Capítulo 08: Lia Salandra | Conto: Amor, Estranho Amor

CAPITULO  

OITO

Lia Salandra

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M

ovi-me na cama e senti o lençol grudando em mim. Estava deitado de bruços e a cueca do meu pai estava na minha cara então o primeiro cheiro que eu senti quando acordei foi do saco dele. Sentei-me na cama e percebi que o lençol grudou em mim porque eu tinha gozado noite passada e não tinha limpado. Dormi daquele jeito mesmo. Estava de bom humor. Diferente do dia anterior. Finalmente era sábado e meu pai e eu teríamos um dia especial. Apenas nosso. Peguei a cueca do meu pai e mais uma vez senti o cheiro e dei um beijo. Me levantei e guardei a cueca na minha gaveta. Fui pro banheiro e liguei o chuveiro na água bem fria e tomei um longo banho.

Depois de vestir uma roupa adequada: uma bermuda e uma camisa regata eu troquei a roupa de cama. Estão de tão bom humor que resolvi dar uma geral no meu quarto. Arrumei a cama e me desfiz de um monte de lixo que eu ia juntando nas gavetas. Abri o guarda roupas e comecei a jogar no chão algumas roupas que eu não usava mais. Peguei alguns tênis, sapatos, óculos escuros e um monte de coisas que não usava fazia tempo. Depois de arrumar o guarda roupas peguei uma caixa e coloquei todas as roupas dentro. A caixa ficou cheia e bem pesada. Sai do meu quarto com a caixa na mão e desci as escadas com um largo sorriso no rosto. Era incrível como a espera de uma noite podia nos alegrar.

- bom dia! – falei chegando a cozinha com a caixa na mão e colocando em cima do balcão.

- bom dia – falou meu pai apenas com o robe com uma lata de cerveja na mão fazendo o café da manhã – que caixa é esse?

- algumas roupas que não uso mais. Pensei em doar pra alguém ou pra alguma igreja.

- eu posso levar se você quiser – falou minha mãe chegando à cozinha toda produzida pronta para sua viagem para Los Angeles.

- seria ótimo – falei animado.

- coloca lá no meu carro – falou ela me entregando a chave e foi o que eu fiz.

Depois de colocar a caixa no carro na minha mãe eu voltei a cozinha e meu pai havia feito ovos com bacon para mim.

- fiz o seu café da manhã garoto.

- obrigado pai – falei indo por trás dele e abraçando-o por trás dei um beijo em sua nuca.

- que gracinha – falou minha mãe colocando um par de brincos – fim de semana de pai e filho.

- pois é – falei me sentando a mesa – esse momento será épico. A primeira vez que meu pai resolve tirar um tempo roupa mim.

- poxa Logan. Você me deixa chateado falando assim. Parece até que eu sou um pai relapso que nunca fez nada por você.

- é só jeito de falar pai. O senhor faz de tudo por mim – falei colocando um bacon na boca.

Meu pai fez o mesmo café da manhã pra ele e ele pegou uma jarra com suco de laranja e colocou em um copo para mime um para ele.

- obrigado – falei pegando o suco e tomando um gole – não fez café da manhã pra mamãe?

- não. Hoje é o fim de semana dos homens – falou meu pai rindo e colocando ovo e bacon na boca – as mulheres da família que se fodam.

- haha, muito engraçado – falou minha mãe sarcástica dando um tapa na cabeça do meu pai – eu fico enjoada quando voo então vou deixar pra comer quando chegar lá. Eu já tomei um comprimido de Meclin pra cortar o enjoo e eu estou tão nervosa que nem se eu quisesse eu conseguiria comer.

- ai! – falou meu pai – sua mãe me bateu Logan – falou meu pai olhando pra mim – dá um beijo pra sarar. Dá. Me levantei e dei um beijo na cabeça do meu pai – prontinho – falei rindo e voltando a me sentar.

- eu preciso ir – falou minha mãe dando um selo na boca do meu pai e um beijo no meu rosto – divirtam-se rapazes, mas com responsabilidade – falou ela com um sorriso.

- vamos sim mão.

- nós vamos ter muita responsabilidade, mas nenhuma proteção – falou meu pai olhando pra mim com um sorriso.

- o que isso quer dizer? – perguntou minha mãe.

- sei lá… meu pai é doido – falei sentindo um fogo dentro de mim.

Minha mãe pegou a bolsa e a chave do carro e saiu em direção da garagem e pouco depois dela ter saído Rodney apareceu. Achei estranho ele estar ali. Era muito difícil ele aparecer.

- o senhor me chamou senhor? – perguntou Rodney olhando para meu pai.

Nesse momento percebi que ele ia dispensar Rodney. Ia dar folga para ele no fim de semana. Ele não queria que ninguém estivesse ali para testemunhar os pecados que cometeríamos naqueles dois dias.

- chame sim Rodney – falou meu pai olhando no celular – eu sei que prometi folga pra você nesse fim de semana, mas eu recebi uma mensagem hoje bem da secretária do Trumpy-Trumpy e ele convidou a mim o diretor da NSA, o diretor do pentágono e o VP para passarmos o fim de semana em Camp David. Eu vou ter que ir.

Ao ouvir meu pai dizer aquelas palavras a comida travou na minha garganta. Eu não acreditei naquilo. Meu pai esperou minha mãe sair pra poder dizer aquilo. Ele sabia que minha mãe o obrigaria a ficar e se fosse preciso ela ligaria pro presidente. Camp David é uma base militar e casa de campo localizada em Maryland que serve ao presidente dos Estados Unidos e a sua família, para descansar ou até mesmo trabalhar. As vezes meu pai era convidado pra passar o fim de semana lá. Eles bebiam, caçavam e jogavam conversa fora a beira da piscina.

- o senhor vai?

- vou sim filho. Ele quer discutir algumas coisas e convidou o dono da NRA e está tentando convencê-lo a investir dinheiro em alguns dos seus negócios e eles nos convidou para dar um apoio.

- achei que o fim de semana seria nosso.

- e será – falou ele sério – Eu vou e depois de algumas horas vou inventar uma desculpa pra poder voltar pra trás. Vou dizer que você caiu e quebrou as duas pernas. Ele tem filhos e vai entender.

- tudo bem então – falei engolindo em seco e tentando não me importar. Se ele disse que vai voltar é porque vai voltar.

- não fica chateado comigo filho. Eu prometo que volto. Chego à noite. No máximo ás dez. okay? A noite é uma criança e nós temos um playground. Piscina, hidro e um monte de camas – falou ele com um sorriso tomando um gole do seu suco. Rodney ficou sem entender o que meu pai quis dizer com camas e parece que ele não deu muita importância.

- tudo bem então senhor – falou Rodney deixando a cozinha e meu pai e eu ficamos novamente sozinhos.

Fiquei um pouco chateado com meu pai. Estava chateado com um monte de coisas e parece que ninguém está disposto e me levar a sério. De um lado eu tenho Charles que quer me usar como ‘válvula de escape’ e do outro eu tenho o meu pai que fica me enrolando e coloca o trabalho acima de tudo. Decidi então fazer logo a pergunta que estava me corroendo.

- pai eu posso te perguntar uma coisa?

- claro campeão.

- o senhor tem uma amante?

A expressão do meu pai mudou ao me ouvir fazer aquela pergunta.

- amante? Do que você está falando?

- de Monica Aguilar.

- quem te falou isso? – meu pai estava sério e não precisou que eu dissesse uma palavra sequer para ele descobrir a resposta – foi o Rodney! – falou ele rindo irônico – espero que ele aproveite o último dia no emprego.

- não pai. Se o senhor demitir o Rodney eu mudo daqui. Todo mundo aqui de casa sai e eu fico sozinho. Rodney é o único que está comigo o tempo todo. Ele conversa comigo e me faz companhia enquanto o senhor está no trabalho. Rodney tem feito mais o papel de pai do que o senhor – falei de falar e peguei o copo e terminei o meu suco.

- levanta! – falou meu pai se levantando.

- não. me deixa.

- levanta Logan! – falou meu pai sério.

Eu me levantei e meu pai pegou minha mão e colocou ela lá dentro e eu senti sue pau quente e mole.

- segura – falou ele bravo. Levei a mão embaixo e segurei o sacão e o pau mole do meu pai.

- tá sentindo isso aqui? – perguntou meu pai.

- estou – falei olhando pra ele.

- esse instrumento aqui que te fez. Você estava dentro desse saco aqui – falou ele levando a mão pro meu rosto e virando-o com força. Ele estava bravo – não importa o que você acha ou o que Rodney faça. Eu sou seu pai. Foi desse cacete que você saiu e é pra esse cacete que você bateu punheta ontem a noite, não foi?

- foi sim.

- foi pra esse cacete que você gemeu igual cadela, não foi?

- foi sim.

- sim senhor! – falou ele dando um tapa na minha cara.

- sim senhor. Foi sim.

- ralei e suei ontem o dia inteiro pra dar aquilo que eu não tive quando tinha sua idade. E foi o suor desse saco que você sentiu naquela cueca – falou ele respirando fundo – estamos entendido?

- sim senhor.

- se eu ouvir você falando que existe algum homem nesse mundo que é mais pai pra você do que eu, eu quero a sua cara garoto. Vou te ensinar a me respeitar.

- sim senhor. Me desculpa.

Meu pai puxou minha mão e ele voltou a se sentar. Eu me sentei de frente pra ele. Nós voltamos a comer e nós ficamos em silêncio por um bom tempo. Um silêncio constrangedor.

- quer mais suco campeão? – perguntou meu pai mastigando e lambendo os lábios.

- quero sim pai – falei apertando os lábios e sorrindo pra ele. Antes de pegar o copo eu levei a mão até o nariz e senti o cheiro. Não era tão forte quanto o da cueca, mas era bem parecido. Em seguida peguei o copo e tomei um gole do suco.

- Não – falou meu pai finalmente respondendo a minha pergunta – eu não tenho amante, mas eu já tive. Nós terminamos o nosso caso a um bom tempo. Faz mais de um ano que eu não vejo aquela mulher.

- okay – falei tomando o suco – é que eu fiquei chateado com o senhor. Achei que ainda estivesse tendo um caso e eu não quero que o senhor tenha um caso.

- ciúmes? – perguntou meu pai com um meio sorriso.

- sim – falei lambendo os lábios – e também em respeito a mamãe.

- respeito? – perguntou ele rindo – o respeito a sua mãe vai te impedir de rebolar no meu pau quando eu pedir?

- não – falei engolindo em seco.

- pois é – falou ele rindo – admita que é apenas ciúmes – falou meu pai rindo. Ele sabia que eu estava na dele. Que eu sentia ciúmes. Ele brincava comigo por causa disso e se eu fizesse o mesmo ele me ameaçava. Ele era possessivo e não admitia qualquer falta de respeito.

Terminei de tomar café da manhã e peguei as louças na mesa e levei até a pia da cozinha.

- pega meus cigarros – falou meu pai. Fui até a sala e peguei a carteira de cigarros e o isqueiro e entreguei para meu pai. Ele acendeu um deles e assoprou a fumaça.

- que horas o senhor vai? – perguntei na pia lavando a louça.

- nós não vamos de avião comercial. Um jato vai partir do aeroporto ás uma da tarde – falou meu pai se levantando da mesa.

- o senhor volta as dez, né? –perguntei lavando o copo.

- sim – falou meu pai colocando o cigarro na boca e chegando por trás de mim ele me abraçou. Percebi que ele tinha aberto o robe e mesmo o pau estando mole senti ele se esfregar em mim e seu corpo era quente e duro. Ele deixou o queixo no meu ombro e ia assoprando a fumaça pelo nariz – no máximo as dez eu estarei de volta. Nós vamos nos falando por mensagem.

- okay – falei sentindo ele segurando em minha cintura e se esfregando em mim.

- senhor! – falou Rodney chegando a cozinha. Eu gelei ao ver Rodney chegar, mas meu pai não sentiu o mesmo porque ele continuou grudado em mim e a única coisa que fez foi tirar o cigarro da boca e olhar para Rodney.

- o que foi? – perguntou Meu pai ainda juntinho de mim se movendo lentamente deixando seu corpo grudado em mim. A mão dele estava na minha barriga.

- eu encontrei esse gato no jardim – falou Rodney mostrando um gato já grandinho com os pelos cinzas e ele tinha um dos olhos furados. Ele estava miando na mão de Rodney – ele estava procurando por comida.

- que fofo pai! – falei olhando pro gato.

- você quer ele campeão? – perguntou meu pai com um sorriso.

- quero sim.

- é seu – falou ele dando um beijo no meu rosto por trás – papai faz tudo o que você quiser bebê.

- se o senhor me permitir eu posso estar levando ele a um Pet Shop pra ele tomar um banho e tomar as vacinas.

- eu adoraria – falei para Rodney.

- pode sim – falou meu pai rindo – espera! – falou meu pai impedindo Rodney de ir – você precisa escolher um nome campão. É macho ou fêmea?

Rodney virou o gato e depois de olhar a genitália ele olhou pra mim.

- é macho – falou Rodney sério

- tem que ser um nome forte filho.

- que tal… - falei apetando os lábios Senhor Harvey? – falei animado.

- Harvey? O nome do primeiro politico gay a ser eleito – falou meu pai rindo – perfeito! – falou ele me pressionando contra a pia – meu garotão é inteligente – meu pai levou o cigarro na boca outra vez e assoprando a fumaça.

- okay então – falou Rodney sorrindo para o gato – vou levar o Sr. Harvey pro Pet Shop.

- obrigado Rodney – falei terminando de lavar as louças. Meu pai se afastou e fechou o robe voltando a se sentar na mesa ele apagou o cigarro no cinzeiro.

- obrigado pai – falei me sentando com ele na mesa.

- ainda acha que Rodney é mais pai do que eu?

- nunca achei – falei me inclinando e enfiando os dedos nos cabelos do meu pai eu os baguncei.

- eu vou arrumar minhas coisas pra viagem, mas antes vem aqui – falou meu pai segurando na minha mão me fazendo levantar. Ele afastou a cadeira da mesa e me faz sentar em seu colo de frente pra ele – uma prévia do que te espera – falou ele com um sorriso.

Meu pai segurou na minha cintura e me puxou junto dele e eu segurei seu rosto entre minhas mãos e nós nos beijamos. Começou com um tímido selinho na boca, mas logo enfiei minha língua em sua boca e meu pai a sugou. Até me levantei um pouco do colo do meu pai e ele foi inclinando a cabeça enquanto nos beijávamos. Voltei a me sentar e abracei meu pai sentindo ele colocar a sua língua em minha boca.

- com licença – falou Rodney chegando a cozinha.

- o que foi agora? – perguntou meu pai parando de me beijar, mas eu não parei. Eu enchia meu pai de beijos do pescoço até as suas bochechas. Se mau pai não se importava com Rodney nos presenciar eu também não me importaria.

- posso ir no carro do senhor? O meu está com o pneu furado e o estepe também está furado.

- pode – falou meu pai apontando pra sala – a chave do BMW. Nem pense em ir com o meu Zenvo.

- não se preocupe senhor – falou Rodney olhando em volta onde está a chave do BMW?

- Está lá na sala – falou meu pai abanando a mão.

- okay – falou Rodney se virando.

Meu pai segurou meu rosto e nós voltamos a nos beijar. A boca dele é tão gostosa. A língua dele é tão macia e a forma que ele beija me deixa com vontade de não volta-lo nunca.

- papai te ama – falou ele com um sorriso pra mim.

- o filho também ama o papai – falei colocando a língua da boca e lambendo os lábios dele. Meu pai também tirou a língua pra fora e nossas línguas se tocaram de fora e dançaram por um tempo até que eu chupei a língua do meu pai.

- levanta campeão – falou meu pai dando um tapa na minha bunda – preciso ir me arrumar.

- okay – falei me levantando e passando os dedos na boca limpando a baba.

De hoje não passaria. Eu preferia que meu pai ficasse aqui, mas eu sei que ele precisa ir e faz parte do trabalho ter que confraternizar para poder fazer uma moral com o chefe. Estaria ansioso esperando a volta dele. Meu pai arrumou a mala para a viagem e vestiu uma roupa qualquer para ficar em casa. Ainda era nove e meia e demoraria a hora da viagem. Ele ficou lá fora fumando um charuto e mexendo no celular ligando pra um monte de gente e eu fiquei na sala assistindo televisão.

Fiquei conversando com Lizzie e Sharon no celular e assistindo a um filme qualquer no Netflix uma hora passou rapidamente. Meu pai continuava lá fora, mas agora tomando uma cervejinha. Ele estava dando risada no celular e parecia que falava com um dos seus amigos. Fui até a geladeira e peguei uma lata de refrigerante do Dr. Pepper e enquanto caminhava até a sala o interfone tocou. Fui até o interfone e olhei pela pequena tela na parede a câmera ‘olho mágico’ e vi que eram duas pessoas. Meu tio Gordon e uma garota de cabelos verdes. Os dois estavam de óculos escuros.

- Merda! – falei assustado sem saber o que fazer.

A história que vou contar agora parece uma novela, mas não é ficção. Meu pai é o filho mais velho de quatro. Seus irmãos são: Noah, Kylie e Gordon. Meu pai é o mais velho e tem 48 anos, em seguida é Gordon que tem 47, tio Noah tem 43 anos e Kylie tem 31 anos. Meu pai e tio Gordon cresceram praticamente juntos. Com apenas um ano de diferença sempre existia aquela comparação infeliz que os pais sempre fazem. Até mesmo as pessoas. Enquanto meu tio Gordon era um idealista e liberal meu pai sempre foi mais tradicional e reservado. Na escola meu pai sempre se deu bem enquanto meu tio Gordon tinha dificuldades e reprovou alguns anos ficando para trás. Meu pai cursou advocacia e assim que se formou ele se alistou no exército e tio Gordon acabou largando a escola quando faltavam oito meses para terminar.

Quando meu tio Gordon largou a escola meu pai acabou sempre se gabando por ser um intelectual. Se gabando por ter feito faculdade e sempre rebaixava meu tio Gordon. A intriga tinha só começado porque meu tio Gordon acabou sumindo por alguns meses e quando voltou estava cheio de tatuagens e isso fez com que meu irmão ficasse horrorizado dizendo que ele era a ovelha negra da família e essas coisas. Meu tio Gordon por outro lado acabou se tornando um tatuador e depois de muito trabalho ele acabou criando um dos maiores estúdios de tatuagem do país que tem filiais em dezesseis estados. O ‘Blaze † Cross Tattoo’. Meu tio Gordon vivia aparecendo em revistas conceituadas no meio de tatuagens e era meio que um ícone.

Meu tio Gordon começou a ganhar muito dinheiro e jogava isso na cara do meu pai que na época tinha acabado de voltar do exército e conseguido um emprego na SWAT. Ele provocava meu pai jogando dinheiro na cara dele. É claro que com o passar dos anos meu pai foi ganhando mais e mais dinheiro e hoje em dia os dois são bem sucedidos, mas a rixa nunca terminou. Atualmente meu tio Gordon tem i tronco fechado de tatuagens e tem uma no pescoço e nos dois braços. É um homem de olhos azuis que usa barba castanha no corpo e qual ele nunca apara. O que o deixa com um ar de lenhador. A rixa dos dois é tão grande que pra não ser reconhecido como da família meu tio Gordon usa o nome do meio. Ele não atende como Gordon Royale e sim como Gordon Shawcross.

Meu tio nunca aparecia para as reuniões de família e quando apareciam os dois acabavam brigando. Na última festa eles saíram na porrada. A verdade é que os dois são bem parecidos em sua personalidade e como vocês sabem ‘dois bicudos não se beijam’. Eles não dão certo e as provocações ficam sendo jogadas no ar o tempo todo. É até chato porque eu não o vejo a mais de dois anos, mas no meu aniversário ele sempre me manda um presente. Vocês sabem como meu pai é ciumento e ele joga o presente no lixo ou dá pra alguém. Ele faz questão de me mostrar o que é e depois se desfaz.

Eu sempre tive vontade de fazer tatuagem. Eu acho bonito, mas meu pai nunca permitiu. Disse que se eu fizesse ia arrancar a tatuagem na faca. Tudo isso por causa do meu tio Gordon. Outra coisa que meu pai implica é com o nome dele. Meu tio Gordon gosta de ser chamado de Cody. Um apelido que ele adquiriu durante a vida e meu pai só o chama de Gordon pra implicar. Meu pai é ignorante nesse sentido e pra mim tudo isso seria resolvido com uma boa bebedeira e uma longa conversa, mas os dois são ignorantes e babacas e sempre acaba dando merda. Eu não faço ideia do que ele está fazendo aqui e uma guerra vai começar no momento que ele entrar na casa. Se meu pai deixar ele entrar.

- tio Cody! – falei apertando o botão.

- é você Loguie? – falou ele com a voz grave.

- sou eu sim tio Cody.

- vai me deixar entrar ou tá difícil?

- espera um pouquinho tio – falei saindo da sala e indo até a cozinha. Respirei fundo e fui até a área externa. Chegando na porta da cozinha eu sorri e meu pai olhou pra mim sorrindo.

- o que foi campeão? – perguntou meu pai mordendo o lábio inferior – o senhor vai sair daqui de casa que horas?

- meio dia. Porque?

- porque o tio Cody está no portão e eu vou deixa-lo entrar – ao dizer isso eu fechei a porta da cozinha e a tranquei. Meu pai pulou da cadeira com raiva e começou a bater na porta.

- Logan! Não se atreva a deixar ele entrar – falou meu pai batendo as mãos na porta apontando pra mim.

- desculpa pai, mas ele é meu tio.

- eu te mato Logan! Eu te mato! – falou meu pai olhando em volta. Ele precisaria pular uma cerca viva pra chegar onde nós estávamos e eu sai correndo e apertando o botão. O portão se abriu e meu tio entrou com o carro. Meu pai estava lá na área externa gritando comigo. Eu voltei até a porta da cozinha e meu pai estava perto da cerca viva de dois metros tentando arrumar um jeito de pular, mas ao me ver ele veio na minha direção.

- você deixou ele entrar? – perguntou meu pai se aproximando de mim

- deixei pai.

Ele tentou passar, mas eu fiquei na frente da porta de vidro e coloquei as mãos impedindo que ele passasse.

- sai da minha frente Logan.

- pai esse ano está sendo diferente pra nós. Seja superior a ele e acabe com essa rixa. Se a ferida que o senhor tem for muito funda pelo menos o trate bem quando vier aqui.

- você não manda em mim.

- eu olhei na minha conta bancária e tem cerca de U$ 120 mil dólares depositados. Se o senhor não fizer o que estou pedindo eu vou pegar o  primeiro voo pra lugar nenhum e o senhor nunca vai me achar.

- eu trabalho pra CIA Logan. Eu te acho.

- okay. Se o senhor não fizer o que estou pedindo eu vou até a casa do Leo e vou perdoá-lo pelo o que ele fez.

- você não faria isso – falou ele rindo.

- quer arriscar? Eu me caso com ele e troco o Royale por Wakefield. Eu vou ser Logan Wakefield. Melhor ainda. Vou pegar os dois nomes dele. Vou me chamar Logan Leonard Wakefield.

Meu pai ficou sério por alguns minutos e respirando fundo ele levou as duas mãos até o rosto e gritou abafando o som. Ele então lambeu os lábios e engoliu em seco.

- okay – falou ele de olhos fechados – eu faço isso. Por você.

Nesse momento alguém bateu na porta algumas vezes. Era tio Cody que tinha chegado com sua namorada. Meu pai olhou para atrás de mim e respirou fundo.

- o senhor só vai ficar algumas horas com eles e então o senhor vai viajar.

- quando eu voltar ás dez da noite eu quero ele fora dessa casa – falou ele sério.

- relaxa pai. Ele nunca fica mais do que meio dia aqui.

- okay.

- tem alguém nessa casa? – falou tio Cody gritando na porta.

- fica aqui fumando seu charuto e tomando sua cerveja que eu atendo.

Meu pai ficou lá na área externa e eu fui rapidamente até a porta da frente e eu a abri. Estava lá meu tio com uma camisa preta e uma calça jeans surrada. Ele sorriu pra mim.

- Loguie! – falou ele vindo pra cima de mim e me abraçando forte – gostou do presente que eu te mandei?

- sim – falei sorrindo – adorei.

- se eu perguntar você vai saber dizer o que eu te mandei?

- não. meu pai jogou fora ou deu pra alguém. Desculpe.

- ele sempre foi assim – falou Cody.

Vi que com ele tinha uma linda garota de cabelos verdes e pele clara também com várias tatuagens. Ela tem peitos fartos e usava óculos escuros e usava um batom vermelho sangue na boca.

- é sua namorada do senhor? – falei apertando a mão dela.

- namorada? Não! – falou tio Cody – ela trabalha pra mim. Ela é a melhor tatuadora da costa Oeste. Eu a trouxe para uma convenção.

- eu ou Lia Salandra – falou ela tirando os óculos e olhando maravilhada para a casa – casa linda.

- obrigado! – falou meu pai aparecendo com o charuto na mão – Gordon! Irmão! – falou meu pai abrindo os braços para abraçar meu tio Cody que desviou dele.

- oi Thaddeus – falou ele olhando em volta – Helen está em casa?

Meu pai olhou para mim com cara feia e respirou fundo olhando para tio Cody.

- não. infelizmente Helen teve que viajar para Los Angeles. Você sabe… negócios.

- sei sim – falou tio Cody olhando pra ele – eu tenho um estúdio lá em Los Angeles. Esses dias fiz uma tatuagem no Marilyn Manson e outra no Johnny Depp. Eles sempre passam por lá quando querem ser tatuados.

- eu também já tatuei os dois – falou Lia orgulhosa. Eu fechei a porta da casa.

- aceita um charuto? – perguntou meu pai para tio Cody.

- aceito sim – falou tio Cody – cubano. Por favor.

- okay – falou meu pai se esforçando com um sorriso e indo até o bar para pegar os charutos cubanos.

- você é muito bonita – falei olhando para Lia.

- obrigada bebê – falou ela tocando no meu braço – você tem quantas tatuagens?

- eu? – falei rindo – nenhuma.

- seu tio é um dos maiores tatuadores do país e você não nenhuma?

- meu pai não deixa – falei sem graça – eu tenho vontade.

- eu adoraria te tatuar – falou ela me olhando e dando a volta como se eu fosse uma exibição – adoro os virgens – falou ela com um sorriso.

- virgem? Como é que você…

- virgem de tatuagem – falou ela sorrindo. Eu fiquei sem graça?

- ele não tá pronto pra ter tatuagem – falou meu pai trazendo um charuto para tio Cody.

- O diretor da CIA controlando a vida do filho… que surpresa – falou tio Cody rindo e colocando o charuto na boca enquanto meu pai acendia com o isqueiro. Tenho certeza que meu pai gostaria de bolar fogo na camisa dele.

Eu estava tentando fazer com que as coisas fossem diferentes, mas não sei por quanto tempo meu pai vai aguentar sorrir enquanto tio Cody o ataca de todos os lados, mas eu tenho esperança de que tio Cody pare de ficar implicando quando perceber que meu pai está disposto a esquecer essa rixa idiota e seguir em frente admitindo que os dois são homens de sucesso cada um na sua área de atuação.

Outro capítulo para vocês. Estou inspirado hoje rsrsr. Espero que estejam gostando dessa obra porque eu estou adorando escrevê-la. De verdade. Obrigado pelos comentários e votos no capítulo anterior e obrigado por me apoiarem e lerem minhas história. Um abração a todos e até o próximo capítulo.

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