E
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CAPITULO
NOVE
Sr. Harvey
ra pouco
mais das onze da manhã. Meu pai tentava ser gentil com tio Cody, mas ele estava
sempre implicando com ele. Falando alguma coisa que o deixava com raiva ou
criticando alguma escolha que ele tinha feito. Eles fumaram charutos e agora
estávamos todos sentados na área externa. Tio Cody estava se gabando sobre seus
feitos e pessoas famosas que tinha tatuado e sobre o montante de dinheiro que
ele tinha ganhado no último ano. É claro que ele aproveitou para criticar meu
pai por jogar os presentes de aniversário fora. Meu pai até pediu desculpas por
tomar essas decisões estúpidas e pediu desculpas por ter começado a briga na
última vez que os dois se viram. Foi só nesse momento que tio Cody pareceu
baixar sua guarda.
Ele percebeu que meu pai não estava disposto a briga. Depois desse
pedido de desculpas meu pai teve que se ausentar para se arrumar para a viagem.
Ele voltou por volta das onze e quarenta vestindo uma calça jeans, uma camisa
verde e um boné. Ele estava vestido para uma viagem no campo. Meu pai adorava
caçar e fazia um bom tempo que ele não praticava esse esperte. Eu não considero um esporte caçar animais. Eu
considero uma idiotice, mas meu pai não liga pro que eu penso e só sabe me
ameaçar. Eu disse uma vez que iria pra porta da casa branca protestar contra a
caça esportiva e ele me ameaçou jogar em uma prisão no pentágono por um mês.
Pouco antes do meu pai ir se arrumar tio Cody disse que só tinha passado
pra uma visita rápida, mas eu percebi que algo mudou ao ouvir meu pai dizer que
ia viajar e só voltaria a noite. Quando meu pai foi até a geladeira e abriu
outra cerveja da Corona para beber ele veio até a área externa onde nós
estávamos.
- ele é mesmo um almofadinha –
falou Lia rindo.
- perdão? – perguntou meu pai olhando pra ela.
- é que eu disse pra ela que tinha um irmão almofadinha – falou tio Cody
rindo.
- a ta – falou meu pai rindo com vontade de amassar a lata de cerveja –
muito engraçado.
- mas falando sério – falou Cody – você está bonitão.
- obrigado – falou meu pai com um sorriso se virando – nada mal pra um
coroa de 48 anos, né?
- verdade – fale olhando pro meu pai.
- eu preciso ir – falou meu pai olhando pro relógio no seu pulso – será
que vocês poderiam me dar uma carona até o aeroporto?
- na verdade… - falou tio Cody olhando pra mim – eu pensei em ficar
aqui. Me sinto mal por deixar Logan aqui sozinho.
- você vai passar a noite aqui? – perguntou meu pai sério.
- não – falou ele – só até você voltar. Nós podemos ficar aqui fazendo
companhia pro Logan.
- via ser legal pai. Vai ser bom não ficar aqui sozinho.
- você não precisa ficar aqui sozinho – falou meu pai – eu te dou meu
cartão de crédito e você vai pro shopping. Lá ta cheio de gente.
- deixa de ser controlador Thad – falou Cody – deixa eu fazer companhia
pra ele. Estou louco pra tomar um banho de piscina. Não se preocupa. Nós não
vamos tatuá-lo.
- assim espero – falou meu pai – eu vou pegar a estrada então. Não quero
ser o último a chegar – falou meu pai apertando a mão de Lia e a de Cody –
filho vem com o pai até a garagem.
- vou sim – falei me levantando e seguindo meu pai até a garagem. Assim
que chegamos à garagem meu pai destravou seu carro – alguém vai trazer o carro
do senhor?
- não. Ele vai ficar no estacionamento do aeroporto.
- okay.
- papai volta as dez – falou meu pai tocando meu rosto e acariciando
minha bochecha com o dedão.
Nesse momento tio Cody entrou na garagem e meu pai olhou pra ele ainda
com a mão no meu rosto.
- posso interromper? – perguntou tio Cody.
- não está interrompendo – falou meu pai acariciando meu rosto mais um
pouco e tirando a mão – só estou me despedindo do Logan. Dando algumas
instruções e falando pra ele ter juízo.
- sim… eu só… só queria pedir desculpas pelas coisas que falei. Eu
percebi que você está tentando ser um cara legal e eu estou sendo um porre.
- não tem problema – falou meu pai estendo a mão e os dois deram um
aperto de mão e meu pai o puxou para um abraço. Aquela coisa de homens. Alguns
tapas nas costas e eles estavam livres.
- boa viagem irmão – falou Cody.
- obrigado… Cody! – essa era a primeira vez que meu pai o chamava de
Cody.
Meu pai entrou no carro e tio Cody e eu acenamos para ele. Meu pai
buzinou e acenou com a mão. A porta da garagem foi se fechando e nós já não
ouvimos.
- e então… - falou tio Cody – onde será sua tatuagem?
- para de graça tio – falei saindo da garagem – eu não vou desrespeitar
meu pai. Por mais que eu queria uma tatuagem – nós chegamos a cozinha e eu fui
até a geladeira e peguei uma long neck da Heineken e depois de abrir entreguei
a ele.
- você se lembra? – perguntou ele com um sorriso pegando a cerveja.
- claro. O senhor é o único da família forte o suficiente pra beber
Heineken. O resta da família não aguenta duas dessas e já estão bêbados.
- acho besteira você ficar cedendo às maluquices do seu pai. Ele não
devia te controlar.
- engraçado que todo mundo me fala isso, mas ninguém faz nada pra mudar.
Ninguém tem coragem de encarar meu pai e falar isso nada cara dele.
Chegando a porta da cozinha olhei para fora e vi Lia sentada na beirada
da piscina com as pernas lá dentro.
- eu falo – falou meu tio ficando do meu lado e tomando um gole de sua
cerveja – na verdade eu sou o único da família que tem coragem de falar pro seu
pai o que ele merece ouvir.
- para com isso tio. É tão cansativo ter que conviver com essa briga.
- eu só estou dizendo que se você quer uma tatuagem você deve fazer uma.
- não – falei respirando fundo – só quando meu pai deixar.
Meu tio balançou a cabeça negativamente e eu fui até a geladeira e
pegando outra cerveja e me aproximando da piscina eu entreguei para Lia que
agradeceu.
- se você quiser tomar banho pode entrar.
- sério? – falou ela tomando um gole da cerveja – você é muito gentil,
mas acho que só vou tomar um pouco sol – falou ela colocando a cerveja no chão
e tirando o biquíni – espero que você não se importe de eu fazer topless – Ela
se levantou e se deitou em uma das cadeiras.
Olhei para trás e meu tio estava com um sorriso no rosto ao ver Lia
tirar a roupa e ficar apenas de calcinha na cadeira. Eu levantei e fui até ele.
- eu não costumo ver tantos peitos – falei rindo.
- eu posso dar um mergulho ou você vai me dedurar pro seu pai? Porque
você é o pau mandado dele.
- claro que pode – falei empurrado ele de leve.
- ótimo – falou ele colocando a cerveja em cima da mesa e tirando a
camisa. O corpo do meu tio era todo tatuado. Ele tem o peito peludo e as
tatuagens iam para dentro da calça. Ele tem os cabelos bem curtinhos e um
topete. Ele tem uma corrente tatuada do lado esquerdo da cabeça e cada uma
dessas correntes tinha uma letra dentro. As letras eram K – N – T. No canto do
olho esquerdo ele tem uma cruz pequena tatuada. O símbolo do seu estúdio de
tatuagem e uma referência ao sobrenome Shawcross. ‘Cross’ significa Cruz em
português. As costas das suas mãos também são tatuados. Meu tio é um homem
bonito. Meu avô passou bem os seus genes para todos os filhos.
- o que significa essas letras dentro dos anéis dessa corrente? –
perguntei passando os dedos no cabelo dele seguindo a tatuagem.
- quais são as letras que tem ai? – ele perguntou isso pegando uma
carteira de cigarros no bolso. Era Marlboro Edge. A mesma que meu pai fuma. Ele
tirou um colocou na boca.
- K, N e T – falei olhando pra ele.
- Kylie, Noah e Thad – falou ele pegando o isqueiro e acendendo o
cigarro.
Fiquei surpreso com aquela resposta. Nem parei pra pensar e realmente
são as iniciais dos filhos do meu avô Rex. Me espantou ele colocar as iniciais
ali na cabeça dele mesmo ele sempre estando tão afastado da família. Ele sempre
foi o irmão mais afastado da família. A verdade é que ele foi corajoso. Ele se
afastou da família para trilhar o seu próprio caminho.
- é bonita – falei colocando os dedos nos cabelos dele e bagunçando-o –
todas as suas tatuagens são bonitas – falei passando as mãos nas costas dele e
em sua barriga.
- o dia que você resolver sair debaixo das asas do seu pai eu vou ter o
maior prazer em marcar o seu corpo – falou ele olhando pra mim e pegando a
cerveja e tomando um gole com o cigarro entre os dedos.
- quem sabe um dia – falei respirando fundo.
- posso entrar na piscina? – perguntou ele olhando pra mim.
- claro que pode – falei empurrando ele – vai logo e para de frescura.
- eu vou, mas se você for comigo – meu tio voltou até a mesa e após
apagar o cigarro e colocar a cerveja na mesa ele veio correndo até mim e me
pegou no colo e correu pulando na piscina.
- para tio – falei fechando os olhos e sentindo o momento em que caímos
na água. Em algum momento lá dentro nós nos separamos e quando voltei a
superfície ele estava com um sorriso no rosto rindo da minha cara.
- seu sem graça – falei tossindo – molhei toda a minha roupa.
- eu também – falou ele tirando a calça dentro da piscina e jogando ela
lá fora na beirada – vai secar com o sol
– falou ele mergulhando. Eu tirei minha camisa e minha bermuda e fiz o mesmo
que ele jogando a minha roupa próxima a dele. Eu mergulhei e segui tio Cody até
o outro lado da piscina. Quando estávamos lá ele olhou pra mim passando a mão
no rosto – vamos apostar corrida até o outro lado?
- vamos – falei mergulhando.
- não vale! – falou meu tio também mergulhando e nós dois nadamos até o
outro lado e como era de se esperar eu ganhei – não valeu – falou meu tio se
sentando na parte rasa da piscina deixando as pernas na parte mais funda. Eu me
sentei ao lado dele.
- valeu sim. Aceita que dói menos – falei rindo – olhei para fora da
piscina e Lia estava lá deitada tomando sol com as tetas de fora.
- como vai a vida Logan? – falou ele olhando pra mim – faz tanto tempo
que não nos falamos.
- dois anos né?
- sim – falou ele sem graça – seu pai… é uma figura.
- eu estou bem. E o senhor?
- não. me diz de verdade – falou ele brigando comigo – ‘eu estou bem’ é
muito vago.
- olha tio eu descobri que meu namorado me traia com meu melhor amigo no
dia do meu aniversário. Só por ai o senhor sabe como tá minha vida.
- que barra – falou ele lambendo os lábios.
- mas não foi tão ruim assim afinal nós não chegamos nos finalmente.
- vocês não chegaram a tranzar?
- não.
- você namoraram quanto tempo?
- quase um ano.
Meu tio não disse nada e começou a rir. Ele riu de verdade. Tipo uma
gargalhada. Acho que ele pensou que fosse uma piada, mas quando ele viu que eu
estava sério ele parou de rir.
- está falando sério?
- estou.
- e porque você não quis ir pros ‘finalmentes’ com ele?
- eu nunca fui pros ‘finalmentes’ com ninguém. Com ele muito menos.
- a não – falou meu tio – não vai me dizer que você é virgem? Aquela
coisa que a Lia falou sobre virgem e você ficou todo envergonhado… não me diz
que é por causa do seu pai – falou ele colocando a mão na cabeça indignado.
- ele só quer o meu bem tio.
- isso é doentio Logan! – falou ele alto rindo pra não chorar – pelo
amor de Deus o Thad é pior do que eu pensava. Você acha que ele ficou com essas
frescuras quando o Jesse tinha sua idade?
- não. Ele mesmo diz que não e disse que ele faz isso comigo pelos erros
do Jesse.
- quer saber? – falou ele rindo – não vamos falar disso. Eu fico puto
com isso e não quero passar o dia todo xingando seu pai.
- fico feliz que o senhor tenha vindo tio Thad. Eu sempre admirei muito
o senhor.
- você só está me bajulando pra não ouvir o que eu tenho a dizer sobre
seu pai.
- não tio. É sério. O senhor não terminou o colegial e conseguiu a grana
que tem com muito suor. Eu o admiro muito por isso e mesmo o meu pai falando mal
do senhor pra mim durante toda a vida ele nunca vai conseguir me convencer do
contrário.
- valeu moleque – falou ele colocando a mão no meu ombro – mostra que
você ainda tem salvação.
- está calor! – falou Lia se levantando rapidamente e pulando na piscina.
Ela estava vermelha de tanto tomar sol e tio Cody e eu demos risada da forma
que ela levantou desesperada para pular na piscina.
Nós acabamos ficando algumas horas na piscina. Por volta das duas e meia
da tarde liguei no restaurante que sempre peço comida e pedi o almoço. Coloquei
uma musiquinha bacana pra tocar e servi cerveja para Lia e Cody que pareceram
gostar da piscina. Quando o almoço chegou nos comemos na área externa e a todo
momento meu pai me enviava mensagens perguntando o que estávamos fazendo e
pedia fotos para comprovar. Das duas ás cinco da tarde tirei quase cinquenta
fotos pra enviar pro meu pai porque ele não acreditava quando eu dizia o que
estávamos fazendo.
Rodney chegou as três com Sr. Harvey. Ele estava limpo e tinha tomado
todas as vacinas. Rodney inclusive comprou ração, caixa, areia, uma caminha e
até um brinquedinho para o gato. Ele era tão fofinho e meu deu pena vê-lo com o
olho furado. Não sei se foi um acidente ou alguém fazendo maldade, mas eu
estava feliz por tê-lo encontrado. Dispensei Rodney. Ele ficou com o pé atrás,
mas eu disse que meu pai chegaria às vinte duas e que meu tio Cody e Lia
estavam comigo. Ele não precisava se preocupar com nada.
Depois das cinco nós cansamos da piscina e fomos pra sala pra assistir
alguns filmes. Coloquei ‘A Morte de dá Parabéns’ que é um filme de suspense que
eu já tinha assistido que e é muito bom. Nós demos boas risadas e é claro:
alguns sustos. Quando era sete e meia da noite tio Cody escolheu o filme. Eu
estava sentado no sofá e ele estava sentado na poltrona que meu pai costumava
sentar quando estava em casa. Lia estava deitada no chão com um tapete peludo e
cheia de travesseiros.
- o que você gosta de assistir? – perguntou tio Cody.
- coloca algo que o senhor gosta. Nós já assistimos algo que eu gosto.
- beleza então – falou ele escolhendo algo – você vai pedir comida fora
ou prefere que eu faça o jantar.
- não tio. O senhor é visita. Fica ai de boa que eu vou pedir pizza.
Peguei o celular e fui até a cozinha e me sentei apoiando os cotovelos
no balcão e fiz o pedido de duas pizzas para o meu endereço. Em seguida fui até
a conversa com meu pai e enviei uma mensagem para ele.
Cody entrou na cozinha e eu respirei fundo. Ele foi até a geladeira e
pegou uma cerveja e depois de abrir tomou um gole e olhou pra mim.
- falando com o papai? – perguntou ele curtindo com minha cara.
- estou – falei abrindo o aplicativo – na verdade ele me mandou uma
foto. Disse que está bebendo e jogando conversa fora.
- onde ele foi? – perguntou David pegando o meu celular e vendo a foto.
Ele franziu a testa.
- em ‘Camp David’ no Maryland.
- Logan essa foto não foi tirada agora – falou ele me mostrando – nessa
foto ele está em um carro. Olha o cinto de segurança aqui. Ele tentou cortar a
foto e ainda coloquei ela em preto e branco.
Peguei o celular e vi que tio Cody tinha razão. Eu nem reparei nesses
detalhes, mas agora que ele falou eu percebi que havia um pedaço do cinto de
segurança do lado e podia-se ver o sol lá atrás. Ele colocou a foto em preto e
branco para disfarçar.
- seu pai está aprontando – falou tio Cody.
- talvez – falei enviando uma mensagem pedindo outra foto, mas ele
visualizou as mensagens, mas não respondeu. Enviei alguns pontos de
interrogação e dessa vez ele não visualizou.
- vamos assistir ao filme? – perguntou tio Cody me tirando do transe.
- sim. vamos – falei forçando um sorriso e nós fomos para a sala.
A pizza chegou alguns minutos depois de nós nos esbaldamos nos prazer da
calabresa e das anchovas. Meu tio e Lia preferiram comer e tomar suas cervejas
eu já preferi um enorme copo de Soda. O filme que meu tio Cody escolheu foi ‘Os
Homens que Não Amavam as Mulheres’. Um suspense com toque de drama. Ele
conseguiu me dispersar do fato do meu pai enviar uma foto totalmente editada e
eu acabei por esquecer por algumas horas. O filme tem duas horas e meia de
duração e ele acabou por volta das dez e vinte da noite. Todos nós nos
levantamos e nos espreguiçamos.
- seu pai te respondeu? – perguntou tio Cody quando nos levantamos e eu
peguei as caixas vazias e pizza e jogava no lixo.
- ainda não. Na verdade as últimas mensagens que eu enviei pra ele nem
chegaram. É como se ele tivesse desligado o celular.
- talvez ele esteja ocupado – falou tio Cody tentando tirar ideias da
minha cabeça – não é porque ele mandou uma foto falsa que significa que ele
esteja traindo sua mãe.
- eu sei… - falei respirando fundo – não era minha mãe que eu preocupava
que ele estivesse traindo – deve ser isso mesmo – falei forçando uma risada –
as vezes esqueço que ele é diretor da CIA. Tem coisas que nem mesmo a família
deveria saber.
- provavelmente é isso – falou tio Cody – ele deve chegar logo.
- nós já estamos indo? – perguntou Lia chegando a cozinha.
- sim – falou tio Cody olhando pro celular.
Nesse momento o meu celular vibrou e eu vi que era uma mensagem do meu
pai. Eu já fiquei mais tranquilo ao receber uma mensagem dele, mas ao ler a
mensagem eu cai por terra. ‘Aconteceu um imprevisto e eu volto apenas segunda’.
Só isso. Nada mais. Aquela frustração preencheu meu corpo e eu não consegui
esconder minha cara.
- era seu pai? – perguntou tio Cody.
- sim – falei forçando um sorriso – ele disse que volta só segunda.
- nós… podemos ficar – falou Cody olhando pra Lia – você se importa?
- claro que não – falou ela eu estou morta de cansada. Se você me guiar
até o quarto eu vou desmaiar lá.
- não precisa ficar tio. Eu estou acostumado a…
- …ficar sozinho – falou meu tio completando a minha frase – eu sei. Você disse isso um monte de vezes. Nós vamos ficar. A convenção é só amanhã mesmo. Podemos passar a noite hoje e amanhã cedo nós vamos pra convenção.
- tudo bem então – falei olhando pra Lia – você pode ficar no quarto que
fica no fim do corredor á esquerda.
- ótimo – falou ela vindo até mim e dando um beijo no meu rosto – boa
noite. Ela foi até meu tio Cody e deu um beijo no rosto dele.
- boa noite – falei respirando fundo.
O tempo que fiquei organizando a cozinha e lavando as louças tio Cody
ficou na cozinha me fazendo companhia. Ele não disse nada e eu também preferi
não dizer. A última coisa que fiz foi colocar um bocado de ração e trocar a
areia da caixa de Harvey.
- nós o encontramos no jardim procurando por comida – falei me
aproximando de Cody com o Sr. Harvey no braço.
- ele é uma gracinha – falou Cody fazendo carinho na cabeça dele. O
gatinho começou a ronronar e fechou o olho gostando do carinho.
- ele gostou do seu carinho – falei rindo.
- eu tenho esse poder – falou tio Cody – qualquer coisa que eu faça
carinho começa a gemer.
- convencido! – colocando Sr. Harvey na caminha dele.
- deve ser chato querer passar um tempo com o pai e ele não dar moral
né? – falou tio Cody.
- meu avô foi assim com você?
- não – falou ele balançando a cabeça negativamente – meu pai sempre foi
presente. Thad não aprendeu isso com ele.
- meu pai sempre coloca o trabalho em primeiro lugar. Ele diz não pra
todo mundo menos pro trabalho. Ele é o chefe e não sabe dizer não. Tudo o que
eu queria era passar um fim de semana com ele, mas nem isso eu consigo.
- está vendo só? Como você consegue depositar toda sua fé cega nesse
homem? Ele tem dá o valor que você merece.
- e você quer que eu faça o que?
- sei lá só não aceite tudo o que ele tenta impor.
- ele é meu pai e eu o amo e eu tenho esse sentimento… essa… carência…
sabe? Eu sou carente. Carente pelo amor dele e eu tento me aproximar, mas ele
não ajuda. Às vezes acho que ele nem queria me ter, sabe? Que eu fui um erro –
me doeu muito dizer aquilo porque eu sentia que no fundo eu sentia mesmo
aquilo. Não existe nada pior do que a falsa esperança e é o que meu pai tem me
dado nesses últimos dias. Promessas e promessas que ele não cumpria.
- Vamos? – falei olhando para tio Cody.
- Vamos! – falou ele se levantando e eu apaguei a luz da cozinha e
depois de ativar o alarme eu apaguei a luz da sala e nós subimos as escadas. Ao
chegar no topo nós caminhamos até a porta do meu quarto.
- o senhor pode dormir no quarto que era do Jesse! – falei apontando
para a porta do lado da minha.
- beleza, mas… - tio Cody coçou a barba – eu não estou cansado e se você
não se importar e estiver disposto nós poderíamos assistir um filme ai no seu
quarto. Se você não estiver com sono.
- na verdade eu dormi bem noite passada – falei abrindo a porta – vamos
assistir então.
Tio Cody entrou no meu quarto e eu fechei a porta trancando-a. Eu fui
pro banheiro e escovei os meus dentes e lavei o rosto. Quando voltei pro quarto
eu apaguei a luz do quarto e a televisão já estava ligada e tio Cody escolhia
algo para assistir. Ele colocou o isqueiro e a carteira de cigarros em cima do
criado mudo. Eu me deitei na cama e tio Cody escolheu um filme de comédia para
assistirmos.
O filme começou e durante uns vinte minutos estava tudo normal.
Estávamos lá deitados na cama assistindo ao filme e então em certo momento meu
tio passou o braço por trás de mim e foi se aconchegando perto de mim me
puxando para perto dele. Acabei ficando deitado em seu braço e meio sem jeito
eu não sabia que virava e colocava a mão em seu peito ou se voltava para onde
estava.
- seu pai cometeu muito erros na vida Logan – falou tio Cody do nada –
mas você não é um deles – ele disse isso passando o dedo na minha bochecha e
tocando na ponta do meu nariz.
- obrigado tio – falei rindo.
- quantas vezes você e seu pai se deitaram assim juntinhos pra assistir
um filme?
- nunca – falei rindo.
- sério? – perguntou ele.
- sério. Hoje seria o primeiro dia, mas pelo visto ele não deve querer
muito passar esse tempo comigo.
Ao me ouvir disse isso tio Cody tirou a camiseta e jogou no chão.
- eu não sou seu pai, mas acho que dou pro gasto – falou ele rindo e me
puxando e me fazendo deitar em seu ombro. Coloquei minha mão em seu peito e
respirei fundo – deitado assim você não vai conseguir ver o filme.
- to nem ai pro filme – falei fechando os olhos bem aconchegado em meu
tio. O cheiro dele é tão bom. Pela primeira vez me sentia seguro no braço de
alguém. Deveria me sentir assim com meu pai, mas tudo o que conseguia do meu
pai era um passeio no mundo da masturbação com sua cueca.
Eu suspirei em certo momento achando tão gostoso estar li que tio Cody
começou a acariciar minha cabeça do jeito que ele fez com o gato. Estava tão
bom que eu poderia ter dormido ali daquele jeito.
- o senhor está certo – falei abrindo os olhos – dá vontade ronronar com
seu carinho.
- se tem uma coisa que eu sou bom em fazer é carinho. Talvez não igual o
carinho que seu pai fez lá na garagem, mas chega perto.
- na garagem? – perguntei deslizando a mão no peito dele.
- sim. quando ele ia sair e eu cheguei na garagem ele tocava assim no
seu rosto – falou ele colocando a mão no meu rosto acariciando minha bochecha
com o dedo.
- sim… ele é bem carinhoso quando quer – falei quase que cochichando.
- eu posso ser bem mais carinhoso se você quiser – meu tio também falava
em um tom quase cochichando. Ele deslizou o dedo pela minha bochecha e deslizou
pelo meu braço.
- eu quero – falei respirando fundo – se tem uma coisa que eu estou
precisando é de carinho – falei de olhos que fechados respirando fundo.
- que bom – falou ele acariciando meus cabelos – eu vou fazer bastante
carinho em você. Vou te encher de carinho e quando você achar que está pronto
você vai sentar no meu pau.
- o que? – falei abrindo os olhos.
- Shhh! – falou meu tio pegando a minha mão estava em seu peito e
levando até a boca dele ele deu um beijo – você vai gemer comigo garoto – falou
ele com um meio sorriso – titio vai tirar sua virgindade, okay?
- okay – falei lambendo os lábios um pouco nervoso. Eu não estava
ansioso como estava com meu pai. O sentimento era diferente. Era de nervosismo.
Eu sinceramente não vi esse momento chegando. Talvez eu seja burro ou cego, mas
eu não percebi o que estava acontecendo até que aconteceu.
- vai ser uma honra tirar sua virgindade garoto – falou ele levando a
mão até a minha bochecha e dando um beijo na minha testa – tira a bermuda e a
cueca pra mim – falou ele me soltando. Deitado mesmo eu levei a mão até a minha
cintura e deslizei a bermuda e a cueca ficando pelado. Quando eu chutei para
fora da cama ele levou a mão até a minha camisa e me ajudou a tirá-la – deixa
eu sentir – falou ele vira de bruços.
Eu me deitei de bruços e senti meu tio passando a mão na minha bunda bem
devagar com muito carinho.
- macio – falou ele passando os dedos pela minha bunda – você tem
certeza que quer perder a virgindade com seu tio?
- tenho sim – falei respirando fundo.
- a única coisa ruim de tirar sua virgindade é não poder contar pro seu
pai que fui eu – falou ele rindo – desculpa dizer isso, mas meu sonho era poder
amarrar seu pai em uma cadeira pra ele ver enquanto você rebola no meu pau. Pra
ele perceber que não é só ao pau dele que você venera.
Eu não
disse e apenas fechei os olhos sentindo enquanto ele acariciava minhas nádegas
e hora e outra apertava minhas nádegas e passava a ponta dos dedos nas minhas
costas descendo entre as minhas nádegas. O que ele falou sobre meu pai me
deixou com mais tesão. Meu tio tirou a mão da minha bunda e tirou a própria
bermuda ficando apenas de cueca. Eu me virei me deitando de costas e meu tio
deitado de lado jogou uma dar pernas por cima de mim e sorriu para mim. Ele
acariciou meu rosto e eu senti o cheiro do seu bafo quando ele se aproximou e
nós demos um selo. A barba me pinicou e eu sorri sentindo um arrepio subindo a
espinha. Enquanto papai estava com executivos fumando charutos, bebendo e
jogando conversa fora titio Gordon estava prestes a me fazer subir pelas
paredes.
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Eu sabia que ele ia dá pra trás bem ele vai ficar louco quando descobri que ele perdeu a virgindade para outro tá mesmo na hora dele da o troco
ResponderExcluirTava na hora né? kkkkkkkk
ExcluirLogan tem que se impor sobre o pai dele. Eu sabia que ele não ia aparecer.
ResponderExcluirVamos ver se Logan perderá a virgindade com Cody mesmo. Amo muito seu conto.