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SOU UM SER HUMANO NOJENTO E PEÇO PERDÃO capítulo onze
cordei
naquela manhã e percebi que não era manhã. Na verdade a noite anterior foi agitada
e Adam, Xavier e eu acabamos indo dormir exatamente no momento em que o sol
estava nascendo. O quarto estava escuro e o ar condicionado estava ligado. Me
sentei na cama e percebi que estava sozinho. Minha cabeça doía muito devido a
bebedeira. Algumas partes da noite anterior eu não me lembrava muito, mas as
partes com Xavier estavam frescas em minha mente. Peguei o meu celular e vi que
era pouco mais das três da tarde. Joguei o celular na cama e me deitei
novamente ainda cansado. Acho que poderia voltar a dormir e emendar e acordar
de só de manhã, mas nós temos aquela reunião de pessoas com câncer e eu prometi
a todos que iria.
Decidi me levantar e tomei banho. Já de toalha e de banho
tomado fui até a pia e escovei os dentes. Enquanto escovava os dentes percebi
que haviam mechas de cabelo na pia. Eram
grisalhos. Pareciam ser de Adam. Eram longos demais para ser da barba e ele apenas
apara os pentelhos e não tem tantos assim no saco. Depois de escovar os dentes
e vestir minha roupa sai do quarto e peguei Adam e Xavier sentados assistindo
TV.
- boa tarde dorminhoco! – falou Adam se levantando e indo
até a cozinha. Ele foi até a geladeira e pegou outra cerveja para ele.
- oi Xavier.
- oi Mike – falou Xavier com um sorriso tomando um gole de
sua cerveja. Eles estavam assistindo a um jogo.
Adam veio até mim e nós demos um selinho. Segurei na cintura
de Adam e nós demos mais dois selinhos.
- quem cortou seu cabelo? – falei passando os dedos entres
os cabelos de sua cabeça. Estavam mais curtos e ele usava um topete – na
verdade ele tinha ficado bem mais bonito com topete. Me lembrou dos velhos
tempos.
- eu mesmo – falou Adam – eu me olhei no espelho e estava
parecendo um velho com aqueles cabelos longos que eu sempre penteava pro lado.
Eu estava parecendo meu pai. Eu peguei a tesoura e eu mesmo cortei. O que você
achou?
- ficou bonitão – falei apertando os lábios em um sorriso
enquanto passava as mãos nos cabelos de Adam.
- você está com fome? – perguntou Adam tomando um gole de
sua cerveja – Xavier e eu descemos até o restaurante e comemos algo. Se você
quiser eu posso pedir e eles entregam aqui.
- não – falei indo até a geladeira para pegar um copo com
água – na verdade eu estou sem fome – falei tomando um copo com água.
- você precisa comer Mike – falou Adam pegando o telefone –
vou pedir comida pra você.
- não Adam! – falei tirando o telefone da mão dele – eu não
quero comer porque estou sem apetite. Não é porque estou fazendo graça.
- É só você forçar Mike.
- Adam não tem coisa pior do que ver a comida, saber que
está deliciosa e não conseguir comer. Se você pedir alguma coisa você só vai me
fazer sofrer.
- se eu preparar um leito com achocolatado você tenta beber
e comer algumas bolachas?
- sim meu amor eu tento – falei colocando o copo na pia e
Adam foi preparar algo pra eu comer. Fui até o sofá e me sentei perto de
Xavier. Ele olhou para mim e depois olhou para a TV, tomou um gole de sua
cerveja e continuou assistindo ao jogo.
- o que foi?
- não é nada – falou ele olhando para mim por alguns
segundos e depois olhando para a TV.
- do que vocês estavam falando antes de eu acordar?
- sobre nada – falou Xavier.
- pode falar. Eu não vou ficar com raiva.
- meu amor não é questão de raiva – falou Adam me entregando
um copo com leite e um prato com algumas bolachas – é porque é papo de homem.
- a ta – falei tomando um gole do leite – agora si meu
entendi. Obrigado pela parte que me toca.
- Mike o que homens fazem depois de uma noite como a de
ontem? – falou Adam se sentando ao meu lado – tomam cervejas e trocam uma ideia.
Se eu fumasse nós estaríamos fumando também.
- então vocês estavam falando de mim? Tipo… ‘prós’ e
‘contras’?
- sim – falou Adam.
- para com isso Adam – falou Xavier um pouco envergonhado –
era só… conversa de homem – falou Xavier.
- eu entendo – falei pegando uma bolacha e mordendo – eu
prefiro não saber… quer dizer… - acho que vou ligar pra Zoey pra poder
conversar.
- fala – falou Adam – conta pra gente o que você achou de
nós.
- não. é papo de ‘garota’.
- você quer saber o que estávamos falando? – perguntou Adam
– conta pra ele Xavier.
- eu não! para com isso Adam! – falou Xavier empurrando ele
de leve.
- pode falar Xavier – falei olhando pra ele pode dizer. Eu
tenho câncer. Eu aguento qualquer coisa.
- okay – falou Xavier tomando um gole para criar coragem –
eu só estava comentando com Adam o quanto eu gostei de ficar com você.
Especialmente quando estávamos no banheiro. Cada ato, cada segundo está gravado
na minha mente e foi maravilhoso.
- não seja modesto Xavier – falou Adam – você também disse que
o que mais gostou é que você faz carinho no saco enquanto está chupando.
- Cala boca seu porra! – falou Xavier empurrando Adam.
- você gosta de carinho no saco? – perguntei para Xavier.
- eu gosto. Eu adorei – falou ele rindo meio sem graça –
você é um dos primeiros a se lembrar que não é só o pau que dá prazer.
- e você não tem nenhum contra?
- eu não quero te chatear.
- pode dizer. Eu tenho câncer, aguentei o seu pau que é tão
grosso quanto essa latinha de cerveja que você tem na mão… eu aguento de tudo.
- é que… não é nada contra você e na verdade nem foi na hora
do sexo. É que… eu detesto esse grude na hora de dormir. Você ficou grudado em
mim e deitou a cabeça no meu peito e eu só consegui dormir depois que você
estava desmaiado na cama. Eu pude me virar e me distanciar uns palmos – falou
ele rindo sem graça.
- não tem problema. Você podia ter me dito. É que as vezes
eu durmo assim com o Adam e ele gosta.
- bem… - falou Adam tomando um gole de cerveja – não é que
eu goste…
- vai se fuder Adam! – falei empurrando ele – não vem me
dizer que não gosta. Quando a gente se deita, especialmente depois do sexo –
você me puxa e me faz deitar no seu peito. Você coloca uma das mãos atrás da
cabeça e pensa: ‘eu sou foda! Gozo, faço gozar e a cadela ainda quer dormir
agarrada’. E sabe o que é pior? Eu gosto mesmo.
- você está bravo? era só brincadeira – falou Adam rindo me
puxando e dando um beijo no meu rosto – eu gosto sim de dormir juntinho de você
e quando acordo a noite e você não está junto de mim ou eu te abraço por trás
ou eu te acordo e te faço deitar n o meu peito de novo.
- ele faz mesmo isso? – perguntou Xavier pra mim.
- sim. ele me acorda pra eu poder dormir junto dele – falei
tomando outro gole do leite e forçando uma bolacha garganta a dentro.
- bom… - falou Xavier respirando fundo – essa é a única
coisa que não gostei muito de resto foi maravilhoso – falou Xavier – me diverti
pra caralho.
- eu também me diverti.
- o que você ia falar? Sobre ontem a noite? – perguntou
Xavier – você também pode dizer se tem algo que você não gostou.
- eu gostei muito de ontem a noite, mas pra mim os que se
destacaram e me deram mais prazer foi você e Jeffrey.
- aquele ruivo? – perguntou Xavier.
- sim. Você e ele se destacaram. Não que os outros não
tenham tido seus momentos, mas eu sempre tive vontade de dar um beijo naquela
boca gostosa do Jeffrey e na sua. Só o beijo de vocês me deixou melado.
- que bom – falou Xavier tomando um gole de sua cerveja – e
algo ruim? Tem algo para me dizer?
- não. foi perfeito. Você soube penetrar, foi cuidadoso,
carinhoso e me fez gozar de todas as maneiras. O meu erro foi tentar ser
carinhoso na hora de dormir.
- Mike você disse que não se importava de saber.
- eu sei só estou brincando com você – falei me levantando.
- você já comeu Mike?
- já Adam. Eu não aguento mais – falei colocando o copo de
leite com as bolachas em cima do balcão.
- mas você não bebeu nem comeu quase nada – falou ele se
levantando e olhando – come mais um pouquinho amor, vem – falou ele segurando
na minha mão e me puxando pro sofá. Ele me entregou o copo e pegou uma das
bolachas e olhou pra mim fazendo bico – abre a boca pra mim abre meu bebê.
- eu não estou com fome Adam – falei fazendo cara feia.
- come logo meu amor – falou ele colocando a bolacha perto
da minha boca – abre a boca.
- eu não quero Adam – falei com raiva dele.
- ele não quer Adam. Acho que forçar não é a melhor opção.
- ele precisa comer. precisa se alimentar – falou Adam
olhando pra mim outra vez – Abre a boca Mike. Come.
- eu não quero Adam – falei tentando me levantar, mas ele me
segurou e nesse momento o que eu já tinha comido voltou e eu vomitei o leite e
a bolacha. Minha boca e a roupa que eu estava vestido se sujou por completo.
- Mike! – falou Adam se levantando – eu te ajudo.
- não. me deixa em paz – falei indo pro quarto e trancando a
porta. Arranquei a minha roupa e fui pro banheiro tomar banho. Lavei todo meu
maldito corpo e sai da merda do banheiro e de roupão mesmo eu me deitei na cama
e cobri todo o meu corpo com a coberta. Alguns minutos depois alguém bateu na
porta do quarto.
- Mike? Abre pra mim! Deixa eu entrar – era Adam.
Eu não respondi nada e fiquei lá deitado na cama sem vontade
nenhuma. Era horrível vomitar sujando tudo. Adam parece que não percebe que
ficar insistindo só me deixa irritado.
- me perdoa meu amor! – falou Adam – eu sou só um tolo
tentando te ajudar.
Eu não respondi nada e tirei o cobertor de cima da cabeça e
encarei o teto. Respirei fundo e
coloquei as mãos na cabeça tentando pensar. Minha garganta doía e eu estava fraco.
Minha vontade era só de ficar deitado.
- fala alguma coisa amor – falou Adam com aquela voz mansa –
me perdoa.
- eu te perdoo Adam! – gritei da cama – eu preciso ficar
sozinho.
- você me perdoa mesmo?
- não. não perdoo – falei tentando me acalmar – você não fez
nada de errado. Não tem o que perdoar – falei respirando fundo – só me deixa
sozinho.
- okay… - falou ele se afastando da porta – diz que me ama?!
- eu te amo seu desgraçado – falei começando a chorar – me
deixa em paz.
Ao me ouvir dizer aquilo Adam se afastou e deu um chute na
porta do quarto a arrebentando. Adam veio até onde eu estava e sem dizer nada
ele só me abraçou por trás enquanto eu chorava.
- vai ficar tudo bem – falou ele me abraçando por trás.
- eu sei – falei limpando os olhos e engolindo o choro – eu
só… eu só não gosto de ficar vomitando e sendo um estorvo. Estamos conversando
de boa com seu irmão e então eu vomito.
- você não é um estorvo. O câncer é. Nós vamos passar por
isso juntos e Xavier não se importa.
- não me importo mesmo – falou Xavier parado onde era a
porta – eu vou ligar pra um amigo que mexe com reformas – falou Xavier – ele
vai colocar outra porta aqui.
- eu vou conversar com o gerente do hotel – falou Adam –
dizer que foi um acidente.
- não se preocupa com isso Adam! – falou Xavier – eu cuido
de tudo.
- obrigado – falou Adam acariciando meus cabelos. Agora eu
já não chorava e estava apenas lá deitado recebendo carinho torcendo pra não
vomitar outra vez.
- eu estou me sentindo um idiota por ter chorado.
- não! não se sinta! O câncer mexe com seus hormônios e você
sempre foi dramático – falou ele rindo – foram seus dramas que me fizeram
gostar de você. Foi o que deu emoção a minha vida de quarentão.
- para – falei me virando e olhando para ele – você quebrou
a porta?
- você não tem ideia das coisas que eu faria por você –
falou ele tocando meu rosto com a palma da mão – se você estiver morrendo e
precisar do meu coração pra viver eu o arranco e te dou.
- cala a boca – falei empurrando Adam e deitando a cabeça em
seu peito – eu vou dormir. Me acorda em duas horas para podermos ir a reunião.
- okay! Pode dormir – falou ele fazendo carinho no meu rosto
enquanto eu lentamente caia no sono.
Estava com o corpo tão cansado e era tão gostoso e
aconchegante ali com Adam que não demorou para que eu acabasse dormindo. Não
sei se é efeito do remédio ou é o estresse que eu estou passando, mas eu tenho
sonhos nítidos e malucos. Eles tinham começo, meio e fim. Era como se eu
vivesse uma história ao cair no sono. E foi no meio de um desses sonhos que
Adam me acordou. Quando abri os olhos vi que ele estava bem arrumado e logo
senti o cheiro de seu perfume. Ao me levantar fui para o banheiro tomar o meu
banho e uma vez que estávamos os dois prontos partimos para o local da reunião.
Essas reuniões eram organizadas e presididas por uma
voluntária chamada Sally Yvette Underwood. As reuniões aconteciam em uma igreja
que sedia o espaço uma vez por semana. Quando Adam parou o carro no
estacionamento da igreja era quase oito da noite. O céu estava escuro e estava
muito frio. Nós dois estávamos bem agasalhados.
- chegamos! – falou Adam desligando o carro.
- eu tenho pavor de igreja – falei me lembrando da capela na
Universidade que botamos fogo ano passado para matar os traidores – eu tenho
medo que por ser gay eu pegue fogo ao entrar dentro.
- deixa de ser besta Mike – falou Adam rindo e nós saímos do
carro, Ele segurou na minha mão e nós caminhamos em direção a igreja.
Ao chegarmos na porta eu vi uma mulher com um largo sorriso.
Ele tinha um corpo fofinho e cabelos castanhos juntos a olhos azuis. Ela sorriu
ao ver Adam e eu.
- boa noite – falou ela entregando dois marcadores azuis e
duas pranchetas para Adam e eu – vocês são novos?
- sim. é minha primeira vez – falei sorrindo.
- sejam bem vindos. Eu sou Sally Underwood – ela apertou a
mão de Adam e depois a minha e nós entramos. Havia um circulo de cadeiras e
logo eu vi Brad e sua namorada. Vi também Maxine e sua pequena irmã Carrie.
- Pessoal esse daqui é o Adam – falei rindo.
- olá – falou Adam cumprimentando.
- ele é mais bonito de que achei que seria – falou Maxine
rindo – me desculpe.
- assanhada! – falou Carrie rindo para a irmã.
- obrigado! – falou Adam apertando a mão de Brad e
cumprimentando sua namorada.
- quer dizer que você teve coragem de contar pra ele? –
perguntou Brad pra mim.
- sim – falei respirando fundo – e foi a melhor coisa que
fiz. Obrigado pessoal. De verdade. Vocês me deram conselhos e foram ótimos
conselhos.
- é pra isso que estamos aqui – falou Brad.
Quanto todos se sentaram e estavam em seus lugares percebi
que haviam cerca de umas vinte pessoas contando com os acompanhantes. Sally se
apresentou e disse que Adam e eu éramos os novos membros. Todos nos
cumprimentaram e eu me apresentei e disse o tipo de Câncer que eu tinha. Contei
um pouco da minha vida e sobre como recebi o resultado.
- obrigado Mike! – falou Sally – antes que começarmos as
atividades eu gostaria de dizer algumas palavras. São palavras fortes e duras,
mas que precisamos ouvir – falou ela colocando o cabelos para atrás da orelha –
Mike você disse que passou por apenas um ciclo da quimioterapia, certo?
- sim Sally.
- você já parou pra pensar o porque o ciclo branco ser uma
vez por semana e o ciclo vermelho ser a cada 21 dias?
- na verdade não.
- alguém sabe? – perguntou Sally e Carrie levantou a mão.
- é o tempo que o corpo leva pra se recuperar dos remédios.
- exato! – falou Sally – o ciclo branco é mais fraco e você
leva cerca de seis a sete dias para eliminá-lo do seu corpo e então no dia
seguinte você volta pro hospital e o toma novamente. Isso é triste, mas é a
verdade. Os médicos estão ter envenenando com poucas doses e quando o efeito
está passando você volta para o hospital e ele te dá mais um pouquinho do
veneno. O suficiente pra matar o câncer. O ciclo vermelho é pior. São remédios
fortes e você 21 dia nas mãos do ciclo vermelho e no dia que você levanta se
sentindo um pouco melhor no dia seguinte você tem que voltar ao hospital e
tomar outra dose. É desumano? De certa forma, mas é necessário. Eu gosto de dizer
isso aos novos membros especialmente os que estão começando a quimioterapia
porque eu quero que eles vejam a realidade. É uma luta. Uma luta acontecendo
dentro de você e enquanto os guerreiros batalham você é que sofre as
consequências – Sally disse isso olhando pra mim – Mike e Adam peguem suas
cadeiras e coloquem no centro do circulo. Um de costas para o outro.
Adam e eu fizemos o que ela pediu. Colocamos as cadeiras de
costas um para o outro e nos sentamos.
- Mike eu quero que você escreva uma palavra que te defina
nesse momento. Como você se vê. Seja sincero. Ninguém aqui vai julgar. Não
existe julgamento apenas compreensão.
- okay – falei pensando.
- Adam eu quero você escreve uma palavras que defina a forma
que você Vê Mike nesse momento.
Adam e eu pensamos um pouco no que escreveríamos e eu não
precisei pensar muito. Não havia outra palavra para ser escrita. Nós terminamos
e Sally olhou para nós.
- Adam mostre a o que você escreveu – falou Sally.
- essa é a palavra que define o que eu vejo – falou Adam
mostrando o papel – ‘VALENTE’.
- Valente! – falou Sally.
- isso – falou Adam – eu o vejo como uma pessoa valente.
- ótimo. você foi sincero – falou Sally olhando pra mim – o
que você escreveu Mike?
Levantei a prancheta e mostrei o que havia escrito:
‘NOJENTO’.
- Nojento! – falou Sally.
- sim. é assim que eu me vejo – falei respirando fundo.
- estão vendo? – falou Sally – estão vendo porque o apoio é
preciso e imprescindível?
- você não vai brigar ou me dar um sermão? – perguntei para
Sally.
- não Mike. Esse é o papel do Adam. Você tem direito de se
sentir assim. Você tem todo o direito. Mas você deve sofrer por tempo limitado
e Adam vai estar ao seu lado mostrando que onde você nojo, repulsa, fraqueza
ele vê Valentia, Bravura e Coragem. Senti uma lágrima cair do meu olho e levei
uma das mãos para atrás e Adam a segurou.
- agora eu quero que todos vocês se sentem de frente para o
seu parceiro, esposo, esposa, irmão, amigo.
Adam e eu nos levantamos e sentamos um de frente para o
outro.
- eu quero que vocês escrevam o maior medo que vocês tem levando em consideração a
realidade do câncer. Algum medo que vocês tenham desenvolvido por causa dessa
doença. Depois eu quero que discutam entre vocês o que escreveram.
Aquilo era um pouco pesado e não sei se teria coragem de
escrever, mas acabei decidindo que essa era a hora de dizer a verdade e Adam
merecia saber.
- você terminou?
- sim – falou ele olhando pra mim – você quer ir primeiro?
- não. vai você.
Adam e mostrou o que
ele tinha escrito: ‘Medo de te Perder’.
- acho que esse é o mais óbvio – falou Adam respirando fundo
– eu tenho medo de te perder. A sua vida está em jogo e eu vivo aflito o tempo
todo.
- eu não quero que você se sinta assim – falei segurando a
mão dele.
- e eu não queria que você tivesse câncer – falou ele
lambendo os lábios e deixando uma lágrima cair.
- minha vez – falei passando a mão no rosto dele limpando.
Virei a minha prancheta e ele leu: ‘Medo de que você tenha Nojo de Mim’.
- como assim? – perguntou Adam.
- você sabe que o câncer tem efeitos colaterais Adam. É só a
primeira semana e eu estou vomitando sem parar. Eu tenho medo de que você acabe
ficando com nojo de mim. Com nojo de me tocar.
- eu nunca vou sentir nojo de você Mike.
- um dos efeitos colaterais é… evacuar na roupa Adam – falei
engolindo em seco.
- evacuar? – perguntou ele meio sem entender.
- Sim Adam… fazer cocô na roupa – falei com vergonha – e se
você passar por tudo isso e depois perder o desejo em mim? Fala que isso não é
nojento?
- Mike é na saúde e na doença. Sei que não somos casados,
mas pra mim continua valendo.
- mas eu não quero que você tenha nojo de mim.
- Mike se você fizer ‘na roupa‘ eu mesmo vou te limpar –
falou ele segurando na minha mão.
- seu nojento – falei com um pouco de raiva e pena de mim
mesmo.
- é sério – falou ele respirando fundo – eu faço qualquer
coisa por você. Eu te amo. Porque você não acredita?
- eu acredito. Só tenho medo que durante essa “batalha” nós
saiamos machucados demais pra continuar. Eu estou com nojo de mim eu fico
imaginando o que você não está sentindo.
- não precisa ter medo Mike Mouse. Eu vou estar ao seu lado
a todo o momento. Olhe nos meus olhos Mike. Você sabe quando eu estou mentindo.
Eu não tenho nojo de você. Eu tenho pena. Pena por você ter que passar por isso
tão jovem, mas eu não tenho nojo.
- você está dizendo a verdade – falei olhando fundo nos
olhos dele – toda vez que você mente você passa a língua no canto direito da
boca. É quase imperceptível, mas você sempre faz.
- você promete parar de sentir nojo de si mesmo? Todo mundo
sabe o que você está passando: nossos amigos, familiares e colegas. Todos eles
sabem.
- eu prometo que vou tentar – falei passando a mão no rosto
e nós nos levantamos e nos abraçamos – você é tão bom pra mim Adam – falei
dando um beijo em seus lábios – eu não sei o que faria sem você. Sério.
- eu também não sei – falou ele rindo.
Quando a reunião terminou todos nós confraternizamos comendo
o lanche que Sally fez. Ela era uma cozinheira de mão cheia porque o bolo de
cenoura foi o primeiro a acabar. Alguns dos membros trouxeram de casa alguma
coisa e penso que na próxima reunião Adam e eu também devamos trazer algo. Eu
provei apenas algumas mordidas do que Adam comia. Eu tinha medo de me forçar a
comer e acabar vomitando. Ao sairmos todos nós nos despedimos.
- o que acharam da reunião? – perguntou Sally.
- maravilhosa! – falei sorrindo.
- eu gostei bastante! – falou Adam – nos fez conversar. Fez
ele se abrir.
- que bom – falou Sally – esse é o meu intuito. Fazer a
experiência ser um pouco menos assustadora.
- obrigado por isso – falei abraçando Sally e Adam deu um
aperto de mão.
- até a próxima semana-
falou Adam acenando e ela acenou de volta.
Nós entramos no carro e saímos a caminho de casa.
- Adam você não comeu quase nada.
- Eu também perco o apetite vendo você com fome sem
conseguir comer nada.
- deixa de ser bobo Adam. Pode comer a vontade. Não tem
porque nós dois ficarmos sofrendo.
- tudo bem – falou ele sorrindo.
Quando chegamos no hotel o manobrista se encarregou de
estacionar o carro e Adam e eu atravessamos o Lobby e entramos no elevador. Ao
entrarmos no apartamento Adam foi até a geladeira e pegou uma cerveja.
- acho que vou pra piscina – falou ele tomando um gole – só
que pra piscina lá de baixo.
- Eu vou com você – falei entrando no quarto sem precisar
abrir a porta. Até porque não tinha – eu só vou ao banheiro – joguei meu casaco
no chão.
Não ouvi Adam responder e ouvi a porta do apartamento se
abrindo e se fechando.
- Adam? – falei ouvindo um barulho no banheiro – Adam? –
falei assustado. Parecia barulho de água. Caminhei até o banheiro e assim que
abri a porta eu vi que a hidro massagem estava ligada e lá dentro estava Xavier
e Jeffrey.
- Mike?! – falou Xavier – que bom ver você.
- o que é isso? – falei surpreso – Adam sabe disso?
- sim – falou Jeffrey com um cigarro na boca dando uma última
tragada antes de entrega-lo para Xavier – a ideia foi dele.
- Adam só volta amanhã cedo. Nós temos a noite toda – falou Xavier
– se você quiser é claro – falou ele com um sorriso – tem espaço pra mais um na
hidro – Xavier deu uma última tragada antes de apaga-lo no cinzeiro.
- vocês não precisam provar nada pra mim. Adam deve ter
falado sobre eu sentir nojo de mim.
- Quando Adam me fez o convite ele disse que só o meu beijo
deixou você melado – falou Jeffrey – é verdade?
- sim – falei sentindo meu pau duro na calça ao vê-los ali
na hidro.
- e então? – perguntou Jeff – seu namorado vai passar a
noite fora e deixa o apartamento com dois homens na hidro de presente e você
vai ficar ai só olhando?
Me virei de costas e comecei a tirar a roupa lentamente. Talvez
seja errado sentir nojo de mim, mas eu me sinto bem saber que ainda sou
desejado. Adam é um homem maravilhoso por fazer isso por mim. Eu o agradeço
muito. Quando fiquei completamente nu eu caminhei em direção a hidro. A noite de
sexta estava apenas começando.
Pessoas eu quero fazer uma pergunta: vocês acham o que eu escrevo chato? Tem uma pessoa que todo capítulo de toda obra que eu posto escreve as mesmas coisas: 'Gostei do capítulo, mas está cheio de diálogos longos e desnecessários. Conversas sem fim'. Ai eu posto outro capítulo e comenta a mesma coisa: 'Ótimo livro, mas mais uma vez cheio de diálogos chatos e cansativos'. Eu levo em médica de três a quatro horas pra escrever um capítulo. Eu pesquiso muito e escrevo no mínimo 13 página do World no tamanho 12 da letra. Eu tenho um padrão de tamanho mínimo pra sempre ficar igual ou maior. NUNCA menor. Pra mim a história se desenvolve melhor assim. Eu me empenho muito em cada capítulo e na minha concepção eu só escrevo aquilo que eu acho que é necessário pra história seguir e me chateia receber esses comentários dizendo que é chato, que pulou parte que tá cansativo. É só um desabafo mesmo porque eu venho sofrendo com isso a uns meses e hoje recebi um monte desses comentários.
Espero que tenham gostado e não esqueçam de deixar a opinião de vocês nos comentários e não esqueçam de deixar um voto. O tíitulo do capítulo de hoje vei oda música 'I'm A Disgusting Human Being And I Apologize' da banda Persian Empire. Um abraço a todos.
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A estoria ta maravilhosa e nao tem q cortar/mudar porra nenhuma! Quanto mais longo melhor! ADORO!
ResponderExcluirObrigado Felipe :)
ExcluirAmo de mais paixão secreta
ResponderExcluirValeu Kira :)
ExcluirCara, vc é o melhor escritor de contos eróticos que já li, e olha que eu leio há uns 6, 7 anos. Seu estilo e imaginação são surreais de tão bons. Isso é crítica de gente imbecil que mal sabe ler e só quer saber de cenas de sexo. Suas histórias são envolventes.
ResponderExcluirObrigado Hipérbole ;)
ExcluirNão vejo porque muda o jeito que tu escreve gosto muito de esse tipo de escrita, cadê vez mais amo mas o Adam meu marido.
ResponderExcluirO que cansa é ter que conviver e aturar esse tipo de gente e esses comentários! Pra que isso? É tipo morde e assopra, a pessoa taca pedra e depois elogia? Ridículo... sei que quando fazemos coisas "para os outros" estamos sejeitos a esse tipo de coisa, sempre vão ter aqueles que te amam e ama seu trablho, como também aqueles que falam mal e tacam pedras... sei que não deve ser fácil, mas tenta ignora-los! Seu trabalho é excelente e cada vez melhor! Eu adoro e tu sabe disso... um grande abraço pra você, fique bem!
ResponderExcluirDomingues, Lucas.