E
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SORRISO ETERNO capítulo trinta e dois
ra só
mais uma manhã de quarta como qualquer outra. Gray se levantou primeiro que eu
assim como todos os dias. Ele estava tomando seu banho pronto para ir ao
hospital. Levantei logo em seguida e depois de jogar uma água no rosto e
escovar os dentes fui até a cozinha e comecei a preparar o café da manhã. A
maioria dos americanos come ovo e bacon no café da manhã, mas Gray preferia
algo mais saudável. Um bocado de frutas picadas com aveia e castanhas.
Eu também preferiria o bacon com ovos, mas devido ao problema no coração
acabei me tornando adepto das comidas mais saudáveis. Depois de picar várias
frutas como maça, mamão, bananas e Kiwi eu joguei castanhas e aveia por cima.
- bom dia – falou Gray saindo do quarto vestido.
- bom dia – falei aproximando o rosto do dele para um selo.
- seus remédios – falou Gray me entregando os quatro comprimidos.
Coloquei os quatro na boca e mastiguei terminando de engolir com meio copo
d’água.
- não sei como consegue mastigar comprimidos tão amargos quanto esse.
- assim faz efeito mais rápido – falei engolindo o último gole de água –
peguei o jornal pra você na portaria.
- obrigado – falou Gray sentando-se a mesa e pegando o jornal – o que
tem hoje para o café da manhã? – perguntou Gray olhando para o jornal.
- salada de frutas com aveia – falei levando as duas vasilhas de
porcelana até a mesa e me sentei.
- e então? – perguntei colocando um pedaço de fruta na minha boca –
quando é que vamos começar a procurar por casas?
- essa semana mesmo. Eu já coloquei anúncios da minha casa e do seu
apartamento no jornal. É uma questão de tempo até que pessoas interessadas
apareçam.
- eu preferiria fazer isso através de um corretor.
- não precisa – falou Gray comendo da vasilha dele – dessa forma não
precisamos dar porcentagem de nada.
- OK – falei respirando fundo – sabe eu estava pensando… - falei
limpando a garganta fazendo uma pausa dramática – quando é que você vai dar
entrada com os papéis de divórcio?
- conversei com meu advogado ontem e ele está elaborando o documento.
Ainda hoje vou ligar para Morgan para avisar que já dei entrada com os papéis.
- beleza – falei voltando a comer.
- eu sei que isso te incomoda e me arrependo de não ter dado entrada nos
papéis antes. Isso teria te poupado do estresse de brigar com a Morgan quando
estava em coma.
- realmente, mas antes tarde do que nunca.
- e nosso jantar com Phil é hoje? – perguntou Gray olhando para mim.
- sim. Liguei para ele na segunda e Phil disse que podia ser hoje a
noite.
- vou chegar em casa cedo para nós irmos. Onde será?
- no ‘de la Marcus’.
- conseguiu uma reserva lá? Faz meses que eu estou na fila.
Literalmente. Ainda estava com Morgan quando liguei para fazer reservas.
- eu fiz a contabilidade do dono
assim que cheguei em Los Angeles. Foi um dos trabalhos que fiz antes de entrar
na Pegasus então ele me devia um favor.
- e você desperdiçou com esse jantar? Podia ter feito reservas em outro
lugar.
- não é desperdício. Nós vamos conversar e então Phil vai embora e nós
aproveitamos para comemorar.
- comemorar o que?
- nós completamos dois meses de namoro amanhã.
- mas já? – perguntou Gray rindo – você está contando?
- quando você tem tantos namoros fracassados como eu, namoros que não
passaram de um mês ou dois, você começa a contar. Não é que eu queira. Não consegui
evitar.
- passou voando – falou Gray – mas é normal passar tão rápido. Coisas
boas acontecem rápido.
- pois é. E dizem também que o que é bom dura pouco então eu vou
continuar contando e aproveitando.
- deixa de pessimismo – falou Gray me repreendendo.
- você está certo. Preciso ser mais otimista – falei colocando uma fruta
na boca.
- meu deus – falou Gray olhando para o jornal – você sabia que tem um
criminoso a solta?
- não. O que ele fez? Matou alguém?
- na verdade ele não matou ninguém – falou Gray atento ao jornal – aqui diz
que a vítima – Grace Stwart – uma garota de vinte e cinco anos deu entrada no
hospital ontem com ferimentos no rosto. Ela disse aos médicos que foi atacada
por um homem mascarado. Ele usava uma mascara branca que se assemelhava ao
rosto de um ventrículo e usava uma roupa completamente preta que tampava tudo
os pés a cabeça. Luvas nas mãos e botas nos pés.
- ele machucou ela?
- aqui diz que Grace é a décima sexta vítima desse homem.
- a décima sexta? quinze outras mulheres foram atacadas antes dela? Como
eu não ouvi falar nisso?
- aqui diz que inicialmente não ouve ligações entre as primeiras vitimas
porque os ataques eram aleatórios e não pareciam seguir um padrão já que homens
e mulheres foram atacados. O Departamento de Policia de Los Angeles está
emitindo um alerta a população de Los Angeles dizendo que á um estuprador em
serie a solta.
- então a garota foi estuprada?
- na verdade não – falou Gray olhando para mim e depois para o jornal.
- então como ele é um estuprador em série?
- aqui diz que das dezesseis vítimas que apareceram até agora nove delas
foram estupradas e as outras sete tiveram um corte do rosto. O jornal se refere
a esse maníaco como “O Escultor”.
- Escultor?
- sim. Aqui diz que quando o maluco pega sua vítima ele dá uma escolha a
ela. A vítima pode escolher entre ser estuprada ou ter um sorriso eterno
gravado em seu rosto.
- o que é sorriso eterno?
- as sete vítimas que escolheram não ser estupradas tiveram os rostos cortados.
O maníaco cortou os cantos das bocas das vítimas até a orelha. Ele fez isso dos
dois lados da face fazendo assim com que as vitimas tivesse um sorriso gravado
para sempre em seus rostos.
- que horror Gray. Isso está mesmo acontecendo ou você está curtindo com
minha cara?
- está aqui – falou Gray virando o jornal com a manchete. “O Escultor
ataca de novo”. Logo abaixo tinha a foto de quatro vitimas. Todas elas tinha cicatrizes
na cara. Longos cortes feitos dos cantos da boca até as orelhas. Estavam
costurados. Era algo horrível para se colocar no jornal.
- porque a mídia está chamando ele de ‘Escultor’?
- Pelo o que está escrito no jornal essa última vítima – Grace Stwart – que
foi atacada ontem a noite disse que durante o ataque perguntou porque ele
estava fazendo aquilo e o maníaco – que usava uma espécie de aparelho que
distorcia a voz – respondeu dizendo que não considerava o que estava fazendo um
crime porque ele estava apenas esculpindo do lado de fora das pessoas o que
elas escondiam por dentro. Se a pessoa se importa mais com a beleza interior ou
com a beleza exterior. Se a pessoa escolhe ser estuprada ela mostra que está
mais preocupada com a beleza exterior e é por isso que ele faz um “estrago
interior”.
- Credo – falei me sentindo mal ao pensar em algo como aquilo.
- se a pessoa escolhe a opção de não ser estuprada ele grava um sorriso
em seu rosto para que o mundo saiba que tipo de pessoa ela é. Segundo o maníaco
a dor do sorriso cortado em suas vítimas desaparece em alguns meses, mas ela não
é mais capaz de sorrir porque durante o corte ele rasga os nervos da cara que permite
um ser humano sorrir. Já a dor do estupro perdura dentro da pessoa eternamente
então de qualquer forma a vítima carrega algo eterno consigo.
- quando isso começou?
- aqui diz que segundo as investigações a primeira vítima foi atacada a
mais de um ano. Quinze meses atrás para ser mais exato.
- quinze? Eu nem tinha vindo para Los Angeles ainda quando isso começou.
Vim para cá a quase nove meses… meu deus quanta irresponsabilidade. Só agora
eles resolvem revelar que tem um maluco a solta?
- sim e diz ainda que talvez existam mais vitimas que talvez por
vergonha ou medo não tenham ido a policia ou ao hospital então os ataques podem
ter começado muito antes disso e o número de vítimas pode ser bem maior.
- será que algum homem preferiu ser estuprado do que ter um corte no
rosto?
- não sei – falou Gray – eu só acho que preferiria ter um corte no
rosto. Não pensaria duas vezes.
- não sei o que eu escolheria.
- sério Griffin? você preferiria ser estuprado?
- não se trata de ser estuprado ou não Gray. Ter uma faca rasgando sua
boca até as orelhas não deve ser a sensação mais gostosa do mundo. Além do mais
essas pessoas com a face cortada estão na capa de todos os jornais da cidade e
do país. Elas nem tiveram a escolha de se tornarem anônimas. Não estou dizendo que estupro é fácil, mas todas vezes
que elas se olharem no espelho elas vão se lembrar do ataque e vão se odiar por
terem escolhido o sorriso ao invés do estupro. As pessoas que foram estupradas vão
se odiar por não terem escolhido o sorriso. É uma armadilha. Não existe opção fácil
porque no fim das contas não se trata de ‘Esculpir’. Ele é um louco que quer
notoriedade. Se trata de poder. Não importa a escolha a vítima é marcada para
toda a vida.
- pensando por esse lado você tem razão. Eu só agradeço por não ter que
fazer essa escolha.
- mesmo com estupro eles não conseguiram identifica-lo?
- aparentemente o estuprador usa camisinha e além do mais eles encontraram
alguns fios de cabelo pubiano, mas não adianta ter o DNA do criminoso se ele
nunca foi fichado na policia porque eles precisam comparar o DNA dele com algum
suspeito e até agora não existem suspeitos. A esse ponto a única coisa que
poderia entrega-lo são digitais e até o momento nenhuma foi encontrada. Nem nas
vitimas e nem nas cenas do crime. Algumas pessoas foram atacadas na rua, em
becos, um campus de universidade, em suas casas, durante uma festa á fantasia e
até dentro do cinema durante uma exibição noturna de um filme de terror. Ele não
escolhe sexo, classe social ou etnia. Qualquer um ode ser a próxima vítima.
- não quero nem ficar pensando nisso. Será que é mesmo uma boa hora pra
comprar uma casa nova Gray?
- claro que é. Ou você acha que seu prédio é seguro? Se o Roger entrou
aqui pra te deixar um presentinho esse maluco também pode entrar. Se tem uma
hora boa pra comprar casas vai ser agora.
- todo bem – falei colocando uma fruta na minha boca. Já nem sentia mais
fome. Aquelas noticias no jornal tinham mexido comigo. Meu estômago estava
rejeitando tudo que eu colocava, mas mesmo assim eu me forcei a comer mesmo sem
apetite.
Depois que comemos tudo Gray pegou a carteira e o celular e colocou no
bolso e caminhou até a porta.
- você me faz um favor? – falei seguindo ele.
- qualquer um – falou Gray abrindo a porta do apartamento e olhando pra
mim.
- tome cuidado – falei me aproximando o suficiente dele – a última coisa
que eu quero é receber uma ligação dizendo que você foi atacado por esse
maluco.
- acho que não é uma boa hora pra dizer que das dezesseis vítimas
atacadas até agora onze delas foram tacadas perto do hospital onde trabalho. Isso
inclui a vítima de ontem a noite.
- como você sabe?
- quando uma ambulância é chamada eles sempre levam a vítima para o
hospital mais perto e onze delas estão fichadas lá no hospital. Eu tinha ouvido
falar lá no hospital sobre esses pacientes com o rosto cortado, mas não
imaginei que fosse um estuprador em série que estivesse fazendo isso.
- pois é. Me promete que não vai fazer plantões noturnos até prenderem
esse doido?
- te prometo qualquer coisa – falou ele me abraçando para um beijo. Ficamos
alguns minutos curtindo a companhia um do outro. Seus lábios junto aos meus,
suas mãos me segurando firme.
- eu te contei que tenho uma entrevista de emprego amanhã? – perguntei entre
um beijo e outro.
- não.
- pois é. Tenho uma entrevista em uma editora. Eles estão precisando de
um contador.
- você vai mesmo deixar a vida agitada de detetive na Pegasus pra ficar
preso em um escritório?
- não fui eu que larguei. Não foi escolha minha, mas não estou mais
disposto a ficar brigando com Morgan. Nós não somos mais amigos, mas pelo menos
estamos sendo civilizados um com o outro.
- OK – falou Gray me dando um último
selinho demorado antes de sair pela porta.
Durante a tarde pesquisei um pouco na internet sobre esse maluco de Los
Angeles e percebi que Gray estava certo. A maioria das vitimas foram levadas
para o Hospital Sagrado Coração de Maria onde Gray Trabalha. Esses ataques estão
acontecendo a mais de um ano, mas a policia não revelou nada no inicio porque achou
que erma ataques aleatórios. O piro de tudo nem era o ato do estuprador em série
eram alguns comentários de pessoas na internet apreciando o ‘trabalho’ dele. Algumas
pessoas disseram que as “vadias” que escolheram serem estupradas ao invés do
corte mereceram. Era incrível o vontade que as pessoas tinham de idolatrar
assassinos e maníacos. Charles Manson, Jeffrey Dharma, Adolf Hitler… todos
esses malucos tiraram vidas de inocentes e ainda sim existem pessoas que arranjavam
desculpas para o que eles fizeram. Não existe desculpa para fazer o mal as
pessoas. Algumas pessoas até culpavam as vitimas. Aquilo me incomodou tanto que
prometi a mim mesmo que esqueceria essa história de assassino. Desliguei o
notebook e fui para meu quarto ler alguma coisa até a hora em que Gray voltasse
do trabalho para irmos ao jantar com Phil.
O jantar com Phil estava marcado para as oito da noite. Depois do
hospital Gray foi para a Pegasus e chegou em casa por volta das seis e meia da
noite. Estava tomando banho quando ele chegou. Quando sai do banheiro Gray
entrou deixando a portado banheiro aberta.
- como foi no trabalho? – perguntei próximo a porta do banheiro enquanto
me secava e vestia a minha roupa.
- um dia como qualquer outro e você? O que fez o dia inteiro?
- dei uma pesquisada na internet sobre esse maluco em Los Angeles e
depois li um livro.
- ficou a tarde toda lendo?
- sim. Li metade de um livro. Eu não aguento mais ficar em casa. Espero
que amanhã eu me saia bem nessa entrevista.
- por favor né Griffin? Você se formou em primeiro em Harvard. O cargo já
é seu. Não tem chance pra ninguém.
- que assim seja.
Enquanto terminava de vestir minha roupa Gray saiu do banho e fez o
mesmo. Quando nós dois estávamos pronto eu fui até meu armário de bebidas e
peguei uma garrafa de uísque e coloquei bebida em um copo.
- o que é isso? – perguntou Gray me vendo colocar bebidas naqueles
copos.
- é pra você relaxar. Phil não é uma pessoa fácil e você vai precisar
estar calmo afinal ele é meu ex.
- você está achando que vou bater nele? – perguntou Gray pegando o copo
dele e tomando um gole.
- não, mas olha nos meus olhos e fala que você não está com uma pontada
de ciúmes?
- só um pouquinho – falou ele tomando outro gole.
- eu sei que você está com ciúmes porque as também fico toda vez que você
vai trabalhar ou vai visitar seus filhos na casa da Morgan.
- ciúmes é bom para o relacionamento.
- desde que não se torne obsessão.
- então eu já perdi porque sou obcecado por você – falou Gray me
abraçando ainda com bebida em seu copo.
- vou chamar a policia – falei brincando.
Gray tomou o restante a bebida e me deu um último beijo. Sua língua com
gosto de bebida humedecia a minha.
- você está tão cheiroso – falei sentindo o cheiro no pescoço dele.
- você também – falou Gray descendo as mãos e tocando minha bunda.
- não temos tempo para isso agora, mas talvez tenhamos quando voltarmos.
- não vejo a hora – falou ele dando um último selinho antes de sairmos
de casa.
Gray estacionou o carro em frente o de la Marcus e o manobrista veio até
Gray que deu uma gorjeta a ele. Nós caminhamos até a entrada e eu disse que tinha
uma reserva no nome de Blake e Forbes.
- boa noite Sr. Blake – falou o Maître – deixe ao acompanha-los até sua
mesa. O convidado de vocês o Sr. Leavenworth já está a espera de vocês. Ao chegarmos
próximo a mesa eu vi Phil sentado á mesa. Ele estava com um terno cinza e eu quase
não o reconheci sem a barba.
- obrigado – falou Gray agradecendo ao Maître.
- bem vindos – falou Phil se levantando.
- o restaurante não é seu – falei me sentando e Gray se sentou ao meu
lado.
- porque está tão irritado? – perguntou Phil.
- vamos pular o bla bla bla… esse daqui é Gray meu namorado e esse é
Phil o cara que está ameaçando me matar se eu não devolver o dinheiro que ele roubou
e disse que foi eu.
- é um prazer finalmente conhecer o cara que finalmente conseguiu tirar
a virgindade dele.
- meu deus – falei colocando a mão no rosto.
- você contou pra ele? – perguntou Gray.
- você acabou de contar – falou Phil para Gray.
- eu disse que você ia precisar de paciência – falei olhando para Gray.
- não tem problema – falou Gray – vamos só acabar com isso logo.
- porque a pressa? – perguntou Phil – garçom?
- sim senhor?
- pode nos trazer por favor uma garrafa de Château Latour Premier Cru Classé 1996 por gentileza?
- eu não vou pagar por esse vinho e Gray também não vai – falei olhando
para Phil – é o olho da cara.
- eu pago – falou Phil – não vai fazer falta quando eu tiver meu
dinheiro de volta.
O garçom retornou com a garrafa e em seguida colocou nas nossas taças.
- um brinde – falou Phil levantando a taça.
Gray e eu levantamos a taça.
- estamos brindando a que? – perguntei.
- a nossa parceria – falou Phil – uma vez que nós tivermos nosso
dinheiro ambos estaremos finalmente em paz.
- eu já vou avisando que eu não vou permitir que Griffin te ajuda com nada
– falou Gray tomando um gole da taça.
- mas isso não ajuda nenhum de nós dois – falou Phil – eu vou ter o meu dinheiro
de volta e Griffin terá o dinheiro dele.
- eu não preciso mais daquele dinheiro. Eu não quero correr riscos.
- veja… tudo o que estou pedindo é que você me mostre quem é esse tal de
Hugo, Roger ou sei lá como ele se chama.
- não posso fazer isso – falei sem tomar nenhum gole da minha taça – eu decidi
deixar pra lá. Roger vai ter o que merece em breve porque o universo não vai
simplesmente esquecer.
- pensei que você não acreditasse em Deus – falou Phil.
- não acredito, mas preciso acreditar que existe alguma espécie de
carma. Eu perdi tudo o que trabalhei, mas em troca eu ganhei Gray. Não preciso
de mais nada.
- o amor de vocês é bonito – falou Phil – mas será que…
- nem pense em me ameaçar – falei interrompendo Phil – você não manda
mais em mim, você não tem nada contra mim. Você perdeu seu dinheiro. Supere isso.
- vamos embora – falou Gray se levantando.
- eu conheci sua filha hoje – falou Phil – o nome dela é Stephanie né? Uma
linda garotinha. Na verdade agora que estou te vendo eu vejo a semelhança em
vocês dois.
Gray olhou para Phil e se sentou de novamente.
- não se atreva a ameaçar minha família – falou Gray com muita raiva.
- eu não estou ameaçando – falou Phil – eu estou fazendo uma promessa. Se
Griffin não me ajudar a recuperar o meu dinheiro eu prometo que vou pegar a sua
garotinha e vou desaparecer com ela. Você nunca mais vai vê-la.
- você não é homem de verdade para fazer isso – falou Gray.
- vejamos – falou Phil tomando um gole da taça de vinho.
- você nem teve coragem de assumir que roubou o dinheiro. Teve que
colocar a culpa em Griffin. Você arruinou a vida dele.
- o que? O fato de eu ter roubado o dinheiro dos meus colegas de
trabalho não muda o fato de que Griffin roubou ele de mim logo após.
- eu roubei o dinheiro par que os verdadeiros donos não em matassem. Do contrário
você iria fugir com o dinheiro e se eu não acabasse morto eu acabaria preso por
algo que nem fiz.
Nesse momento eu ouvi algumas pessoas gritando e quando olhei em volta Gray se levantou e
segurou no meu braço fazendo eu me afastar da mesa. Não entendi o que estava
acontecendo. Haviam policiais apontado armas para Phil.
- Phillip Otis Leavenworth você está preso por roube, fraude e extorsão –
falou um policial enquanto outro arrancava Phil brutamente da cadeira colocando
algemas neel.
- o que está acontecendo? – perguntei olhando para Gray.
Gray então segurou na camiseta e começou a desabotoá-la revelando uma escuta
em seu peito.
- o que é isso? – perguntei alisando o peito de Gray.
- já esqueceu o que é uma escuta? – perguntou Eve entrando. Ao lado dela
estava Holly e Kiff – está a menos de um mês longe do trabalho e esqueceu como
nos operamos?
- o que é isso? Você armou isso?
- claro – falou Gray – achou mesmo que eu ia deixar esse cara ameaçando
você?
- porque você não disse nada? Eu podia ter ajudado.
- o fato de você não saber já foi de grande ajuda. Ele podia desconfiar
de algo.
- ele foi ingênuo – falou Holly vindo até mim e dando um abraço – ele sabia
que você trabalhava em uma empresa de investigação particular. Devia ter
desconfiado que algo assim aconteceria, mas ao invés disso ele confessou tudo e
ainda ameaçou sequestrar uma criança.
- espera… vocês escutaram tudo o que foi dito durante a conversa?
- sim – falou Morgan chegando – incluindo a parte em que diz que Gray
tirou sua virgindade.
Minha cara foi no chão de vergonha.
- não precisa ter vergonha – falou Eve.
- está todo gravado – falou Kiff entregando um pen drive para um detetive da policia de Los Angeles.
- obrigado pela ajuda de vocês – falou o detetive apertando a mão de
Gray.
- não foi nada – falou Gray.
- não acredito que isso acabou – falei me sentindo em paz. Aquilo tinha
me perturbado por tanto tempo. Sempre tive medo de acabar na prisão ou morto
por causa dessa história.
- eu disse para confiar em mim
falou Gray me abraçando – e amanhã mesmo os seus antigos chefes e donos do
dinheiro irmão receber o relatório policial com toda a informação que inocenta
você do roubo.
- obrigado – falei dando um beijo na boca de Gray – obrigado a todos vocês
também – falei indo até a Eve e abraçando ela. Em seguida abracei Holly e dei
um abraço em Kiff.
- por nada – falou Morgan estendendo a mão e eu apertei a mão dela.
Olhei para Eve e me senti envergonhado.
- me perdoa não ter te contado sobre Phil quando encontrei vocês aquele
dia Eve na casa de repouso.
- não tem problema – falou Eve – no começo fiquei um pouco chateada por
você ter escondido isso de mim, mas logo percebi que estava sendo egoísta
afinal o problema em que você estava metido era maior do que qualquer coisa que
você tenha feito para me chatear. Você passou por tanta coisa que é compreensível
que você não confie nas pessoas logo de cara e sei que algumas vezes você toma
algumas decisões erradas, mas você nunca magoou ninguém de propósito. Você é
uma boa pessoa.
Olhei para Morgan e percebi que o que as palavras de Eve tinha mexido
com ela. Ela olhou para baixo por alguns instantes e em seguida olhou para mim.
Gray passou o braço por trás de mim e me levou até ele dando um beijo no meu
rosto. Eu ficava envergonhado de ter intimidade com Gray na frente de Morgan. Me
sentia um traidor, mas isso claramente não incomodava Gray que levou a mão até
meu rosto e deu um selinho na minha boca. Não impedi. Na verdade levei minha mão
até o rosto dele e retribui o beijo feliz pelo o que ele tinha feito por mim.
No fim das contas acabei a noite com um belo sorriso no rosto que nunca
iria desaparecer. Achei que esse problema e esse dinheiro me perseguiriam pela
vida toda, mas agora eu estava finalmente livre. Livre de tudo o que me
segurava no passado. Meu pai, meu ex namorado, esse dinheiro. Tudo estava em
seu devido lugar.
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Ia dormir lá pelas duas madrugada quando passei pelo site e vi novo capítulo! :D Não, mas senti algo estranho lendo esse... Mas me diga uma coisa, meu querido, você pretende escrever outras temporadas de Príncipe ou fechará a estória nessa primeira?
ResponderExcluirA.
Olá.
ExcluirNão pretendo escrever outras temporadas de Principe Impossivel então vou escrever tudo o que precisar nessa mesmo