Capítulo 49: Cruel Diamante Azul | Conto: Cruel Sedutor

XLIX

Cruel Diamante Azul

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D

epois que tomei banho liguei para o Dr. Joseph Baez. Ele era um ótimo advogado e havia me ajudado a ganhar a guarda de Roger. Talvez Casey precisasse de um advogado. Depois de falar com ele eu liguei para minha mãe e perguntei como estava na delegacia. Ela disse que Casey estava dando depoimento e que os investigadores ainda teriam que pegar o depoimento dela e de meu pai. Caso fosse necessário Nick e eu também seriamos chamado para depor posteriormente. Nick não estava em casa. Ele tomou banho e foi ao mercado comprar algumas coisas para nossa noite de filmes. Eu estava dando l

eite ao Roger. Ela estava sonolento e eu tomava cuidado pra ele não dormir enquanto bebia o leite.

- Stanley? Eu cheguei! – gritou Nick aparecendo pela porta da garagem e colocando as sacolas em cima da mesa.

- shhh! – falei vindo da sala – ele está quase dormindo – falei me aproximando de Nick.

- foi mal – falou Nick apertando os lábios. Ele estava com uma expressão feliz apesar da situação em que Casey se encontrava. Acho que assim como eu ele não acredita que Casey foi capaz de fazer algo.

Nick voltou até a cozinha e colocou as cervejas na geladeira. Ele tinha comprado sorvete e algumas latas de Ginger Ale. Ele tirou algumas pipocas de micro-ondas e pegou os baldes de pipoca listrados de branco e vermelho.

Roger estava dormindo. Fui até a cozinha e deixei a mamadeira dele e subi as escadas colocando ele no berço. Liguei o abajur de onça que Clyde havia dado de presente para Roger. Coloquei a babá eletrônica perto do berço e fechei a porta do quarto com a outra babá eletrônica na mão.

Nick estava subindo as escadas com um balde de pipoca em uma mão e duas latas de cerveja e uma de Ginger Ale na outra.

- ele dormiu? – perguntou Nick.

- sim – falei pegando o balde de pipoca da mão dele.

Nick abriu a porta do quarto e ligou a TV colocando no Netflix. Coloquei o balde de pipoca no criado mudo do lado esquerda da cama. Era onde eu sempre deitava. Meu irmão colocou as latas de refrigerante, cerveja e a carteira de cigarros no criado mudo do lado direito.

- o que vamos assistir? – falei tirando minhas sandálias e sentado na cama me escorando na macia cabeceira colocando um travesseiro no colo.

- você escolhe – falou Nick fazendo o mesmo. A diferença é que ele tirou a camiseta e foi logo se sentando ao meu lado estirado na cama. Peguei a pipoca e ele pegou uma das cervejas.

- escolhe você Nick. E a tradição. Nós fazemos isso desde pequeno, lembra? Quando você me fez assistir Tubarão 1 e 2 em seguida.

- eu já pedi…

- brincadeira Nick – falei me esticando na direção de Nick e quase indo por cima dele para pegar meu refrigerante. Inclusive senti a respiração dele no meu pescoço. Meu irmão nem fez questão de se afastar um pouco – poxa Nick, obrigado – falei voltando e abrindo meu refrigerante e tomando um gole.

- que foi? – falou Nick tomando a cerveja dele e pegando um pouco da pipoca.

- você nem pra se afastar um pouco pra eu pegar a pipoca – falei pegando um bocado e levando até a boca.

- foi mal – falou ele pegando pipoca do balde.

- nós vamos ficar aqui deitados na sua cama encarando ao logo do Netflix? Escolhe logo Nick. O que você escolhe tá bom. Qualquer coisa pra distrair.

- qualquer coisa que me faça esquecer de ontem – falou Nick escolhendo um filme de um casal que se perde no Grand Canyon.

Nós assistimos ao filme e na metade o balde de pipoca estava quase vazio. Coloquei ele no criado mudo e me levantei rápido indo até a cozinha pegando outra lata de refrigerante para mim.

- não demora! – falou Nick quando sai do quarto.

Desci as escadas e fui rapidamente até a cozinha e peguei duas latas de refrigerante e uma de cerveja. Coloquei a pipoca no micro-ondas para estourar e coloquei no balde. Subi as escadas chegando ao quarto. Nick estava fumando um cigarro quando cheguei. Coloquei as latas em cima do criado mudo e entreguei as de cerveja para Nick que estava usando uma delas como cinzeiro. Ele colocou o filme para rodar quando eu me deitei ao lado dele.

O filme estava rodando e eu estava assistindo a TV colocando uma pipoca por vez na boca. Estava quase no final e eu percebi que Nick estava olhando para mim. Ele já tinha tomado quatro latas de cerveja e fumado três cigarros nesse meio tempo.

- o que está olhando? – falei pegando Nick no flagra me encarando.

- nada. Não posso olhar para você? – falou ele se ajeitando na cama.

- pode, mas não é melhor olhar pro filme? – falei vendo as letras subindo.

- já acabou? – perguntou Nick surpreso.

- claro que acabou – falei me sentando na cama e colocando o balde de pipoca em cima do criado mudo e calçando minhas sandálias. Fui até o banheiro odo quarto de Nick e lavei o rosto e a boca. Ao voltar Nick tinha acabado de acender um cigarro.

- já coloquei outro, de comédia dessa vez – falou Nick tirando o cigarro da boca.

- porque você começou a fumar? – falei me deitando ao lado de Nick.

- não sei. O estresse? – falou ele levando o cigarro á boca de novo.

- acho bom você parar – falei pegando o cigarro da boca de Nick e apagando na lata de cerveja.

- vai bancar o moralista? Seu queridinho Clyde não fuma?

- sim, mas ele não é médico.

- e o que uma coisa tem a ver com a outra? – falou Nick pegando a carteira de cigarros e tirando outro.

- o que você vai fazer quando sentir vontade de fumar no hospital?

- me deixa em paz Stan – falou ele procurando o isqueiro – eu comecei a fumar quando você estava em coma. O estresse me matava. Todo dia depois do trabalho ia pro bar e bebia, bebia e bebia. Logo comecei a fumar. Me ajudava a esquecer que você estavam em coma – falou ele arrancando o isqueiro da minha mão – além do mais eu só fumo quando bebo – falou ele respirando fundo.

- eu só não quero que as pessoas olhem pra você e pensem que você é menos do que outro médico porque fuma. Você estudou tanto pra ser médico.

- foi por você, você sabe, né? – falou Nick tocando meu braço.

- eu sei – falei me deitando na cama pela primeira vez. Coloquei o braço debaixo da cabeça e Nick deslizou o corpo na cama com o cigarro na boca e ficou deitado ao meu lado. Ele pegou o cigarro entre os dedos e colocou em uma das latas de cerveja apagando-o.

Nós ficamos lá deitados por um tempo em silêncio. Eu sabia tão pouco do meu irmão. Depois que fugi de casa nós meio que nos distanciamos. Essas noites de filmes aconteciam todas as sextas quando ainda estávamos em Coala.

- diz ai Nick, está namorando alguém?

- não – falou ele se deitando de lado – depois da namorada que não conseguiu comer por causa da sua mão eu desisti de namorar.

- para com isso Nick – falei dando um tapa no braço dele – para de girar a sua vida ao redor de mim.

- ela sempre vai girar ao redor de você – falou ele respirando fundo.

- você – faz eu me sentir mal. Pensar nas coisas que você perdeu e perde por minha causa.

- não se sinta mal. São minhas escolhas e eu sou feliz com as escolhas que fiz – falou Nick lambendo os lábios – além do mais não é porque eu namoro que significa que eu não tranzo – falou Nick descendo a perna direita como se estivesse tampando o volume que tinha entre as pernas.

- credo Nick – falei rindo – não pode nem falar sobre sexo e já tem que esconder o pacote.

- deixa de ser bobo – falou ele sem graça – porque você não quer que eu fume? – perguntou Nick.

- quer mesmo saber?

- claro. Não me venha com a baboseira do emprego ou da saúde.

O filme estava passando na televisão, mas nenhum de nós ligava. As luzes estavam apagadas e apenas as luzes do televisor iluminavam o quarto.

- algo me atrai em homens que fumam. Eu não sei – falei envergonhado – deve ser porque Clyde fuma e eu me acostumei ao seu cheiro. O cheiro do seu perfume, o gosto do cigarro e da bala de menta que ele chupa toda vez que estamos juntos tentando disfarçar, mas não adianta em nada.

- e o que isso tem a ver comigo? – perguntou Nick.

- ver você fumando faz com que eu veja você como um homem e não como um irmão. Eu sei que é loucura Nick – falei movendo as mãos.

- não, eu te entendo – falou Nick – tem momentos que eu acho difícil te ver como irmão.

- e que momentos são esses?

- tipo… quando eu assisto a um vídeo seu chupando o pau de dois caras.

- Nick?! – falei me sentando na cama – você viu o vídeo?

- vi – falou ele deitado – desculpa, mas eu fiquei curioso.

- Porra Nick. Porque você viu aquilo?

- já disse. Curiosidade – falou ele se ajeitando na cama – e sabe o que eu fiz? – Nick levou a mão direita ate o meio das pernas e com o punho fechado levantou e abaixou a mão três vezes imitando masturbação.

- com certeza a bebida já subiu sua cabeça – falei me levantando, mas Nick não deixou. Ele segurou no meu braço e me puxou de volta me fazendo deitar. Ele veio por cima de mim e deu um selinho em meus lábios. Eu correspondi até perceber que era meu irmão. Virei meu rosto e ele deu um beijo em minha bochecha. Ele engatinhou para cima de mim dando beijos no meu pescoço. Seu corpo estava rígido sobre o meu e senti sua respiração em meu nariz. Abracei Nick e ele usou a mão esquerda para virar meu rosto. Ele deu um selinho em meus lábios. Parecia com medo de avançar e ser rejeitado. Foi por cima que quando ele me deu outro selinho eu lambi sua boca e meu irmão sugou minha língua. Deslizei minhas mãos pelas suas costas e ao chegar em seus braços fortes e as mantive lá enquanto descobria na boca do meu irmão o sabor do homem que me excitava. Sua barba roçou em minha boca me fazendo cócegas e quando percebi a língua de meu irmão estava em minha boca. Eu a chupei e por alguns segundos nossas línguas se encontraram do lado de fora da boca e dançaram enquanto meu irmão apertava incessante seu membro duro na calça jeans em mim. O corpo que meu irmão era quente e os poucos pelos que tinha no peito me fizeram cócegas.

Meu irmão parou de me beijar e me observou de cima firmando seus braços na cama. Respirei fundo observando-o e eu não podia negar que seus beijos me fizeram sentir algo. O Stanley virgem de vinte e quatro anos e inexperiente seria se entregado ao irmão sem pensar duas vezes, mas o Stanley de vinte e quatro anos que já rodou bastante e tem um vídeo de sexo vazado não pode fazer uma coisa dessas. Especialmente com o filho no quarto ao lado.

- você é meu irmão Nick – falei empurrando-o de leve e Nick caiu deitado na cama. Eu passei a mão na boca limpando a baba – não podemos fazer isso. Eu não posso.

- eu não sei o que deu em mim – falou Nick de pé parecendo perturbado.

- eu amo Clyde, Nick – falei de pé respirando fundo e ajeitando minha roupa – e eu não vou trair meu namorado. Nem com você nem com ninguém. Caminhei até a porta e Nick segurou em meu braço.

- espera Stan.

- acho melhor eu ir deitar – falei olhando para Nick que soltou meu braço. Fui para meu quarto e tranquei a porta. Sentei-me na cama e passei as mãos em meus cabelos perturbado. Não acredito que aquilo tinha realmente acontecido.

Fui até o banheiro me preparar para dormir. Era quase quatro horas da manhã. Escovei os dentes e tirei minha camiseta caminhando até a cama. Fiquei mais de uma hora acordado pensando no que tinha acontecido. Meus pais e Casey ainda não haviam chegado e pouco depois das cinco da manhã ouvi uma certa barulheira no andar de baixo e abri a porta olhando pelo corredor. Eu vi Clyde vir das escadas com seu uniforme.

- Clyde? O que está fazendo aqui?

Nesse momento Nick abriu a porta do quarto e olhou para Clyde para mim.

- bom dia – falou Clyde trazendo consigo dois copos de Mocha Latte. Ele entregou um para mim e outro para Nick.

- bom dia – falei aproximando dele e dando um selinho em sua boca.

- o que aconteceu? Meus pais estão aqui? – falou Nick com o rosto inchado. Parece que ele estava dormindo e acordou assustado. Estava descalço e só com a bermuda do pijama.

- sim, eu os trouxe de volta.

- e Casey? – falei tomando um gole do café.

- ela foi presa pelo assassinato de Caylee Anthony – falou Clyde – além de estar sendo acusada de abandono de incapaz.

- o que? – falei deixando copo cair no chão jogando café nas minhas pernas e nos meus pés – a Caylee está morta?

- a promotoria acha que sim – falou Clyde triste ao me dar aquela noticia.

- como assim, ‘acha’?

- o carro de Caylee está com cheiro de decomposição e a situação de Casey não ajuda. Como a filha desaparece por dois meses e ela não diz nada na ninguém?

- mas isso não é motivo para prender alguém! – falou Nick indo para cima de Clyde e eu fiquei entre os dois.

- eu só faço o meu trabalho. Os detetives colheram depoimentos a perícia analisou o carro de Casey e o apartamento e chegaram à conclusão de que Caylee está morta devido a algumas coisas que encontraram no apartamento de Casey como uma Silver Tape na cor cinza e uma pá.

- não é possível – falei respirando fundo – isso não pode ser verdade, o que a Casey disse? – falei indo até meu quarto e pegando minha toalha.

- Ela disse que atropelou um animal há alguns dias e não teve tempo de limpar o carro – Clyde tirou a toalha da minha mão e se abaixou limpando o café.

Nesse momento minha mãe e meu pai subiram as escadas. Eu deixei Clyde para trás e Nick e eu o abraçamos. Minha mãe parecia abalada. Meu pai também, mas não tinha lágrimas em seus olhos. Ele sempre foi durão do tipo que guarda os sentimentos dentro de si. Minha mãe me abraçou chorando. Troquei de lugar com Nick e abracei meu pai.

- vai ficar tudo bem pai – falei abraçando ele forte.

-- não vai não – falou minha mãe – Caylee está morta, minha neta está morta.

- não mãe. Casey nunca faria isso.

- e a babá? – perguntou meu irmão Nick – Casey disse que a babá Blair Diamond a sequestrou.

- nós encontramos apenas uma mulher chamada Blair Diamond em toda Orlando e eles estão colhendo o depoimento dela. Pelo o que parece ela nunca viu Casey ou Caylee na vida – falou Clyde ficando ao meu lado.

- calem aboca agora! – falou o advogado Joe Baez subindo as escadas – a partir de agora nada de conversar com o policial – falou ele chegando ao topo.

- não, esse daqui é Clyde – falei olhando para o advogado.

- eu sinto muito Stanley, mas você pediu para eu cuidar do caso de Casey então sem perguntas. Ele é da policia. Vocês podem ser namorados, mas quando se trata do trabalho ele é um policial então eu espero que quando disser algo a ele limite-se a falar sobre a vida dos dois como um casal e nada sobre o caso ou a vida da minha cliente.

- tudo bem – falei olhando para Clyde.

- ele está certo – falou Clyde – não é uma boa ideia falarmos sobre o caso.

- tudo bem – falei abraçando Clyde e fechando os olhos. Estava com tanto sono. Ao abrir os olhos vi Nick encarando Clyde e eu. Eu engoli em seco e olhei para Clyde – eu nem tive a chance de dormir hoje. Quando eu me deitei vocês chegaram – falei bocejando.

- vá dormir – falou Clyde.

- não. Eu preciso ir ver a Casey.

- vocês podem visita-la – falou Joe – ela está na Instituição Correcional de Lowell. Eu posso levar você lá – falou o advogado.

- tudo bem – falei dando um último beijo em Clyde, mas dessa vez senti sua macia língua tocar a minha. Mesmo que por alguns segundos foi o suficiente. Qualquer segundo com ele era sempre o suficiente.

Desci as escadas seguindo o advogado. Ele havia estacionado o carro em frente a nossa casa. Ele o destravou assim que pisamos no jardim. Ao entrarmos no carro coloquei o cinto de segurança.

- Julie me contou o que aconteceu ontem – falou Joe – eu queimei a minha fantasia.

- ótimo – falei respirando fundo – agora vamos que eu quero ver a Casey.

- Stan, eu preciso que você faça algo – falou Joe seguindo viagem até o instituto correcional onde Casey estava presa – o estado já entrou com as queixas contra Casey. Eles estão certos de que Casey é culpada e vão pedir pela pena de morte.

- pena de morte? Eles são loucos?

- isso é bom pra nós Stan. Eles não tem provas o suficiente. Tudo o que precisamos fazer é fazer com que o júri tenha dúvida sobre o caso deles. O júri não vai condenar uma pobre mulher à morte baseando-se em especulações.

- ótimo. Porque eu tenho certeza de que a babá é que deve ser presa.

- não existe babá Stan – falou o advogado – Casey mentiu sobre isso. A babá nunca existiu.

- como assim?

- eu não devia contar isso a você já que quebra o sigilo, mas eu depositei toda a minha confiança em você ao te ajudar no seu culto. É hora de você fazer o mesmo por mim.

- claro.

- eu preciso que você minta durante o depoimento.

- o que?

- a data do julgamento de Casey deve sair no fim do dia e eu quero chamar você para depor no dia do julgamento.

- eu não posso mentir. O que você quer que eu diga?

- quero que você diga que se encontrou com Casey e Caylee á duas semanas.

- mas eu não encontrei.

- é por isso que se chama mentira – falou o advogado sarcástico – você vai dizer que se encontrou no Parque do Lago Eola com Casey e Caylee e passaram a tarde juntos.

- mas porque isso?

- nós vamos dizer que Caylee foi sequestrada no caminho para casa e que Casey entrou em um estado de choque e evitando a realidade ela caiu na gandaia festejando.

- mas o que aconteceu de verdade? – perguntei com medo da resposta.

- eu não posso dizer – falou ele sério – você confia em mim?

- confio. É claro.

- eu só preciso que diga exatamente o que eu te disse.

- tudo bem.

Assim que chegamos eu tive que retirar um monte de coisas dos bolsos e ser revistado por um policial. Joe e eu entramos e eu vi as cadeiras com um vidro. Os presos vestidos com roupas laranjadas aguardando seus entes queridos.

- eu quero conversar com minha irmã sozinha, posso?

- sim – falou Joe segurando meu braço – não se esqueça de que essas conversas são filmadas e gravas e a mídia tem acesso a elas.

- tudo bem, eu não sou idiota – falei puxando meu braço e me aproximando de onde estava Casey sentada. Ao me ver ela começou a chorar. Seus cabelos estavam curtos. Seus olhos inchados.

Eu senti um aperto no coração e me sentei na cadeira e coloquei a mão direita no vidro. Casey colocou a dela. Peguei o telefone e coloquei no ouvido.

- como você está Casey?

- estou bem – falou ela lambendo os lábios. Percebi que tinha algo no pescoço dela que não havia reparado antes.

- o que é isso no seu pescoço?

- uma tatuagem que eu fiz – falou ela virando e me mostrando – está escrito ‘Bella Vita ’. significa Vida Bela – falou ela voltando a olhar para mim.

- e você fez isso quando?

- faz umas três semanas.

Casey fez uma tatuagem de ‘Vida Bela’ enquanto a filha estava desaparecida?

- eu não entendo. O que aconteceu com Caylee?

- tudo o que posso dizer é que prefiro não falar nada por aqui ou as pessoas podem interpretar de forma errada.

- tudo bem – falei respirando fundo – eles vão pedir a pena de morte.

- eu sei – falou ela voltando a chorar – eu não matei a Caylee. Eu não matei. Você sabe que eu não faria isso. Lembra-se daquela noite…

- shhh! Cala boca – falei lambando os lábios e olhando para cima onde havia uma câmera – tudo vai acabar bem.

- bem? – falou Casey – eu estou aqui á umas duas horas e uma repórter loira no Fox News tem me chamado de ‘Mãe Monstro’. Ela disse que eu matei minha filha enquanto caia na gandaia. Estão mostrando fotos que eu postei no instagram e no facebook.

- não é tão ruim assim.

- Um dos guardas me deu os parabéns – falou Casey limpando os olhos – disse que ‘Mãe Monstro’ é um dos assuntos mais comentados no twitter. Logo atrás está ‘#PenaDeMorte’.

- eles não te conhecem. Não como eu – falei com um sorriso – eu sempre tive uma amiga. Eu sempre estive ao seu lado. Inclusive dentro do útero. Casey deu um sorriso eu me ouvir dizer aquilo.

- é a mídia – falou Caylee – a mídia transforma todos em palhaços – falou ela lambendo os lábios. Em seguida ela fez um gesto com o braço que me lembrou ‘queda de braços’. Ela estava querendo dizer que sabia sobre o culto. Ela sabia que eu era o líder.

- concordo com você – falei engolindo seco – mas logo tudo isso passa. Talvez daqui a algumas horas essa histeria já tenha acabado – falei dizendo que o culto estava desfeito – Casey balançou a cabeça positivamente dizendo que entendeu o que eu tinha dito.

Depois dessa conversa Casey e eu achamos melhor não nos falarmos mais. Pelo menos por alguns dias. Eu não queria que minha irmã fosse presa, mas eu queria que minha sobrinha estivesse viva. Eu não acobertaria Casey se ela tivesse matado Caylee. Eu nunca a perdoaria. Não depois de tudo o que eu fiz por ela. Tudo o que passei por ela.

Pedi que o Advogado Joseph Baez me deixasse na lanchonete onde Julie trabalhava. Não era na Thirsty River e sim no The Tipsy Cow. Uma lanchonete rústica. Ao entrar me sentei em uma das cadeiras e peguei meu celular.

- Stanley? – falou Julie vindo na minha direção com seu vestido e avental. Ela se sentou de frente para mim – eu vi a sua irmã no noticiário – falou ela apontando.

- nem me fala – falei respirando fundo.

- ela é inocente? – perguntou Julie.

- claro que é Julie. Você acha que minha irmã seria capaz de matar a Caylee?

- não. claro que não. é que a mídia está fazendo ela parecer um monstro. Dizendo que ela festejou enquanto a filha estava desaparecida. Mostrou fotos dela fazendo tatuagem e se divertindo na Praia de Cocoa Beach.

- eles fizeram com que nós parecêssemos monstro – falei me referindo ao oculto – e você sabe tão bem quanto eu que não somos.

- Julie! Estão precisando de você na mesa oito! – gritou o homem no caixa.

- agorinha eu volto – falou Julie se levantando.

Meu celular vibrou. Era uma mensagem de Clyde perguntando onde eu estava. Respondi a mensagem com a localização da lanchonete. Levantei minha mão e pedi a uma garçonete um suco de morango e um donut. Precisava comer.

Depois de uns trinta minutos eu vi Clyde entrar pela porta. Não estava usando o uniforme. O plantão dele acabou ás seis e agora eram pouco mais de oito da manhã.

- Oi Stan – falou Clyde se inclinando e dando um selinho na minha boca – o que está fazendo aqui?

- eu preciso conversar com você – falou Clyde lambendo os lábios olhando em volta.

- o que foi?

- Tessa voltou pra casa ontem.

- sério? – fingi o melhor que pude – e porque ela fugiu da clínica?

- me poupe do teatro Stan. Ela me contou tudo.

- e você me odeia?

- não – falou ele esticando o braço e eu fiz o mesmo segurando em sua mão – a essa altura eu só estou feliz pelas pessoas que mais amo estarem bem. Tessa e você – falou ele com um sorriso.

- e você é o homem mais fofo do mundo, sabia? – Me inclinei e dei um selinho na boca de Clyde – te amo demais – falei acariciando o rosto dele – e o que aconteceu com Tessa?

- nós colocamos ela em uma clínica aqui mesmo em Orlando. Ela deve ficar bem e assim que estiver melhor ela vai voltar para casa.

- fico muito feliz.

- tem outra coisa que eu preciso conversar com você – Clyde falou cochichando essa parte.

- o que é?

- lembra que eu te disse que o FBI estava investigando o seu culto? A Agente Diaz é a chefe da investigação.

- sim, eu lembro de você falar a agente Diaz.

- ela conversou com Tessa e eu acho que ela deve ter deixado algo escapar sobre a noite que Leroy foi morto – falou ele apontando para a TV na parede. Estavam noticiando a morte do Policial Leroy Parker, ao lado havia uma foto de Frank como o principal suspeito.

- porque você acha que Tessa deixou escapar algo?

- porque a Agente Justine Diaz usou o programa de reconhecimento facial e ela descobriu que você esteve no hospital há três anos atrás com Casey e Caylee. Ela viu nas filmagens os policiais envolvidos no caso são Frank, Ricky e Lana. Justamente os policiais encontrados mortos.

- será que ela vai descobrir?

- acho difícil – falou Clyde – mas ela sabe que eu sei de algo porque fui eu quem chamou a emergência para a casa de Leroy. Ela não acha que foi coincidência tudo o que aconteceu. Ela veio conversar comigo e eu neguei enfaticamente e te defendi com unhas e dentes.

- então vai ficar tudo bem, certo?

- acho que sim – falou Clyde apreensivo – ela encerrou as investigações. O diretor do FBI deu uma bronca na Agente Diaz por ter investigado por todo esse tempo e ter encerrado a investigação com resultado inconclusivo.

- ainda bem – falei respirando fundo aliviado – pelo menos isso tudo acabou.

- mas precisamos tomar cuidado Stan. Você não sabe como é esse pessoal do FBI. Podemos esperar por uma retaliação. A Agente Diaz vai se vingar na primeira chance que tiver.

- por falar nisso… – falei respirando fundo – eu sei que não deveríamos falar sobre o caso, mas o Advogado de Casey pediu para eu depor no julgamento dela. Disse para eu mentir.

- você não pode mentir. É contra a lei.

- Sério? Eu matei um monte de gente e você vem dizer que mentir durante um depoimento é ilegal.

- não é por isso Stan, mas e se sua irmã for culpada? E se ela ficou traumatizada com aquele episódio e acabou matando Caylee?

- não diga isso da minha irmã, ela nunca faria isso.

- eu nunca achei que você fosse capaz de matar – falou Clyde sério.

- quer saber? Chega – falei me levantando.

- espera – falou ele segurando no meu braço – senta ai Stan. Agora – falou Clyde ordenando – vamos conversar. Você não vai sair daqui antes de esclarecermos isso.

- okay – voltei a me sentar.

- você não vai mentir pra salvar Casey.

- sim, eu vou. Ela não é culpada. Ela me prometeu. Eu preciso confiar nela.

- não seja tolo Stan. E se ela e o advogado estiveram te manipulando.

- Ouça bem Clyde. Ela não é culpada.

- olha só! – falou Julie correndo na nossa direção aumento o volume da TV.

- …recebemos agora a confirmação que um casal que fazia caminhada hoje mais cedo próximo a floresta de Greenwitch encontrou o que parece ser ossos humanos. Pelo tamanho especulasse de que pertença a uma criança – falou a repórter no local – investigadores forenses já estão no local fazendo o reconhecimento e… sim, sim – falou a repórter recebendo algo pelo seu ponto eletrônico – Acabo de receber que os especialistas forenses acabaram de c0onfirmar que a ossada pertence a uma criança do sexo feminino. Idade entre dois e cinco anos.

Olhei para Clyde e ele olhou para mim. Clyde parecia apreensivo e sério.

- tem certeza de que ela é inocente? – Clyde segurou em minha mão. Ele sabia que eu tinha uma ligação muito forte com Casey. Se ele estiver certo eu não sei se consigo passar por isso.

Sessenta e Um Dias Atrás

Caylee estava no berço brincando. A noite estava escura e Casey ainda tinha medo dos palhaços que estavam atacando Orlando. Stanley estava em coma e a única coisa que Casey queria é que o irmão acordasse. No momento a única coisa boa que aconteceu em sua vida foi ela ter conhecido o Advogado Joseph Baez. Joseph é um homem carinhoso, atencioso, responsável e de sobra é um gostosão. Casey estava deitada em sua cama vestindo uma camisa do Advogado Baez. Ela estava de pernas abertas e Joseph estava com a cara afundada em sua xaninha. Ele passava a língua de cima em baixo chupando o grelo de Casey que e fundou os dedos nos cabelos do gostoso advogado que adora dava selinhos em sua virilha. Deu até um beijo no meio de sua buceta que agora estava toda melada.

Caylee começou a chorar no berço no quarto ao lado. Joe só parou depois de lamber todo o mel de Casey que ele dividiu com ela ao beijar sua boca. Ela deu um sorriso e abraçou Joe com as pernas sentindo seu caralho ainda guardado na cueca pressionar o meio de suas pernas.

- eu preciso ir lá! – falou Casey com um sorriso.

- tem mesmo? – perguntou Joe esfregando o membro entre as pernas de Casey.

- sim – falou Casey conseguindo se esquivar dos fortes braços do advogado – lembra que eu te falei sobre aquele homem fantasiado de palhaço que me deu os comprimidos para dar ao meu irmão? Caylee tem terrores noturnos.

- eu sei – falou o Advogado puxando Casey pelo braço e jogando ela na cama e dando um beijo em sua boca – eu disse que vou te proteger. Enquanto eu estiver aqui ninguém vai aparecer para te assustar.

- meu herói – falou Casey com um sorriso. Agora Caylee já não chorava mais.

- viu só? Ela parou de chorar! – falou Joe acariciando os seios de Casey.

- mas eu preciso ir vê-la – falou Casey conseguindo escapar outra vez.

- você é bem danadinha – falou Joe se esgueirando na cama e deitando a cabeça no travesseiro.

Casey foi até o quarto de Caylee e começou a gritar.

- Haaaaaaaaaa! Joe! – gritou Casey.

Joe deu um pulo da cama e foi até o quarto de Caylee. Ela estava desmaiada no chão.

- o que aconteceu? – perguntou Joe se ajoelhando no chão tentando ouvir o coração da garota.

- ela bebeu os comprimidos! – falou Casey pegando a caixinha de presentes que o palhaço tinha deixado há alguns meses atrás. Estava vazia – ela bebeu todos – falou Casey percebendo que Caylee havia pegando a caixinha com os remédios e tomado todos.

- o que eram esses comprimidos? – perguntou Joe.

- eu não sei. Eram azuis e tinha forma de diamantes.

- Blue Diamond! – falou Joe.

- o que? – perguntou Casey em meio ao desespero sem entender – Blue Diamond?

- É Viagra! Ele tem o apelido de Blue Diamond por se parecerem com diamantes azuis.

- Pelo amor de Deus Joe! Salva minha filha!

- quantos comprimidos eram?

- eu não sei – gritou Casey olhando em volta onde a caixa estava e viu lá na prateleira alguns comprimidos. Estavam caídos. Ela pegou e começou a contar.

- quantos Casey? – gritou Joe virando Caylee de lado.

- dois… três! Está faltando três!

Joe respirou fundo olhou em volta sem saber o que fazer. Ela virou Caylee com o corpo de barriga para cima e virou o rosto de lado. Casey começou a chorar desesperada enquanto Joe fazia respiração boca a boca e massagem cardíaca no peito de pequena Caylee.

Sim meus amigos. Penúltimo capítulo de Cruel Sedutor. O próximo capitulo será o último do primeiro volume. A boa noticia é que teremos um Volume Dois. A má noticia é que não será escrito imediatamente. Iriei focar em 'Homem Proibido' e 'Paixão Secreta' antes de escrever esse segundo volume. Peço a todos um grande favor. Eu fiz um pequeno questionário para vocês responderem. Para eu ter uma noção de como trabalhar nesse segundo volume. É jogo rápido. Além do mais tem perguntas sobre outras obras que talvez ganham uma sequência.  É só entrar nesse link   -   CLICANDO AQUI -   e responder o questionário. 
Obrigado pelos votos e e pelos comentáriso de vocês ;)  Um abraço a todos <3