ESCÂNDALO
capítulo vinte
A
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ssim que sai do prédio levei um
susto o céu estava preto. Iria chover bastante. Tinha tantas nuvens que a noite
não daria para contar as estrelas no céu. Eu então peguei um taxi que me levou
até o hospital. Estava a caminho do hospital quando começou a chover. No
caminho eu olhava para fora se lembrando da minha mãe. Dois dias antes de a
minha mãe sofrer o acidente nós tínhamos saído juntos e acabamos voltando na
chuva. Eu estava nervoso por ter me molhado e ela simplesmente me mandou olhar
para o alto e fechar olhos sentindo a chuva na pele. A sensação de estar vivo.
Era como se ela soubesse que sofreria o acidente. Essa era a minha lembrança
mais recente da minha mãe sorrindo e se divertindo e o mais importante, nós
estávamos juntos.
Eu tinha
achado Scott muito estranho aquela manhã. Porque será que ele estava tão
assustado por causa do Roman? Eu sei que ele tem o sangue frio e o pavio curto,
mas não é para tanto afinal os dois são amigos.
O taxi me
deixou em frente ao hospital onde Felix estava. Eu paguei a corrida e sai do
taxi correndo na chuva e entrei no hospital. Felizmente não me molhei muito. Eu
fui até a recepção do hospital
- boa tarde
– falou uma moça muito simpática.
- eu vim ver
Felix Lawson Conroy.
- sim, ele
está no quarto 47 no terceiro andar. Vou te dar uma credencial de visitante.
- obrigado –
falei pegando um crachá e colocando na camisa do lado esquerdo.
Eu então fui
até o elevador e entrei e apertei o 3º andar e a porta começou a fechar, mas
uma voz pediu para que esperasse. Era um enfermeiro.
- obrigado –
falou ele.
- por nada –
respondi.
O elevador
começou a subir.
- veio
visitar alguém? – perguntou ele.
-
provavelmente – falei apontando para o cartão rindo – desculpa se fui rude, mas
não podia perder a piada.
- desculpa –
falou ele – eu sou novo aqui.
- eu
entendo.
- você vem
visitar quem?
- Felix do
quarto 47 – falei.
Ele olhou em
um papel que ele segurava.
- Felix
Lawson Conroy?
- sim –
falei.
- eu vou
agora cuidar dele – falou o enfermeiro.
- então eu
cheguei na hora certa.
A porta do
elevador se abriu eu nós fomos em direção ao quarto 47. O enfermeiro abriu a
porta.
- desculpa
como é seu nome? – perguntei.
- Patrick –
falou ele estendendo a mão e você é?
- Mickey,
mas pode me chamar de Mike.
Nós então
entramos no quarto e eu vi Felix deitado de olhos fechados e me aproximei dele.
- oi Felix –
falei dando um beijo na testa dele – desculpa a demora, não pude vir antes, mas
te prometo que toda quinta-feira estarei aqui – falei alisando o rosto dele –
sua barba cresceu muito temos que aparar e deixar ela bem feita. – falei rindo.
- é seu
irmão? – perguntou o enfermeiro.
- não.
Apenas um amigo.
- sério?
Onde estavam os amigos como você na minha infância – perguntou o enfermeiro
rindo.
- eu posso
fazer a barba dele? – perguntei.
- olha eu ainda
meio que só observo, como eu disse ainda sou novo aqui, mas vou perguntar para
alguém.
Ele então
saiu da sala por alguns minutos e voltou com uma enfermeira asiática.
- boa tarde
– falou ela entrando.
- ele
gostaria de saber se pode fazer a barba dele? – perguntou Patrick
- pode sim –
falou a enfermeira Anna Yoko – a única regra é usar o que o hospital te fornece
não pode trazer nada de fora pelo bem do paciente.
- ok –
falei.
Logo que ela
trouxe o que eu precisava eu tirei o cobertor de cima de Felix. Peguei uma
tesoura e comecei a aparar os pelos da barba dele. enquanto eu fazia o
enfermeiro Patrick ficou comigo dentro do quarto conversando.
-
provavelmente deve estar no prontuário do paciente, mas eu gostaria de te
perguntar, como ele entrou em coma?
Eu olhei
para ele e fiquei disperso. Ainda doía um pouco pensar nisso, mas eu voltei a
aparar a barba dele com a tesoura.
- ele tomou
alguns comprimidos – falei.
- sinto
muito – falou ele.
- também
sinto muito.
- sabe
existe uma chance dele acordar.
- eu tenho
muita esperança de que um dia ele acorde.
- e se ele
levar tipo, 10 anos para acordar? Você ainda vai vir aqui todos os dias?
- sim –
falei – o meu maior medo é ser abandonado. Se eu estivesse nessa situação eu
gostaria que alguém me visitasse. É bom ser lembrado e querido.
- sabe,
olhando para você assim fazendo a barba dele eu diria que vocês são mais do que
amigos.
- parece é?
– perguntei rindo.
- sim. Sem
querer te ofender é claro.
- não me
ofende – falei.
Eu terminei
de aparar a barba e peguei o gilete para fazer a barba dele abaixo do pescoço e
no rosto, deixar do jeito que ele usava.
- sabe se
meu namorado ouvisse você dizer isso ele ficaria com a pulga atrás da orelha.
- ele é
ciumento?
- muito –
falei – mas com o Felix ele não é assim. Ele sabe que eu gosto do Felix e ele
também sabe que Felix gosta muito de mim.
- ele gosta
de você como amigo? – perguntou o enfermeiro.
- digamos
que não – falei rindo.
- sério? –
perguntou ele.
- sim. Ele é
apaixonado por mim sabe. Infelizmente eu não sinto o mesmo por ele.
Eu terminei
de fazer a barba dele e passei um produto para não irritar a pele dele.
- foi por
isso que ele… tomou…
- sim, mas
não foi só por minha causa. Ele ainda não tinha se aceitado completamente. As
pessoas o faziam se sentir um monstro.
- eu
entendo.
Eu usei um
pequeno aspirador de pó para pegar os cabelos que eu não consegui catar.
- eu posso
não amá-lo, mas vou estar aqui quando ele acordar, pode ter certeza.
- e o Roman
não tem ciúme? Mesmo sabendo que ele te ama?
- não –
respondi.
Nós ficamos em silêncio pro um
tempo. Alguma coisa estava errada. Algo não soou bem aos meus ouvidos.
- como você
sabe que o meu namorado se chama Roman? – perguntei.
- o que você
sentiu quando descobriu que o governador Griffiths é seu pai? – falou o
enfermeiro.
Eu me
assustei na hora. Ele é um repórter.
- sai daqui
– gritei.
- Mike, por
favor me deixe ter uma entrevista exclusiva – falou ele abrindo a porta do
quarto eu fui em direção a ele para que ele saísse do quarto e ele saiu.
- segurança!
– gritei assim que sai no corredor.
Patrick
tirou o jaleco que usava jogou no chão e saiu correndo para a saída de
incêndio. Algumas pessoas saíram dos quartos e eu fui em direção ao elevador e
desci até o térreo e fui até a recepcionista.
- moça, um
homem invadiu o quarto que eu estava.
- um homem?
– falou ele pegando o telefone – como ele é?
- pele
parda, olhos verdes, cabelos penteado de lado. Ele saiu correndo para a saída
de incêndio.
- invasor,
homem caucasiano, fugiu pela saída de incêndio. – falou a enfermeira desligando
o telefone e saindo da recepção deixando as outras duas.
- ele estava
dentro do quarto comigo, ele entrou dentro do elevador e disse que era
enfermeiro e eu pensei que fosse. Ele ficou me fazendo perguntas… espera… tem
uma enfermeira asiática que conversou com ele.
- sabe o
nome dela?
- sim… é…
Anna.
- Anna
Yokoyama? – perguntou ela.
- sim. –
falei.
Ela pegou o
telefone e chamou pela enfermeira na recepção. Nós esperamos por 10 minutos e
ela não apareceu.
- sinto
muito mesmo – falou ela – eu vou chamar o Dr. Chapman. Ele é o médico-chefe.
- não precisa
– falei – só tomem cuidado para que não aconteça outra vez ou eu vou ter que
trocar ele de hospital.
- sinto
muito – falou ela – qual o seu nome?
- Mickey Foz
Fabray.
- me passa o
seu telefone – falou ela – qualquer coisa eu te ligo, nós vamos deixar seguranças
na porta dele 24 horas.
- obrigado –
falei anotando o telefone em um papel para ela.
Eu então
peguei meu celular e fui para a saída do hospital. Já tinha parado de chover.
Eu disquei o número do Roman e ele atendeu depois do terceiro toque.
- oi amor –
falou ele.
- um
repórter – falei.
- o que? –
perguntou ele.
- tinha um
repórter no hospital e ele sabe meu nome e sobre Stephen.
- onde você
está? – perguntou Roman.
- do lado de
fora do hospital.
- foi apenas
um?
- sim. Ele
me pediu uma entrevista exclusiva.
- isso é bom
– falou Roman – significa que a história ainda não vazou para todos.
- o que eu
faço Roman?
- procura um
taxi e vem direto pra cá.
- ok.
- eu vou te
esperar aqui em baixo. – falou Roman.
- até daqui
a pouco – falei desligando o celular. Eu desci as escadas do hospital que
ficava em frente a uma enorme praça. Eu sai andando e olhando para os lados
procurando por um taxi. Eu encontrei um do outro lado da rua. Eu sai correndo e
quando fui atravessar a rua uma vã branca parou na minha frente e a porta se
abriu.
- Mickey! –
falou uma mulher com um microfone e um homem com uma câmera no ombro. Era uma
repórter.
Eu dei
alguns passos para trás.
- Mickey
como foi saber que seu pai é Stephen Campbell Griffiths, governador de New
Hampshire e possível próximo presidente desse país?
Eu não disse
nada e me virei para começar a andar e um homem veio em minha direção e assim
que se aproximou de mim falou comigo:
- Mickey uma
declaração para os leitores do New York Times? – falou um homem com um gravador
apontado para minha boca.
- New York Times? – falei surpreso.
Eu senti meu
coração acelerar. Eu fiquei parado sem saber o que fazer. Eu pensei rápido e
disse o que via nos filmes
- não tenho
nada a declarar – falei andando para a esquerda e ao longo da praça vi vários
carros, várias vãs parando e pessoas saindo de dentro.
- meu deus –
falei vendo aquela multidão se preparando para um tipo de guerra. Elas andavam
na minha direção, todas gritando meu nome e várias perguntas que eu não
conseguia ouvir.
Eu olhei em
volta e eu estava cercado por todos os lados. Eu peguei o celular e disquei
para Roman e ele atendeu.
- Mike? –
falou Roman atendendo.
- a história
vazou – eu estava suando muito. Eu comecei a dar passos rápidos de volta ao
hospital. Era o púnico lugar estaria seguro.
- onde você
está?
- eu vou
voltar para o hospital tem dezenas de repórteres me seguindo. – falei olhando
para trás e eles se aproximavam.
- eu vou te
buscar – falou Roman desligando o celular.
Um homem
então entrou na minha frente com um gravador na mão.
- é verdade
que você é gay? – perguntou o homem, mas eu passei esbarrando nele.
Eu comecei a
correr em direção ao hospital. O hospital se aproximava lentamente. Nunca quis
tanto na minha vida entrar em um hospital como agora. Depois de correr bastante
eu estava na escadaria do prédio. Eu subi correndo e entrei dentro do hospital.
Todas as
pessoas olharam para mim.
Olhei para
trás e os repórteres estavam todos loucos gritando na porta do hospital e os
seguranças estavam impedindo que eles entrassem.
Olhei para
os televisores que estavam ligados e vi minha foto. Estavam fazendo reportagens
sobre mim na TV. Eu olhei em volta e as pessoas cochichavam olhando para mim.
Eu me senti
um boneco, um animal em um zoológico um brinquedo caro e engraçado na loja de
brinquedos. Eu senti meu coração acelerar e comecei a suar frio. Eu olhei outra
vez para a porta e minhas pernas tremeram.
- estou
ferrado – falei baixo sem saber o que fazer parado no meio do saguão do
hospital.
Ferrado.
Estava literalmente ferrado. O escândalo tinha vasado e eu estava sozinho e não
sabia o que fazer. Estava ofegante e minha mente estava confusa.
- algum
problema?- perguntou um segurança vindo até mim.
- mais ou
menos – falei – tem por acaso alguma outra entrada ou saída pelos fundos?
- tem sim –
falou o segurança – vem comigo, por favor.
Eu então o
segui o elevador e ele apertou o 4º andar.
- a saída
fica no 4º andar?
- não –
falou ele – nós vamos até o 4º andar para que pensem que você ainda este e nós
então descemos pelas escadas até o subsolo.
- boa ideia.
O elevador parou no 4º andar e abriu as portas. Meu celular tocou e olhando na
tela vi o nome do meu pai Stephen.
- alô. –
falei seguindo o segurança até a escadaria e começamos a descer.
- você está
bem filho?
- está sim
pai.
- onde você
está?
- em um
hospital no centro.
- minha
equipe vai rastrear sua ligação e vão mandar um carro de buscar – falou ele.
- o Roman
está vindo pra cá também.
- tudo bem
diga para ele esperar o carro.
- aonde eu
vou?
- o carro vai
te levar até o aeroporto, tem um avião particular esperando por você.
- ok, mas e
minhas coisas? Estou só com a roupa do corpo, não tenho escova de dente comigo.
- não tem
problema, vou pedir para comprar tudo isso pra você.
- tudo bem –
falei.
- eu vou te
buscar no aeroporto aqui de New Hampshire.
- e meu pai
Larry?
- eu já
mandei quatro homens escoltá-lo do trabalho para casa e eles vão passar a noite
vigiando ele. Eles vão ficar com ele pelo tempo que precisar.
- obrigado –
nós chegamos ao subsolo – até daqui a algumas horas – falei.
- até –
falou ele desligando o celular.
- quer que
eu fique aqui com você? – perguntou o segurança.
- sim. Eu
agradeceria.
Nós então
ficamos lá no subsolo esperando um carro chegar. Depois de uns 15 minutos eu vi
o carro de Roman chegar ao estacionamento no subsolo.
- é ele? –
perguntou o segurança.
- é sim.
O carro se
aproximou e assim que parou Roman saiu de dentro.
- Mike você
está bem? – perguntou ele vindo até e mim e nós demos um beijo.
- estou sim.
- vou voltar
para meu posto – falou o segurança.
- muito
obrigado – falei para ele.
- não foi
nada – falou ele – foi um prazer te conhecer.
- também –
falei achando aquilo meio que engraçado. Eu tinha acabo de ser revelado ao
mundo e já tinha um fã. Se é que se pode chamar de fã.
- entra no
meu carro eu vou te levar daqui – falou Roman.
- Stephen me
ligou, ele disse que vai mandar um carro me buscar e levar para o aeroporto.
- tudo bem,
eu vou com você até o aeroporto.
- me promete
uma coisa?
- sim
- fica com
meu pai esses dias. Você pode dormir no meu quarto se quiser.
- tudo bem,
pode ficar tranquilo.
Eu então
abracei ele.
- adeus
privacidade? – perguntei.
- adeus
privacidade! – falou ele dando um beijo no meu rosto. Eu então olhei para ele e
nós demos um beijo de língua – vou sentir sua falta esses dias que ficar longe.
- olha eu
sei que não tenho sido um namorado muito bom esses últimos dias e não estou
sendo romântico, mas prometo que quando voltar nós vamos sair para namorar –
falei.
- não se
preocupa com isso – falou ele me dando um selinho na boca e segurando no meu
rosto.
Nós então
nos assustamos com vários carros pretos que entraram no estacionamento. Eu
contei cinco. Um dos carros veio até nós e um homem saiu de dentro e abriu a
porta de trás.
- Sr.Fabray?
– perguntou o homem com óculos escuros.
- sim –
falei indo em direção a carro. Roman trancou o carro dele e entrou comigo. O
homem fechou a porta e sentou no banco do carona. O motorista então fechou o
isolamento e logo uma parte preta subiu nos separando do motorista. Ele então
ligou o carro e partimos. Nós éramos o quarto carro. Nós saímos do
estacionamento e eu me assustei com a quantidade de repórteres e fotógrafos do
lado de fora. Então cada carro seguiu um
caminho diferente.
Eu olhei
para rás e vi os repórteres sem saber o que fazer. Alguns deles seguiram os
outros carros e apenas uma vã seguiu o nosso.
- fica
tranquilo – falou Roman – é apenas um.
- estou
tranquilo, mas estou nervoso. Eu nunca sai de San Diego, com exceção é claro
quando vou visitar meu tio que mora no Tennessee, mas não conta porque é no
interior um lugar calmo com várias fazendas.
- fica
tranquilo eu sei que parece assustador você via se sentir deslocado, mas todas
as pessoas vão fazer com que se sinta confortável e vão te tratar muito bem.
- espero que
sim – falei abraçando ele e deitando o rosto no peito dele.
Nós seguimos
viagem por uns 20 minutos até que finalmente eu avistei o aeroporto, mas nós
não estacionamos onde normalmente estacionam as pessoas que estão chegando ao
aeroporto nós demos a volta e entramos por uma área restrita. O porteiro nos
parou e depois de alguns segundos ele liberou nossa entrada. Nós então passamos
por vários lugares e chegamos à pista de pouco e eu avistei um avião parado na
pista. O motorista estacionou perto do avião.
Roman então
colocou seus óculos escuros que estava em seu bolso da camisa e nós saímos do
carro e andamos em direção ao avião. Quando chegamos às escadas nós paramos.
- tenha uma
boca viagem – falou ele me dando um beijo na boca. Nós nos abraçamos e nos
beijamos por um bom tempo.
- dá um
abraço no meu pai – falei beijando o rosto dele e depois a boca.
- dou sim –
falou ele me abraçando forte.
- eu te amo
– falei sentindo o perfume dele.
- também te
amo – falou ele esfregando sua barba na minha nuca.
- não faz
isso quando estivermos nos despedimos – falei rindo.
- desculpa –
falou ele.
Nós então
demos mais um beijo. O sol desapareceu de repente e escureceu e logo começou a
pingar
- te vejo
daqui doze dias – falou ele.
- até daqui
doze dias – falei dando um selinho na boca dele e me virei para subir as
escadas. Quando cheguei na porta eu me virei.
- eu te amo
– gritei lá de cima.
- também te
amo – falou ele mandando um beijo.
Eu mandei um
beijo de volta e me virei para entrar no avião.
- boa tarde –
falou um homem, provavelmente o comissário de bordo – pode ficar a vontade.
Era na
verdade um jatinho particular e não um avião grande como pensei que seria. Eu
então me sentei em uma das poltronas.
- o senhor
quer algo para comer? – perguntou ele com sorriso no rosto.
- não eu
estou bem.
- quer algo
para beber?
- tem suco
de maracujá?
- sim senhor
– falou ele indo pegar.
Logo veio um
homem até mim.
- boa tarde
– falou ele. Era o piloto.
- boa tarde
– falei me levantando e apertando a mão dele.
- meu nome é
Barry Fareth e eu serei seu piloto hoje gostaria que aproveitasse a viagem.
- obrigado –
falei voltando a me sentar.
Logo o comissário
trouxe o suco pra mim.
- obrigado –
falei pegando.
O comissário
de bordo fechou a porta da aeronave e pediu que eu colocasse o cinto e foi o
que eu fiz. Eu então respirei fundo e olhei para fora. A visão era de dar medo.
Fazia tempo que andava de avião. Mais de três anos. Então a aeronave taxiou
pela pista e em seguida parou por alguns segundos. Então de repente ela andou
muito rápido e em seguida levantou voo. Depois de uns 5 minutos o comissário de
bordo se levantou e disse que eu poderia tirar os cintos.
Eu tirei os
cintos.
- você está
bem? – perguntou ele.
- estou sim.
- ok, Mike –
falou ele – posse te chamar de Mike?
- pode sim.
E eu posso te chamar de…
- George –
falou ele com um sorriso.
- ok George.
Meu celular
tocou. Era meu pai.
- oi pai –
falei atendendo.
- oi filho,
você está bem?
- estou sim
pai, o Roman já encontrou você?
- não, mas
ele me ligou e disse que vai passar a noite lá em casa.
- eu que
pedi.
- não
precisa.
- precisa
sim pai. Os repórteres vão ficar no seu pé.
- bom se faz
você se sentir mais seguro, tudo bem – falou ele.
- quando eu
chegar lá eu te ligo avisando tá?
- combinado
– falou meu pai – um beijo.
- beijo –
falei desligando o celular.
Assim que o
celular fina lizou a ligação meu pai Stephen me ligou.
- oi – falei
atendendo.
- oi filho.
Já está no avião?
- sim pai,
faz uns dez minutos.
- são mais
ou menos 4 horas de viajem – falou ele – eu vou te buscar no aeroporto ok?
- sim.
- e ai você
gostou do comissário de bordo?
- sim. Ele é
bem educado.
- eu pedi um
homem simpático e bonito, a viagem vai ser longa – falou ele.
- o que? –
perguntei rindo.
- desculpa
se eu estiver te desrespeitando – falou meu pai – é só que pensei que seria um
colírio para seus olhos. Não tem muita vista olhando pela janela do avião então
decidi colocar uma paisagem bonita a i dentro.
- obrigado –
falei – não precisava, mas tenho que admitir que ele é um pão. Se o Roman
tivesse o visto ele tinha vindo comigo ele nunca me deixaria sozinho com ele –
falei.
- o Roman
não confia em você?
- confia.
Ele não confia é em outros caras.
- é bom ter
ciúmes, sinal de que ele gosta de você de verdade.
- é sim –
falei.
- vou
desligar filho, tenho o que resolver agora, mas se tiver algum problema pode me
ligar.
- obrigado.
Até mais tarde.
- até –
respondeu ele.
Eu então
desliguei o celular e olhei para fora da janela. Eu tinha uma longa viagem pela
frente.
Faltavam
apenas alguns minutos para pousarmos e o que estava me incomodando muito era
que nem consegui ficar dez minutos com Felix. Deitei minha cabeça na poltrona e
olhava para fora. Estava escuro e as estrelas nunca pareceram tão perto de mim
antes. Eu tinha certeza que minha mãe era uma delas.
Uma hora
atrás meu pai tinha me ligado e perguntado com que roupa eu estava e eu
descrevi minha bermuda castanha abaixo do joelho e minha camiseta azul escuro.
- estamos
quase chegando – falou George.
- obrigado –
falei forçando um sorriso. Eu sentia borboletas no meu estômago.
- posso te
perguntar uma coisa? – falou George.
- pode.
- eu fiz
algo de errado? Você não me achou atraente?
- porque a
pergunta?
- quando me
chamaram me disseram que talvez eu pudesse fazer algumas coisas, eu receberia
por isso, mas não aconteceu.
- não se
preocupe, você é bonito só que eu tenho namorado e respeito muito ele. Meu pai
pensou que talvez eu sei lá, traísse meu namorado. Ele não está acostumado ao
“universo gay” e provavelmente acha que nós pessoas do mesmo sexo não temos
laços.
- é um
pensamento meio preconceituoso – falou George.
- ele não
tem culpa por pensar assim provavelmente nunca teve um relacionamento com gays
e lésbicas, mas você consegue moldar a mente de uma pessoa com o tempo. Ele não
tem culpa. Para dizer a verdade eu achei até fofo ele pensar nisso, mostra que
o sexo entre duas pessoas do mesmo sexo não incomoda ele.
- eu entendo
– falou George – minha avó não acreditava em amor entre pessoas do mesmo sexo e
quando eu me assumi para ele minha avó mudou totalmente de opinião com o tempo.
- verdade –
falei parando alguns segundos – por acaso você sabe quem é meu pai?
- não –
falou George – e fui advertido para não perguntasse e que pedisse para que não
me contasse – falou ele rindo.
- ok – falei
rindo também.
-
preparando-se para a decolagem – falou o piloto.
- vamos
apertar o cinto – falou George.
Ele foi para
o lugar dele e em seguida apertou o cinto.
Logo a
aeronave voou por um tempo e o piloto disse que a decolagem tinha sido
autorizada.
Em seguida
ele aterrissou no aeroporto de New Hampshire. Já não chovia mais. Logo a
aeronave pousou e as portas foram abertas. Eu agradeci ao piloto Billy pela
viagem e agradeci George pelo serviço e disse que tinha sido excelente.
Eu então me
virei para a escada e comecei a descer os degraus à porta da aeronave foi
fechada. Eu dei alguns passos para frente e ao lado esquerdo ao longe eu três
carros pretos estacionados. Quando o eu desci as escadas por completo um dos
carros abriu a porta e meu pai Stephen saiu de dentro e ele andou na minha
direção com dois guarda-costas de cada lado.
A medida que
ele se aproximou eu não consegui esconder minha felicidade em vê-lo e dei um
sorriso.
- oi garotão
– falou ele me dando um abraço.
- oi –
falei.
- então como
está sendo seu primeiro dia como o assunto mais falado no mundo?
- não muito
bom, quase foi esmagado por um bando de repórteres.
- eu admito
que é um saco – falou ele – você não viu o tanto de repórteres que tem fora
desse aeroporto.
- eles sabem
que eu vim?
- é meio que
impossível esconder algo por aqui afinal eu vou concorrer à presidência então
todos estão com os olhos em mim e em você.
- não sei se
vou me acostumar a isso – falei com um meio sorriso nervoso.
- vamos
indo? – perguntou ele.
- vamos –
respondi indo com ele em direção aos carros – porque tantos carros? Vai ser
igual aconteceu em San Diego para despistá-los?
- não vai
adiantar muito – falou meu pai – minha segurança teve uma ideia mais eficaz.
Nós chegamos
perto dos carros e então paramos. Os seguranças abriram as portas dos outros
dois e de dentro deles saíram homens vestidos como eu. Eles tinham mais ou
menos o mesmo tamanho e o mesmo tipo de corpo.
- eles vão
sair pela porta da frente e depois você sairá pela porta de trás – falou ele.
Todos os
seis garotos como eu então colocaram bonés e óculos escuros.
- eu estou
me sentindo o Harry Potter – falei vendo aqueles “clones” de mim.
- Mike cada
segurança vai sair com um sócia seu por cinco saídas diferentes, um sócia vai
no carro comigo e nós vamos para um hotel. Chegando lá eu vou sair pela porta
dos fundos e te encontro em casa.
- e por onde
eu sou sair daqui?
- você vai
sair andando pela porta da frente, passar pelos repórteres tranquilamente e
entrar em taxi. O motorista é um dos meus ele vai te deixar na minha casa.
- eu vou
simplesmente sair andando? Eles vão me matar pisoteado.
- você vai
trocar de roupa – falou ele.
- tudo bem
então – falei.
Eu então fui
para trás de um dos carros e coloquei a roupa que eles me entregaram. Uma
camisa de manga longa amarela, uma calça jeans azul e uma peruca de cabelos
pretos que iam até um pouco abaixo do ombro e por cima da peruca eu coloquei o
boné preto.
Depois de
pronto eu fui até eles.
- eu pareço
alguém que acabou de chegar do Hawaii.
- e você é –
falou meu pai mostrando um avião que estava pousando. – aquele avião veio do
Hawaii e quando eles abrirem as portas e os passageiros começarem a descer os
degraus você vai pegar essa mochila preta que tem algumas roupas dentro e vai
se misturar com aquelas pessoas.
- tudo bem –
falei pegando a mochila.
Logo o avião
taxiou e depois de uns 10 minutos eles abriram as portas e todos começaram a
descer.
- vai –
falou um dos seguranças e eu fui andando em direção as pessoas descendo e me
misturei na multidão seguindo o fluxo. Nós entramos em um ônibus que nos
levaria até o portão de desembarque.
O ônibus
partiu e logo nos deixou no portão de desembarque. Assim que comecei a andar vi
uma multidão dentro do aeroporto. Todos repórteres com suas câmeras de filmagem
e câmeras fotográficas.
Elas olhavam
entre nós, mas logo perceberam que aquele voo não era o que eles esperavam
então pararam de olhar para a multidão. Me deu vontade de rir porque eu estava
fazendo eles de idiotas. Logo ouvi uma barulheira. Os cinco sócias passaram
pelo portão de desembarque. Eu olhei para trás rapidamente e em seguida voltei
a olhar para frente.
Segui as
placas que indicavam até a saída. Chegando fora do aeroporto, eu vi dezenas de
taxis parados, partindo e chegando. Qual seria o meu?
Decidi andar
seguindo os taxis passando por eles. Eu esperava que o motorista do meu pai
reagisse a me ver. Eu passei por vários taxis até que um disse meu nome.
- Mickey
Fabray?
- sou eu –
falei.
Eu então
entrei no taxi e ele deu partida no carro. Eu tirei o boné e a peruca e joguei
no banco do carro. Eu estava nervoso por conhecer a família de Stephen. A
cidade era muito bonita. Eu sentia um frio na barriga. Eu nunca tinha me
afastado do meu pai antes e eu já sentia saudades dele.
Depois de 30
minutos na estrada finalmente chegamos a um condomínio de casas. Logo o taxi
parou em frente a um portão enorme e apertou o interfone que tinha um visor.
Ele se identificou e o portão foi aberto. O taxi passou pelo jardim e
estacionou na garagem. Eu então sai do carro e bati a porta nervoso.
- oi filho –
falou meu pai Stephen aparecendo na garagem.
- já chegou?
- sim. Faz
alguns minutos, ainda bem que deu tudo certo – falou ele com um sorriso
colocando a mão nas minhas costas e me guiando para dentro da casa – vou te
apresentar a minha esposa – falou ele.
Nós então
passamos pela cozinha e chegamos na enorme sala de estar e havia uma mulher de
cabelos pretos parada com um sorriso no rosto.
- boa noite
– falou ela.
- boa noite
– falei.
- Mike, essa
é Marienn minha esposa.
Ela se
aproximou de mim e nós apertamos as mãos.
- é bom
finalmente conhecê-lo – falou ela.
- também é
bom conhece-la – falei – nossa você é tão bonita.
- obrigada –
falou ela.
Havia duas
crianças na sala. Uma garotinha e um garotinho mais novo brincando.
- esse é
Haley minha filha – falou Stephen – filha vem aqui dizer oi para seu irmão.
Haley então
se levantou com um sorriso no rosto e reverenciou como se fosse uma princesa.
- bem vindo
– falou ela estendendo a mão. Eu apertei a mão dela.
- obrigado –
respondi.
Meu pai
então pegou o pequeno garoto nos braços.
- esse
garotão aqui é Scott. – diz oi para seu irmão Scott – falou meu pai.
Mas ele
estava envergonhado e abraçou meu pai.
- ele está
tímido, mas espera até amanhã – falou meu pai.
- mostre o
quarto do Mike – falou Marienn pegando Scott nos braços.
- por aqui –
falou meu pai indo até as escadas e subindo. Eu o segui. A casa deles era
enorme parecia uma mansão de tão grande.
Nós chegamos
a um corredor e ele me mostrou o segundo quarto á esquerda.
- esse aqui
é seu quarto – falou meu pai abrindo a porta.
- é grande –
falei entrando – vou me sentir confortável aqui.
- ele foi
montado depois que te encontrei. Eu pensei como você gostaria.
- ficou
muito bonito.
Meu pai
entrou no quarto comigo.
- tem tudo o
que precisa como toalhas, chinelos e o guarda-roupa está cheio de roupas que
comprei para você. Depois de quiser experimentar, mas acho que vai servir, pois
é tudo do tamanho que você falou.
- obrigado –
falei
- vou deixar
você à vontade para tomar um banho e relaxar um pouco, daqui uma hora mais ou
menos desce para podermos jantar. Meu pai então fechou a porta do quarto saindo
e eu fiquei lá sentado na cama incerto se eu me acostumaria com minha nova
vida, mas como dizem: nessa vida você se acostuma com tudo.
Depois que o
meu pai saiu do quarto eu tirei minha roupa fui até o guarda-roupa e peguei uma
toalha e fui para o banheiro tomar um banho. Eu reparei que tudo no quarto e
banheiro tinham detalhes azuis. Meu pai provavelmente sabia que azul era minha
cor favorita.
Eu tomei meu
banho, vesti uma das roupas que meu pai tinha comprado. Ele estava certo o
tamanho tinha ficado muito bom em mim. Depois do banho e de roupa vestida eu me
sentei na cama e peguei o celular para ligar para o meu pai Larry.
O telefone
chamou por um tempo e logo ele atendeu.
- oi
- oi pai.
- como você
está? Chegou bem?
- cheguei
sim. Já tomei um banho e vesti uma roupa nova logo vou descer para jantar.
- conheceu a
esposa dele?
- conheci
sim. Ela parece ser legal.
- que bom,
pelo menos ela não é tipo a madrasta da cinderela.
- longe
disso, sem contar que ele é muito bonita.
- esposa de
governador tem sempre que estar linda. Talvez ela seja a próxima primeira dama.
– falou meu pai.
- é sim.
- já pensou
filho? Seu pai biológico presidente dos Estados Unidos? Eu não consigo competir
contra isso – falou meu pai.
- não
precisa competir seu bobo. Você poderia trabalhar como lixeiro você teria o meu
amor do mesmo jeito.
- eu sei –
falou ele.
- o Roman
está ai?
- não. Ele
foi até a casa dele faz uns 40 minutos ele disse quem em duas horas voltaria.
Ele tinha que resolver algumas coisas.
- quando ele
chegar fala pra ele ligar pra mim.
- falo sim –
falou meu pai – beijão filho eu te amo.
- também te
amo pai – falei desligando o telefone.
Eu então
liguei a televisão do meu quarto e me sentei na cama escorando na cabeceira.
Ainda faltavam 30 minutos até o jantar estar pronto. Eu coloquei no canal de
noticias e depois de algumas noticias logo começaram a falar sobre meu pai
Stephen.
- hoje o
governador Griffiths deu as boas vindas ao seu filho perdido Mickey Fox Fabray.
Ele chegou em um jato particular e o Sr. Griffiths foi recebê-lo no
aeroporto junto com vários seguranças e
sócias que foram usados para despistar a imprensa – nesse momento eles
mostraram cenas dos sócias saindo pelo portão de embarque deixando todos
confusos. – O governador do estado de New Hampshire ainda não fez um
pronunciamento oficial, mas fontes confiáveis nos disseram que Mickey foi
abandonado ainda bebê e acabou em um orfanato. Quatro anos depois foi adotado
pelo cartunista Larry Fabray e sua esposa Linda Fox uma excelente organizadora
de eventos.
- como eles
sabem disso tudo? Os detetives deles são bons mesmo. – falei atento a
reportagem.
- quando
adolescente Mickey perdeu a mãe Linda e desde então foi criado apenas pelo pai
Larry. Ano passado Mickey participou de uma experiência terrível no prédio onde
trabalha: um atirador apareceu com intuito de matar Mickey e todos os seus
chefes, felizmente Mickey levou apenas um tiro e o atirador foi preso.
- ainda bem
que eles não sabem nada sobre Charley – falei aliviado, mas sabia que essa
história não ficaria enterrada pra sempre e logo eles descobririam.
- Mickey foi
vitima de uma tentativa de homicídio por seu ex-namorado Charley Moore, filho
do famoso empresário Jeremy Moore.
- estava
demorando – falei – ainda bem que eles não sabem e nunca vão saber sobre o
estupro de Charley a menos que o próprio Charley ou Denny abrissem a boca
porque eram os únicos que eu tinha que me preocupar.
- Mickey é
assumidamente homossexual – falou a repórter. Uma foto minha apareceu e uma
outra foto de Roman apareceu ao lado da minha. – e atualmente namora o advogado
e empresário Roman Pearce Orth com quem tem um relacionamento há quase quatro
meses.
- eu retiro
o que disse, eles não são bons detetives, eles são excelentes.
- lembrando
que Roman é um advogado famoso por ser agressivo nos tribunais e ganhar casos
considerados perdidos pela maioria.
- esse é meu
Roman – falei com um sorriso vendo um vídeo dele feito no tribunal que eles
estavam exibindo.
- a mãe
biológica de Mickey, Charice Anne Ristoff foi… - eu desliguei a televisão antes
que continuassem. Eu não queria saber sobre ela. Iria doer muito afinal eu
tinha duas mães e as duas infelizmente faleceram.
Alguém bateu
na porta nesse instante.
- posso
entrar? – perguntou meu pai.
- pode sim –
falei.
Ele então
abriu a porta e entrou no quarto.
- o jantar
está pronto – falou ele – vamos descer?
- vamos –
falei me levantando e o seguindo até as escadas.
- o que
achou do seu quarto?
- muito
bonito, parece que você descobriu minha cor favorita. – falei descendo os
degraus.
- foi sim –
falou ele – e esse é seu quarto ele vai estar aqui sempre para você. Quando
você quiser vir passar um tempo comigo você pode vir sem medo.
- obrigado –
falei finalmente chegando ao pé da escada.
- o jantar
está pronto falou Marienn com um sorriso.
Nós então
fomos para a sala de jantar e a empregada arrumou a mesa e logo nós nos
servimos e começamos a comer.
- e então
Mike? A viagem foi boa? – perguntou Marienn.
- foi sim,
um pouco demorada, mas foi boa. Muito confortável eu nunca tinha andado em um
avião particular.
- você vai
se acostumar – falou ela – você vai andar muito.
Eu dei
apenas uma garfada e dei um sorriso.
- e então o
que você gosta de fazer em San Diego? Tem muitos pontos turísticos por lá?
Lugares bonitos?
- sinceramente?
Andar de metrô. A vista é tão linda e eu gosto do som que o metrô faz enquanto
faz a viagem. Além de ser muito confortável.
- quem sabe
um dia eu não vou com você para darmos uma volta – perguntou meu pai.
- eu
adoraria – falei.
Nós
continuamos com o jantar e assim que terminamos de comer eu me ofereci para
lavar as louças, mas eles me disseram que a empregada iria cuidar disso.
- bom, sendo
assim eu já vou para o meu quarto descansar a viagem realmente esgotou minhas
forças.
- você teve
um dia cheio – falou Marienn – merece um descanso. Tenha uma boa noite – falou
ela pegando o pequeno Scott nos braços. Eu me despedi dos meus irmãos e me
despedi do meu pai.
- daqui a
pouco eu vou lá conversar com você tudo bem? Você me espera?
- espero sim
– falei indo até ás escadas e subindo.
Eu fui até
meu quarto e preparei minha cama, coloquei os travesseiros os cobertores. Eu só
esperaria meu pai e em seguida iria dormir.
Eu esperei
por uns 10 minutos até que meu pai bateu na porta entrando.
- posso
entrar? – perguntou ele colocando a cabeça para dentro.
- pode sim –
falei sentado na cama.
Ele então
entrou e fechou a porta.
- o senhor
fica o dia inteiro com roupa social? – perguntei.
- sim –
falou ele se sentando ao meu lado na cama. Ele tinha algo nas mãos. – fazer o
que, preciso manter minha imagem.
- pai eu só
queria agradecer pelo o que fez com o comissário de bordo, mas eu queria dizer
que não precisa. Eu respeito muito o Roman e eu amo ele e nunca o trairia.
- me
desculpa se eu te ofendi – falou ele – eu não entendo muito sobre gays, entenda
sou só um bobo que quis agradar o filho e acabou ofendendo.
- não me
ofendeu não. Não se preocupe quanto a isso.
- ok – falou
ele com um sorriso. – eu trouxe isso para te mostrar algo.
Falou ele me
mostrando um livro. Logo que percebi que era um anuário do ano de 1990.
- um anuário
– falei pegando ele.
- sim –
falou ele abrindo o anuário em uma página aonde tinha um grupo posando para a
foto. Logo eu percebi que eram Cheerleaders.
- essa aqui
– falou ele colocando o dedo em uma das garotas sorridentes. – é sua mãe.
- minha mãe?
– falei feliz por finalmente ver uma foto dela.
- sim. Essa
foto foi tirada no nosso último ano. No ano seguinte ela ficou grávida de você.
- ele era
tão linda – falei vendo seu rosto.
- você tem o
sorriso dela – falou meu pai.
- tenho?
- sim –
falou ele.
- meu pai
Larry disse que eu tenho seus olhos e que pareço muito com você nos trejeitos.
O jeito de rir, conversar e até a cara que faço quando estou assustado ou
irritado.
- você tem
mesmo meus olhos – falou ele.
Eu olhei
para a foto outra vez e deixei uma lágrima cair.
- ela morreu
tão jovem – falei.
- muito –
falou meu pai – sabe eu amo minha esposa, mas nunca vou amar outra mulher do
jeito que eu a amei.
- essa é a
única foto que tem dela?
-
infelizmente sim – depois que eu te abandonei a família dela se afastou de mim.
Eles eram muito religiosos e acabaram se mudando para longe. Eles disseram que
eu corrompi a filha deles e por isso ela estava morta. Depois que virei
governador tentei contatá-los, mas descobri que o pai faleceu em 2006 e a mãe
em 2008.
- obrigado
por ter me mostrado essa foto – falei fechando o anuário. – fiquei muito feliz.
Meu pai
aproximou o rosto de mim e me deu um beijo na testa e alisou meus cabelos.
- eu te amo
– falou ele.
- eu também
te amo.
- vou indo,
vou deixar você dormir – falou ele.
- fica mais
um pouco, assiste TV comigo?
- tudo bem –
falou ele com um sorriso – ele então apagou a luz do quarto e eu liguei a TV.
Ele tirou os sapatos e se sentou ao meu lado na cama se escorando na cabeceira.
- o senhor
gosta de filmes?
- de
qualquer tipo, se o filme for bom vale qualquer gênero.
Coloquei em
um canal que tinha um filme passando. Parecia ser um filme de comédia. Nós
então começamos a assistir. Depois de um tempo eu comecei a sentir um sono
pesado afinal eu tinha tido um dia muito estressante, mas eu não queria dizer
nada porque era bom ter meu pai ao meu lado. Eu respirei fundo e olhei fixo
para a TV, mas não deu outra eu comecei a pescar e acordar assustado. Fiz isso
umas três vezes seguidas.
- está com
sono hein? – falou ele.
- eu cansei
muito – falei sem graça.
- deita aqui
no meu ombro.
- se quiser
pode ir – falei.
- não quero
– falou ele chegando perto de mim e colocando a mão no meu ombro direito me
puxou para perto dele e me fez deitar a cabeça no ombro dele. eu fechei os
olhos e a porcaria do meu celular tocou.
Eu olhei
para o lado assustado e peguei o celular era Roman.
- oi amor –
falei atendendo.
- oi.
Desculpa demorar a te ligar seu pai me falou, mas eu me esqueci de ligar.
- não tem
problema – falei.
- o que você
está fazendo?
- assistindo
TV com o meu pai. Eu estava quase dormindo quando você ligou.
- desculpa
não queria te acordar.
- sem
problema. – falei.
- depois nos
falamos – falou Roman. – boa noite
- boa noite,
eu te amo.
- também te
amo – falou ele.
- até mais.
- até –
falou ele desligando.
Depois que
coloquei meu celular no criado mudo meu pai me puxou outra vez para se deitar
no ombro dele.
Fechei os
olhos e antes que eu percebesse dormi outra vez, mas dessa vez ninguém
atrapalhou meu sono.
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