Capítulo 10: DIA 7 — 14h03min ás 16h57min | Conto: Crônicas de Perpetua: Homem Proibido — Livro Um

 

Capítulo 10

DIA 7 — 22h25min ás 23h52min

---

T

odos pareciam bastante frustrados e decepcionados depois da palestra que o Professor McKinney fez. Tantos anos se passaram desde que tudo aconteceu. Quase três séculos. Rose passou o restante do dia chorando e sendo consolada por Misty e Anita que também pareciam apreensiva. Todos os que elas conheciam estavam mortos. Dorothy e Rodolfo passaram a maior parte do tempo abraçados conversando. Eles não se lembravam muito bem das vidas passadas, mas era como se os sonhos e esperanças de todos tivessem sidos destruídos. Ted pareceu um pouco distantes. Depois do jantar ele descobriu que haviam charutos na mansão ele pegou um deles e estava lá fora fumando. Ele parecia pensativo e certo momento eu o vi chorar.

Will tinha consigo a foto de uma garota que parecia ser alguém por quem ele era apaixonado. Lucy se trancou no quarto e não saiu mais. Ela mal tocou em seu jantar. Melanie e Clint haviam se empenhado tanto e eu fui o único que não sofreu tanto assim com as revelações do Professor. Claro que era chocante descobrir o que o nosso mundo se tornou, mas eu não tinha nada pelo o que voltar. Tinha uma mãe e um pai homofóbico, uma irmã ao qual eu não via a anos. Ela não fazia questão de ter qualquer contato comigo. Eu não tinha colegas, não tinha amigos… não tinha nada. Estar no ano de dois mil e dezessete e estar no ano de dois mil duzentos e oitenta e dois não fazia muita diferença pra mim. Não tinha ninguém no passado e não tenho ninguém agora.

Estava na biblioteca lendo ‘A Divina Comédia’. O livro pelo que o professor McKinney havia citado. Estava a quase duas horas lá sentado lendo-o. Estava concentrado nas palavras. Ele dava uma descrição quase visual de como seria o céu, o purgatório e o inferno. Ele havia sido escrito a muitos anos atrás.

- está aqui! – falou o Professor entrando na biblioteca tirando a mina concentração.

- sim. Estou aqui. Estava me procurando?

- sim – falou ele fechando a porta – você parece ser o único a não ter sido afetado pelas revelações que eu fiz.

- é que eu era um perdedor patético á duzentos anos e duzentos anos depois eu continuo sendo o mesmo perdedor patético. Não tinha ninguém lá e não tenho ninguém aqui.

- você tem a mim! – falou ele se sentando em uma cadeira apertando os lábios – quer dizer… se quiser conversar ou botar algo pra fora – falou ele olhando para o aparelho que ele havia inventado.

- todo esse tempo eu pensei que estava louco. Ouvindo vozes e era apenas você – falei rindo.

- é incrível – falou Professor Michael – a distância ao qual sua audição consegue ouvir.

- eu não devo ser o único.

- claro Kyle. Você não é o único. De certa forma todos nós que sobrevivemos a guerra desenvolvemos algo. O nosso corpo mudou para se adaptar a nova realidade, mas você claramente evoluiu muito mais do que o resto de nós. Você se regenera, consegue ouvir na frequência em que apenas cachorros conseguem ouvir, você não sente dor por muito tempo. Você caiu em pedras quando caiu na cachoeira e sentiu dor apenas por alguns segundos. Seu corpo absorveu o resto.

- isso tudo só me assusta.

- você não tinha família antes disso tudo?

- tinha, mas nós nunca fomos próximos… eles não em aceitavam.

- essa pé a parte boa da evolução – falou Michael – a sexualidade de alguém é irrelevante. O importante é o prazer – falou ele tocando minha mão.

- como professor achei que ia ser contras – falei me levantando e puxando minha mão para guardar o livro onde eu o peguei – afinal a terra precisa ser repovoada.

- quem quer trazer uma criança para um lugar desse? – falou ele se levantando. Eu me virei e ele me seguiu enquanto caminhávamos para fora – além do mais depois de tudo o que aconteceu todas as mulheres são inférteis. As doenças sexuais forma erradicadas. Doenças que mataram centenas da época que nós vivemos não existem mais.

- então é isso? – falei caminhando ao lado de Michael – a raça humana acaba conosco?

- ela não acaba. A raça humana somos nós. A menos que você mereça a terra não vai te matar. Ela te dará comida e abrigo.

- o que Benjamin fez de tão horrível para ficar preso para sempre naquela floresta sofrendo sem conseguir o abraço caloroso da morte?

- eu não sei, mas se ele está lá é porque mereceu.

- eu não acho que ninguém mereça passar pelo o que ele está passando – falei me lembrando de Benjamin. Ele não tinha mais a mandíbula e sua língua estava pendurada enquanto ele sangrava e babava de dor. Os tiros não o mataram.

- é assim que a terra funciona agora. Gostando ou não.

- infelizmente – falei respirando fundo e olhando para as piscinas. Ted estava lá fora sentado sozinho. Ninguém teve ânimo de usar as piscinas depois de tudo o que descobriram – acho que vou ver como meu amigo Ted está.

- tudo bem, eu vou me deitar – falou o Professor McKinney.

- Boa noite professor.

O professor subiu as escadas e eu fui até a geladeira e peguei um refrigerante e sai pela porta da cozinha fechando a porta de vidro e caminhando até Ted que estava sentado em uma das cadeiras perto da piscina. Ele estava fumando um charuto. Ao me ver ele o colocou no cinzeiro apagando-o.

- trouxe pra você – falei estendendo a mão.

- eu não quero.

- você está bem – falei me sentando na cadeira ao lado da de Ted.

- o que eu vou fazer aqui? Eu desperdicei toda a minha vida estudando, me formando, puxando o saco de gente que eu odiava para me manter em um emprego e o que isso tudo adiantou? Nada. Eu não valho nada.

- não é verdade. O seu valor quem decide é você. Não é sua profissão ou o quanto você ganha ou quantos bens você possui. O que define o quanto você vale é quantas vidas você toca durante a vida. O quanto você muda a vida das pessoas. O quanto as pessoas sentem a sua falta quando você se ausenta.

- isso não faz sentido – falou ele olhando para mim.

- sim. Faz sim – falei olhando para baixo colocando a lata de refrigerante no chão – eu por exemplo. Eu é que não valho nada. Minha família me odiava e eu não tinha amigos. Eu poderia dormir por quinhentos anos e ninguém sentiria a minha falta.

- isso não é verdade – Ted estendeu seu braço e acariciou as minhas costas..

- eu sentiria muito a sua falta – falou ele forçando um sorriso para mim – por mais que eu esteja triste. Por mais que seja uma droga que o mundo que eu conhecia não exista mais tudo isso valeu a pena se no fim eu tiver você.

- para com isso – falei com vergonha movendo meu ombro.

- é a pura verdade – falou ele respirando fundo – no mundo que eu conhecia eu não tive coragem de ser quem eu realmente era. Com medo do que as pessoas pensariam de mim. Com medo do julgamento e da punição. Eu escolhi o caminho mais fácil. Você é que é corajoso. Eu não consigo me imaginar passando pelo preconceito que você sofreu com sua família.

- eu não lembro dos rostos deles. Sabia? – falei me inclinando e deitando minha cabeça no ombro de Ted.

- isso é uma coisa boa – falou ele acariciando meu ombro – a melhor coisa que ode ter nos acontecido foi esquecer os rostos de todos os que fizeram parte de nossas vidas. O nosso cérebro só descarta aquilo que ele acha que não nos fará bem. Ou algo que nos fará mal como a lembrança de algo ruim.

- as vezes eu acho que deveria ter morrido quando aquela bomba foi jogada.

- não diga isso – falou Ted se levantando e estendendo o braço – o que eu faria sem você aqui meu ursinho.

- Ursinho? – segurei na mão de Ted e fiquei de pá.

- sim. você é meu amado ursinho de pelúcia! – Ted tocou meu rosto com a mão e deu um sorriso. Ele aproximou seus lábios do meu e eu o abracei sentindo seu corpo se envolver junto ao meu – eu não consigo dormir sem meu ursinho de pelúcia – falou ele dando um selo em meus lábios e beijando o meu rosto e chegando até o meu pescoço.

- eu sou virgem! – falei parando Ted – eu sou virgem.

- quase trezentos anos se passaram – falou ele rindo – eu tenho certeza de que isso significa que eu também sou virgem – Ted desceu as mãos pelas minhas costas e tocou de leve minhas nádegas. Dei um beijo no queixo dele e um selinho em sua boca.

Nós deixamos tudo para trás e subimos de mãos dadas as escadas. Eu estava nervoso. Sentia como se meu coração fosse sair pela boca. Ted por outro lado parecia calmo apesar de sua mão estar suando. Nós seguimos pelo corredor e entramos no quarto.

Ted fechou a porta atrás de mim e me abraçou por trás. Ele respirou fundo sentindo o cheiro em meu pescoço e nós dançamos daquele jeito no quarto. Movemo-nos de um lado para o outro no quarto. Um passo para a esquerda, um passo para a direita. Os fortes braços de Teddy me abraçando por trás e sua respiração no meu pescoço. Ele deu um selo que me fez arrepiar ao sentir sua rala barba me tocar.

- vamos pra cama meu ursinho – falou ele me guiando até a cama. Eu me virei e me sentei. Fiquei de frente para o meio de suas pernas. Em um movimento rápido levei minha mão até o meio de suas pernas e acariciei seu membro que estava duro. Engoli em seco imaginando o que teria que fazer em seguida, mas ao invés de tirar a bermuda ele tirou os tênis que usava e em seguida tirou as meias. Ele pulou na cama e puxou meu braço. Nós deitamos nossas cabeças nos travesseiros e ficamos deitados um do lado do outro.

Aproximei minha boca da de Ted e nós começamos a nos beijar. Minha mão esquerda calorosamente repousada sobre seu peito. Ele puxou minha perna esquerda e enroscou junto á perna dele. Passou o braço por mim e puxou meu corpo deixando-o junto ao dele. Pensei que teria sexo, mas eu tive muito mais do que o que vi em filmes tantas vezes. Tive muito carinho. Ted me olhava sem piscar enquanto acariciava meu rosto e meus cabelos. Minha mão continuava repousada em seu peito. Ted se aproximava às vezes para me beijar. Não na minha boca, mas em minha testa. Um selinho na testa, um beijo entre os olhos. Ele desceu um pouco mais e beijou a ponta do meu nariz. Deu um beijo na bochecha esquerda e então um beijo na bochecha direita. Ele então lambeu carinhosamente com sua úmida língua meu rosto e deu um selinho em minha boca.

Subi minha mão pelo peito de Ted até que cheguei ao seu rosto. Sua barba mesmo rala espetou meus dedos. Sentia-me seguro em seus braços naquela cama. Seus beijos pareciam saciar a minha sede. Nunca imaginei que sexo pudesse ser tão intimo. Sentia o melado escorrer da ponta do meu pênis e nós estávamos apenas aconchegados nos beijando. Aquilo era muito melhor do que sexo. Eu não conseguia descrever a palavra certa para o que eu estava sentindo enquanto Ted se debruçada por cima de mim deitando seu corpo em cima do meu enquanto me enchia de beijos. Todo o meu pescoço.

- isso é melhor do que sexo – falei sem fôlego enquanto ele beijava meu ombro.

- isso não é sexo – falou ele com um meio sorriso vindo até meu rosto e lambendo minha bochecha até chegar á minha boca – isso é fazer amor – ele tinha um meio sorriso em seu rosto – só é gostoso assim quando fazemos com alguém que gostamos muito.

- então eu acho que estou amando você Ted. E eu não quero fazer sexo com você. Quero fazer amor. Muito amor.

- podemos fazer amor à noite toda – falou ele se levantando o corpo e tirando a camiseta – nós temos todo o tempo do mundo para isso.

Subi as duas mãos pela barriga de Ted sentindo os pelos loiros passarem por entre meus dedos até chegar em seu forte peitoral. Fiz o mesmo que Ted e tirei a minha camiseta e joguei de lado na cama.  Ted voltou a se deitar em cima de mim e passou o braço por mim como se estivesse me pegando no braço. Como se estivesse me protegendo. Ele me manteve juntinho a ele e nós demos um selinho. Aos poucos ele foi saindo de cima de mim enquanto eu me aconchegava em seu ombro. Seus beijos eram calmos e quentes e bem úmidos. Minha boca estava melada com sua baba. Nossas línguas se entrelaçavam hora em sua boca, hora na minha. Em certo momento até fora da boca nossas línguas brincavam. Eu dei uma risada ao sentir Ted lamber o meu pescoço.

- vem aqui meu ursinho – falou Ted me puxando para cima dele. Agora era eu quem estava deitado por cima do meu amado Ted. Ironicamente ele é que deveria ser o meu ursinho Ted, mas o homem a minha frente era um ursão. Um animal sedutor. Seus olhos eram penetrantes e seus beijos viciantes. Era como a droga que eu nunca havia usado em minha outra vida. Uma droga do bem. A qual eu pretendia me viciar até sucumbir.

Ted fechou os olhos enquanto eu dava selinhos em seu rosto e em seu pescoço. Suas mãos estavam sempre em minha cintura. Me atrevi a ir um pouco mais longe. Desci um pouco em seu corpo e me aproximei do seu peito. Abri um pouco a boca e olhei para Ted. Ele abriu os olhos e ficou observando enquanto a minha língua saia da boca e passava em seu mamilo. Havia alguns pelos ao redor. Ted pareceu gostar, pois senti que em minha perna direita pulsava o seu membro que se estivesse como o meu também estaria melado.

Passei a língua pelo seu mamilo que estava sensível. Ted dava risadas curtas sentindo minha língua fazendo carinho. Fui até o outro mamilo e fiz o mesmo. Acariciei seu rosto enquanto me deliciava em seu mamilo. Foi quando desci a boca passando a língua e dando beijos em sua barriga. Senti o cheiro do seu perfume enquanto passava o nariz através dos cabelos que levavam até os pelos pubianos e o seu pau. Quando cheguei ao limite e senti o membro duro tocar meu queixo Ted me puxou antes que eu tirasse-o pra fora. Ele me deixou jogado na cama e se deitou de lado jogando metade do seu corpo em cima do meu.

- eu quero chupá-lo – falei tocando o rosto de Ted.

- gosto demais pra deixar você coloca-lo na boca na nossa primeira vez. Hoje não é sobre eu. É sobre você – falou ele dando um cheiro no meu pescoço dando um beijo no meu rosto e um último selinho na minha boca.

- então seja meu homem – falei acariciando o rosto dele e beijando sua boca. Sua língua entrou em minha boca e eu a chupei. Ted se levantou da cama e eu me virei de costas na cama. Ted foi até minha bermuda e a puxou até que a tirou. Em seguida ele subiu as mãos pelas minhas pernas e ao chegar na cueca ele a puxou para baixo jogando-a no chão. Ele veio até as minhas nádegas e com suas fortes mãos ele as abriu sentindo o cheiro do meu ânus. Ele mordiscou a nádega esquerda e fez o mesmo com a direita.

Eu estava nervoso naquele colchão. A verdade é que minha cabeça girava e meu estômago estava enjoado. Era o nervosismo. Pelo menos eu acho que é. Ted se levantou e tirou a colaça jeans junto com a cueca jogando-a de lado.

- vai ficar tudo bem. No começo dói um pouco – falou ele passando a língua no meu rego antes de deitar em cima de mim se ajeitando e colocando seu membro na entrada do meu ânus.

- tudo bem. Eu sei que vai ficar tudo bem – falei sentindo vontade de vomitar.

Ted ajeitou o membro e deitou o corpo começando a força-lo. Eu senti uma forte dor quando ele começou a penetrar. Respirei fundo ao sentir a respiração de Ted em minha nuca enquanto ele penetrava.

- tá doendo!

- Relaxa, vai passar – falou Ted pressionando.

- Não Ted, é sério. Tá doendo muito!

Antes que terminasse a frase senti um gosto ruim na boca. Eu vomitei sangue. Senti-me tonto e meu corpo começou a tremer como se eu estivesse tendo uma convulsão. Ted se levantou rapidamente tirando o pouco que havia penetrado em mim e me virou na cama. Ele ficou desesperado ao me ver tremer. Os sangue saia da minha boca, dos meus olhos e pelo meu nariz.

- Kyle! Está tudo bem? Kyle! – Ted parecia assustado, mas eu não conseguia parar de tremer. Sentia uma forte dor e o sangue continuava a escorrer pelos meus olhos e pela minha boca.

Ted olhou para os dois lados e vestiu rapidamente a cueca e abriu a porta do quarto desesperado. Ele começou a gritar pedindo por ajuda. Senti meu corpo parar de tremer e eu comecei a tossir o sangue.

- me ajudem! Socorro!

Vi quando o professor Michael McKinney entrou pela porta seguido de Mark, Rodolfo e Dorothy. O restante não entrou e ficou do lado de fora tentando ver o que estava acontecendo. Ted os impediu de entrar.

- o que aconteceu? – perguntou Michael puxando o lençol e cobrindo meu corpo nu.

- eu não sei – falei passando a mão no meu rosto vendo todo o sangue.

- nós estávamos fazendo sexo – falou Ted – e ele começou a vomitar sangue e então ele começou a tremer e a jorrar sangue pelos olhos e nariz. Era como se ele estivesse tendo uma convulsão ou algo assim – falou Ted se aproximando.

- seja lá o que for acabou – falou Mike.

- vai ficar tudo bem! – falou Ted se sentando na cama acariciando meu rosto – vai ficar tudo bem.

Engoli o sangue que saia pela boca e senti meu estômago enjoar.

- tem algo errado – falei sentindo o vômito sair da minha boca. Era puro sangue. Meu corpo começou a tremer e novamente eu perdi os sentidos. Ted segurou em minha mão e eu senti como se ela estivesse pegando fogo. Ted percebeu que saia fumaça da mão e a soltou imediatamente.

- vamos sair todos, deixem apenas o Professor – falou Mark.

À medida que todos foram saindo eu senti uma melhora. Minha mão estava ardendo. Eu estava coberto de sangue assim como a cama. Mike se levantou e pegou uma toalha e trouxe até mim enquanto eu me sentava na cama. Eu a usei para limpar meu rosto tirando o sangue.

- o que está acontecendo Mike?

- eu não sei Kyle. Eu não sei.

- eu não quero sentir isso de novo. É muito ruim – dei um abraço em Michael e comecei a chorar. Não era apenas o sangue e o enjoo. Era uma sensação ruim como se a vida não tivesse fizesse mais sentido. Uma sensação de angustia interminável.

- vai ficar tudo bem Kyle – falou o professor me abraçando e acariciando minhas costas – eu não vou deixar isso acontecer com você de novo.

- obrigado – falei soltando-o.

- tom a um banho. Eu vou pedir para Clint e Melly trocarem a roupa de cama e o colchão.

- tudo bem  -falei me levantando com o lençol.

- pode deixar o lençol. Eu não vou olhar

- tudo bem  -falei indo até o guarda roupas e pegando outra toalha. Eu fui para o banheiro e olhei para minha mão ao fechar a porta. Era como se eu tivesse se queimado, mas já não ardia mais. Estava começando a cicatrizar. Entrei debaixo do chuveiro e tomei um longo banho.

- eu trouxe sua roupa – falou Mike abrindo a porta de olhos fechados.

- obrigado – falei vendo ele colocar em cima da pia.

Depois do banho eu vesti a minha roupa e quando sai do banheiro eu vi Ted. Senti vontade de correr até ele e abraça-lo, mas eu fui impedido por Mike.

- eu quero abraça-lo – falei vendo Ted triste do outro lado.

- acho melhor não – falou ele pressionando os lábios pensativo – pelo menos até descobrirmos o que aconteceu aqui.

- mas porque não posso abraça-lo? Ele não tem nada a ver com isso.

- talvez ele tenha tudo a ver com isso. Vocês estavam juntos fazendo sexo. Alguma coisa aconteceu que fez você sofrer aquela convulsão.

- ele está certo Kyle. É melhor esperarmos até termos certeza do que aconteceu. Eu me odiaria se algo acontecesse com você por minha culpa.

- vamos lá pra baixo. Eu vou tirar uma amostra de sangue de você e de Ted para fazer uma primeira análise. O restante pode voltar para seus aposentos e descansar.

- tudo bem – falou Anita seguindo para seu quarto. Ela acenou para mim e eu fiz o mesmo para ela.

Ao chegarmos na biblioteca o Professor Michael retirou uma amostra de sangue de Ted e em seguida uma amostra minha. Ele foi até o microscópio e começou a olhar os nossos sangues. Enquanto isso Mark fazia alguns exames para descobrir o meu tipo sanguíneo.

- tem alguma coisa de diferente no sangue? – perguntou Ted depois de vinte minutos de silêncio.

- Não. o sangue de vocês são como qualquer tipo de sangue – falou o professor Michael olhando para Mark – e quanto ao tipo sanguíneo Mark… descobriu algo?

- você sabe fazer esse tipo de exame? – perguntei para Mark curioso.

- alguns anos aqui com o Professor e ele me ensinou algumas coisas – falou ele com um sorriso pegando um papel – o resultado deu que tanto Kyle quanto Ted tem o tipo sanguíneo AB.

- interessante – falou o professor – Kyle se o seu tipo sanguíneo é AB isso significa que ou seu pai ou sua mãe também tinha sangue tipo AB ou A ou B.

- mas o que isso tem a ver com algo?

- eu não sei – falou o Professor Michael – algo me diz que tem algo a ver. É muita coincidência isso acontecer sendo que vocês tem o mesmo tipo sanguíneo.

- vamos fazer alguns testes – falou Ted – Kyle e eu podemos nos beijar para ver se algo acontece. Dessa forma vamos saber se o que aconteceu foi coincidência.

- tudo bem – falou Mike – não precisam ter vergonha.

- tudo bem – falei me aproximando de Ted. Ele tocou meu rosto e eu o abracei. Era bom sentir os seus lábios juntos aos meus. Nós demos dois selinhos e então em beijo de língua.

- nada! – falou Ted olhando para o professor Michael.

- acho que vocês devem ir um pouco mais além – falou Mark – só parar termos certeza.

- tudo bem – falei sentindo Ted me virar de costas e me abraçar. Ele enfiou a mão dentro da minha bermuda enquanto beijava meu pescoço. Fechei os olhos sentindo Ted acariciar meus ânus com um dos dedos. Senti que ele começou a penetrar um dos dedos e foi inevitável. Senti o vômito chegar e tossi deixando um pouco de sangue sair da minha boca.

- se afaste! – falou Michael para Ted que deu alguns passos para trás enquanto ele me dava um pano para limpar a minha boca. Mark colocou u8m pouco de água em um copo e eu bebi respirando fundo.

- o que aconteceu?

- tem a ver com o sexo – falou o Professor Michael – de alguma forma o corpo de Kyle não aceita o sexo.

- mas porque? – perguntou Ted.

- eu nunca vou poder fazer sexo?

- talvez seja só com ele – falou o professor Michael olhando para Ted – nós podemos fazer outro teste se você não se importa, é claro. Apenas para termos certeza.

- tudo bem, Kyle – falou Ted – apenas para termos certeza do que se trata isso.

- vai ser você Mark? – perguntei olhando para ele.

- o meu tipo sanguíneo é A – falou Mark.

- o meu é ‘O’ – falou o Professor Michael – ninguém que tenha sangue ‘O’ gera um filho com sangue AB. Eu sou a pessoa ideal para o teste.

- tudo bem – falei olhando para Ted – eu estou com medo.

- não tenha medo – falou Ted – eu vou estar aqui. Ted parecia aflito. Ele lambeu os lábios e se virou de costas. Ele não queria ver. Ele não suportaria ver outro homem fazer o que ele não conseguia.

- tudo bem – falei ficando de frente para o professor Michael – eu ficaria mais tranquilo se você também não olhasse – falei olhando para Mark. Ele consentiu com a cabeça e se virou de costas.

O Professor Michael se sentou na mesa e abriu um pouco as pernas e estendeu a mão para mim.

- fica tranquilo. Eu não vou fazer nada que você não queira.

Segurei na mão dele e me aproximei sentindo sua boca tocar a minha. Um selinho. Senti sua respiração em meu rosto e em tão Mike mordiscou meu lábio e nós nos beijamos. Minha língua estava em sua boca enquanto ele a sugava.  Mike acariciava minhas costas e colocou uma das mãos dentro da minha cueca e acariciou minha nádega. Ele não usava barba e estava bem curtinha. Eu sentia ela espetando me fazendo cócegas. Segurei o rosto do professor entre minhas mãos e parei de beijá-lo gemendo. De olhos fechados eu me movi um pouco deitando minha cabeça no ombro do Professor Michael. Demorei a perceber que dois de seus dedos estavam em meu ânus. Ele fazia um movimentos me dedando.

Ele movia os dedos tirando e colocando dentro de mim e eu tentava anafar meus gemidos afundando a cara em seu peito. Certo momento ele enfiou os dedos tão fundo e os moveu lá dentro que eu senti o esperma escorrendo pela minha cueca e minhas pernas. Minha cueca estava inundada. Mike tirou os dedos e eu abri os olhos olhando para ele ofegante. Mark e Ted ainda estavam de costas. O professor levou os dedos até o nariz e sentiu meu cheiro. Em seguida levou até a boca e passou a língua nos dois dedos. Ele me entregou uma toalha e eu rapidamente limpei as minhas pernas. Ainda bem que minha bermuda era preta.

- nada aconteceu – falou ele com um sorriso que logo desapareceu quando Ted se virou junto com Mark.

- o que isso significa? – perguntou Ted.

- eu não sei exatamente, mas pode ser que o corpo de Kyle tenha desenvolvido uma certa repulsa pelo tipo sanguíneo AB. Se esse for o sangue do pai ou da mãe pode significar que no passado um dos dois tenham feito algo terrível com Kyle. Para se proteger o corpo acabou criando uma barreira impedindo que Kyle se envolva sexualmente com qualquer individuo com esse tipo sanguíneo.

- eles não me aceitaram – falei com raiva ao me lembrar – eles me jogaram para fora de casa e me expulsaram da vida deles.

- pode ser isso – falou Mike.

- e se você estiver errado? – perguntou Ted inconformado.

- só tem um jeito de saber – falou o professor Michael olhando para Mark.

- tudo bem – falei me inclinando na mesa – mas faça de uma vez. Sem cerimonia – falei olhando para o professor.

Mark abaixou a minha bermuda e minha cueca e eu fechei os olhos esperando que um bocado de sangue sair pela minha boca, mas o que senti foi Mark penetrando um dos seus dedos em meu ânus. Eu dei um pulo para frente e subi a minha roupa.

- nada aconteceu – falei envergonhado. Dessa vez Ted viu tudo.

- o que nós fazemos? – perguntou Ted – não podemos ficar junto.

- sim – falou o Professor Michael – vocês podem ficar juntos. Podem se beijar e trocar caricias, mas não podem envolver os órgãos genitais. Sinto muito – Mike apertou os lábios ao dizer aquilo.

- tudo bem – falou Ted se aproximando de mim e me abraçando. Ele começou a acariciar minhas costas me confortando. Enquanto abraçava Ted olhei para Mike enquanto ele saia da sala. Não podia deixar de pensar que com dois dedos ele conseguiu me fazer gemer. Foi o primeiro homem a me penetrar e me fazer gozar. E ele fez isso com os dedos. Eu o encarei sentindo que queria mais. Eu havia sentindo aquilo pela primeira vez e não tinha sido o suficiente. E Abraçado á Ted percebi que o que mais queria ele não podia me dar.

Obrigado a todos pelos comentários, pelos votos e por toda a interação. Espero que estejam gostando de Homem Proibido. Que situação a de Kyle, hein? Um abraço e um beijão á todos.