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Capitulo Nove
o noVo
E
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u tinha feito à prova, meio atordoado por meu tio
ter me dado um beijo na boca na noite anterior. Passou-se uma semana que eu
tinha feito à prova e eu ainda não tinha recebido a esperada ligação. Eu não
tinha falado com meu tio desde aquele dia e eu ainda não estava preparado para
ter uma conversa eu ainda estava assimilando tudo.
Era sábado e era a primeira vez
que eu ia trabalhar desde que meu tio Jeff tinha me dado um beijo. Chegando ao
trabalho eu fui logo falando com Leroy.
- boa tarde – falei entrando no
balcão.
- boa tarde – falou ele – como
foi á prova?
- foi boa, apensar de minha
cabeça ter um turbilhão de coisas.
- o que foi? – perguntou ele.
- meu tio descobriu sobre eu ser
garoto de programa.
- como ele descobriu?
- uma pessoa contou pra ele.
- quem? – perguntou ele.
- você! – respondi.
- eu nunca faria isso Fry – falou
ele.
- meu tio veio aquí a mais ou
menos 1 mês e eu não estava trabalhando e você
achou que ele era um cliente meu e contou pra ele.
- Fry sinto muito – falou ele com
um rosto meio preocupado. – sinto muito de verdade espero não ter causado muita
confusão.
- foi melhor do que eu esperava,
ele não brigou comigo e não vai contar para ninguém da minha família.
- me perdoa – falou ele – eu
nunca faria isso intencionalmente.
- não se preocupa – falei – desta
vez eu dei sorte, mas toma cuidado da próxima vez. Não diga nada sobre isso
para ninguém a não ser que você tenha absoluta certeza.
O expediente começou e o
restaurante ficou cheio e logo o bar também ficou lotado. Eu atendia as pessoas
e ficava de olho no meu celular apesar de saber que a ligação não seria feita a
noite.
- me vê uma dose de Whisky por
favor – falou um homem de cabelos castanhos arrepiados, tinha uma barba da
mesma cor dos cabelos. Ele era branco e tinha o corpo bem definido. Ele estava
com uma camiseta vermelha e uma calça jeans preta, mas o que me chamou a
atenção foi a boca que era perfeita.
- qual? – perguntei com um
sorriso no rosto.
- Chivas Regal, por favor. –
falou ele.
- ok – falei me virando e
entregando uma dose para ele.
Foi quando eu percebi a tatuagem
no braço dele. Ele tinha algumas nos dois braços.
- está cheio hoje. – falou ele
tomando a dose.
- é sempre cheio aos sábados, se
algum dia você vier aquí no sábado e estiver vazio eu te dou US$ 100,00
dólares. – falei me apoiando no balcão.
- combinado – falou ele pedindo
uma cerveja e eu entreguei uma garrafa que ele deu um gole – mas ao invés de US$
100,00 dólares você me passa o número do seu telefone.
Eu olhei para ele sorrindo
imaginando se ele sabia que eu era garoto de programa.
- você quer meu número? –
perguntei. Ele deu um gole da cerveja.
- eu queria mesmo era te levar
pra casa, mas se preferir podemos fazer do jeito antigo e começar com um
encontro.
Quando ele disse aquilo eu tive
certeza de que ele não sabia sobre eu ser garoto de programa. pela primeira vez
a muito tempo alguém queria sair comigo por ser eu mesmo e não pelos meus
serviços. Eu me senti valorizado.
Ele pegou uma carteira de
cigarros e tirou um cigarro guardando uma carteira.
- sinto muito não é permitido
fumar aquí devido a uma nova lei, mas você pode ir por aquele lado e vai
encontrar um lugar onde as pessoas estão fumando.
Ele se levantou.
- sinto muito – falei.
- não sinta – falou ele colocando
o cigarro na orelha e me entregando o valor das bebidas – logo eu estarei de
volta – falou ele se virando e saindo. Eu fique admirando a bunda dele através
da calça.
Alguns segundos depois ví Sean se
sentar no lugar do homem.
- boa noite – falou ele.
- boa noite – respondi levando um
pequeno susto.
- você parece assustado – falou
ele.
- impressão sua – falei tentando
disfarçar.
- uma dose de Black Label – falou
ele com um sorriso.
- agora mesmo – falei me virando
e colocando a bebida para ele.
- estava com saudades sua – falou
ele tomando um gole.
Eu ficava olhando para o fundo
vendo se o homem voltava, ele não podia saber que eu era garoto de programa.
- então, vamos sair hoje à noite?
– perguntou ele.
- infelizmente não vou poder
Sean, eu já tenho um compromisso para essa noite.
- para com isso – falou ele
sorrindo – eu te pago o dobro do que ele for te pagar.
- eu não posso desmarcar, vai
pegar mal – falei começando a ficar ansioso.
- eu não saio daqui hoje se não
for com você – falou ele me pedindo um Martini.
Depois que eu preparei a bebida e
entreguei para ele eu comecei a pensar. Sean era um ótimo cliente e o dinheiro
era bom, ele pagava bem pelos meus serviços, mas por outro lado eu tinha me
encontrado com esse tal homem quer tinha chamado a atenção e o fato dele não me
querer pelos meus serviços e sim apenas por mim tinha me deixado intrigado e um
pouco feliz.
Eu realmente não sabia o que
fazer, geralmente minhas escolhas eram erradas e difíceis, mas se as escolhas
eram difíceis é porque eu já sabia o que fazer, eu precisava sair com Sean.
- tudo bem – falei para Sean.
- é isso aí meu garoto! – falou
ele.
Eu olhei para trás e ví o tal
homem vindo até mim e para meu azar ele se sentou ao lado de Sean, nesse
momento minhas pernas gelaram.
- me dá outra cerveja por favor –
falou ele.
Eu me virei e peguei uma cerveja
e entreguei para ele.
Eu estava morrendo de medo de um
dos dois falar comigo sobre alguma coisa.
- então – falou o homem – você se
decidiu?
Eu não consegui responder e
fiquei calado e Sean ficou olhando pra mim esperando minha resposta para o
homem. Logo eu tive uma idéia.
- quer saber? – falei para ele –
que tal a gente conversar lá atrás? – falei apontando o caminho – pode ir que
logo eu irei.
- tudo bem – falou ele se
levantando. Ele seguiu pelo caminho.
- quem é esse cara? – perguntou
Sean.
- é meu irmão. – respondi.
- sério? Vocês não se parecem em
nada. – falou ele tomando um gole.
- todo mundo diz isso – falei com
um sorriso falso.
- Leroy vou tirar meu descanso
agora.
- pode ir – falou ele.
- te vejo em 15 minutos – falei
saindo do local do bar e indo até os fundos, passei pela cozinha e saí pela
porta dos fundos que dava direto em um beco. O homem estava lá me esperando.
- olá – falou ele quando cheguei.
- olá – falei estendo a mão e ele
apertou.
- meu nome é Charles – falou ele.
- você deve estar de brincadeira
– falei apertando a mão dele e soltando.
- o que? – perguntou ele.
- sem querer ofender e com risco
de parecer maluco, mas qual o seu segundo nome?
- Warren.
- posso te chamar de Warren?
- a maioria das pessoas prefere
me chamar de Charles, mas pode me chamar de Warren se você preferir.
- ok Warren, me desculpa por
isso, mas é que eu tenho uma certa bagagem com alguém chamado Charles.
- ex namorado? – falou ele
esperando uma resposta.
- ex irmão. – falei.
- entendo. – falou ele.
- então, Warren, eu queria te
dizer uma coisa.
- antes de dizer não, deixe eu
dizer uma coisa... – falou Warren.
- eu quero sair com você – falei
interrompendo ele. – mas hoje não dá. – falei
Ele não disse nada e apenas olhou
para a rua que passava carros.
- eu queria muito sair com você,
mas é que eu tenho uma coisa para fazer depois daqui e não posso – falei quase
suplicando para que ele compreendesse.
- tudo bem – falou ele – se
acalma. – ele colocou a mão no bolso e tirou a carteira tirando um cartão e
colocou no bolso da minha camisa preta que era meu uniforme. – pode me ligar
qualquer dia e nós marcamos alguma coisa.
Ele disse isso guardando a
carteira.
- obrigado por entender. – falei.
- não por isso – falou ele se
aproximando e dando um selinho na minha boca e eu coloquei minha mão direita no
rosto dele. – vou ficar esperando sua ligação. – falou ele.
- ok – respondi.
Ele se virou e foi andando até a
rua.
- você não vai voltar? –
perguntei.
- não precisa, já consegui o que
eu queria essa noite.
- ok – falei com um sorriso
voltando para dentro.
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