M
|
Capítulo Trinta
CHOQUE: PARTE 1
eu passado começou a me assombrar novamente. Meu
psicólogo o Dr. Luke Adams disse que pessoas que passam pelo o que passei
precisam perceber que apesar de tudo o que passaram elas ainda têm controle de
sua vida. Nos últimos meses eu realmente pensei que estava no comando. Eu
decidi dar meu primeiro beijo, eu escolhi com quem me deitar. Duas vezes.
Pensei que minha vida estava nos
trilhos e que apesar de tudo o que tinha sofrido eu ainda estava no controle
dela. Eu estava enganado. Dr. Marshall, meu pai biológico, tinha me usado como
um pedaço de carne. Ele teve a chance de ser um pai e mesmo sabendo de tudo o
que sofri ele escolheu me enganar e tirou a única coisa que importava para mim.
minha virgindade pode não parecer algo grande, mas ela representava uma das
poucas coisas que David não tirou de mim. Ela estava intacta até que Dr.
Marshall me seduziu.
Se tem uma coisa que aprendi é
que não devemos culpar o mundo pelos problemas na minha vida. Eu sou o problema
em minha vida. Eu tomei decisões erradas. Ninguém me obrigou a nada, mas não
posso deixar de pensar que tanto David quanto Marshall me usaram como marionetes
para me obrigar a fazer o que eles queriam, mas acima de tudo a culpa foi minha
por ter acreditado.
O taxi parou em frente ao prédio
de Tobias. Depois de pagar a corrida eu atravessei o portão digitando a senha
que Tobias tinha me passado a muito tempo. Subi as escadas e fui até o
apartamento dele. Bati na porta duas vezes e esperei que alguém abrisse.
Esperei outros segundos e bati novamente na porta e antes que tirasse minha mão
de volta a porta se abriu. Era Tobias.
- Oliver? – perguntou ele.
- olá – falei reparando em suas
mãos. Ele tinha uma garrafa de cerveja.
- entre – falou Tobias saindo da
minha frente.
Eu entrei e em seguida Tobias
fechou a porta.
- o que faz aqui – falou ele
chegando bem perto de mim – foi quando senti o cheiro de álcool que exalava de
seus poros e é claro pela sua boca.
- é que aconteceu uma coisa e eu
estou confuso me sentindo enganado.
- me diga, o que aconteceu? –
falou ele me abraçando e tentando beijar minha boca, mas eu me afastei.
- eu não quero fazer isso – falei
me afastando.
Nesse momento eu olhei em volta
no apartamento e percebi que ele continuava o mesmo de sempre.
- Harold está aqui?
- lá em cima – falou Tobias
cambaleando.
- é melhor eu ir embora
- não vai – falou Tobias
segurando meu braço, mas não era como das outras vezes, ele tinha segurado
forte. Do mesmo jeito que David fazia quando queria me repreender. Nesse
momento eu parei porque a lembrança do que acontecia comigo foi muito forte.
- me solta – falei tentando me
soltar, mas Tobias segurou forte. Flashes do que acontecia com David começou a
invadir minha mente.
- solta ela Tobias – falou Harold
descendo as escadas e vindo até Tobias fazendo com que ele me soltasse.
- me deixa – falou Tobias
empurrando Harold. Ele foi até a cozinha e nos deixou.
- vai embora Oliver.
- eu não sabia que Tobias bebia.
- sim. Ele bebe e muito, será que
pode ir embora.
- me desculpa é que não sabia
para onde ir.
- olha Oliver, ele bebe e muito.
Tobias é alcoólatra ou você acha que eu o trai porque estava entediado de ter
Tobias ao meu lado? Você sabe como Tobias é. O homem ao qual você se apaixonou
é o Tobias que me apaixonei, mas ele só existe quando está sóbrio. Esse Tobias
que você viu é o homem que eu venho aturando a mais de três anos. Aposto que
Tobias te disse que ele me deu uma chance depois que eu o trai, mas foi ao
contrário. Ele me implorou por outra chance. Fui eu que dei outra chance a ele.
Nós estamos juntos porque ele implorou por isso, não porque eu implorei a ele.
Nesse momento me lembrei de
quando Tobias chegou na minha casa parecendo preocupado e fora de si. Quando
Tobias e eu tranzamos. Tobias estava provavelmente bêbado naquele dia e eu fui
imbecil e ingênuo o suficiente para não perceber.
- por favor Ollie. Vá embora.
- eu vou sim – falei me virando
para sair – me desculpe qualquer coisa.
- não se desculpe. Você não
precisa se desculpar.
Eu sai do apartamento e desci as
escadas vagarosamente pensando em tudo o que tinha descoberto na última hora.
Assim que desci alguns degraus eu ouvi um barulho de porta batendo. Eu parei e
voltei subindo para ver o que estava acontecendo. Eu vi que Harold tentava
segurar Tobias que o empurrou.
- Oliver – falou Tobias vindo
andando até mim –onde você vai?
- vai embora Oliver – falou
Harold indo até Tobias.
Me virei rapidamente para descer
e Tobias segurou meu braço e eu tentei forçar, mas a camisa rasgou. Eu tentei
me soltar, mas as unhas de Tobias estavam cravadas no meu braço e quando puxei
eles rasgaram meu braço. Pelo mesmo eu consegui me soltar.
Harold agarrou Tobias e o puxou para
trás. Nesse momento as pessoas dos outros apartamento saíram para saber o que
aconteciam e viram toda aquela confusão.
Enquanto se debatia Tobias bateu
o cotovelo na boca do estomago de Harold que o soltou institivamente. Eu tentei
descer as escadas e consegui descer um lance, mas Tobias foi atrás de mim e
segurou meu braço me fazendo cair e cair de cara no chão. Na hora senti uma dor
no rosto e o sangue escorrendo do meu nariz que doía. Coloquei a mão e senti
uma enorme dor porque meu nariz estava quebrado.
Eu me levantei cambaleando e
Tobias deu um soco no meu rosto eu cambaleei pro lado e senti algo dentro da
minha boca. Cuspi na mão um pouco de sangue e vi que era um dente quebrado.
Toda aquela cena passava na minha cabeça misturada com as lembranças de David.
Eu queria muito me defender, mas não conseguia me mover.
Alguns moradores seguraram Tobias
que se debatera por alguns segundos até que finalmente parrou e caiu em sí.
- chamem uma ambulância – falou
um dos moradores olhando para mim.
Eu não esperei e desci ás escadas
até que cheguei para fora do prédio. Coloquei o dente arrancado em um dos
bolsos e segui reto pela rua. Quando estava ao longe eu vi uma ambulância
chegando, mas eu não ligava.
Era a pior pessoa do mundo.
Tobias tinha me machucado fisicamente. Dr. Marshall e Tobias eram meu pai David
dividido em suas pessoas diferentes. Tobias me machucou muito, mas a pior
ferida não podia ser vista nem tocada, mas doía intensamente dentro de mim. Um
grito não conseguiria descrever a dor que sentia naquele momento.
Perambulei por um tempo, tentando
sempre seguia onde tinha pouca luz para que as pessoas que passavam do outro
lado da rua não pudessem ver minha cara que agora estava inchada.
Andei por uns vinte minutos até
que cheguei em um lugar mais deserto. Fiquei no escuro e respirei fundo. Eu
precisava colocar meu nariz no lugar. Eu sabia como fazer, mas precisava de
muita força para conseguir. Eu fechei os olhos e tremendo levei minha mão até o
nariz e depois de contar até cinco eu toquei nele e o ajeitei no lugar. Um
grito ecoou da minha boca.
Senti uma dor que nunca tinha
sentido antes. Ela se apossou do meu corpo e meus olhos lacrimejaram de dor.
Saiu um pouco mais de sangue e eu segurei o nariz por dez minutos e ao soltar o
sangue já não saia.
Eu apalpei meu bolso e para minha
sorte eu tinha um pouco de dinheiro, mas só o suficiente para pagar um ônibus
até a casa de Amy. Eu tirei meu terno e em seguida usei para limpar meu rosto.
Minha camisa que era branca agora trazia enormes círculos em vermelho.
Joguei o terno fora e segui pelo
escuro pela rua evirei a direita procurando um ponto de ônibus e foi ao longe
que vi uma pessoa parada. Era lá que o ônibus. Para minha sorte o local estava
deserto exceto e estava bem escuro. Era deserto por essa pessoa no ponto de
ônibus.
A medida que me aproximava
percebi que era um homem e ele usava um boné. Dei mais alguns passos e percebi
que esse homem estava fumando. Como o homem não estava dando a mínima para mim
eu fui até o ponto de ônibus e me sentei no escuro.
O homem olhou para mim e em
seguida olhou de volta para outro lugar. Ele percebeu que estava longe dele e
deu um sorriso sarcástico. Sua mochila escava nas costas e ele continuou
sorrindo e olhando para o outro lado. Ele pensou que estava longe porque ele
fumava.
- me desculpa – falou ele – eu
sei que devia parar, mas simplesmente não tenho vontade e enquanto isso as
pessoas nem querem chegar perto de mim.
Eu nem olhei para ele e continuei
lá sentado torcendo para que viesse logo um ônibus. O homem olhou para mim
esperando uma resposta e em seguida ele jogou o cigarro no chão e pisou em
cima.
- será que agora você pode pelo
menos conversar comigo?
Mais uma vez eu não respondi nada
e claro, pensei que fosse apanhar outra vez. O homem deu dois passos para a
frente e olhou meu rosto.
- você é o cara do ônibus – falou
ele.
Olhei para ele e percebi que é o
homem de olhos azuis acinzentados que tinha visto mais cedo dentro do ônibus. O
que tinha vindo de Norfolk visitar um amigo.
Eu não respondi nada.
- não se lembra de mim? –
perguntou ele mais uma vez – eu estou indo para o aeroporto. Meu voo sai em
quarenta minutos.
Continuei em silêncio e dessa vez
ele deu dois passos em minha direção. Nesse momento ele pode ver meu rosto. A
metade do lado esquerdo é que estava inchada.
- meu deus – falou ele vindo até
mim – você está bem? precisa de uma ambulância?
- não – falei com a voz fraco.
- o que aconteceu?
- nada – falei me levantando –
vou embora.
- não vou deixar você ir. Você
está muito machucado.
- não estou muito machucado, eu
estou é sujo de sangue.
- vou chamar a policia.
- não, por favor.
- onde você mora?
- moro com uma amiga no Edifício
Washington.
- me conta o que aconteceu –
falou ele se sentando ao meu lado. Olhei nos olhos dele. Seu rosto era branco e
ele usava uma barba preta no rosto que se destacava mais no cavanhaque. Nesse
momento percebi que seus olhos eram no mesmo tom que os de David.
Levei um susto e tentei
empurrá-lo. Já não estava mais respondendo por mim. tentei empurra-lo com todas
as forças porque já não via o homem e sim David.
- se aclama – falou ele segurando
meus braços forte me fazendo parar de tentar machuca-lo.
Meu coração estava disparado e
tudo o que queria fazer era machucar quem chegasse perto de mim. tentei soltar
minhas mãos, mas o homem era forte e conseguiu me deter.
- se acalma – falou ele ofegante
– eu vou chamar um taxi e nós vamos para o apartamento da sua amiga OK? Eu não
vou te fazer mal. Eu vou te soltar e você vai ficar calmo. Tudo bem?
Eu sinalizei afirmativamente com
a cabeça, mas assim que ele soltou um dos meus braços eu levei até o outro
braço dele tentando fazê-lo me soltar e acabei arranhando-o. Nesse momento o
homem conseguiu me contar com apenas uma das mãos. Ele segurou meus dois braços
e apertou forte.
- você vai ficar quieto OK? Eu
não quero te machucar, mas se você continuar a se debater eu vou apertar mais
forte.
O homem usou o braço direito para
pegar o celular e chamar um taxi. O homem chamou o taxi e enquanto ele não
chegava o homem ficou conversando comigo. A voz dele por algum motivo foi me
acalmando a medida que ele conversava comigo. Ele falava sobre coisas
aleatórias. Sobre a vida dele e sobre coisas que ele tinha visto no jornal
naquele dia.
- você está melhor agora?
Eu não respondi e apenas balancei
a cabeça positivamente.
- eu vou soltar suas mãos, me
promete que não vai me atacar.
Novamente eu balancei a cabeça.
- eu quero que você diga.
- sim. Pode confiar – falei
rouco.
- a propósito – falou ele
soltando meus braços – meu nome é Kurt.
Assim que soltou meus braços eu
alisei os pulsos que estava vermelhos. Ele tinha me machucado um pouco enquanto
me segurava, mas eu admito que era preciso.
- como é seu nome? – perguntou
ele respirando fundo agradecendo por eu não ter atacado ele novamente.
- Oliver.
- OK Oliver. Será que pode me
dizer o que aconteceu com você?
Ao ouvir aquelas palavras mais
uma vez eu tentei ataca-lo. Eu não tinha uma razão aparente, mas sentia vontade
.
Mais uma vez ele segurou meus
braços.
- OK – falou Kurt apertando suas
mãos em meus braços impedindo que eu me movesse – você está em estado de choque
Oliver. Eu sei que dói, mas eu vou segurar seus braços o mais forte o possível
porque você pode machucar a mim ou a você mesmo. Eu não sei o que aconteceu com
você, mas vai ficar tudo bem, eu vou te levar para casa OK?
Não me importei com o que ele
disse porque tudo o que via era David me batendo, Marshall me fazendo chorar
enquanto penetrava em mim e eu cuspindo um dos dentes após levar um soco de
Tobias. Todas essas imagens embaralhadas em minha mente. Naquele momento não
estava em um ponto de ônibus tentando agredir um estranho, mas em uma espécie
de purgatório rodeado pelos acontecimentos de minha vida.
Seguidores
Contato
CAPÍTULOS MAIS LIDOS DA SEMANA
-
C apítulo Trinta e Doi s MELANCOLIA E ra sexta-feira. Faltava um ...
-
UMA NOITE MUITO DIVERTIDA capítulo vinte E stávamos no bar a mais de uma hora. Como Arthur tinha dito ele ...
-
CAPITULO 26 O médico me disse que a única saída seria a cirurgia, mas os riscos tinham duplicado. Eu tinha decidido não arriscar. E...
-
TODOS IRIAM INVEJAR capítulo onze P or mais que eu não quisesse ter contato com Charley eu tive que eng...
-
capítulo trinta e quatro PEGASUS O fim de semana na casa de Luke tinha sido maravilhoso. Era como se algo...
-
MINHA SEGUNDA CHANCE capítulo vinte O filme estava chato como sempre. Era assim que eles queriam nos entr...
-
RENASCIMENTO capítulo dezoito E stava tendo um sonho colorido até demais para mim. Parecia um carnaval de animais. Anda...
-
PARA ACESSAR A PÁGINA DE PERSONAGENS ACESSE A GUIA ' PERSONAGENS + ' NO ALTO DA PÁGINA OU CLIQUE AQUI . capítulo quato...
-
C apítulo Vinte e Set e A ESCOLHA N ão existem decisões erra...
-
C apítulo Quatorz e A PROMESSA S eria mentira se eu dissesse ...
Minhas Obras
- Amor Estranho Amor
- Bons Sonhos
- Crônicas de Perpetua: Homem Proibido — Livro Um
- Crônicas de Perpetua: Playground do Diabo — Livro Dois
- Cruel Sedutor: Volume Um
- Deus Americano
- Fodido Pela Lei!
- Garoto de Programa
- Paixão Secreta: 1ª Temporada
- Paixão Secreta: 2ª Temporada
- Paixão Secreta: 3ª Temporada
- Paixão Secreta: 4ª Temporada
- Paixão Secreta: 5ª Temporada
- Paixão Secreta: 6ª Temporada
- Paixão Secreta: 7ª Temporada
- Príncipe Impossível: Parte Dois
- Príncipe Impossível: Parte Um
- Verão Em Vermont
Max Siqueira 2011 - 2018. Tecnologia do Blogger.
Copyright ©
Contos Eróticos, Literatura Gay | Romance, Chefe, Incesto, Paixão, Professor, Policial outros... | Powered by Blogger
Design by Flythemes | Blogger Theme by NewBloggerThemes.com
Ué... cadê o capítulo 29? Aconteceu a mesma coisa com o capítulo 8! Estava lendo o sétimo e quando mudei de página para continuar a leitura... começava no nono capítulo, até então, acho que não mudou muito o sentido da coisa, mas agora... sinto que perdi o fio da meada!
ResponderExcluirPode ver o que está acontecendo, por favor? Adoro seus contos!
Ahh... outra coisa! Também não estou tendo acesso a página de personagens...
Espero que me ajude! Beijos...
-Domingues, Lucas.