BEIJO FALSO capítulo nove
K
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geralmente não era a pessoas que elaborava os planos que nós usaríamos no
trabalho de campo, mas pelo tempo que tínhamos ele teve uma ótima ideia. Eu ainda
me sentia mal pelo o que tinha acontecido no hospital e isso só me motivava. Eu
precisava terminar aquele trabalho da melhor forma possível afinal uma pessoa
tinha morrido devido as lesões causadas por uma surra.
- você tem certeza de que essa ideia vai funcionar? – perguntei para
Kiff. Estávamos em frente a Pegasus e eu esperava pelo taxi que me levaria até
o aeroporto.
- eu peguei essa ideia de um filme. Pode ser que dê certo – falou Kiff.
- Morgan já está no aeroporto?
- está sim – falou Kiff – Eve e Gray também já estão lá. Só falta você.
Meu celular vibrou e eu vi que era uma mensagem de Holly.
- quem é? – perguntou Kiff.
- é Holly. Ela continua em frente a casa de Max. Ela disse que ele jogou
a mala dentro do carro, mas ainda não.
- espero que ela tome cuidado – falou Kiff.
- eu vou dizer a ela que você desejou boa sorte.
- não! – falou Kiff alterado.
- porque? Ela vai gostar de saber que você se preocupa e quando você
chamar ela pra sair vai ser mais fácil para ela dizer sim.
Kiff então olhou para baixo e fez uma expressão triste. Foi então que eu
percebi que Holly já tinha dito não.
- você chamou ela pra sair – falei afirmando e Kiff confirmou com a
cabeça – sinto muito.
- não tem problema, quem ia querer sair com um nerd como eu – falou
Kiff.
- muitas pessoas Kiff. Todo mundo é nerd em alguma coisa. Você é nerd
dos computador, eu sou nerd da contabilidade forense. Não precisamos ter
vergonha de ser bons.
- por falar nisso – falou Kiff tentando mudar de assunto – eu estou de
olho no celular de Rupert como você me pediu. Acessei o celular dele pelo
Microbot que você instalou e assim que eu tiver uma novidade eu te aviso.
- muito obrigado Kiff. Você está me fazendo um grande favor – falei
vendo o taxi parar na minha frente.
- você fica me devendo uma.
- fico sim – falei entrando no táxi pedindo que me levasse até o
aeroporto.
- boa sorte – falou Kiff se aproximando da janela – vou encontrar vocês
quando tudo terminar.
- te vejo lá – falei sentindo um frio na barriga. Depois do que tinha
acontecido no sábado com Rupert era difícil não ficar nervoso em sair
disfarçado.
Morgan caminhava lentamente pelo aeroporto. Em uma das suas mãos ela
puxava uma mala vermelha de rodinhas e na outra ela tinha seu celular ao qual
ela acessava alguns e-mails antes de uma importante viagem. Morgan estava com
óculos escuros e usava uma saia justa que ia até acima do joelho. Usava uma
blusa branca abotoada que modelava seu corpo. Ela usava um batom vermelho
vibrante e ela tinha um sorriso no rosto. Todos olhavam para ela enquanto ela
cruzava o LAX de ponta a ponta.
- ele já chegou ao aeroporto? – perguntou Morgan colocando o celular na
orelha. Ela falava com Holly.
- nós estamos a caminho – falou Holly seguindo Max Winterbotham –
estamos quase chegando.
Holly tinha ido até a casa de Max para garantir que ele ia até o
aeroporto e foi o que ele fez. Max estava a caminho do aeroporto e Holly o
seguia discretamente. Não era muito difícil devido a quantidade de carros na
rua.
O relógio marcava quase uma hora e vinte minutos. Faltava quarenta
minutos para o voo de Max sair e ele estava atrasado. Morgan acabou se sentando
em um bar perto dos portões de embarque e pediu por uma Vodca com gelo.
- eu vou querer o mesmo que a moça pediu – falei me sentando ao lado de
Morgan. Nós fingíamos que não nos conhecíamos. Estávamos sentados a dois
lugares de distância, mas sabíamos qual era o próximo passo do plano que Kiff
tinha bolado. Era simples, mas capaz e deter Max pelo tempo que fosse
necessário.
Quando Holly foi até a casa de Max ela o viu levar uma mala para o
carro. Afinal quem precisa de mais coisas quando se rouba o melhor amigo e
planeja fugir?
Holly tirou uma foto da mala marrom que Max tinha colocado no carro e
enviou para mim. Morgan e eu fomos á dezenas de lojas até que finalmente encontramos
uma mala idêntica a de Max. A diferença é que a mala que Morgan carregava tinha
uma arma dentro. Uma arma não registrada escondida dentro das roupas masculinas
que estavam dentro da mala de Morgan. O plano era fácil. Trocar as malas de Max
e Morgan antes que ele passasse pelo portão de embarque.
Os minutos passavam e foi quando eu vi Eve se aproximar do bar e se
sentar do outro lado de Morgan a dois bancos de distância. Eve estava com uma
mala idêntica a de Morgan e a de Max. Eve também fazia parte do plano e ela
carregava a terceira mala que teria um papel importante.
Morgan continuava com o telefone na orelha como se conversasse com
alguém. Ela tinha Holly na outra linha que seguia Max até o aeroporto.
- nós chegamos – falou Holly estacionando o carro vendo Max sair com a
mala e entrar no aeroporto.
Morgan desligou o telefone e tomou um gole de sua bebida com gelo. Esse
era o sinal. Max havia chegado ao aeroporto. Eve continuou sentada no bar, mas
sem beber nada.
Nós não podíamos arriscar usar escutas no aeroporto afinal tem
detectores de metal em todos os lados. Já foi difícil o suficiente levar uma
arma para dentro do aeroporto. Temos que agradecer ao amigo de longa data de
Gray por ter levado a arma para dentro do aeroporto. Ele deixou a arma escondia
dentro da caixa acoplada no banheiro masculino. Eu peguei a arma que estava
dentro de um pacote e entreguei para Morgan que por sua vez foi até o banheiro
e colocou dentro da mala.
Quando Morgan caminhou até a entrada do aeroporto para ficar perto de
Max eu me levantei tomando um gole da minha bebida. Nesse momento Eve tirou de
dentro da bolsa o blush, mas ela não passou no rosto ela apenas se olhou no
pequeno espelho e o colocou aberto em cima do balcão. Eu coloquei o meu
dinheiro em cima do balcão para pagar pela bebida e em seguida passei o dedo no
blush batizado de Eve e em seguida passei o dedo nos meus dois olhos que
começaram a arder e em seguida comecei a lacrimejar. Eu me afastei de Eve e por
alguns instantes eu fiquei parado a alguns metros de distância de onde ela
estava. O pé de Eve era falso. Era um gel que fazia os olhos lacrimejarem. Em
pouco tempo as pessoas que passavam por mim me olhavam curiosas. Pois eu estava
chorando. Um choro falso, mas estava chorando. Meus olhos estavam vermelhos e
lacrimejando apenas esperando Max e Morgan passarem por mim.
A alguns metros de distância estava Gray. Ele esperava pelo mesmo que
eu. Eve continuava sentada junto ao bar olhando para o relógio do pulso como se
esperasse por algo.
Alguns minutos se passaram e foi quando eu vi Eve pedir uma bebida no
bar. Esse era o sinal de que Max e Morgan se aproximavam e como eu estava de
costas eu não os via, mas sabia que tinha chegado a hora. Gray começou a
caminhar com uma mala como se estivesse partindo ode viagem e eu me aproximei
dele e falei o mais alto que consegui.
- Por favor Nick, não vá! – falei chamando a atenção ode todos ao redor.
Nick era o nome que Gray usava sempre que trabalhava disfarçado.
- eu preciso ir – falou Gray parecendo triste.
- você não pode ir e me deixar aqui sozinho. Eu achei que fosse mais
importante que uma oferta de emprego – falei com os olhos cheios de lágrimas.
- você é – falou Gray se aproximando de mim – porque não vem comigo?
- eu não sei se posso deixar tudo para trás e ir com você. Eu te amo,
mas não sei o que nós somos.
- você pode se você se casar comigo – falou Gray se afastando e se
ajoelhando com um dos joelhos no chão. Ele abriu uma pequena caixa e mostrou
uma aliança.
Eu olhei em volta e percebi que todo o aeroporto olhava para nós. Era um
pedido falso de casamento que chamou a atenção de todos. Inclusive de Max que
estava parado ainda com uma das mãos na mala. Morgan estava do lado dele dois
passos atrás. Todos esperavam ansiosos a minha resposta. Nada melhor do que um
pedido de casamento gay em um aeroporto para viralizar. Algumas das pessoas
filmavam toda a cena.
- sim. Eu aceito – falei olhando para ‘Nick’.
Nesse momento Gray se levantou e se aproximou de mim colocando a aliança
no meu dedo e chegou mais perto ainda me abraçando e com um sorriso aproximando
o rosto o suficiente para um beijo. Ele encostou os lábios nos meus e os
manteve por um tempo. Era estranho beijar a boca dele mesmo que fosse parte do
trabalho mesmo que o beijo fosse apenas um selinho demorado. Enquanto nos
beijávamos todos começaram a aplaudir e de olhos abertos eu vi quando Morgan
trocou a mala de Max pela dela.
Eve também nos aplaudia e ao ver que Morgan tinha trocado as malas ela
se levantou do bar e caminhou na direção de Morgan. Quando elas se cruzaram
elas trocaram as malas uma da outra. Eve caminhou em direção a saída do aeroporto
e Morgan caminhou até o balcão para fazer o check
in e despachar sua bagagem. Por mais estranho que tenha sido o dia o mais
estranho estava por vir.
Gray levou as mãos até as minha cintura e me puxou junto do seu corpo e
o que era apenas um beijo falso se tornou algo a mais quando senti a língua de
Gray na minha boca. Olhei para Gray e ele estava de olhos fechados aproveitando
o momento e foi então que eu decidi fazer o mesmo. Fechei os olhos e abracei
Gray. Só agora junto ao corpo de Gray sentindo seus lábios junto aos meus que
eu percebi o quão cheiroso era seu perfume. O quão fortes eram as suas mãos e
quão macio era seu rosto que eu sentia em minha mão esquerda.
Para a nossa sorte ninguém que nós conhecíamos prestava atenção naquela
cena porque se Não eles perceberia que o que era pra ser uma missão tinha se
tornado algo mais. O que era pra ser um beijo cinematográfico tinha se tornado
um beijo apaixonado e o mais engraçado é que foi Gray quem o começou.
- ele já se foi? – perguntou Gray parando o beijo ainda de olhos
fechados. Sua respiração estava em meu nariz.
Antes de responder abri os olhos. E vi quando Max pegou a mala e
caminhou também na direção do balcão para fazer o check in. Depois dos ataques ás torres Gêmeas a segurança foi
reforçada e para chegar ao balcão era preciso passar por um detector de metais.
- sim. Ele se foi –falei ainda abraçando Gray.
- ótimo – falou Gray dando um selinho na minha boca antes de me soltar.
Eu engoli em seco quando ele fez aquilo.
- nem acredito que eu te beijei – falou Gray segurando minha mão
enquanto nós caminhávamos também em direção ao portão de embarque.
- o que? – perguntei confuso.
- essa é a última vez que seguimos um plano de Kiff – falou Gray
parecendo natural e perturbado por ter me beijado como se tivesse sido um
sacrifício.
- não foi ideia do Kiff me beijar de língua. Era pra ser um beijo falso.
- ninguém vai acreditar em você – falou Gray.
- o que?
- se você contar para alguém que eu te beijei de língua ninguém vai
acreditar então nem perca seu tempo.
Eu nem tive tempo de processar o que tinha acontecido quando nós
chegamos até a fila do detector de metais. Morgan estava na fila e Max parou
logo atrás dela e Gray e eu paramos logo atrás de Max.
Enquanto esperávamos na fila Morgan puxou assunto com Max.
- eu sempre fico nervosa antes de voar – falou Morgan para Max.
- Sei como é, mas quando se viaja tanto quanto eu você acaba se
acostumando.
- eu não sei se vou me acostumar um dia – falou Morgan sorrindo.
- você tem um sorriso bonito.
- obrigada Max – falou Morgan passando pelo detector de metais.
Ela disse o nome de Max propositadamente o que fez com que ele ficasse
distraído pensando como aquela estranha sabia o nome dele. Morgan passou pelo
portão de embarque e ficou parada esperando para ver toda a cena.
Quando Max passou pelo portão com a mala ela apitou. Max pareceu
surpreso quando ela fez sinal.
A segurança nesse momento cercou Max e passou o detector de metais pelo
corpo dele enquanto outros dois revistavam a mala. Ele pareceu surpreso ao ver
as roupas dentro da mala. Eram roupas masculinas, mas ele não pareceu
reconhecer nenhuma. Ele ficou mais surpreso ainda quando o segurança tirou de
lá de dentro um pacote.
- eu não sei o que é isso – falou Max apavorado e foi quando o segurança
abriu calmamente o pacote que continha uma arma – isso não é meu – falou ele
tentando se livrar. Max olhou para os lados e as pessoas pareciam assustadas,
mas a melhor parte foi quando Max olhou para Morgan que apontou para a mala
mostrando que erma idênticas. Morgan se virou e continuou andando – foi ela –
falou Max apontando para Morgan – ela tocou as malas. Aquela mala é a minha.
- senhora – falou um dos seguranças indo até Morgan que parou.
- o que foi?
- desculpa incomodá-la é que aquele senhor disse que vocês trocaram de
mala.
- eu não vejo como isso é possível – falou Morgan olhando para mim e
para Gray.
- sinto muito, mas vou precisar conferir.
- tudo bem, mas eu estou dizendo que não tem como.
O segurança pegou a mala e a abriu. Lá dentro só tinha roupas femininas.
- é como eu disse – falou Morgan – não acho que essas roupas sejam dele…
a menos que ele tenha uma vida secreta que nós não sabemos.
- desculpa incomodar – falou o segurança fechando a mala de Morgan.
Enquanto isso outros dois seguranças se aproximaram.
- o senhor vai ter que nos acompanhar e dar algumas explicações – falou
um dos seguranças segurando no braço de Max. Outros dois seguranças o seguiram
até a segurança do hospital.
- ele vai ficar detido por um bom tempo – falou Gray soltando minha mão.
- conseguimos – falou Morgan parando ao nosso lado.
- graças ao Kiff – falei caminhando ao lado de Morgan e Gray.
- uma pena eu ter que ficar com a pior parte – falou Gray.
- Por favor Gray você nem se preocupou em chupar uma balinha de menta e
pare de falar nisso.
- mais um trabalho concluído – falou Morgan quando chegamos do lado de
fora do aeroporto. Eve estava lá com a terceira mala e junto dela estavam Kiff
e Holly.
- deu certo? – perguntou Holly.
- deu – falou Morgan – nesse momento Max Winterbotham está sendo
entrevistado pela segurança do aeroporto e a policia deve estar a caminho afinal
ele tinha uma arma na bagagem e tenho certeza de que não vai saber se explicar.
Todos nós entramos na mini van de Holly e fomos a caminho da empresa. No
caminho aquele sentimentos de culpa me veio novamente. Não sei porque eu acusei
Stefan de ter abusado fisicamente da esposa. As provas pareciam apontar para
ele e o meu instinto me enganou. Talvez eu esteja errado quanto á Hugo. Talvez
eu deva me sentir mais otimista em ir nesse encontro. Nesse momento olhei para
Gray que se sentava na outra janela. Ele parecia pensativo olhando para o nada
do lado de fora.
- eu fiquei sabendo que minha irmã foi até a Pegasus hoje – perguntou
Eve para mim quebrando o gelo do silêncio.
- foi sim, mas ela não pôde esperar. Você devia ligar para ela.
- eu vou – falou Eve finalizando a conversa.
Quando chegamos a Pegasus nós saímos da mini van e enquanto
atravessávamos o estacionamento Morgan decidiu que era uma boa ideia contar
para todos algo que nem eu queria saber.
- então… Griffin tem um encontro hoje a noite – falou Morgan ao meu
lado.
- sério? – perguntou Holly – com quem?
- com um tal de Hugo – respondeu Morgan por mim.
- eu não sei se eu vou – falei olhando para baixo enquanto caminhávamos
em direção ao elevador.
- você já confirmou – falou Morgan – e além do mais você me prometeu.
- se ele não quer ir não o obrigue – falou Gray se limitando a dizer
isso sem olhar para mim.
- eu vou obriga-lo sim – falou Morgan – Isso faz parte da amizade. Dar
um empurrãozinho quando o amigo precisa.
- você marcou para que horas? – perguntou Holly.
- para as oito da noite. Vamos tomar algumas bebidas no Casablanca e depois de dois copos eu vou
inventar alguma desculpa e vou embora.
- e se ele quiser te levar para casa? – perguntou Eve.
- ele vai ficar querendo. Eu vou pegar um taxi porque nenhum estranho
vai saber onde eu moro. Especialmente um advogado qualquer.
Holly e Kiff percebeu quando eu disse isso. Holly e Kiff sabiam um pouco
mais do meu passado do que os outros. Eles sabiam que eu trabalhei em uma
advocacia no meu último emprego e tudo isso terminou com ameaças e eu basicamente
tive que fugir de Washington.
- OK – falou Holly – Griffin só se lembre que não deve generalizar.
- do que ela está falando? – perguntou Morgan – você já saiu com um
advogado antes? Foi uma experiência ruim?
- não! Quer saber? vamos falar de outra coisa – falei cortando o assunto
– vamos falar sobre o que Eve vai fazer hoje a noite ou sobre o que Kiff vai
fazer hoje a noite. Esqueçam sobre mim.
Gray caminhava um pouco mais a frente e ele não parecia ter gostado
muito do que Morgan disse. Por algum motivo eu o via diferente.
Nunca tinha olhado para Gray da forma que eu olhava agora. Eu o estava
vendo como homem e não como um dos maiores imbecis da face da terra. Ele sempre
me tratou mal e agia como um imbecil sempre que podia. Ele Estava me tratando diferente
desde que descobriu algumas coisas sobre meu passado. Talvez eu o estivesse
vendo da forma que ele me via a muito tempo.
As pessoas tinham essa mania de me julgar antes de me conhecer. Só
porque eu sou uma pessoa calada e reservada não significa que eu seja metido ou
me sinta superior. Eu sou bom no meu trabalho e eu não escondo isso de ninguém.
Não é que eu seja arrogante, mas ser arrogante faz parte de ser bom.
Gray era um excelente cirurgião cárdico torácico e eu sempre o via se gabando
disso para as pessoas. Geralmente quando as pessoas me viam como um humano elas
me tratavam diferente. Era o que todos estavam fazendo.
Todos nós entramos no elevador. Kiff e Holly desceram no sexto andar e
ao chegarmos ao sétimo nós vimos que Stefan Porter estava sentado na sala de
reuniões.
- Nós precisamos dar as boas noticias ao Stefan – falou Morgan para Gray
e Eve. Eles caminharam até a sala, mas eu fui em direção ao minha.
- você não vem? – perguntou Eve.
- não. Eu provavelmente sou a última pessoa da terra que Stefan quer
ver. Eu o acusei de ter matado a esposa que ele tanto ama.
- é verdade – falou Gray.
Morgan olhou para Gray repreendendo-o. Ele devia ter múltiplas
personalidades. Como ele podia ser tão atencioso em um momento e tão babaca em
outro?
- podem ir. Nós ainda temos muito trabalho para coletar as provas para
prender Max. Enquanto vocês dão as noticias ao Stefan eu vou adiantando o trabalho.
- tudo bem – falou Morgan forçando um sorriso.
Gray olhou para mim e em seguida seguiu Morgan e Eve para a sala de
reuniões. Fui para a minha sala e ao sentar em minha mesa eu peguei os arquivos
sobre o caso de Stefan Porter. Eu analisaria minuciosamente cada detalhes,
todas as transações, saques, depósitos qualquer coisa que divergisse e provasse
que na verdade foi Max Winterbotham que roubou sua identidade e esvaziou suas
contas bancárias.
Ao me sentar á mesa a primeira coisa que olhei foi para o porta retratos
com a foto daqueles modelos que deveriam ser meus verdadeiros pais. Por mais
que a verdade estivesse lá fora aquela foto me confortável. Lembrava da vida
que eu não tive, mas a vida que eu desejei ter muitas vezes viver uma fantasia
era mais reconfortante do que encarar a realidade.
Olhei para o relógio e percebi que era quase duas horas da tarde. Deixei
de pensar sobre as minhas bobagens e comecei a olhar os papéis em minha mesa.
Eu tinha muito trabalho pela frente se quisesse prender um ladrão e um
assassino.
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