus dedos – você não vai ficar dentro daquele quarto por mais que
duas horas sem se levantar e fazer trinta minutos de caminhada. Se eu te pegar
naquele quarto vou ficar muito bravo.
- tudo bem – falei relaxando. Me
sentia culpado por não contar a verdade a Nathan, mas notei que não preciso
contar nada quando tudo o que tenho que fazer é me vingar dela. Ela acha que
tirou a sorte grande? Eu faria isso pelo bem de Nathan, sabe-se lá o que uma mulher
dessa é capaz de fazer por dinheiro? Bom, pelo menos eu sei muito bem o que ela
faz por dinheiro. Olho por olho. Dente por dente. Ela seduziu meu marido. Nada
mais justo do que fazer o mesmo.
Ela voltou da cozinha e eu me
estiquei e peguei a mão de Nathan.
- parece que a dor está
localizada aqui – falei colocando a mão dele no meu tornozelo logo abaixo da
tornozeleira, mas eu não tirei a mão eu deixei minha mão em cima da dele como
se estivesse guiando-o.
- Nathan, vou me deitar – falou
ela se sentando ao lado dele e beijando seu ombro – você vem?
- pode ir, depois eu vou – falou
ele dando um beijo na boca dela.
- boa noite Marisol – falei
acenando.
Quando estava ao longe ela olhou
para mim pela última vez antes de subir as escadas. Não sei quanto tempo
duraria, mas já estava adorando aquele jogo.
Nathan continuava massageando meu
pé e olhou para mim.
- Mike, os familiares de Marisol
virão no sábado para um almoço e eu gostaria que você estivesse conosco.
- não, por favor. Não se sinta
obrigado a fazer isso. Não quero atrapalhar.
- não vai. Faço questão.
- tudo bem. Se insiste.
Mais alguns minutos se passaram e
eu decidi que já não doía mais nada.
- já está melhor Nathan. Muito
obrigado.
- bom… vou me deitar – falou ele
se levantando – se quiser pode ficar aqui assistindo TV.
- tudo bem – falei me sentando
direito no sofá.
- boa noite – falei ele indo até
a cozinha. Em seguida ele apagou a luz e subiu as escadas parecendo irritado.
Coloquei a TV no volume baixo ao
qual não atrapalhasse o sono deles e depois de alguns minutos assistindo a um
suspense eu notei que alguém estava conversando. Parecia uma discussão. Notei
que era entre Nathan e Marisol.
Subi as escadas bem devagar e
entrei no meu quarto, que ficava ao lado do deles. Eu conseguiria ouvir toda a
conversa.
- é pedir muito Marisol? – falou
Nathan – eu trabalho o dia inteiro e você mal aparece no trabalho. Você fica
quase o dia todo atoa e não pode nem lavar as louças? Como fui casar com uma
mulher tão porca.
- nós temos empregada.
- isso não justifica a sujeira em
que se encontra a cozinha. Você já não faz comida porque tem mãos de donzela e
não pode nem lavar as louças?
- porque está tão irritado
Nathan? É só pedir para a diarista vir mais vezes na semana.
- não se trata disso Marisol. Se
trata de um ser humano viver na sujeira por preguiça. Quer dizer que se a
diarista vir uma vez no mês vai juntar as louças de um mês? O apartamento vai
ficar sujo um mês?
- você vai acordar o Ethan –
falou Marisol.
- Bryan vem me visitar essa semana.
Imagina o que ele não vai pensar ao ver a casa desse jeito? Ele já não gosta de
você.
- essa é sua especialidade né?
Trazer para dentro dessa casa pessoas que me odeiam.
- o que quer dizer com isso? Você
trate de respeitar meu filho.
- Mike.
- o que? De onde você tirou que
ele te odeia?
- não sei – falou Marisol
parecendo arrependida de ter tocando no assunto – é só o jeito que ele olha pra
mim.
- puxa vida – falou Nathan dando
risada – você é uma piada Marisol. Diz logo que você odiou eu tê-lo trazido.
Você me odeia por tê-lo trazido para dentro da minha casa.
- não vou mais ficar aqui ouvindo
isso. Vou ver se por acaso sua gritaria não acordou o Ethan.
- sério? Não quer que eu chame a
diarista pra olhar não?
Marisol saiu do quarto batendo a
porta. Assim que ela passou pelo meu quarto eu abri a porta e sai e sem olhar
para trás desci as escadas. Eu queria que ela soubesse que eu ouvi a discussão.
Ela ficaria muito mais paranoica agora que eu sei que seu casamento não é tão
perfeito assim.
Desci as escadas e fui até a
cozinha. Liguei as luzes e vi a cozinha bagunçada. Desculpa diarista, mas você
acaba de perder seu emprego. Eu então coloquei a mão na massa. Tentei fazer
tudo com o menor ruído o possível. Lavei todas as louça e em seguida arrumei
toda a cozinha. Deixei ela brilhando. Aproveitei o embalo e arrumei todo o
resto do apartamento. Fui me deitar pouco antes das três da madrugada.
Acordei cedo no dia seguinte e
fiz o café da manhã.; Não sabia o que ele costumava comer, mas resolvi fazer
panquecas.
- bom dia – falou ele descendo as
escadas e chegando na cozinha.
- bom dia – falei me virando e
tirando o avental que usava.
- não importa o quanto eu discuta
com Marisol, ela sempre arranja um jeito de me agradar – falou ele se referindo
a cozinha.
- na verdade… - falei colocando a
última panqueca no prato – fui eu quem arrumou tudo. Eu disse que queria
contribuir com algo lembra? Decidi começar arrumando tudo.
- é por isso que está tudo
brilhando – falou ele sentando.
- eu me atrevi a fazer o café da
manhã.
- parece bom – falou ele pegando
o prato e colocando o mel por cima. Ele tirou um pedaço com o garfo e colocou
na boca.
- o que achou?
- Delicioso! – exclamou ele.
- Marisol já foi para o trabalho?
é que eu preparei um prato pra ela.
Nathan riu.
- aquela ali só vai acordar lá
pelas onze da manhã.
- tudo bem. Eu guardo pra ela.
- fico agradecido por fazer o
café da manhã, mas não quero que faça por obrigação.
- não se preocupe. Não me
importo, por falar nisso… você almoça onde? restaurante? Não prefere vir
almoçar aqui?
- não obrigado. Não quero abusar.
- não é abuso. Eu posso fazer.
- você vai me acostumar mal.
- OK, mas o jantar eu faço
questão de fazer.
- Amanhã você vai ter um
convidado a mais para seu jantar.
- quem?
- meu filho.
- você tem outro filho?
- sim. Adotado.
- igual a mim.
- sim.
- seu nome é Bryan. Ele está no
exército e decidiu passar esse fim de semana aqui em casa.
- tudo bem. Eu não me importo. Eu
sou um bom cozinheiro.
- você é perfeito. Nem acredito
que estou tomando o café da manhã em casa. Geralmente só tomo um café e levo
algo para comer no escritório mesmo.
- fico feliz de estar ajudando.
- olha eu sinto muito por ter que
ouvir nós brigarmos ontem a noite. Eu não sei se deu para ouvir daqui de baixo,
mas estou pedindo desculpas porque você vai ouvir muitas brigas por aqui.
- não se preocupe. Acontece em
todos os casamento.
- não. Você não entende. Nós
íamos nos separar antes do Ethan sabe… eu pensei que nossos problemas
desapareceriam, mas a verdade é que o filho só anestesiou por alguns meses. Nós
nunca melhoramos de verdade.
- não se preocupe, tudo vai
melhorar – falei colocando minha mão em cima da dele.
Nathan estava de costas para as
escadas a mais ou menos seis metros de distância..
- agora eu entendo porque Adam
deixou as mulheres pra lá.
- Não é bem assim não… – falei
rindo – eu estou aqui hoje porque ele não foi fiel a mim – eu me levantei da
cadeira e ao passar do lado dele ele segurou meu braço.
- Mike… - falou ele pensativo.
Ele hesitou. Seja lá o que ele fosse fazer ele não fez – …você acha que eu
posso? Quer dizer… acha que eu consigo?
- consegue o que?
- ser como Adam – falou ele
cochichando – no sentido sexual.
- porque está me perguntando isso?
- você está aqui a duas semanas e
eu sinto que você é mais parceiro de mim do que Marisol já foi em anos de
casamento. Você é gentil. Quero ter o que você e Adam tiveram.
- você não deve usar Adam como
referência. Veja só como acabamos?
Nesse instante Marisol desceu as
escadas bem devagar sem fazer barulho e ficou no segundo degrau olhando para
nós.
- você é gay? – perguntei para
Nathan.
- não, mas Adam também não é.
Talvez eu consiga.
- olha, não sei se Adam é gay ou
não. Talvez ele seja até bissexual, mas eu não sei porque Adam detesta rótulos.
O fato é que ele tranza comigo e tranza com mulheres. Não use Adam como
referência.
- eu queria tanto poder ter uma
noite com você – falou Nathan – você está sendo tão simpático em cuidar de mim.
fazer meu café da manhã cuidar da casa – falou Nathan aproximando o rosto do
meu – nunca ninguém cuidou de mim dessa forma, o mínimo que posso fazer é
cuidar de você.
Me aproximei dele e dei um selo
na sua boca.
- só tem uma forma de saber –
falei levando minha mão direita até o meio das pernas dele e comecei a esfregar
minha mão tentando fazer o pau dele ficar duro.
Nathan fechou os olhos e respirou
fundo sentindo minha mão esfregar no pau dele.
- delicia – falou Nathan.
Aproximei meu rosto do dele e nós
demos outro selo e dessa vez em atrevi a enfiar minha língua na boca dele e
Nathan correspondeu o beijo. O gosto da boca dele era peculiar me lembrava o
gosto da boca de Adam.
- olha só – falei parando de
beijá-lo e segurando o pau dele que agora estava duro – está duro – falei
apertando.
- você quer? – falou ele
respirando ofegante – podemos fazer aqui e agora. Marisol está dormindo nem vai
perceber.
- você quer mesmo Nathan? Você é
um homem bonito e com certeza estou atraído por você, mas tem certeza que quer
fazer isso?
- quero.
- quer saber? Pense bem durante o
dia. Se no final do dia ainda quiser, venha até meu quarto no meio da noite.
Vou estar disposto a te dar o que você quer.
- OK – falou ele nervoso.
Continuei segurando o pau dele.
- não vai soltar?
- quero aproveitar caso mude de
idéia – falei olhando para Marisol.
Estava com o pau do marido dela
duro na minha mão. Agora ela sabe o que senti. Ela seduziu meu marido e agora
ela sabe como me senti.
Em seguida tirei minha mão.
- obrigado – falou ele com um
sorriso. Suas mãos tremiam. .
- vou subir – falei colocando a
mão direita no rosto dele e alisando.
- obrigado pelo café da manhã –
falou ele comendo outro pedaço.
Andei até Marisol nas escadas e
parei ao lado dela.
- você vai se arrepender – falou
ela.
- hoje a noite seu marido vai
tranzar comigo. Não sou eu quem vai se arrepender.
- você não pode me ameaçar dentro
de minha própria casa e além do mais, meu marido é homem. Ele não é o Adam.
- você está certa. Com certeza
seu marido é hétero. Não foi fácil fazê-lo ficar excitado, mas a questão é: seu
marido hétero está louco pra me comer e está disposto a fazer isso no quarto ao
lado enquanto você dorme. Ele é um homem maravilhoso e merece saber a verdade.
- não é apenas pelo dinheiro. Eu
o amo.
- Se você o ama, você mesma vai
querer dar essa noticia.
Ela não respondeu nada.
- Uma semana – falei subindo as
escadas – Tic Tac, Tic Tac… - é apenas uma bomba relógio esperando para
explodir.
- só vou contar se você não fizer
sexo com ele.
- gostaria de prometer isso a
você, mas prometi a Nathan primeiro e Promessa é divida. Não depende mais de
mim. Se ele vier ao meu quarto essa noite vou fazer sexo com ele. Com muito
prazer.
0 comentários:
Postar um comentário
Comente aqui o que você achou desse capítulo. Todos os comentários são lidos e respondidos. Um abração a todos ;)