Capítulo 08: Cruel Espiada | Conto: Cruel Sedutor

VIII

Cruel Espiada

---

E

stava muito animado para meu novo emprego. Depois do último fiasco que foi trabalha na lanchonete estava bem mais animado para trabalhar do que imaginei. Ás seis e meia da manhã o celular despertou e rapidamente dei um pulo da cama indo direto para o banheiro. Depois de um banho rápido fui para a cozinha. Peguei a frigideira, farinha de trigo, o leite os ovos e fiz uma panqueca. Quando liguei o liquidificador Mya deu um pulo da cama assustada. Aquele foi o despertador dela. Ela me cumprimentou a caminho do banheiro e ela tomou banho de porta aberta. Ela não se importava muito com a privacidade. Ela se sentia bem à vontade quando eu estava por perto. Eu já não podia dizer o mesmo.

- o café da manhã está pronto – gritei colocando as panquecas e o mel em cima da mesa.

- já estou indo – Mya estava em seu quarto vestindo sua roupa. Eu me sentei e peguei três panquecas e joguei mel por cima.

- parece delicioso – falou Mya vindo rapidamente até a mesa e se sentando.

- está sim – dei uma mordida e depois outra.

- está animado para o primeiro dia? – perguntou Mya colocando várias panquecas no prato. Bem mais do que eu. Ela comia muito. Adorava comer. Era o seu passatempo preferido. A vadia não engordava. O que me dava uma tremenda inveja.

- estou sim… de novo.

- você vai se sair bem Stan. Só relaxe.

- Okay. Vou relaxar.

- e se alguém pedir para você fechar o caixa saia correndo e gritando para o lado oposto – falou Mya rindo me fazendo rir.

- muito engraçado – falei rindo.

Depois de comer o café da manhã fui até meu quarto e peguei o celular de Krista que estava debaixo do travesseiro. Joguei dentro da minha mochila e joguei nas costas.

- vamos Stan! – gritou Mya do lado de fora lá embaixo no prédio provavelmente acordando todo mundo – nós vamos perder o ônibus.

- já estou indo Mya! – gritei na janela.

- Calem a boca! – gritou uma mulher rabugenta no andar de baixo.

- foi mal senhora Thompson – falou Mya.

Ao chegar lá embaixo nós caminhamos rápido até o ponto de ônibus. Mya e eu descíamos no mesmo ponto, mas agora que estava em um novo emprego ela descia primeiro do que eu.

- até a noite – falou Mya descendo do ônibus com seu uniforme de garçonete.

- até – falei respirando fundo.

O ônibus passou pelo Lago Eola e deu a volta seguindo pela direita. Faltava mais ou menos quinze minutos para chegar no meu ponto e até que chegasse eu peguei o celular de Krista e eu o liguei. Só tinha doze por cento de bateria. Ele apitou duas vezes e em seguida ele vibrou. Havia chegado uma mensagem.

‘Me ajude!’ a mensagem era de um número privado. Achei aquilo estranho. Escrevi uma mensagem dizendo que era da policia. Em seguida perguntei o nome da pessoa.

‘você precisa me ajudar! Por favor!’

Senti uma pontada no estômago. ‘Qual o seu nome? Onde você está?’

‘Meu nome é Meggie’

‘Onde você está Meggie? O que aconteceu? Você conhece a Krista?

‘quem é Krista? Não conheço nenhuma Krista’

Olhei em volta desconfiado. Talvez aquilo fosse uma pegadinha ou alguém estivesse olhando para mim, mas não havia ninguém além de duas senhoras lá na frente e um homem ouvindo música no fone de ouvido do outro lado do ônibus. O celular vibrou e chamou tinha atenção novamente ‘eu fui sequestrada, o homem que me sequestrou me deu esse celular descartável que tem apenas esse número’. Ele disse você é a única pessoa que pode me salvar.

‘como assim? Eu não entendo!’

Depois que escrevi essa mensagem a pessoa ficou offline. Mandei mais duas mensagens perguntando se ela estava bem, mas foi inútil. A mensagem nem chegou até ela. Aquilo me intrigou. Porque aquele celular? Porque Krista? E se fosse a policia que tivesse encontrado o celular e não eu? Acho que era melhor entregar esse celular para a policia assim que chegasse. Sei que levaria uma bronca por ter pegado na cena do crime e não ter entregado imediatamente, mas aquilo era sério. Eu podia aguentar uma bronca.

Assim que desci do ônibus andei uma quadra e vi a delegacia. Do outro lado bem em frente havia uma imobiliária. A que meu irmão queria ir para procurar um apartamento para mim. Atravessei a rua para ir a delegacia e ouvi alguns gritos. Olhei para o lado e vi que na lanchonete ao lado havia alguns policiais tomando café da manhã. Eram cinco policiais. Entre eles reconheci Blacke, Clyde e o detetive DeLarosa. Havia também uma mulher loira.

Eu acenei de longe e o detetive DeLarosa acenou para que fosse até eles. Não tinha a mínima vontade de ir até lá. Nem conhecia aquele pessoal direito e digamos apenas que os que eu ‘conhecia’ não tinham uma boa impressão de mim já que a situação que nos conhecemos não foi das melhores. Ainda estava envergonhado com tudo. Ainda bem que pelo menos tinha lembrado de colocar a luva nessa manhã. A verdade que ainda estava envergonhado com tudo o que tinha acontecido.

- bom dia – falei me aproximando. Minha cara estava queimando de vergonha.

- bom dia! – falou o detetive DeLarosa apontando para uma cadeira – sente-se! Vamos tomar café da manhã.

- na verdade eu já tomei detetive DeLarosa.

- pode me chamar de Cory.

- tudo bem… Cory!

- não tem problema. Tome café da manhã de novo.

- vamos, sente-se – falou Blacke puxando uma cadeira ao lado dele.

- tudo bem – falei em sentando entre Blacke e um outro policial. Tinha olhos verdes e tinha bastante tatuagens.

- gente esse daqui é o Stanley. Era dele que nós estávamos falando.

- o ‘mão de lagosta’? – perguntou uma mulher loira. Quando ela disse isso todo mundo se calou.

- não seja rude Judy! – falou o policial tatuado ao meu lado.

- não tem problema – falei franzindo a testa – espera… eu te conheço?

- acho que não – falou a garota com um sorriso comendo uma rosquinha.

- conheço sim. Você é a policial do supermercado. Lembra de mim? Você estava comprando rosquinhas e refrigerante para seu parceiro.

- agora eu me lembro – falou ela apontando para mim com um tom de clareza - é verdade! Você é o rapaz educado que me deixou passar primeiro.

- isso mesmo – confirmei com a cabeça – e então, quem é o seu parceiro? O cara que você disse que vivia te dando broncas. Que era mandão e malvado?

- sou eu – falou o policial Clyde Holloway – é bom saber que você anda espalhando que sou mandão e malvado.

- nossa! Me desculpa. Acho que falei demais – falei apertando os lábios.

- não tem problema – falou Judy tomando um gole do seu café em uma xícara – Clyde é gente boa.

- eu só estava fazendo o meu trabalho – falou Clyde rindo e tomando um gole do seu café.

- então… - falou Cory – Blacke e Clyde você já conhece e parece que Judy também só falta te apresentar o cara tatuado que está ao seu lado.

- prazer, sou Stanley!

- sou Vincent Johnson, mas podem e chamar de Vince.

- prazer Vince – falei respirando fundo – e então… o chefe já chegou? Você disse que eu tinha que ter uma reunião com ele antes de começar pra ter certeza de que ele ia gostar de mim.

- sim. É o delegado Hugo Thornton. Ele provavelmente já chegou.

- então acha melhor eu ir?

- não. Toma café da manhã primeiro – falou Cory levantando a mão. Quando a garçonete veio ele pediu café e rosquinhas. A garçonete trouxe e eu peguei uma delas dando uma mordida.

- está ansioso para começar? – perguntou Vince.

- um pouco. Na verdade estou mais nervoso por ter essa reunião com o delegado do que realmente começar o trabalho.

- fica tranquilo – disse Clyde engolindo o café e colocando a xícara em cima da mesa – Hugo não é um cara mal. Ele só quer te conhecer e te passar algumas coisas antes de você começar. A vaga já é sua.

- beleza – falei respirando fundo.

- Stan a minha filha Tessa disse que você encontrou com ela na Feira do Parque ontem.

- encontrei sim. Eu mandei o recado que você disse.

- e então? Gostou dela?

Não respondi nada e todos ficaram olhando para mim. Judy franziu a testa e olhou para Vince e depois olhou para mim.

- Si-sim. Ela é gente boa – falei colocando um enorme pedaço de rosquinha na boca para não ter que dizer mais nada.

- o que foi? – perguntou Clyde.

- é que eu não acho que Tessa faça o tipo do Stanley – falou Judy.

- porque não? prefere as loiras? – perguntou Clyde olhando para mim.

- não – falei engolindo e limpando a garganta – é só que… digamos que eu prefira os ‘homens’ – falei sem graça tomando um gole do café.

- haaaa tá… - falou Clyde balançando a cabeça – me desculpa eu não percebi que você era… gostava de caras.

- você é um imbecil Clyde – falou Vince rindo – um péssimo investigador.

- Não. Eu sou um bom investigador é que não gosto de supor que caras como Stan gostam de homem só porque tem trejeitos. Não sou homofóbico nem nada.

- boa saída – falou Blacke rindo.

- eu posso perguntar uma coisa pra vocês? – falei cortando o assunto. Decidi aproveitar aquele momento para entregar o celular á eles.

- claro – falou Cory.

- sei que não é da minha conta, mas você disse ontem na TV que não acredita que o avistamento de palhaços tenha a ver com a morte da Krista. Vocês realmente acham isso ou só não querem causar histeria e pânico no publico?

- nós não encontramos nenhuma evidência de que pessoas fantasiadas de palhaço tenham feito isso – disse Cory – não havia nada na casa da vítima, nada na floresta em frente, nada no celular…

- no celular? – perguntei confuso.

- sim – falou o Detetive Cory.

- vocês encontraram o celular dela?

- sim. Estava a uns cem metros do corpo. Por quê?

- por nada… só curiosidade mesmo – Engoli em seco e mordi o último pedaço da minha rosquinha e tomei o meu café. De quem era o celular que eu tinha achado na calçada? Porque ele tinha fotos da Krista?

- com licença – falou uma voz feminina se aproximando pro trás de mim. Reconheci aquela voz e olhei para trás.

- Quinn? – perguntei surpreso.

- oi Stan.

- oi – falei me levantando – o que está fazendo aqui? – perguntei abraçando ela.

- eu trabalho de recepcionista na ‘Blackstone Real State’ – falou ela apontando para a imobiliária logo em frente.

- é verdade. você disse que trabalhava como recepcionista.

- e você? O que faz aqui?

- hoje é meu primeiro dia no novo emprego.

- onde será?

- no departamento de policia aqui ao lado.

- sério? Vamos ser vizinhos?

- vamos sim – falei olhando para os policias – pessoal essa daqui é Quinn. Uma amiga. Todos acenaram a sua maneira – Quinn esse daqui é o Detetive Cory DeLarosa. Esses são os policiais Clyde Holloway, Blacke Foster e Vincent Johnson.

- você é bom com nomes – falou Blacke.

- sim. Essa daqui é a policial Judy…

- Judy Rogers – disse ela com um sorriso.

- isso mesmo. Judy Rogers.

- prazer conhecer vocês – falou Quinn voltando a olhar para mim – como você está?

- estou bem. E você?

- também – falou ela mostrando que tinha uma embalagem com bagels, rosquinhas, pães doces e cannolis. Na mesma mão ela segurava um Mocha latte – vim comprar o lanche de um dos corretores. Ele come todos os dias a mesma coisa. Vai acabar tendo um infarto.

- imagino – falei rindo.

- vem comigo? Precisamos colocar a conversa em dia.

- Okay – falei olhando para trás.

- vai lá – falou o detetive Cory – só não demore muito. Hugo está esperando pro você.

- tudo bem.

Me levantei e segui Quinn. Nós atravessamos a rua.

- como você está? – perguntou Quinn ao meu lado.

- estou bem.

- me refiro ao que aconteceu com aquela garota… fiquei preocupada com você e Mya. Foi tão perto de onde vocês moram.

- também fiquei um pouco chocado sabe, mas pelo visto foi algo aleatório. Só fiquei com pena daquela garota.

- eu também.

Nós chegamos à imobiliária e nós entramos. O saguão era enorme. O chão era cinza e reluzia as luzes do teto. Quinn estava usando um salto alto e caminhou até a recepção. Havia outra recepcionista que no momento me que chegamos atendia ao telefone. Próximo à recepção havia um homem ao telefone. Um homem de terno branco.

- fico feliz que você comece a trabalhar aqui em frente – Quinn colocou o Mocha e a embalagem de rosquinhas no balcão da recepção perto do homem ao telefone – vamos poder passar o horário de almoço juntos.

- com certeza. Você não sabe como eu adorei encontrar você aqui. Aqueles policiais me dão arrepios – falei tremendo o corpo.

- porque diz isso?

- sei lá. Eles me tratam tão bem. Tão… normal.

- não tem nada de estranho nisso. Eles só são legais.

- talvez sim, mas é bom ter um rosto conhecido do outro lado da rua.

- digo o mesmo – falou ela com um sorriso.

- Ok! Até mais… - falou o homem ao telefone desligando e abrindo a embalagem que Quinn trouxe – lembrou dos cannolis?

- Lembrei sim – falou Quinn.

- perfeito – falou o homem olhando para mim – quem é esse?

- Paul, esse daqui é meu amigo Stanley. Ele começa hoje a trabalhar no departamento de policia ai em frente.

- oi – falei forçando um sorriso.

- oi – falou o homem estendendo a mão ele tentou dar um sorriso, mas voltou a ficar sério – sou Paul McCaffrey. Corretor de imóveis – falou ele levando a mão ao bolso para pegar um cartão – se precisar de uma casa ou um apartamento qualquer dia é só me ligar.

- não precisa – falei recusando – eu estou bem onde moro.

- tem certeza? – perguntou ele com a mão estendida com o cartão entre os dedos.

- sim. Certeza. Guarde esse cartão para alguém que tenha dinheiro pra comprar uma casa – falei rindo.

- Okay – falou ele voltando a colocar o cartão no bolso – obrigado – falou Paul agradecendo Quinn.

- acho que também já vou indo. Tenho uma reunião com o delegado e eu meio que estou ‘ficando louco’ de tão nervoso.

- vai lá. Fica calmo que vai dar tudo certo – Quinn me deu um beijo no rosto e depois do o outro lado. Me despedi dela e da outra recepcionista e sai da imobiliária atravessando a rua.

Antes de entrar na lanchonete que vi nenhum dos policiais que conheci naquela manhã estava mais lá. Havia outros. Eles já deviam ter saído em serviço. Ao entrar na delegacia me identifiquei para um policial na entrada que me deu instruções de onde deveria ir. Subi as escadas até o segundo andar e cheguei a um lugar que conhecia muito bem. Um enorme escritório. Vários policiais fazendo trabalho burocrático. Lá estava a sala o detetive DeLarosa.

Ele parecia estar ao telefone, mas ao me ver ele apontou para o lado esquerdo. Sinalizei positivamente com o dedão e caminhei até a sala do delegado Hugo. Respirei fundo antes de bater na porta.

- pode entrar! – falou ele com a voz grossa e autoritária.

- com licença – falei abrindo a porta.

- você deve ser o Stanley Anthony?

- sim senhor. Sou eu – entrei fechando a porta.

- sente-se – falou ele apontando para a cadeira

Me sentei e coloquei a mochila no meu colo.

- Prazer te conhecer. Caso ainda não saiba eu sou Hugo Tilton Thornton o delegado desse departamento de policia – ele respirou fundo e fez uma breve pausa – o Detetive DeLarosa te indicou para a vaga de ajudante que temos e caso voc. Não precisa de experiência. Ele te explicou qual será seu trabalho?

- sim. Disse que serei um ‘faz-tudo’. Vou ajudar aqui no escritório e onde for preciso.

- é um trabalho um pouco cansativo. Você quase não para pra nada. Acha que dá conta?

- sim senhor. Trabalhei em uma lanchonete por mais de dois meses e meu trabalha lá era bem parecido com o que vou exercer aqui. Sei fazer muita coisa e o que não sei aprendo com facilidade.

- Okay. A vaga é sua.

- muito obrigado senhor – falei apertando a mão dele.

- só tem uma coisa.

- o que? – perguntei assustado.

- nada de luva. Isso daqui pode ser o começo de uma possível carreira pra você. Já pensou em trabalhar como agente da lei?

- se eu dissesse que sim estaria mentindo.

- pense nisso. Esse trabalho será mais do que um passa tempo. Será aqui onde você vai aprender muito sobre a vida. Aqui além de colegas somos amigos. Não importa qual a função você exerce aqui nós sempre estaremos um para os outros. Aqui você não vai enfrentar picuinhas e fofocas que existem em outros empregos por aqui. Aqui nós trabalhos como duas coisas importantes: pessoas e vidas. E isso inclui as pessoas e as vidas dentro dessas paredes. Você é jovem e quer aprender. Isso é bom porque esse trabalho será uma lição de vida.

- sim senhor. Agradeço pela oportunidade. Fico grato e honrado.

- que bom – falou ele forçando um sorriso – eis aqui a primeira lição: não tenha vergonha de você.

- Okay – falei tirando a luva e jogando no lixo que havia na sala dele.

- bom trabalho – falou Hugo – a oficial Judy vai te mostrar o local e vai te levar para cadastrar sua digital que dará acesso á algumas partes do prédio.

- sim senhor.

Sai da sala dele e Judy estava lá de fora já me esperando. O prédio tinha quatro andares. O térreo ficava a recepção e as celas. No segundo ficava o escritório. Era onde aconteciam reuniões entre outras coisas. No terceiro ficava o arquivo onde a papelada ficava, além de evidências e provas que eram encontradas. No quarto andar havia uma pequena academia para todos treinarem. Era onde ficava os armários para os funcionários guardarem suas coisa. Além de uma área de lazer com alguns jogos, lugar para poder ler e relaxar. Judy me levou até a segurança que ficava no primeiro andar e eles cadastraram minha digital. Ela me daria acesso á alguns lugares do prédio.

Juntamente com o cadastro da digital eles tiraram uma foto e me deram um crachá e um cartão branco que servia para abrir portas quando a digital não funcionasse. Judy me entregou o uniforme. Era uma camiseta azul escuro com o símbolo da policia com o nome e o número daquele departamento de policia. Ela disse que eu deveria usar tênis e calça jeans azul. Depois disso Judy me mostrou onde era minha mesa. Ficava no segundo andar bem próximo a copiadora. Era a menor mesa que tinha, mas já era alguma coisa. Tinha um computador e uma impressora. A minha mesa ficava atrás da mesa de Clyde que era duas vezes maior do que a minha. Ao meu lado direito estava à sala do Detetive Cory. Do lado direito ficava a mesa de Vince. O policial tatuado que na verdade era um investigador da policia. Havia uma placa com seu nome na mesa. Atrás de mim estava a mesa de Judy.

Ela disse que eu faria mais serviços internos e que raramente também faria algum serviço externo como ir ao banco ou a prefeitura. O TI criou um usuário e uma senha para que eu pudesse acessar o computador e alguns programas da policia. As coisas boas eu não conseguia acessa com a minha senha. Só o básico. Ela disse que eu estaria digitalizando vários documentos, digitando depoimentos entre outras coisas. Eu teria duas horas de almoço que começava ao meio dia. Eu trabalharia das oito as dezoito de segunda a sexta e das oito ao meio dia aos sábados alternando entre um sábado e outro.

Quando eu estava familiarizado com tudo já era quase hora do meu horário de almoço. Faltava vinte minutos na verdade.

- e então? Alguma dúvida? – perguntou Judy enquanto me sentava á minha mesa pela primeira vez. Aquela cadeira era macia. Nem acredito que aquilo era um emprego. Enquanto eu tinha que ficar praticamente o dia todo em pé na lanchonete agora eu tenho uma mesa com ar condicionado.

- não. Eu entendi tudo – falei olhando em volta.

- falta pouco para o seu horário de almoço. Se você quiser pode subir para pegar suas coisas.

- tudo bem.

Fui até o elevador e quando cheguei no quarto andar vi que haviam alguns policias na academia treinando. Passei pela sala da TV e cheguei até os armários onde havia duchas e os armários. Quando entrei levei um susto. Clyde estava lá enrolado na toalha. De Costas. Ao me ver ele deu um sorriso. A barba desenhou em seu rosto.

- e ai? Já está se sentindo em casa? – perguntou ele se sentando em um banco

- estou sim. Judy me mostrou do lugar todo. Eu estou gostando sabe. É como um upgrade do meu antigo emprego.

- que bom que está gostando cara. Fico feliz.

- eu também – falei pegando minha mochila e jogando nas costas – você sabe me dizer onde posso almoçar?

- sim. Tem um restaurante na próxima quadra. Todo mundo almoça lá.

- beleza então.

Quando fui saindo vi pelo canto do olho que Clyde se levantou, se virou de costas e jogou a toalha no chão. Sei que não devia, mas parei e olhei para trás. Ele estava completamente nu. Engoli seco quando percebi que mesmo que ele estivesse de costas conseguia ver o contorno de suas partes intimas balançando de um lado para o outro enquanto ele se inclinava para pegar a cueca em cima do banco. Em seguida ele a vestiu. Sua bunda era grande e quando ele a vestiu ela não se moveu. Era durinha. Tinha alguns pelos pelo o que vi de longe. Havia alguns pelos e ficou bem justa na cueca. Clyde tinha um corpo largo, braços fortes e pernas grossas e peludas de tirar o fôlego.

Antes que ele visse que eu tinha olhado eu me fui. Enquanto descia pelo elevador a primeira coisa que pensei foi que se fosse pego espiando ou seria demitido ou levaria uma surra. Era a última coisa que eu queria. Prometi a mim mesmo que aquela seria a primeira e última vez que tinha feito aquilo.

Vamos reagir pessoal! Comentem e digam o que estão achando! Estou sentindo falta dos comentários.  Tem alguém lendo? Enfim, espero que estejam gostando.  Um abração a todos. ;)

PÁGINA DE PERSONAGENS