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capítulo vinte e um
T
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inha tido uma semana cheia. Eu
tinha conhecido todos os que trabalhavam com meu pai e tinha reencontrado
Terry. Eu andei pelo gabinete do meu pai, fui apresentado a todos os amigos
dele e as pessoas que iriam trabalhar na campanha presidencial. Recebi dicas de
como me comportar perante as perguntas de repórteres e a entrevistas que eu
poderia ceder no futuro. Tive conversa com psicólogos que me aconselharam de
várias maneiras.
Todos os
dias eu conversava com meu pai e com Roman, pois eu estava sentindo muita falta
deles. Vanessa passava bastante tempo com meu pai e Roman sempre dizia estar
sentindo minha falta e eu a dele.
Foi como eu
previ. À medida que o tempo passou os repórteres pararam de me perseguir, mas
meu pai me advertiu, era passageiro os repórteres cairiam com tudo em cima de
mim outra vez e eu estava preparado para isso a qualquer momento. O anuncio
seria feito ás 20h00min no sábado em uma festa promovida pelo partido Democrata
que é o partido do meu pai.
- você está
pronto para amanhã? – perguntou meu pai entrando no meu quarto naquela noite de
sexta e acendendo a luz, eu tinha acabado de me deitar.
- não diria
que estou pronto, acho nunca estarei, mas estou bem preparado.
- quer que o
pai durma com você está noite?
- não
precisa, você dormiu todas as noites desde que cheguei.
- estou
tirando o atraso. – falou ele com um sorriso – por falar nisso, você parou se
assistir noticiários?
- sim. Eu
nunca mais vi depois que vocês me aconselharam.
- isso
mesmo. Não é bom você saber como está sendo visto. Você tem que ser você mesmo
sem se importar em como a mídia está retratando você dessa forma não vai
parecer forçado.
- ok – falei
– estou ansioso para amanhã.
- eu estou
ansioso por você. – falou meu pai.
- posso te
perguntar uma coisa pai?
- pode sim –
falou ele.
- quem serão
seus adversários?
- eu irei
concorrer contra duas pessoas. Primeiro: Warner Owen Knight, 49 anos,
Republicano já foi governador da Califórnia durante dois mandatos, afastado da
politica faz dois anos agora via concorrer para presidência e Christofer
Marshall Dixon, 51 anos, Republicano, atual presidente dos Estados Unidos que vai
tentar a reeleição e por isso não posso deixar. Teremos dois candidatos
Republicanos tentando a presidência. Os republicanos não querem perder o poder
e é por isso que somos a única chance desse país ser livre de verdade ou a caça
ás minorias estará aberta por mais quatro anos.
- verdade –
falei – eu ainda não posso me casar em vários estados tudo por causa do atual
presidente e seu ódio pelos gays. Um falso moralista.
- pois é. –
falou meu pai.
- você vai
ser o candidato mais novo da história – falei.
- vou sim –
falou meu pai com um sorriso – bom, vou deixar você dormir amanhã é um dia
importante para nós dois.
- você quer
dormir aqui?
- se você
não se importa… – falou meu pai.
- eu não me
importo – falei me afastando para o lado para que ele deitasse. Ele apagou a
luz do quarto e tirou os sapatos e se deitando ao meu lado.
- a Marienn
não se importa?
- claro que
não. Ela mesma me disse que não se importava.
- tudo bem
então, eu estava temendo de que ela talvez não gostasse.
- ela não se
importa e mesmo que se importasse eu não ligaria. Você é meu filho – falou ele.
- boa noite
pai – falei me virando para o lado direito da cama.
- posso te
abraçar? – perguntou meu pai.
- pode –
falei.
- não vai se
sentir desconfortável… sabe… no sentido…
- não. Você
é meu pai e eu te considero muito meu corpo e minha mente sabem disso. Meu pai
Larry às vezes dorme assim comigo.
Ele então se
aproximou de mim e me abraçou de conchinha.
- eu te amo
filho – falou ele.
- também te
amo pai.
Eu fechei os
olhos e logo adormeci.
No sábado eu
acordei cedo ás 06h40min e meu corpo doía de ficar deitado eu tinha dormido
cedo na sexta e logo eu me levantei e deixei meu pai dormindo na cama. Eu peguei
minha escova de dente, toalhas e roupa e fui para o banheiro no corredor para
não acorda-lo. Assim que eu entrei no banheiro.
Assim que eu
entrei no banheiro eu comecei a escovar meus dentes meu celular tocou alto. Eu
levei um susto. Eu abri a porta do banheiro e sai correndo pelo corredor e abri
a porta do quarto. Meu pai estava procurando pelo som do barulho ainda de olhos
fechados.
- é o meu
celular – falei pegando no criado mudo – sinto muito.
- não tem
problema – falou ele com a voz cansada se deitando de bruços ainda com os olhos
fechados.
Eu peguei o
celular e sai do quarto fechando a porta e voltei para o banheiro. Eu tinha
recebido uma ligação de um número desconheci então apenas apaguei o número e
logo vi que eu tinha recebido uma mensagem ás 03h26min. Uma mensagem de Roman.
“a noite foi
maravilhosa vamos repetir”. Isso era o que dizia a mensagem.
- o que? Maravilhosa?
Como assim?
Olhei o
destinatário da mensagem e ele tinha enviado para todos os contatos e nem tinha
percebido.
- que droga
é essa? Com quem a noite foi maravilhosa? Quem estaria acordado uma hora dessas?
Ele devia estar com meu pai.
Eu então
disquei o número de Roman e chamou por um bom tempo e ele não atendeu. Eu
disquei novamente o número e mais uma vez chamou até cair.
- não é
possível – falei respirando fundo – talvez eu esteja entendendo errado – falei.
Eu pensei
bastante no que faria e em outras possibilidades para aquela mensagem. Talvez
ele estivesse falando com um dos amigos. Eu tomei meu banho preocupado com essa
mensagem. Enquanto ensaboava meu corpo eu me lembrei que tanto o meu celular
como o de Roman tinham rastreadores.
Terminei o
banho me sequei e logo me enrolei na toalha. Eu peguei o celular e fui até o
aplicativo de rastreamento e ele logo me mostrou que o rastreador do celular de
Roman tinha sido desligado.
Tudo estava
conspirando contra mim. Eu não queria acreditar no que estava diante de mim,
mas eu não iria perder as esperanças. Eu vesti minha roupa e peguei meu celular
e desci ás escadas.
Assim que eu
cheguei a cozinha para tomar água o meu celular tocou outra vez e era o mesmo
número desconhecido, apesar de ter sido advertido a não atender números
desconhecidos eu atendi.
- alô.
- Mike?
- sou eu,
quem fala?
- é o Scott.
- oi Scott,
tudo bem?
- tudo –
falou ele.
- o que você
manda?
- eu recebi
a mensagem de Roman.
- você
recebeu né?
- sim. Eu
sinto muito – falou Scott.
- pelo o
que? Você nem sabe se ele me traiu.
- Mike não
assistiu TV hoje?
- não,
porque?
- Mike o
Roman tinha muitos contatos naquele celular, todos receberam, já vazou na
imprensa.
- você deve
estar de brincadeira. – falei indo até a sala e ligando a TV.
- “a noite
foi maravilhosa” – falou a apresentadora do programa sobre celebridades. – essa
foi a mensagem que o advogado Roman Orth enviou para todos os seus contatos –
uma foto de Roman apareceu – mas fica a dúvida: para quem foi a mensagem?
Mickey Fabray filho do governador Stephen não está no mesmo estado que seu
namorado então é impossível que a mensagem tenha sido para ele.
Nossos
fotógrafos flagraram Roman ontem bebendo e fumando charutos com amigos em um
bar e restaurante badalado em San Diego.
Uma foto de
Roman com algumas pessoas em um bar. Eu desliguei a TV.
- deve ter
sido em engano – falei para Scott.
- Mike, eu
sei que não te conheço a muito tempo, mas eu conheço Roman a muitos anos e sei se algumas coisas sobre
ele. Roman não é a pessoa que você pensa que é.
- como assim?
- eu
gostaria muito de falar com você, mas não pode ser por telefone tem que ser
pessoalmente.
-
segunda-feira eu vou embora – falei – nós podemos nos encontrar.
- pode ser
no meu apartamento? – perguntou Scott.
- por quê?
Não pode ser em um restaurante ou algo assim?
- Mike,
fotógrafos estão atrás de Roman imagina como eles ficaram com você? Roman não
pode saber que nós vamos nos encontrar, ele não pode nem imaginar.
- tudo bem –
falei.
- na segunda
você me liga – falou Scott.
- ligo sim –
respondi.
Desliguei o
meu celular e me deitei no sofá. Eu fiquei pensando em tudo que eu e Roman já
tínhamos passado juntos e aquelas lembranças me fizeram encher os olhos de
água. Quem eu queria enganar? O país todo já sabia e só eu me recusava a ver:
Roman estava me traindo e agora o que Scott disse me deixou mais certo disso.
Eu limpei
meus olhos ás lágrimas que caiam. Eu escutei passos nas escadas.
- Mike? –
falou meu pai me chamando.
- estou aqui
– falei levantando o braço para que ele visse que eu estava no sofá.
- o Terry
acabou de me ligar – falou ele se aproximando e me vendo de olhos vermelhos.
- o senhor
já sabe?
- sei sim –
falou ele se aproximando e dando a volta no sofá – sinto muito.
- não sinta
– falei limpando os olhos – eu já devia esperar isso, as pessoas não são como
as pessoas se antigamente que namoravam se casavam e ficavam juntos até os 80
anos de idade sem nunca terem traído.
- mas você
não sabe se ele te traiu – falou meu pai.
- é claro
que traiu não tem outra explicação.
- não estou
querendo defende-lo, não sei nada sobre ele, mas você não acha que deva dar uma
chance para que ele explique o que aconteceu?
- não seu –
falei me sentando no sofá.
- pensa
nisso – falou meu pai se sentando ao meu lado – você está preparado para hoje?
- eu achei que
estava, mas agora estou com medo de estragar tudo.
- não se
preocupe, Terry virá aqui para conversar com você. Como a imprensa já sabe eles
vão aproveitar o dia de hoje para saber mais sobreo que aconteceu e os meus
adversários vão fazer o mesmo. Terry vai te dar alguns conselhos como deve agir
diante as perguntas e acusações da imprensa incluído piadas.
- tudo bem –
falei forçando um sorriso.
Ele então em
deu um abraço e um beijo no rosto me reconfortando, eu então não consegui me
conter e chorei no ombro dele.
Logo Terry
chegou e ele e eu fomos até o fundo da casa aonde havia uma piscina e um lugar
bem fresco para que nós pudéssemos conversar.
Nós nos
sentamos em uma mesa redonda de madeira no gazebo e logo meu pai fez um suco de
laranja da fruta e nos trouxe e sentou a mesa conosco.
- bom Mike
não vai tomar muito seu tempo. – falou Terry – como você já sabe toda essa
história de mensagem já saiu em todos os jornais do país e do mundo.
- porque as
pessoas se importam tanto comigo? Porque não me deixam em paz.
- você é a
noticia, você garante primeira página Mike – falou Terry – todos querem saber
mais sobre você e um escândalo como esses é um prato cheio para a imprensa.
- o que eu
preciso saber? Eu não vou apenas fica em pé do meu pai no palco quando ele
anunciar a candidatura oficialmente e ele responde algumas perguntas?
- sim –
falou Terry olhando para meu pai – Stephen eu andei pensando: e se nós dermos
um espaço para que Mike diga algumas palavras? Isso pode acabar com toda essa
febre.
- tem certeza?
– perguntou meu pai.
- sim. Todos
vão estar de olho em Mike e sedento por respostas e isso pode atrapalhar o foco
que o dia de hoje representa.
- bom se o
Mike não quiser eu não vou obriga-lo – falou meu pai.
- eu não
sei…
- você não
precisa se preocupar – falou Terry – eu vou escrever um texto do que você
deverá dizer e você pode ensaiar o dia todo, se quiser ajuda eu estou aqui para
te servir e nós podemos ensaiar várias e várias vezes e você tem o direito de
opinar no texto tanto retirando ou acrescentando algo.
- tudo bem
então – falei.
- eu preciso
te perguntar algumas coisas Mike, coisas pessoais se você se sentir
desconfortável com as perguntas seu pai pode nos deixar a sós.
- não, tudo
bem.
- as
perguntas que eu farei é para que nossos trabalhadores na campanha possam
trabalhar em cima das respostas. Durante essa campanha, não é só o que seu pai
fez toda a vida que pode ser usado contra ele, o que você fez pode e será usado
pelos adversários.
- tudo bem.
- eu preciso
que seja cem por cento sincero nas respostas, ok?
- ok –
respondi.
- você
conhece Felix Conroy, certo?
- conheço.
- vocês
tiveram por acaso algum relacionamento antes dele entrar em coma?
- não. Ele
sempre foi apaixonado por mim, mas nunca tivemos nada além de amizade.
- ok – falou
ele anotando algo – aquele repórter que se fingiu de enfermeiro no hospital
vendeu as informações que conseguiu de você aquele dia e foi publicada essa
semana.
- tudo bem –
falei respirando fundo.
- você
namorou Charley Moore e ele tentou te matar?
- sim.
- porque?
Eu olhei
para meu pai e depois para Terry.
- isso é
pessoal – falei.
- não será
quando todos descobrirem e eles vão descobrir. – falou Terry.
- eles nunca
vão descobrir o motivo – falei.
- como pode
ter tanta certeza?
- porque
apenas seis pessoas sabem do motivo: Meu pai Larry, meu psicólogo, meu chefe
Adam, Charley, Denny e eu.
- qualquer
um deles ode abrir a boca – falou Terry.
- eu não vou
dizer nada, meu pai Larry não vai dizer nada, meu chefe Adam também não, meu
psicólogo com certeza não vai contar, Charley poderia ir preso se dissesse o
motivo, Denny meu melhor amigo namora com Charley e apesar de ter se
distanciado de mim eu tenho certeza que ele nunca abriria a boca. Ele pode ser
tudo, mas não é fofoqueiro.
- que diabos
aconteceu? – perguntou meu pai – porque Charley seria preso?
- sinto
muito, mas sobre isso não vou falar.
- mas…
- por favor
não insista – falou meu pai interrompendo Terry – se Mike diz que não vai vazar
eu confio nele.
- ok – falou
Terry – próxima pergunta… com quantas pessoas você tranzou nos últimos anos?
- o que? –
perguntei surpreso – isso não vai vazar, isso é coisa pessoal e que importa ao
mundo com quantas pessoas eu dormi?
- Mike você
sabe mais do que ninguém que o atual presidente Christofer Dixon é um conservador
da família tradicional e seguir fiel ao cristianismo e você é gay e filho do
adversário dele. Ele vai usar você contra seu pai. Os homens que você tranzou,
se foi com ou sem preservativo, se foi mais de uma vez, como foi… tudo isso vai
ser descoberto. E alguns não precisam ser encontrados Existem pessoas que
querem aparecer na mídia e elas mesmas vão encontrar um meio de todos saberem
disso.
Era o fim da
minha privacidade. Senti uma pontada de nervosismo antes que continuasse a
falar
Tinha
passado por algo realmente constrangedor. Ter aquela conversa e dizer com
quantas pessoas eu dormi foi humilhante. Era difícil contar aquelas coisas para
alguém que eu mal conhecia, mas fiz isso por meu pai Stephen. Depois dessa
parte Terry começou á me dar dicas. Dicas do que deveria fazer e dizer. Terry
então pegou um papel e eu comecei a anotar o que ele e meu pai me diziam. Era o
que eu diria quando me colocassem em frente aos microfones.
Ás 19h00min eu estava pronto para a festa. Eu já
tinha decorado o que eu diria quando à palavra fosse minha. Eu tinha ensaiado também algumas perguntas e
respostas com Terry e meu pai.
Eu estava
arrumando minha gravata em frente ao espelho quando Marienn bateu na porta do
quarto e eu disse que ela poderia entrar.
- olá –
falou ela com um vestido azul e salto alto. Ela estava deslumbrante – você está
pronto? Seu pai pediu que eu te chamasse.
- estou sim
– falei sorrindo nervoso.
- você está
ótimo – falou ela.
Nós então
saímos do quarto e descemos ás escadas e meu pai e meus dois irmãos já estavam
prontos.
- a limusine
já chegou – falou meu pai com um sorriso – nem acredito que esse dia finalmente
chegou – falou ele vindo até mim – fico tão feliz de ter você ao meu lado. O
primogênito – ele me deu um abraço e ficamos abraçados por alguns segundos e
logo ele me soltou e nós fomos andando até a porta da frente e logo entramos na
limusine.
Era a
segunda vez que entrava em uma a primeira vez foi no baile de formatura. Meu
namorado na época, Derek e eu chegamos ao baile de limusine.
Estávamos a
caminho da festa quer o partido tinha preparado para a ocasião e meu pai viu
que eu estava nervoso.
- tudo bem
filho? Você parece nervoso.
- não pareço
eu estou. Muito nervoso.
- não fica
assim você vai se acostumar a isso. Você está preparado.
Quando meu
pai disse isso meu celular vibrou no bolso. Eu tinha recebido uma mensagem de
Roman: “estou a caminho de New Hampshire e chegarei ás 21h00min, boa sorte”.
Eu não
respondi nada e apenas coloquei o celular no bolso. Logo estávamos nos
aproximando ao local da festa. De longe eu vi os jornalistas. Parecia a entrega
do Oscar. Tinha colocado um tapete vermelho e fotógrafos e jornalistas estavam
dos dois lados. A limusine parou em frente ao tapete vermelho. O motorista saiu
de dentro e deu a volta e abriu a porta. Marienn saiu primeiro e em seguida
pegou Scott nos braços. O barulho dos flashes eram ensurdecedores. Em seguida
meu pai saiu e Haley pegou na mão dele e depois foi minha vez. Eu sai de dentro
e coloquei um sorriso no rosto.
Todos
gritavam ao mesmo tempo querendo uma entrevista, mas nós apenas andamos juntos
e algumas vezes paramos para algumas fotos. Certa hora meu pai me puxou e me
abraçou para o lado direito e alguns fotógrafos sortudos tiraram várias fotos.
Nós então
fomos andando até dentro do local da festa e logo alguns garçons vieram nos
servir algo. Várias pessoas se aproximaram e parabenizaram meu pai pelo o dia e
cumprimentaram todos nós.
Nós fomos
andando por todo o lugar cumprimentado as pessoas das mesas. Eu reconheci
alguns da televisão, senadores, deputados, grandes empresários e patrocinadores
da campanha do meu pai além de governadores de outros estados.
Depois de
quase uma hora e trinta minutos finalmente tínhamos cumprimentado a todos e nós
nos sentamos à mesa. A imprensa então foi permitida entrar em uma área em
frente ao local do anuncio com algumas cadeiras, mas foram advertidos a tirarem
fotos apenas do anuncio e não dos convidados. Um coral cantava canções sem o
uso de instrumentos o que foi uma distração ótima.
Algumas
pessoas ficavam me olhando impressionadas, provavelmente pela minha semelhança
com meu pai, ou apenas o escândalo do dia que envolvia Roman e eu. Eu tentei
ficar sempre sorrindo.
Ás 20h40min
Terry nos chamou para irmos atrás do palco. Meu pai, Marienn, Mark, Haley e eu
fomos para trás do palco.
- Marienn –
falou Terry – você pega Mark nos braços e fica do lado esquerdo de Haley e Mike
fica do lado direito dela e você fiquem parados.
- ok – falei
me posicionando para subir ao palco logo atrás de Marienn.
Meu pai
então subiu ao palco e foi aplaudido de pé. Marienn e eu subimos ao palco e
ficamos como Terry tinha nos dito. Havia em local com vários microfones e meu
pai foi para lá. A imprensa tirava fotos e filmava todos nós.
Eu procurei
não prestar atenção em nada porque toda aquela situação me dava medo eu estava
muito nervoso. Eu foquei apenas em ponto e fiquei olhando durante muito tempo.
Meu pai falava do caminho que ele tinha traçado e dos sonhos conquistados e o
que ele esperava para o futuro.
Tudo passava
em câmera lenta em minha frente era tudo muito surreal para mim. Quem diria que
um dia estaria onde estava naquele momento.
Logo eu
levei um pequeno susto quando todos aplaudiram meu pai de pé outra vez e eu
percebi que ele estava chorando. Ele olhou pra mim e me chamou para junto dele
eu fui com um sorriso no rosto e o abracei.
- esse é meu
filho e muitos de vocês ficaram curiosos por muito tempo pensando se os boatos
eram verdadeiros e é com muito orgulho que eu confirmo esses boatos. Mickey é
meu filho primogênito e eu tenho orgulho do homem que ele se tornou.
Infelizmente eu não tinha condições de criá-lo quando eu o tive e a mãe dele
faleceu então eu usei o meu direito de escolha e o dei para adoção porque sabia
que uma família iria adotá-lo e iria educa-lo e cria-lo de um jeito que eu não
poderia. Felizmente eu encontrei ele a pouco tempo atrás e nós estamos nos
dando muito bem. – falou ele.
Era
assustador ver todos me olhando e eu procurava apenas sorrir e escutar com
atenção o que meu pai dizia.
- o tempo
passa, mas os sentimentos continuam e eu sempre amei meu pequeno garotinho, mas
eu tinha medo de que nós não nos déssemos bem e eu optei por nunca procura-lo,
mas as coisas mudaram e pelo bem de Mickey eu tive que procura-lo e para minha
felicidade ele se mostrou um homem digno e me concedeu um espaço em sua vida e
eu sou grato por você ter feito isso – falou ele olhando para mim – muito
obrigado filho – falou ele me abraçando outra vez.
Logo Marienn
veio com Mark e Haley e ficaram do lado esquerdo do meu pai.
- e agora
com minha família completa eu quero anunciar minha candidatura à presidência
dos Estados Unidos e conto com o apoio de todos vocês para fazermos a diferença
no país no próximo ano – gritou ele levantando a mão direita fechada.
Todos se
levantaram e o aplaudiram e os flashes mais uma fez inundaram a sala com seu
brilho e som. Todos aplaudiam e assobiavam. Logo os aplausos foram diminuindo.
- eu sei que
vocês têm várias perguntas e elas serão respondidas no seu devido tempo, agora
meu filho tem algo a dizer para vocês.
Eles então
ficaram do lado direito do palco e eu fiquei em frente a todos aqueles
microfones.
- boa noite
– falei.
Todos
responderam.
- bom eu só
queria dizer algumas poucas palavras. Estava combinado que eu subiria aqui e
diria um texto que eu fiquei decorando a tarde toda, mas eu decidi subir aqui e
dizer algo que veio de mim. Foi mal Terry.
Todos deram
risadas. Eu peguei um papel que eu tinha escrito.
- o que é o
amor? Essa é a pergunta que eu me faço desde que nasci. Não acho que só eu, mas
todos vocês também. Eu tive a minha resposta quando tinha oito anos de idade. Quando
tinha apenas oito anos eu perguntei ao meu pai, Larry, o seguinte: “pai como eu
demonstro a uma pessoa que eu gosto dela?” E ele respondeu: “é simples… dê um
beijo. Se for sua mãe dê um beijo no rosto, se for o papai me de um beijo no
rosto e um abraço. Se for um beijo de amor dê um selinho na boca; não pense
duas vezes ou o medo vai te dominar e você vai mudar de ideia”. Claro… ele não
imaginava que eu daria um beijo no garoto que brincava comigo no parque. Meu
pai teve uma briga feia com a mãe do garoto e eu me lembro dessa briga como se
fosse hoje. A mãe dele queria que meu pai me castigasse e me batesse por ter
beijado um garoto e meu pai respondeu com essas palavras: “Eduque seu filho
como quiser, mas o meu filho não vai ser castigado por expressar o que sente”.
Eu dei uma
pausa e olhei para todos que escutavam atentamente o que eu dizia.
- isso é
amor – falei dando outra pausa, minha garganta travou e meus olhos estavam
querendo se encher de lágrimas – eu sei que não posso ter uma mãe, droga, eu
tenho duas e nenhuma delas está aqui comigo essa noite. Mas em compensação eu
tenho dois pais… - eu não consegui me segurar e comecei a chorar. – e eu sei
que eles me amam em dobro.
Meu pai veio
até mim e me deu um abraço. Todos bateram palmas em pé. Eu o abracei e em
seguida tentei controlar meu choro.
- obrigado
por me ouvirem – falei acenando para todos.
Meu pai
então continuou no palco e eu desci as escadas porque precisava tomar um pouco
de água.
- eu preciso
ir ao banheiro – falei para Terry limpando meus olhos. Como era boa a sensação
de chorar de alegria.
- segue esse
corredor e vira a esquerda depois à direita e entra na segunda porta – falou
Terry.
- obrigado –
falei seguindo o corredor.
Eu segui por
aquele corredor branco, tanto na parede quando no teto. Eu virei a esquerda e
esbarrei com um homem.
- desculpa –
falei sem nem reparar em quem seria.
- Mickey, o
que você tem a dizer sobre Roderick Steele? – falou o homem.
Eu então
olhei para o homem e percebi que era um repórter.
- quem é
Roderick Steele? - perguntei.
- O rapaz
que Roman Orth beijou na boate. Você não fica preocupado que a mensagem talvez
tenha sido para ele? – falou ele.
- porque
seria? – falei me virando.
Ele então me
mostrou uma foto que estava em suas mãos. Tinha sido tirada na noite anterior
no bar e restaurante em frente o meu trabalho. Roman e Roderick sentados juntos
á mesa rindo.
Eu fiquei chocado ao ver a foto.
Nem tinha me passado pela cabeça que Roderick poderia ser o destinatário real
da mensagem.
- não é
possível – falei segurando a foto em minhas mãos.
Não é
possível que Roman estivesse me traindo, especialmente com esse cara que beijou
na boate. Justamente a pessoa que tinha feito a minha vida um inferno nos
últimos meses. Roman estava me humilhando publicamente. Não tinha nem vergonha
de ser pego.
- então… –
falou o homem – tem alguma declaração agora?
- deixe o em
paz – falou uma voz ao longe. Eu olhei e vi que era Roman vindo com dois
seguranças no fim do corredor.
Os
seguranças correram em direção ao homem. Eu entreguei a foto para ele e olhei
bem para Roman que vinha em minha direção.
Eu apenas me
virei e continuei seguindo pelo corredor. Eu estava me sentindo um idiota. As
lágrimas desciam pelo meu rosto e eu seguia firme o passo limpando meus olhos.
- Mike
espera – gritou Roman.
Eu agora não
tinha mais destino eu virei para a direita e passei pelo banheiro e vi as
placas indicando a saída. Eu escutava os passos de Roman se aproximando e assim
que cheguei a dois metros de distância da saída ele segurou meu braço.
- me deixe
explicar.
Eu me virei
com tudo e dei um tapa na cara dele com a mão esquerda. O barulho ecoou pelo corredor
vazio.
Ele colocou
a mão direita no rosto ainda com o rosto virado ele então olhou para mim com a
mão no rosto.
- você é um
canalha – falei com os olhos vermelhos – eu pensei que você era a pessoa que
ficaria ao meu lado até o fim dos tempos. Eu pensei que nós éramos feitos um
para o outro, mas você simplesmente faz o que fez.
Ele não
disse nada e ficou me olhando com um olhar ameaçador que misturava raiva e
nervosismo, mas ele não disse uma palavra e continuava alisando o rosto que
apesar da barba eu pude perceber que estava vermelho.
- de todas
as pessoas tinha que ser logo com o ele? Você não só me traiu, mas me apunhalou
pelas costas.
- você nem
está me dando à chance… – falou ele com a voz calma.
- me esquece
– falei interrompendo ele e me virando passei pela saída que me levou até um
beco sem saída do lado direito. Eu fiquei lá parado limpando minhas lágrimas
por alguns minutos. Depois de um certo tempo a porta atrás de mim se abriu e
meu pai Stephen apareceu.
- o que
aconteceu? – perguntou ele.
- o Roman…
- você está
bem? – perguntou ele.
- estou sim
– falei soluçando de tanto chorar.
- quer que
eu te leve para algum lugar?
- sim. Para
minha casa – falei.
Ele então
concordou comigo e depois de algumas ligações meu pai solicitou um jato
particular e em menos de uma hora eu estava a caminho de casa.
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