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Capítulo Nove
O PARAISO NÃO FOI FEITO PARA MIM
erá que as pessoas são mesmos boas? Será que elas
fazem gentilezas e doam um pouco do seu tempo ao próximo pelo simples fato de
serem boas ou será que elas tentam um tipo de barganha com deus?
É o simples, eu faço se você
fizer. Muitas vezes as pessoas usam o paraíso como desculpa para fazer o bem e
o mal. O que eu prendi com meu pai foi o seguinte: o problema não é acreditar
em deus, o problema está em você pregar o ódio que tem dentro de você usando o
nome dele. Não me leve a mal, eu não acredito em deus desde o dia em que eu vi
meu pai abusando de Jake quando eu tinha nove de idade.
Eu me lembro que nesse dia eu
estava desobedecendo meu pai e fui brincar no quarto dele. Ele não permitia que
nós entrássemos em seu quarto. Nesse dia meu pai chegou mais cedo e eu me
desesperei e me escondi dentro do armário. A luz ainda entrava pelas grades de
madeira.
Fiquei lá escondido torcendo para
que ele saísse do quarto e não abrisse o armário. Jake tinha dezessete anos
nessa época. Ela era como eu. Foi controlado toda a minha vida. Ele podia ter
evitado, mas ele simplesmente ficou lá parado enquanto meu pai se esfregava
nele e o penetrava um pedaço de madeira e depois com seu pênis.
Eu fechei meus olhos e pedi a
deus que aquilo parasse, mas não parou. Dizem que deus dá o que você precisa e
não o que você quer. Jake havia completado dezessete anos nesse dia e esse era
seu presente. O pior presente de todos. É verdade o que dizem: os puritanos são
os mais pervertidos entre quatro paredes.
Depois desse dia Jake começou a
mudar. Ele ficava cada vez mais distante e cada vez mais ruim. Eu sempre via
ele chegar bêbado em casa. Acho que as lembranças e o trauma estavam matando-o.
Eu não me lembro de ter sido abusado pro meu pai, mas o que eu sei? Dizem que
as lembranças são reprimidas, talvez seja melhor assim. Não quero me lembrar se
por acaso tiver acontecido comigo.
Meu coração batia acelerado.
Estava torcendo para que Frank e Harold não vessem que eu estava em casa. Isso
iria criar uma situação totalmente desnecessária.
- respire – falei para mi mesmo
tentando me acalmar.
Estava com muita raiva por ter
sido manipulado por Frank. Ele acha que eu sou assim tão carente? Ele com
certeza não conhece Oliver Bowler Maxfield. Posso ter sido muito maltratado e
não conhecer muito sobre o mundo lá fora, mas com certeza eu sabia cuidar de
mim.
Esperei por vários minutos
torcendo para que eles não subissem e minhas preces foram atendidas. Logo ouvi
que a porta lá de baixo foi fechada. Esperei alguns minutos e como não ouvi
nenhum barulho eu logo supus que Harold havia saído com Frank. Ruim para eles,
bom para mim.
Porque as pessoas eram desse
jeito? Harold parecia ter uma vida tão feliz com Tobias, porque ele precisava
traí-lo. Eu era o tipo de pessoa que sempre esperava o melhor dos outros. Até
de meu pai. Muitas vezes tive esperanças de que ele podia mudar, mas não teve
jeito.
- que droga – falei andando com a
muleta. Não queria precisar mais delas. Queria poder sair daquela casa. Eu era
grato ao que Tobias tinha feito por mim, mas veja só onde me meti?
Me deitei na cama e liguei a
televisão. Estava começando a ficar impaciente.
As horas foram passando e eu não
conseguia tirar aquela cena da cabeça. Queria por tudo não ter visto ou ouvido
o que eles tinham feito.
Na hora do almoço Tobias
apareceu. Trouxe com ele comida.
- Ollie? – falou Tobias entrando
no quarto. Eu estava assistindo televisão.
- já é hora do almoço? –
perguntei me sentando na cama.
- você não está com fome?
- estou sim, é que a hora está
tão rápido.
- você acha? Pois lá na escola
está passando tão devagar.
- eu daria tudo para estar
trabalhando. Não gosto de ficar atoa.
- vamos ficar mais um pouco atoa
– falou ele me ajudando a se levantar – vamos almoçar.
Descemos as escadas e começamos a
comer O silêncio predominou. Eu estava sem graça porque não queria contar o que
tinha acontecido, mas estava me sentindo culpado por omitir isso dele.
- você quer me dizer alguma
coisa?
- quem, eu?
- sim, você.
- porque está me perguntando
isso.
- você parece encabulado.
- não é nada é que…
- vamos, pode me dizer.
- não é nada, só estou curioso.
- com o que?
- é uma pergunta pessoal, não
precisa responder se não quiser.
- vamos, pode fazer.
- como você e Harold se
conheceram?
- como eu te disse, eu era casado
na época com uma mulher. Na época, Harold era um atendente em uma loja de
eletrônicos e eu tinha ido para comprar um som novo para meu carro. Ele me
mostrou as melhores marcas e acabou dando em cima de mim. Eu retribui o flerte
e acabamos por passar uma noite juntos. Foi preciso apernas uma noite para
saber que minha vida não era a mentira que estava vivendo.
- então vocês se separou e
começou a se relacionar com Harold.
- Exato. Eu consegui um trabalho
para ele no departamento de trânsito e no decorrer do tempo que estamos juntos
ele subiu de cargo e hoje pé encarregado de todo o departamento. Eu também o
ajudei a vender o antigo apartamento e comprei o carro que ele usa.
- nossa, vocês criaram uma vida
juntos.
- sim –falou ele sorrindo.
- como foi sua primeira vez?
Tobias engasgou quando eu falei
aquilo.
- quer saber como foi minha
primeira vez?
- desculpa, as vezes não penso
antes de perguntar.
- não, tudo bem – falou ele
rindo.
- eu não quero os detalhes só
queria saber como aconteceu. Só quero saber se ainda tem esperança pra mim.
- claro que tem. Nunca se é tarde
para mudar de vida. Você só tem vinte e dois anos. Você ainda está tempo.
- espero que esteja certo – falei
tomando um gole do suco.
- bom, minha primeira vez foi com
um colega de trabalho. na época eu tinha meus vinte e poucos anos. Sua idade
mais ou menos. Eu namorava com minha esposa da época. Houve uma
confraternização do trabalho e depois de muita birita acabei indo dormir na
casa de um dos meus amigos. Aconteceu no meio da noite. Nem me lembro direito.
Eu sie que não é nada romântico e eu me arrependo. Na época só pensava no
prazer. Se pudesse voltar atrás eu esperaria até encontrar Harold.
- sério?
- é um conselho que eu te dou.
Você vai querer ter sua primeira vez com o homem que você ama.
Eu
apenas sorri e continuei a comer. Era engraçado. As pessoas que já tinham feito
de tudo se arrependiam de ter feito e eu que não tinha vivido me arrependia de
não ter feito, mas eu ouviria a voz da experiência.
- como está Amy?
- ela te mandou um abraço, um
beijo e disse que hoje a noite vem te visitar.
- que bom, eu quero muito
conversar com ela.
- sabia que você tinha alguma
coisa.
- eu não tenho.
- se você se sente mais a vontade
conversando com Amy, tudo bem. O importante é você conversar.
- vou sim – falei terminando de
comer.
Tobias voltou para a escola e eu
voltei para meu quarto. Fiquei lá enfiado a tarde toda assistindo muita
televisão com intervalos para beber água e ir ao banheiro.
Tobias chegou do trabalho ás seis
da tarde e Amy veio com ele. Ela veio até meu quarto.
- olá –falou ela com seu belo
sorriso se aproximando de mim e se sentando na cama.
- oi – falei chegando um pouco
para o lado.
- como está sendo seu dia?
- bem. Assistindo muita
televisão. Estou tirando o atraso.
- Tobias comentou comigo que você
teve uma ótima noite hoje.
- verdade eu tive meu primeiro
beijo.
- gostou?
- muito – falei triste.
- então qual o problema?
- eu beijei meu príncipe e ele se
transformou em um sapo.
- porque? Ele te fez algum mal.
- a mim não.
- não estou entendo Ollie.
Eu então comecei a falar mais
baixo.
- você promete não contar ao
Tobias?
- prometo sim. Me diz, está me
deixando nervosa.
- o Harold está traindo-o.
- como é? O Harold? Com quem?
- Frank. O cara que passou a
noite comigo e roubou meu primeiro beijo.
- essa é uma acusação muito séria
Oliver. Você tem certeza?
- tenho. Eu vi os dois se
beijando. Frank ainda disse que se aproveitaria de mim para ficar mais tempo
aqui dentro dessa casa próximo a Harold.
- meu deus – falou Amy se
levantando – coitado do Tobias. Trabalhou tanto a vida inteira, ajudou Harold
nos momentos difíceis e é assim que ele retribui?
- o que acha que devo fazer?
- contar.
- tem certeza?
- sem sombra de duvida. Tobias
merece saber a verdade.
-eu não queria estragar a vida dele.
- não é uma vida é uma mentira.
Você tem que pensar no seguinte: Tobias é o cara que te deu um emprego e depois
te deu abrigo. Ele está cuidando de você. Ele tem o direito de saber.
- tudo bem então, mas tem que ser
agora Amy. Eu não vou conseguir fazer isso sozinho – tudo bem – falou Amy dando
um sorrido. Ela sempre sorria quando estava nervosa.
Eu preparei para me levantar da
cama e Tobias bateu na porta e e entrou.
- desculpa atrapalhar – falou
Tobias sério
- não está – falou Amy.
- Ollie, você tem visita.
- visita? eu?
- sim. É sua mãe.
- minha mãe? – falei me
levantando rápido.
- se acalma – falou Tobias me
ajudando a se levantar. Ele passou o braço por trás de mim e me ajudou a descer
as escadas.
Estava ansioso e feliz por ver
minha mãe. Como será que ela tinha conseguido vir me ver?
Ao chegar na sala vi minha mãe de
costas. Um sorriso inundou meu rosto. Uma onda de alegria me possuiu.
- mamãe? – falei parando próximo
ao sofá.
Ela não respondeu nada e apenas
se virou. A felicidade foi toda embora. Ela se foi tão rápido quanto veio.
Olhei para Tobias que estava sério e depois para Amy. Ela estava horrorizada.
- mãe, o que aconteceu? –
perguntei me aproximando.
O rosto dela estava todo
destruído. Eu quase não a reconheci. Seus olhos estavam inchados e seus lábios
cortados.
- seu pai… – falou ela parando um
pouco de falar – dói quando falo.
- então não fale – falei me
aproximando dela.
- vou chamar a policia – falou
Amy pegando o celular.
- por favor não.
- você não pode aguentar tudo
sozinha. Você precisa denunciá-lo. Não tem como desmentir.
- ninguém vai acreditar – falou
minha mãe.
- você é a prova – falou Amy.
- os homens dessa cidade são
todos idiotas. Eles se protegem. David é um homem de deus, está sempre na
igreja e possui muitos amigos. Ninguém dessa cidade vai acreditar. Eu me
aproximei de minha mãe e vi seu rosto mais de perto. Ela parecia por fora, como
eu estava por dentro naquele momento. Com certeza o paraíso não foi feito para
mim porque se eu visse meu pai naquele momento eu o mataria. Eu o faria sofrer.
Eu o faria pagar.
- OK – falei olhando para trás,
direto para Tobias – eu vou denunciar meu pai. Custe o que custar, mas eu vou
coloca-lo atrás das grades.
Tobias deu um meio sorriso e ele
e Amy se aproximaram de nós.
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Porcaria. Sinceramente não sei porque você ainda insiste em continuar. Ninguém gostava de paixão secreta, um personagem que tranza com vários homens é sempre odiado. Em paixão secreta todo era gay. sua cavbeça é de gente doente e precisa de tratamento.
ResponderExcluirEsse conto de verão em vermont tá tão chato. o personagem se faz de vitima o tempo todo. quer meu conselho? pare de escrever. chega dessa bosta, chega dessas histórias flopadas e ruins.
Não sou só eu. Todo mundo aqui do site ta comentando que ta ruim e TODO MUNDO DO SEU GRUPO também. Isso mesmo, eu estou no grupo do whatsapp. Estou lá de olho em tudo. Sinceramente, pare de passar vergonha, pare de escrever e publicar assim todo mundo fica mais feliz. exclui logo esse grupo no whats que tá uma tristeza só. você é patético