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Capitulo Dois
a faMilia
N
|
aquele domingo eu acordei por volta dás 09h00min,
pois a noite anterior tinha sido muito cansativa. Eu tomei um banho na água bem
gelada e fui até a cozinha e meu irmão estava sentado conversando com minha
mãe.
- bom dia Charles.
- bom dia Fry – falou ele
sorrindo pra mim sorrindo.
- não, eu não vou – respondi
antes que ele perguntasse.
- porque Fry? – falou meu irmão –
eu só quero que você vá visitar.
- eu já disse que não – falei
indo até a geladeira pegando o leite e algo para comer. Eu me sentei á mesa e
ele ficou olhando pra mim. – como está o pequeno Larry?
- está bem. – falou ele.
- e como está Michele?
- esta bem também.
- e você não vai trabalhar hoje?
– perguntei.
- vou sim, eu só queria ver minha
mãe – falou ele dando um beijo no rosto dela.
Ele se levantou e se despediu.
- pensa no meu pedido. – falou
ele sinalizando saindo pela porta.
- vai se ferrar – falei quando
ele saiu pela porta.
- não fala assim com seu irmão –
falou minha mãe.
- não o suporto mãe, toda vez que
vem aquí ele vem com essa de tentar me levar pra igreja. Ele se sente superior
é isso que me deixa com raiva.
- seu irmão te ama Fry ele só
quer te ajudar.
- tudo bem, não quero falar sobre
isso. – falei isso terminando de tomar meu leite.
- não esqueça que seu tio vai
almoçar aquí. – falou minha mãe de se levantando.
Eu tinha me esquecido desse
detalhe, eu não gostava do meu tio, ele era irmão do meu pai e eu não gostava
de ficar perto dele ou de qualquer pessoa da família dele.
- eu não vou poder mãe, eu me
esqueci e vou ter que sair...
- ele não tem culpa Fry – falou
minha mãe me interrompendo. – ele não tem culpa se seu pai nos abandonou.
- não é isso mãe, eu realmente
esqueci.
- por favor Fry.
- olha eu vou ver mãe, não
prometo nada.
- obrigado.
Eu fui para meu quarto e liguei
meu notebook e coloquei uma música para tocar e conectei no bate-papo e ví que
Talk2Me_28 estava online.
- bom dia – falei.
- bom dia, como você está?
- estou bem, cheguei tarde ontem
do trabalho e você?
- estou ótimo.
- você está fazendo o que agora?
- estou em casa, na verdade estou
na beira de uma piscina tomando sol.
- quem me dera estar aí com você.
- me desculpa não queria te
deixar com vontade.
- não é isso, na verdade eu
queria estar em qualquer lugar que não fosse aquí.
- algum problema?
- vou receber uma visita em casa
de uma pessoa que não gosto muito, na verdade não gosto da presença porque me
trás lembranças.
- bem nesse caso também gostaria
que você estivesse aquí comigo, mas me conta que lembranças são essas?
- quando eu tinha cinco anos meu
pai abandonou minha mãe e quem vem nos visitar hoje é o irmão dele sem falar no
meu irmão que é um fanático religioso que fica tentando me fazer acreditar no
deus dele.
- e eu pensando que meu problema
com o cigarro era grande coisa.
- você fuma? – perguntei.
- sim, e tento parar de fumar a
muito tempo e não consigo.
- você precisa continuar
tentando, não desista.
- você também não – falou ele. –
posso te dar um conselho?
- claro. Você é o mais próximo
que eu tenho de um amigo.
- se esforce para que o dia de
hoje seja melhor, por mais que você não queira tente ficar na companhia do seu
tio e veja como você se sente. Às vezes esses sentimentos e lembranças antigas
não te atinjam mais do mesmo jeito que te atingiram antes.
O que ele disse fazia um pouco de
sentido.
- obrigado, foi realmente um bom
conselho.
- obrigado, pensei que tinha sido
péssimo e sentimental demais.
- depois você me conta como foi.
– falou ele.
- tudo bem, até mais tarde.
Eu desliguei o notebook e
enquanto ia ao banheiro eu ouvi o meu celular tocar e eu corri para atender.
- alô – falei atendendo o
celular.
- eu falo com Abraham? – perguntou
uma voz masculina do outro lado da linha.
- sim, com quem eu falo?
- eu ví seu anuncio e gostaria
sobre o programa.
- eu atendo apenas homens pode
ser tanto sua casa como em motel ou qualquer outro lugar que você quiser. O
valor você provavelmente viu no anuncio. Eu trabalho todos os dias até ás 17:00
da tarde e na parte da noite atendo a partir dás 23:00.
- certo, eu gostaria de um
programa agora na parte da tarde.
- pode ser, onde eu posso te
encontrar.
- eu te pego onde você quiser.
- pode ser no centro? No shopping
Eastdale Mall?
- pode sim. Ás 14:00.
- fica combinado então. Beijo.
Eu desliguei e ouvi alguém
chegando à porta da minha casa eu olhei pela janela e ví que era meu tio. Eu
desci as escadas e cheguei à sala.
- por favor filho – falou minha
mãe.
- tudo bem mãe, eu vou tentar.
Eu disse isso e abri a porta.
- bom dia – falou meu tio com um
sorriso no rosto.
- bom dia – falei apertando a mão
dele. Ele quase esmagou minha mão e me puxou me dando um abraço e eu senti sua
barba por fazer na minha nuca.
- olá Jeff – falou minha mãe
dando um abraço nele quando eu me afastei e ele entrou.
- cheguei cedo demais? – falou
ele entrando.
Meu tio é a única pessoa da
família do meu pai que gostava de mim e de minha mãe e a única pessoa que
manteve contato conosco desde sempre. Eu gostava dele, mas estar junto com ele
me trazia lembranças e eu ficava meio depressivo então por isso não gostava
muito de ficar na companhia dele nas últimas visitas especialmente porque Jeff
era irmão gêmeo do meu pai. Eu sempre tive que lutar muito para não confundir
os sentimentos com tio Jeff já que ele era idêntico ao meu pai.
Ele entrou e nós nos sentamos e
todos conversamos. Depois de uns 30 minutos minha mãe disse que iria começar a
fazer o almoço.
- eu te ajudo mãe – falei me
levantando.
- não precisa, faça companhia
para seu tio.
Eu olhei pra ele e dei um sorriso
e me sentei.
- como você está? Como vai o
trabalho?
- bem, é dureza e trabalho até
noite, mas eu preciso se eu quiser fazer minha faculdade.
- olha eu não quero que leve isso
a mal e espero que não se ofenda, mas eu juntei a um bom tempo – ele falou isso
pegando um envelope no bolso e estendendo a mão.
- não posso aceitar – falei sem
estender a mão.
- isso vai te ajudar e muito. Eu
faço isso de coração.
- por favor eu não posso e não
vou aceitar – falei me levantando e indo em direção ás escadas para ir ao meu
quarto.
- meu irmão é um idiota Fry. –
ele disse isso e eu parei com o pé no primeiro degrau. – Dean pode ser meu
irmão gêmeo, mas nós temos caráter diferente. Se ele visse o homem que você e
seu irmão se tornaram.
- mas ele não viu e eu não quero
que ele veja. Ficar perto de você me dói muito. Você é exatamente como ele, e
eu queria muito que você fosse meu pai, mas não é. Eu tenho uma luta dentro de
mim desde que eu era pequeno que me diz que você não é meu pai e eu consegui
viver com isso, mas você é tão bom pra mim e pra minha mãe.
- não tem problema se sentir
assim Fry. Não precisa ter vergonha.
- aceitar esse dinheiro vai me
fazer te amar mais como se você fosse meu pai e você não é – eu disse isso e
comecei a subir as escadas – se precisarem de mim vou estar no meu quarto.
Eu entrei no meu quarto e me
deitei na cama colocando os fones de ouvido e fechando os olhos e logo dormi
profundamente.
Eu acordei com minha mãe me
tocando no braço com a mão gelada.
- Fry – falou ela – o almoço está
pronto.
- tudo bem, eu já vou descer.
- seu irmão e Michele estão lá em
baixo eles vão almoçar aquí também.
- por favor não me faça descer
mãe.
- vamos Fry, você precisa ficar
com sua família.
- tudo bem. – respondi.
Logo eu passei uma água no rosto
e desci as escadas cumprimentando todo mundo. Eu me sentei á mesa e todos nós
nos servimos e começamos a comer.
Eu sentei ao lado do meu tio.
- como vai no trabalho Charles? –
perguntou meu tio para meu irmão. – vendendo muitos carros?
- ótimo, graças a deus. Ser
vendedor de carros está trazendo muito lucro pra casa – falou ele.
- “pena que ninguém vê esse
dinheiro a não ser deus” – pensei comigo me segurando para não dizer nada e
apenas me forcei a dar um sorriso. Meu irmão tinha os olhos verdes, e tinha os
cabelos e barba castanhos claro e tinha o rosto muito bonito, mas o que ele
tinha de bonito tinha de ignorante. Ele sabia o quanto eu sofria para poder
ajudar minha mãe com remédios e tratamento, mas ele não se oferecia.
Depois do almoço Charles e
Michele foram embora e meu tio ficou até ás 13h00min e logo ele foi embora e eu
fui me preparar para o programa daquela tarde.
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