PARA ONDE FORAM OS BONS TEMPOS? capítulo dois
E
|
ra
patético. Quase dois meses se passaram desde a morte dele e eu ainda tenho
esperança de que ele entre pela porta do meu quarto e me dê um beijo e diga com
sua voz rouca e autoritária: ‘foi apenas um pesadelo’. Faz um mês que parei de
ir as reuniões de ajuda e eu ainda me sinto do mesmo jeito. Não consigo deixar
de pensar que a última coisa que fiz a ele foi cuspir no seu rosto e mandar ele
ir embora. Não existe coisa da qual eu mais me arrependa do que isso.
Tive
um pai que me mimou ao extremo e levei tempo para conseguir dependência
financeira. Me casei e construí uma vida que se desmoronou devido aos meus
devaneios e desejo sexual. Tive tudo uma vez e perdi porque achei que
colecionar uma lista de homens era mais importante do que ter apenas o único
que me amou de verdade. Aqui estou eu mais uma vez. Morando na casa do meu pai
esperando que algo aconteça comigo. De repente o melhor seja a morte.
Olhei
para o lado e em cima do criado mudo vi o relógio digital marcar quase cinco.
Me deitava para dormir, mas só ficava acordado contando os segundos para meu
despertador tocar. Quando o relógio marcou exatamente cinto da tarde ele
começou a despertar e eu bati a mão rapidamente e me sentei na cama.
Não
queria me atrasar para o trabalho. Ao entrar no banheiro peguei o frasco do meu
antidepressivo e tomei ele com água da torneira. Entrei no box do banheiro e
comecei a tomar meu banho.
A
empresa funcionava novamente depois da queda quando Adam ficou no controle de
tudo sozinho. São nesses momentos em que percebo que a vida é apenas um
carrossel e nós somos apenas os cavalos mal pintados dando voltas e voltas
sempre de volta onde tudo começou.
Xavier, Gray e Vanessa tinham
retornado para empresa. Eles pensaram em começar de baixo, mas Nathan cumpriu a
promessa que me fez quando Adam morreu. Ele ajudou a levantar a empresa.
A diferença de antes para agora é
que a empresa não funciona mais como uma parceria onde cada um tem uma parte
sobressalente e maior, agora ela tem um conselho de advogados que têm partes
iguais. O conselho é formado por sete advogados sendo eles: Xavier White, Gray
Collins, Vanessa e Vincent Smith, Roman Orth, Nathan Knox, Wilfred Farlow,
Jhonny Ferguson, Louise Wilde e mais outros três que não sei o nome.
Antigamente o prédio de vinte
andares dividia com outras empresas o alugue, como clinicas dentárias agora o
prédio todo foi alugado apenas para a advocacia que cresceu muito nesse tempo e
continua a crescer. É claro que com essa mudança eles também renomearam a
empresa que já não se chama mais ‘Partners’ Advocacy’ e sim “Olympus
Advocacy”. Uma referência aos doze deuses do olimpo. Eles são modestos,
não?
Você deve estar se perguntando
porque eu não sou um dos donos certo? O fato é que Adam e eu assinamos o
divórcio então com sua morte não fiquei com nada. São os filhos de Adam que
agora recebem uma pensão com a morte do pai.
Como tudo volta ás origens eu
também voltei ás minhas, mas não na empresa. Trabalho como atendente de bar no
Bar&Restaurante que fica em frente ao meu antigo trabalho na ‘Olympus’.
Desci ás escadas com a roupa do
bar e restaurante que era uma camisa de botão branca e uma calça marrom com uma
gravata combinando.
- bom dia – falei atravessando a
sala e chegando a cozinha;
- você quer dizer boa tarde né? –
falou meu pai chegando do trabalho. Ele tinha estudado jornalismo mais novo e
decidiu seguir carreira agora ele tem uma nova família para sustentar.
- pelo menos pra mim é bom dia.
- conseguiu dormir? – perguntou
meu pai se sentando ao meu lado na mesa.
- daquele jeito que o senhor
sabe. Cochilo um pouco e acordo pelo menos dez vezes com pesadelos horríveis,
mas eu consegui descansar.
- Acho esse trabalho muito pesado
pra você. Você parece tão abatido.
- o que o senhor quer dizer com
isso?
- não acha que já está na hora de
aceitar o que aconteceu e sei lá, tirar umas férias?
- por favor pai eu já disse que
não vou usar aquele dinheiro – falei irritado deixando de lado o copo de suco
que bebia.
Meu pai era o único para quem
tinha contado sobre o dinheiro que eu tinha no banco. Assim que nos casamos,
Adam fez um seguro de vida e eu era o único beneficiário e mesmo depois de tudo
o que eu fiz ele continuou pagando e agora eu tenho cinco milhões no banco aos
quais nunca gastei um tostão e nem penso em gastar.
- eu Já Falei pai. Prefiro
trabalhar pelo meu dinheiro e além do mais eu tenho o dinheiro que ganhei com o
livro que escrevi.
- por falar no seu livro, seu
empresário andou ligando.
- diga a ele que eu morri.
- o que ele quer com você?
- ele quer lançar uma segunda
edição do livro e eu disse que não estou interessado.
- porque? Não gosta do que
escreveu?
- tirando a parte onde excluo
Adam de tudo, eu odeio esse livro porque ele me faz lembrar de tudo o que tive
e perdi.
- tudo bem, se ele ligar outra
vez eu vou mandar ele parar.
- eu agradeceria – falei me
levantando.
- nesse fim de semana vou chamar
uma babá e vou mais a Vanessa beber lá no seu trabalho, OK?
- não precisa ir – falei não
dando muita atenção.
- tudo bem pai – falei passando
por ele e indo até a saída da cozinha.
- não vai me dar um beijo de
despedida?
- estou muito grande pra isso
pai.
- é sério – falou ele se
levantando.
- estou atrasado – falei não
dando importância e pegando meu celular e uma mochila e indo em direção a porta
de saída.
Ao chegar na rua onde ficava o
bar e a ‘nova empresa’ onde eu costumava trabalhar eu vi um pequeno memorial
que eles fizeram para Adam. Era algo pequeno, mas eu gostava de olhar para lá e
imaginar que Adam tinha morrido de uma maneira bem menos trágica.
Parei do outro lado da rua e
fiquei olhando o memorial que dizia
EM MEMORIA
DE
ADAM HARPER
WHITE
PAI
ATENCIOSO E MARIDO AMOROSO
Fiquei distraído por um bom tempo
olhando para aquele memorial e pensei nos bons tempos que nós tivemos juntos.
- eu só queria que você soubesse
da bagunça que você deixou quando foi embora.
- o que você disse? – falou um
homem ao meu lado me assustando.
- mas que susto – falei sentindo
meu coração acelerar.
- me desculpa eu não queria te
assustar – falou o homem que sempre vinha ao bar. Pelo menos três vezes na
semana. Ele estava sempre tentando puxar conversa comigo.
- é você – falei entrando e ele
entrou comigo.
- como assim ‘é você’? você não
pode falar assim com um cliente.
- eu posso e falo. E além do mais
eu ainda não bati meu ponto então você não é meu cliente. É só um cara que me
chama pra sair e eu sempre digo não.
Falei isso dando a volta no
balcão e depois de ir até os fundos bater o ponto eu voltei. Lá estava ele
sentado do lado esquerdo do bar que era onde eu atendia.
- vai querer o que? – falei me
aproximando dele.
- Red Label e seu telefone.
- Um Red Label saindo falei me virando e em seguida colocando uma dose.
Em seguida ao entreguei ao homem.
- só falta o telefone.
- o telefone eu posso até te dar,
mas o número não.
- engraçadinho – falou ele
bebendo.
Deixei ele de lado e fui atender
outros clientes que tinham chegado. A música tocava alta. Eu não sei bem porque
aceitei trabalhar como atendente de bar. Talvez sejam as lembranças que tenho
daquele lugar. Foi lá que dancei com Adam a primeira vez. Foi a primeira vez
que eu o vi como algo mais do que meu chefe, foi lá que comecei a deseja-lo.
Talvez seja essa sensação de nostalgia que conte mais do que o salário que
recebo. Tinha boas lembranças nesse bar e restaurante. Lembranças melhores o
que na advocacia. Foi lá que conheci Adam, mas minhas lembranças de lá
consistem mais em Adam fazendo sexo com todas as mulheres que entravam naquele
lugar.
Acho que Adam tinha tanta
insegurança quanto a sexualidade que acho que nem ele mesmo sabe dizer em que
rotulo ele se encaixa. Ele nunca disse isso, mas ele odiava ser rotulado. Conheci ele tempo suficiente para saber que
ele gostava de estar com quem o fazia estar bem. Isso bastava pra ele e bastava
pra mim.
Continuei meu trabalho durante
várias horas. Estava distraído cuidando da minha vida quando Alguém chamou
minha atenção no meio da multidão. Primeiro pensei que estivesse enganado, mas
alguém acenada para mim e se aproximava do bar. Pensei que estivesse acenando
para outra pessoa, mas era mesmo para mim. logo que chegou mais perto percebi
que era Xavier. Ele veio até mim e deu um aperto de mão.
- boa noite – falei apertando a
mão de Xavier que logo se sentou.
- boa noite – falou ele
envergonhado.
- faz tempo que não te vejo.
- eu estou… eu estou bem e você?
- estou bem também.
- me dá uma cerveja por favor.
Enchi um copo e Xavier deu um
gole.
- você veio de carro?
- taxi.
- ótimo – falei forçando um
sorriso.
Era constrangedor ver Xavier
levando em consideração o que aconteceu entre nós na última vez que nos vimos.
É tudo um borrão em minha mente e tenho certeza de que na mente de Xavier
também, mas esse borrão é o suficiente para nos deixar envergonhado na presença
um do outro.
Xavier
tomava sua cerveja e olhava pra mim com um sorriso forçado. Ele com certeza
estava se esforçando para parecer tudo normal, mas não tinha como fingir que
aquela noite não tinha acontecido. Quando me lembrava eu me sentia
profundamente arrependido e Xavier com certeza também se sentia profundamente
arrependido. Pior foi pra ele que deve ter muitos pesadelos com o que aconteceu.
-
como você está? – perguntei pela terceira vez. Nós estávamos realmente sem
assunto. Sempre que alguém me chamava para servir bebida eu agradecia e sempre
que voltava eu perguntava a mesma coisa e ele forçava um sorriso e não
respondia.
-
eu preciso… eu quero.
-
não precisa falar no que aconteceu – falei poupando ele.
-
que bom – falou ele sorrindo verdadeiramente – eu tenho tido noites em claro
pensando naquele dia e eu pensei que foi muito desrespeito da minha parte por
ter feito aquilo.
-
não precisa pedir desculpas a culpa foi minha de qualquer jeito.
-
quer saber? Não vamos pensar no que aconteceu. Já está feio do que jeito o que
está. Falar sobre isso só vai trazer as lembranças de volta.
-
você não sabe o quão mal me sinto toda vez que me lembro. Eu me sinto
profundamente envergonhado. Por isso tenho te evitado.
-
eu também – falou Xavier – eu pensei que nunca mais fosse ter coragem de olhar
pra você outra vez.
-
não se preocupe com isso. Vamos só esquecer e voltar a ser aquilo que éramos
antes. Sou seu ex-cunhado e você
agora é um amigo.
-
eu não sou gay – falou Xavier.
-
eu sei, eu sei – falei tentando não dar importância.
-
eu não sei porque fiz aquilo, eu estava… eu estava triste, bêbado e te ataquei.
-
eu também estava bêbado. Foi o pior erro que dois homens bêbados já fizeram. Eu
estou tremendamente envergonhado – falei outra vez.
-
eu também – falou Xavier.
Nesse
momento alguém levantou a mão me chamando e eu mais do que depressa fui atender
o pedido. Graças a deus alguém me tirou daquele lugar. Eu posso jurar que ouvi
Xavier suspirar e dizer a mesma coisa.
Xavier
e eu não estamos tão próximos agora, mas a morte de Adam nos aproximou. Ele me
levava a reuniões de ajuda ás pessoas que perderam alguém. Xavier me levou por um
mês, ele me visitava em casa e conversava comigo. Nos tornamos próximos até o
dia em que eu disse que não voltaria mais.
Era
como se eu tivesse encerrado um parte da minha vida, mas aquilo tinha sido só o
começo da lembrança mais embaraçosa da minha vida. Eu me arrependia de muitas
coisas na minha vida, massa coisa que mais me arrependo é de ter começado a
beber. Beber pra valer. Eu fiquei igual ao meu pai Larry quando ele bebeu muito
e me bateu.
Eu
só ficava trancado no quarto quando Xavier me convenceu a ir as malditas reuniões
e depois que parei de ir eu fiquei sem o que fazer e como todos sabem, “mente
vazia é oficina do diabo”, eu comecei a beber. Todos os dias eu comprava uma
garrafa de tequila e ia para o apartamento onde Adam e eu morávamos, que agora
quase não tinha mais mobília e a que tinha estava toda coberta com plásticos.
Todo
o dia era uma rotina. Eu comprava a garrafa ia para lá e passava o dia inteiro
bebendo na nossa cama. Em seguida eu dormia profundamente e no dia seguinte
tinha uma ressaca do diabo e passava horas vomitando na privada. Eu jurava para mim mesmo que não beberia
mais. Ia para a casa do meu pai e depois de vinte quatro horas sóbrio aquele
vazio me pegava oura vez. Mais uma vez eu comprava uma garrafa e voltava para
nosso apartamento.
Depois
de uma semana nessa rotina Xavier veio me visitar em casa. Eu estava saindo
para poder comprar uma garrafa de tequila, mas eu o topei na porta.
-
olá – falou Xavier assim que eu sai pelo portão.
-
Xavier? O que está fazendo aqui?
-
eu vim te ver. Você desapareceu depois que parou de ir as reuniões, eu só
queria saber se você está bem.
-
sim, estou.
-
seu pai está em casa?
-
está trabalhando.
-
você vai sair? Onde vai?
-
eu vou ao supermercado.
-
posso te fazer companhia?
-
não.
-
porque não?
Respire
fundo antes que ele perguntasse outra vez.
-
não mente pra mim Mike. O que você está fazendo? Você parece tão cansado. Você
tem passado os dias preso dentro do quarto de novo?
-
não é que…
-
não mente pra mim Mike.
-
eu tenho ido ao apartamento onde Adam e eu morávamos.
-
você voltou a morar sozinho?
-
não. Na verdade eu tenho ido… tenho ido beber.
-
beber?
-
sim. Eu compro uma garrafa de tequila e passo o dia lá bebendo.
-
você está falando sério?
-
você pediu a verdade e eu sinto que não devo satisfação a ninguém – falei
deixando ele de lado e começando a andar.
-
você deve satisfação a mim – falou Xavier me seguindo.
-
você não é nada meu.
-
eu preciso cuidar de você Mike. Adam ia querer.
-
não fale por Adam. Você não tem esse direito.
-
Adam era meu irmão! – falou Xavier segurando meu braço me virando – como você
acha que me sinto? Acha que estou bem com isso? Ele era meu irmão mais próximo.
Eu tenho mais dois irmãos e duas irmãs e Adam era meu irmão mais próximo e
agora ele se foi. Eu sinto que se não ocupar minha mente eu vou… eu não sei o
que vai acontecer.
-
eu sei como se sente – falei me ajeitando – você sente um vazio dentro toda vez
que pensa nele.
-
um buraco no peito – falou Xavier.
-
sabe o que consegue preencher esse buraco?
-
eu não vou beber com você.
-
você disse que quer cuidar de mim. se eu tiver um coma alcoólico você vai
querer está lá comigo.
-
eu não sei Mike.
-
vamos comigo. Você não gostaria que esse vazio desaparecesse e que por algumas
horas a dor que você sente constantemente desaparecesse? É o que acontece
quando eu vou. Porque você acha que faço isso? Porque eu gosto da bebida?
-
tudo bem – falou Xavier – vamos no meu carro.
Depois
que fomos a um supermercado nós compramos uma garrafa de tequila e uma garrafa
de vinho. Percebemos que um só não seria o suficiente. Ao chegarmos no
apartamento nós fomos para o quarto e nos sentamos na cama. Compramos também
alguns salgadinhos para tirar o gosto da bebida que em minha opinião, era
horrível.
Nós
bebemos, comemos, bebemos mais, conversamos sobre Adam, sobre bobeira e bebemos
mais um pouco. Chegou a um ponto em que eu nem me lembro mais o que aconteceu.
E eu agradeço por Não lembrar.
-
eu acho que estou bêbado – falei rindo para Xavier.
-
você acha? – respondeu Xavier.
-
essa cama costumava ficar desarrumada quando Adam e eu tranzavamos – falei
alisando o lençol branco.
-
vocês faziam amor aqui?
-
aqui e em outros lugares da casa também – falei brincando e rindo.
-
eu sinto falta dele todos os dias. Eu não sei o que fazer. Eu tenho esposa, tenho
filhos, mas tudo o que penso é em como ele morreu.
-
não queira nem me lembrar – falei me levantando – você não viu o que eu tive
que ver você não teve que procurar pelas partes dele tendo que puxar na memória
se o braço com o relógio é o mesmo braço que costumava me abraçar toda noite.
-
eu sempre vou ser grato por você ter feito esse favor – falou Xavier se
levantando – eu vou te agradecer pra sempre – falou ele me abraçando.
-
não tem problema falei alisando as costas dele e pressionando meu corpo contra
o dele. Era gostoso abraçá-lo.
-
a bebia entrou, mas precisa sair – falou Xavier me soltando e indo ao banheiro.
Eu me sentei na cama e ouvi o barulho da urina caindo. Coloquei a mão entre
minhas pernas e senti que estava excitado. Olhei para o alto e fiquei tonto e
cai deitado na cama. Respirei fundo por um tempo tentando recuperar os
sentidos, mas tinha bebido tanto que não tinha como. Meus pensamentos ficaram
sujos naquele momento. Eu dei risada sozinho porque Xavier estava no banheiro
faz tempo e a urina não parava de cair.
-
está tudo bem? Parece até uma torneira – falei me sentando na cama e em seguida
me levantando. Fui até a porta do banheiro e vi ele de lado urinando.
-
eu bebi demais – falou Xavier – a culpa é sua.
-
eu acho que devíamos parar – falei entrando no banheiro.
-
eu concordo – falou Xavier.
Sem
juízo nenhum eu entrei no banheiro, abri o box de vidro e entrei com roupa e
tudo em seguida eu abri o chuveiro que caia uma água morna eu me sentei no chão
e me escorei na parede deixando a água cair em mim.
Fiquei
assim por um tempo apenas sentindo a água cair em mim. ficaria lá quantas horas
fosse preciso até que a tontura passasse. Como eu disse. Toda vez era a mesma
coisa. Eu estava tonto e arrependido agora, mas assim que o vazio aparecesse eu
faria tudo de novo.
Voltei
a servir bebidas no bar tentando não pensar no que tinha acontecido comigo e
com Xavier no restante daquela noite, mas seria inevitável. Eu nem lembrava d
oque tinha acontecido exatamente. Pequenas lembranças é tudo o que lembro e eu
sinceramente gostaria de esquecer.
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