T
|
XLIII
Cruel Caralho Triplo
odo mundo parecia irritado com o fato do vídeo ter vazado. Meu irmão nem
olhava para mim. Nick parecia frustrado e parecia ter muita coisa para me
dizer, mas preferiu ficar em silêncio. A bagunça na porta da casa já havia sido
arrumada. As pichações foram apagadas e o sangue e porco foi lavado. Os
policiais já haviam ido embora. Eu estava sentado no sofá pensativo e meu irmão
Nick estava sentado na poltrona com os braços cruzados. Frank estava sentado ao
meu lado. Meu pai e minha mãe estavam na cozinha fazendo o almoço. Ninguém se
atrevia a dizer nada. O que eu diria? Não havia nada a ser dito. A culpa foi
minha por ter demorado demais a agir. Eu só não sabia que Ricky realmente
liberaria aquele vídeo.
O prefeito havia dado poder a ele quando fez a
ligação dizendo que o delegado não deveria ser punido. Foi assim que tudo
começou. Quando policiais começaram a sair impunes pelos seus crimes apenas
para que um ‘escândalo’ fosse evitado. Dizem que a verdade vos libertará, mas
comigo foi diferente. Foi à mentira que me libertou. Foi a mentira que fez eu
abrir meus olhos.
- quer dizer alguma coisa Nick? – falei olhando
para ele.
- eu não tenho nada a dizer! – Nick tomava sua
cerveja e parecia irritado.
- pode falar. Você nunca foi de poupar palavras?
Nick Olhou para Frank e depois olhou para mim.
Agora eu entendi o problema. O problema era Frank. Era o vídeo, eram minhas
últimas decisões e atitudes.
- você tem algum problema com o Frank? – Nick olhou
para mim e Frank se remexeu no sofá.
- o problema não é o Frank. Pelo visto o problema é
você! – falou Nick.
- vou deixar vocês a sós! – falou Frank se
levantando e indo até a cozinha.
- Para com isso Nick – falei olhando para ele – o
vídeo vazou e pronto. Não adianta ficar com raiva. Você tem que se focar nas
coisas que você pode controlar. Você fica frustrado com as coisas que acontecem
comigo e isso é problema meu. Eu não quero que você fique sofrenado pelas
decisões ruins que eu como.
- eu vi o que tem dentro daquela caixa! – falou
Nick cerrando os lábios respirando fundo antes de tomar outro gole da cerveja.
Aquilo me surpreendeu.
- o que você vai fazer quanto a isso? – respirei
fundo me levantando.
- eu não conheço mais você – falou Nick com raiva –
você tem um filho agora. Porque está fazendo essas coisas?
- não preciso explicar os meus motivos pra você –
falei me levantando – mas se você quiser ouvir é só perguntar. Eu ficaria feliz
em te contar.
- Esse não é o Stanley com quem eu cresci – falou
Nick se levantando com a lata de cerveja na mão. Ao passar por mim eu segurei
no braço dele.
- eu nunca te culpei pela minha Selachofobia, Nick.
Por mais que eu sempre soubesse que foi culpa sua eu nunca te culpei por isso e
sempre te amei da mesma forma.
- eu já pedi desculpas! – falou Nick lambendo os
lábios – eu não devia ter obrigado você a assistir o filme Tubarão quando era
criança – Nick parecia arrependido. Sempre que falávamos daquele assunto eu
percebia que Nick se culpava por todas as minhas fobias e os problemas
psicológicos que enfrentei no passado e ainda enfrento – foi por isso que
paguei aquele tratamento pra você.
- Eu sei Nick. Sei que não é sua culpa.
TRÊS ANOS ATRÁS — FEVEREIRO DE 2014
Consultório do Dr. Arthur Dorsey
Aquela poltrona era tão macia. Aquela sala era de
certa forma reconfortante. Um dos poucos lugares em que me sentia bem fora de
casa. Estava sentado naquela poltrona apreensivo. Batia os dedos no braço da
poltrona aguardando a chegada do meu psiquiatra como sempre fazia todas às
terças e sextas feiras desde que meu irmão Nick havia me obrigado a começar um
tratamento. A verdade é que estava á quase nove meses naquele tratamento e toda
vez que dava um passo para frente dava dois passos para trás. Aquilo era
frustrante.
- bom dia Stanley – falou o Dr. Dorsey entrando na
sala e vindo até mim. Me levantei e apertei sua mão – como passou essa semana?
– perguntou ele se sentando e pegando seu bloco de notas.
- estou bem – olhei em volta e engoli em seco.
- certeza? Você parece aflito?
- acho que é porque minha irmã vai se mudar essa
semana.
- é sério? – perguntou Dr. Dorsey surpreso.
- sim – forcei um sorriso – ela conseguiu um
emprego na Universal Estúdios e está se mudando para Orlando.
- e como você se sente? – ele perguntou isso
olhando para minhas mãos. Eu as apertava. Usava as ‘garras’ para acariciar a
palma da mão esquerda.
- sozinho – falei me sentindo mal – quer dizer… nós
tivemos altos e baixos como família, mas ela é minha irmã. Estamos juntos desde
sempre. Sinto como se uma parte de mim estivesse indo embora.
- é normal se sentir assim. Especialmente por você
e Casey serem gêmeos.
- Nós temos a mesma idade, vinte e um, mas parece
que um de nós parou no tempo enquanto o outro está seguinte em frente –
entrelacei os dedos que estavam suados – a verdade é que eu estou com um pouco
de inveja.
- por quê?
- eu também queria ir.
- nada te impede. Converse com Casey e vá com ela.
- eu não sei se minha família concordaria.
- você precisa parar de colocar obstáculos entre o
que você quer e onde você está. Sua família pode não concordar, mas é a sua
vida. Você decide. Você toma a decisão final.
- sim, eu sei… - me senti apreensivo – eu só não
quero decepcionar meu irmão que fez de tudo para poder fazer essa cirurgia. Eu
prometi ficar em casa até fazer a cirurgia.
- e quando será?
- Ele planejou para daqui a três anos. Em três anos
ele já terá terminado sua especialização e já terá feito um plano cirúrgico.
- e suas fobias? – perguntou o Dr. Dorsey colocando
seu caderno em cima do criado mudo – você está fazendo os exercícios que te
passei?
- mais ou menos – falei dando uma risada sem graça
me sentindo apreensivo – eu tento fazer o que você falou. Eu tento
‘desconstruir’ a minha fobia, mas a maioria das vezes eu só fico tonto, vomito
e algumas vezes acabo ficando o dia todo trancado no quarto sem conseguir
comer.
- você se sente assim como todas as duas fobias?
- Não. O medo de…
- não diga do que tem medo – falou Dr. Dorsey –
chame-a pelo nome. Dê um nome a sua fobia. É uma forma de você manter o
controle e ter o poder sobre ela. Isso te dá a noção de que é algo concreto e
físico com o qual você pode mudar.
- okay – falei sem graça engolindo em seco – a Selachofobia
e a Ofidiofobia eu consigo controlar mais. Eu assisti aos filmes que o senhor
recomendou e por mais que eu sinta meu corpo suando frio e fique muito angustiado
eu consigo assistir a todos. Eu tento descontruir esse medo.
- bom trabalho Stanley. Você tem consciência que a
sua fobia de tubarões está ligada ao fato de você ter assistido aos filmes
tubarão, mas também está ligada ao fato de controle. Seu irmão te obrigava a
assistir o filme então a sua fobia de tubarões então está ligada na verdade ao
seu medo de não conseguir controlar sua própria vida. Assim como a sua fobia
por cobras não tem a ver com uma experiência traumática com o animal. A cobra
representa ao seu medo da morte. A cobra representa esse medo. Enquanto
assistir a filmes com Cobras e tubarões ou olhar imagens na internet quero que
se concentre nisso: são apenas representações de seus verdadeiros medos.
- okay. Eu vou fazer isso – falei engolindo em
seco.
- e quando as suas outras fobias? – falou ele
pegando uma caixa que estava ao lado dele.
- As abelhas ainda me incomodam muito – falei me
lembrando do que aconteceu com meu cachorro quando pera criança – mas a
Tripofobia é a que mais me incomoda – falei me levantando da poltrona sentindo
meu corpo coçar apenas de me lembrar. Senti uma falta de ar.
- se acalme Stan.
- okay – falei ainda de costas – você vai me
mostrar aquela colmeia, não vai?
- sim – falou ele – a sua Tripofobia está ligada a
sua Apifobia. Eu só preciso saber como você se sente ao ver uma colmeia e uma
abelha. Dessa forma eu vou saber se você ainda sobre das duas fobias.
- tudo bem – falei me virando. O Dr. Arthur Dorsey
tirou de uma caixa uma escultura de uma colmeia. Cheia de buracos. Ao ver
aquilo cambaleei para trás e cai sentado de costas para a poltrona – eu não
quero, eu não quero mais ver – falei fechando os olhos sentindo ânsia de vômito
– é repulsivo, eu não quero – falei tentando pensar e, outra coisa. Era uma
sensação ruim. Aquela imagem grudava na minha cabeça e não saia mais me
impedindo até de comer.
- pode se levantar, eu já guardei – falou o Dr.
Dorsey com um urso de pelúcia. Ao me levantar vi que era uma abelha – você tem
medo dela?
- não – falei voltando a me sentar e pegando a
jarra e colocando um pouco de água no copo.
- está vendo? A sua fobia de abelhas não existe
mais – falou ele entregando o boneco de pelúcia para mim – pelo o que você está
me dizendo você consegue controlar as suas fobias de Abelhas, Cobras e
Tubarões. Isso é um progresso. Um grande progresso.
- mas e quanto aos… palhaços!? E os… buracos…
- eu consigo entender porque a sua Coulrofobia e
sua Tripofobia ainda te afetam muito. Isso vai além da repulsa biológica. A sua
Tripofobia está ligada aos buracos na sua vida. Buracos mentais. Representa os buracos
no seu ser, em seu ‘eu’. Buracos que você não consegue preencher. Representa o
medo de cair na escuridão da vida. De nunca amar e ser amado, de nunca
conseguir superar o fato de ter nascido com as mãos que nasceu, como medo de
saber que sua irmã está seguindo em frente enquanto você fica para trás. Os
palhaços só reforçam isso. O seu medo de palhaços não está ligado ao susto ou
ao medo e sim aos ‘rostos irreconhecíveis’. Você tem medo de chegar ao fim da
vida e não conseguir reconhecer as pessoas á sua volta porque não conseguiu
criar laços com ninguém. Nós precisamos nos ater a essas duas fobias que pra
mim são as mais intensas e são as que irão, e trazem, problemas a você.
- eu sei doutor, mas é tão difícil. Eu fico
frustrado toda vez que me sinto mal por ver um buraco ou por ver um palhaço. É
como se isso fizesse parte de mim.
- elas não fazem parte de você Stanley. Você não
nasceu com essas fobias. Você precisa separar o que é ‘Stanley’ e o que é
‘doença’. Nos últimos meses nós demos grandes passos. Você chegou aqui apenas
com a Selachofobia e durante o tratamento me revelou outras fobias e agora você
tem apenas duas. Nós vamos nos concentrar apenas nelas. Você precisa
transformar as suas fobias em sua força. Pegar aquilo que te faz fraco e
transformar em algo que te faça forte. Tomar as rédeas da sua vida.
- sim doutor. O senhor está certo.
- nós só conseguiremos tratar essas fobias se você
fizer mudanças reais em sua vida. Eu sei que leva tempo. Pode ser uma semana,
um mês, um ano… você precisa começar a planejar a sua vida. Precisa olhar para
frente e pensar no que quer da vida. Precisa pensar em siar de casa, arranjar
um emprego e conhecer novas pessoas. Planejar é o primeiro passo. Não precisa
ser um plano curto. Planeje para daqui a um ano, dois ou até mesmo para daqui a
três anos. Só de planejar você consegue se desprender um pouco e cai na
realidade.
- obrigado doutor! – falei me levantando e
apertando a mão dele.
- te vejo na semana que vem?
- sim doutor, obrigado – falei forçando um sorriso.
DIAS ATUAIS
Depois da briga com meu irmão peguei a caixa em
cima da mesa da sala e subi as escadas, coloquei a caixa em cima da cama e fiz
a ligação. Quando terminei de conversar colóquio meu celular em cima do criado
mudo e Fui até o criado mudo e peguei a abelha de pelúcia que tinha ganhado há
três anos do meu antigo psiquiatra o Dr. Arthur Dorsey. Muita coisa aconteceu
desde aquele dia. As minhas fobias estavam controladas apesar de tudo o que
aconteceu, mas isso não significa que as vezes eu não me sentia mal quando dia
um palhaço ou quando via buracos. Se eu estivesse passando por momentos de
estresse – como hoje – ou em situações em que me via sem saída as minhas velhas
fobias atacavam. Fobias que eu pensava que já havia deixado a muito tempo para
trás.
Minha fobia de palhaços se curou sozinha quando
percebi que não deveria ter medo de homens com o rosto pintado e sim de homens
com o rosto a mostra, com um belo sorriso e um corpo escultural. São esses os
verdadeiros monstros.
- Stanley? – falou Frank batendo na porta.
- pode entrar – falei guardando a abelha de
pelúcia.
Estava deitado na cama e Frank veio até mim e se
sentou na beirada colocando a mão em meu peito.
- o almoço está pronto!
- estou sem fome – falei engolindo em seco.
- vem comer amor – falou ele acariciando meu rosto.
- eu vou sair – me sentei na cama sem olhar para o
rosto de Frank.
- algo problema? Ainda esta chateado com o que
aconteceu? Do vídeo?
- sim, estou muito chateado – falei me levantando e
pegando a caixa e levando até o meu guarda roupas e fechando as portas – estou
puto com isso.
- o que tem nessa caixa?
- livros – falei tirando minha camiseta e colocando
uma outra limpa me preparando para sair..
- quer que eu te leve?
- não precisa, pode ficar ai e almoçar com minha
família.
- tudo bem – Frank se levantou da cama e nós saímos
do quarto e descemos as escadas. Olhei em direção a cozinha e todos estavam lá
almoçando. Meu pai, minha mãe, meu irmão Nick e Roger. Peguei meu celular em
cima da mesma de centro da sala e me virei para ir embora.
- me dá um beijo! – falou Frank chamando minha
atenção. Fui até ele e fechei os olhos beijando sua boca – te vejo mais tarde.
- até mais tarde.
Sai da casa e caminhei pela calçada enquanto
chamava por um Uber. Algo chamou minha atenção. Um carro buzinando. Era Clyde.
Parei na calçada e fiquei olhando para ele enquanto estacionava o carro. Ele
não estava de uniforme. Era seu dia de folga.
- Stanley? – Cory saiu do carro e veio caminhando
na minha direção com a chave na mão.
- oi Clyde – falei sorrindo para ele.
- eu quero conversar com você – falou ele com a
expressão séria – porque não está em casa? Você vai a algum lugar?
- sim. Vou.
- onde? – perguntou ele curioso.
- porque você quer saber?
- você deve estar puto com o que aconteceu.
- você não ficaria?
- eu sei que a culpa não é sua – falou ele
apertando os lábios – os culpados são Cory e Ricky por terem liberado os
vídeos.
- obrigado – falei respirando fundo – de todas as
pessoas você é a única não culpando a vítima.
- nós precisamos conversar sobre ontem á noite.
- não precisa Clyde – falei segurando na mão dele.
- você quer mesmo ficar com Frank? Quer me trocar
por ele?
- eu não posso falar agora – falei vendo o meu Uber
estacionar atrás do carro de Clyde.
- se não agora, quando? – Clyde pareceu triste por
eu não conversar com ele.
- em breve! – me aproximei de Clyde e dei um
selinho em seus lábios. Ele ficou tão surpreso que nem correspondeu. Ele fez um
bico, mas depois que eu já havia me afastado. Entrei no Uber e seguimos viagem
até o apartamento de Cory. Eu tinha muito que dizer a ele.
Depois de pagar a corrida fui até a portaria do
apartamento de Cory que ficava próximo a delegacia.
- boa tarde! – falei chegando à portaria – eu
gostaria de ir ao apartamento duzentos e vinte e três. Cory DeLarosa.
- só um minuto – falou o porteiro ligando para o
apartamento de Cory que liberou a minha entrada – o primeiro prédio no décimo
segundo andar – falou o porteiro liberando minha entrada.
Entrei no elevador um pouco nervoso. A minha
vontade era de dar uma grande surra em Cory. Se ele me deixou entrar é porque
tinha uma boa desculpa. Ao sair no corredor vi que Cory abriu a porta do
apartamento e me esperou na entrada. Ele saiu da minha frente e assim que
entrei em seu apartamento ele fechou a porta. Olhei para Cory e ele tinha uma
expressão de arrependimento em seu rosto.
- porque você fez isso Cory? – falei m e sentindo
traído.
- eu não sabia que ele ia liberar o vídeo – percebi
pela voz de Cory que ele estava realmente abalado com aquilo – eu tentei
segurá-lo o máximo, mas você viu o que o prefeito fez? Aquele filha da puta
ligou para o Conselho e disse que não era pra punir Ricky – falou Cory em um
tom alto de voz.
- você viu o que eu fiz por você ontem?
- sim – falou Cory lambendo os lábios – você
cumpriu o que prometeu.
- você confia em mim agora?
- sim – falou Cory – totalmente. Ele veio andando
até mim e me deu um abraço. Ele começou a chorar.
- vai ficar tudo bem – falei acariciando as costas de
Cory enquanto ele se debulhava em lágrimas. Ele sempre ficava triste quando se
lembrava de Dennis. E eu entendia os seus motivos.
Aquela noite de sábado estava gelada. Havia certa
neblina no ar assim como na noite passada. Nada nem ninguém se atreveu a sair a
noite pelo frio lancinante que endurecia os dedos e fazia os lábios tremerem.
Na enorme casa o prefeito Buddy Dyer e sua esposa Roxy Dyer estavam desfrutando
de um belo jantar a luz de velas acompanhados de vinho tinto e frutos do mar.
- o que você acha queria? – perguntou o prefeito Buddy
com a taça de vinho levando até a boca.
- magnífico – falou Roxy com um sorriso. Ela
parecia contente pela refeição que o marido fez. Ele era um ótimo marido, um
bom pai e um perfeito cozinheiro.
- e a situação com aquele garoto que denunciou o
delegado Maddox – perguntou Roxy levando um pouco de peixe e polvo até a boca –
você resolveu a situação?
- sim – falou o prefeito – uma ligação e o problema
foi resolvido.
Roxy era promotora de justiça e atualmente ela
lecionava na Universidade de Orlando. Buddy e Roxy desfrutavam de sua bela
refeição em sua elegante casa, mas não desconfiavam do que acontecia do lado de
fora naquela tarde noite. Um dos palhaços chamado ‘Buracos’ pegou um alicate e
cortou três das grades do muro lateral abrindo passagem para os palhaços
entrarem. O primeiro palhaço a entrar foi ‘Pentagrama’. O palhaço com mãos como
chifres. O segundo palhaço a entrar foi o Homem Elefante com um largo sorriso
no rosto. O terceiro palhaço foi o Quebra Cabeças. O quarto foi Garota Sado. Um
palhaço feminino com olhos brancos e uma mordaça com uma bola na boca. Ela
usava um vestido que se assemelhava ao tabuleiro de xadrez.
Por último, mas não menos importante um palhaço com
três feições. Um rosto contente com um enorme sorriso, o segundo rosto estava
assustado. E o terceiro rosto era o que o palhaço usava no momento o rosto
zangado. Ele tinha olhos brancos e enormes dentes amarelos. Ele usava um chapéu
preto na cabeça e cada um de seus três rostos tinha um grande nariz que na
verdade eram pênis vermelhos. Esse palhaço se chamava ‘Caralho Triplo’. Ele
carregava em seu rosto a virilidade que ele escondia dentro de si. Ele usava
coturnos pretos e grandes botas e um coturno preto e um grande casaco. Caralho
Triplo tinha uma grande faca nas mãos. Ele olhou para trás e passou a mão no
nariz-pênis do seu rosto zangado e os cinco palhaços o seguiram.
Os palhaços foram até o lado da casa e encontraram
a porta do porão. Buracos usou o alicate para cortas a corrente e eles entraram
no porão e fecharam a porta. Quebra Cabeças tinha consigo uma lanterna que ele
usou para iluminar o caminho enquanto a ‘Garota Sado’ pegou da mão de buracos
um alicate de corte que ela usou para cortar os fios do telefone da casa. Em
seguida ela cortou os fios da internet. Ela se afastou e o Homem Elefante pegou
um taco de beisebol que havia levado consigo e bateu na caixa de força fazendo
com que as luzes da casa se apagassem.
- o que é isso? – perguntou Buddy olhando me volta.
- parece que a força acabou! – falou Roxy se
levantando – vou pegar algumas velas.
- parece que a caixa de força estourou lá embaixo –
falou Buddy pegando o celular. Em seguida ele usou o guardanapo limpando a
boca.
O prefeito caminhou pela cozinha para ir até o
porão. Quando ele abriu a porta o palhaço Buracos – que tinha um grande
sorriso, cabelos verdes e vários buracos em sua máscara – empurrou o prefeito
que bateu as costas no balão assustado enquanto os outros palhaços saiam do
porão.
- veja se a esposa está lá em cima – falou Caralho
Triplo para Pentagrama e Garota Sado que subiram as escadas.
- o que vocês querem? – perguntou o prefeito
olhando para Caralho Triplo e o homem elefante – eu tenho dinheiro.
- dinheiro não vai te ajudar agora! – falou Caralho
Triplo chegando perto do prefeito. O suficiente para encostar o nariz em forma
de pênis em sua boca.
- Socorro! – gritou Roxy no andar de cima enquanto
Pentagrama e Garota Sado a traziam para o andar de baixo.
- deixem-na em paz! – falou o prefeito tentando ir
para cima dos palhaços, mas Homem Elefante bateu com o bastão nas costas do
prefeito que caiu e em seguida bateu em sua cabeça fazendo com que ele ficasse
quieto no chão.
Caralho Triplo não disse nada, mas os palhaços
sabiam o que fazer. Eles pegaram duas cadeiras e colocaram uma de costas para a
outra e amarraram os dois com as mãos para trás. Cada um em uma cadeira.
- o que está acontecendo? – perguntou Roxy com
lágrimas nos olhos.
- vai ficar tudo bem! Vai ficar tudo bem! – falou o
prefeito com um corte na cabeça tentando acalmar a esposa.
O palhaço Buracos olhos para Caralho Triplo que
apenas consentiu com a cabeça. Quando ele fez isso todos os palhaços se
aproximaram e deram uma facada no braço do prefeito e de Roxy que começaram a
gritar de dor.
- Socorro! Socorro! – gritou Roxy sentindo seu
braço queimar.
- deixem ela ir! – falou o prefeito tentando
controlar a voz – por favor – ele chorava de dor, mas tentava ser forte.
Caralho Triplo balançou a cabeça negativamente e
deu a volta indo até a esposa dele se aproximando e virando o rosto de lado.
- onde ele está? – perguntou a Garota Sado
mostrando uma foto para o prefeito.
- eu não sei quem é esse! – falou o prefeito
olhando para a foto e em seguida olhando para a Garota Sado.
Caralho Trilo se virou de costas indiferente e
levantou um dedo indicador girando-o no ar pedindo por mais uma rodada. Os
palhaços se aproximaram. Buracos deu uma facada no braço esquerdo de Roxy
enquanto Homem Elefante bateu com o taco na perna do prefeito. Quebra Cabeças
deu uma facada no ombro esquerdo do prefeito e Garota sado passou a faca do
lado esquerdo do rosto de Roxy. Por fim pentagrama deu uma facada na perna
direita de Roxy deixando a faca enfiada lá. Caralho Triplo deu a volta de Roxy
e foi até o prefeito Buddy.
- última chance! – falou Caralho Triplo pegando a
foto e mostrando para o prefeito – onde ele está?
- eu… eu não sei. Isso é confidencial. Nem eu sei
onde ele está – falou o prefeito tremendo a voz sentindo o corpo doer. Sua
perna estava quebrada. Ele babava de dor.
Quando disse isso o palhaço Caralho Triplo tirou a
faca da perna de Roxy fazendo com que ela gritasse de dor.
- seu desgraçado! – falou o prefeito se remexendo
na cadeira – seu covarde. Mostra-me seu rosto seu filha da puta! – falou o
prefeito com raiva. Caralho Triplo ficou de frente para o prefeito para que
Roxy não visse e ele subiu a máscara mostrando o seu rosto. O prefeito engoliu
em sexo olhando para o rosto do garoto.
- Stanley?! – falou o prefeito atônito.
- ótimo, você disse meu nome – falou Stanley voltando
a colocar a máscara no rosto – agora temos que matar os dois.
- eu pensei que precisava ter um sobrevivente! –
falou Quebra Cabeças olhando para mim.
- as pessoas não vão ficar com medo se não houver
um sobrevivente para contar o que aconteceu! – falou a Garota Sado.
- filma e coloca na internet – falei pegando o meu
celular e jogando na direção do palhaço Buracos – vamos ver como ele se sente
ao ser exposto pra todo mundo.
Stanley voltou a colocar a máscara de Carvalho
Triplo, mas dessa vez ele virou a máscara para o largo sorriso. Ele se afastou com
as mãos para trás enquanto os palhaços se aproximavam de Roxy e Buddy. Roxy
começou a chorar desesperada dizendo ‘Não! Não! Não! Não!’
Os palhaços se aproximaram e começaram a dar
facadas no prefeito Buddy e em sua esposa. No pescoço, na barriga, no peito.
Eles gritavam enquanto o sangue jorrava. Lágrimas e escarro se misturaram ao
sangue que saia de suas bocas enquanto Buracos filmava a tudo.
DEZ HORAS ATRÁS
Depois da briga com meu irmão peguei a caixa em
cima da mesa da sala e subi as escadas, coloquei a caixa em cima da cama e fiz
a ligação. O telefone chamou algumas vezes até que ela atendeu.
- Julie?
- sou eu – falou Julie atendendo ao telefone.
- eu recebi a encomenda.
- o que você achou? – perguntou ela parecendo
orgulhosa e curiosa pela minha resposta
- ficou perfeita! – falei abrindo a caixa e tirando
de lá de dentro a minha máscara e a fantasia – ficou do jeito que eu queria –
falei virando a máscara para ver os três rostos com pênis vermelhos e bolas
onde deveria ser o nariz – você tem talento.
- eu vi que o seu vídeo vazou! – falou Julie
triste.
- Pois é. A culpa é minha. Demorei demais para
agir.
- nós vamos pegar os policiais hoje? – perguntou
Julie.
- Não. Eles acham que o culto acabou. Precisamos
deixar todos assustados e paranoicos. Vamos fazer uma visita ao prefeito hoje á
noite. Avise aos outros.
- Aviso sim – falou Julie desligando o celular.
Dr. Dorsey estava certo. Eu precisava pegar aquilo
que me assustava e transformar naquilo que me daria forças. Quando você estiver
sozinho, com medo, achar que ninguém te entende, quando não tiver objetivos, junte-se
a nós. Nós temos um objetivo. Não há nada em que paire tanta sedução como em um
segredo.
Não deixem de comentar e de votar ;)
Seguidores
Contato
CAPÍTULOS MAIS LIDOS DA SEMANA
-
PARA ACESSAR A PÁGINA DE PERSONAGENS ACESSE A GUIA ' PERSONAGENS + ' NO ALTO DA PÁGINA OU CLIQUE AQUI . capítulo dezes...
-
Capítul a Trinta e Três R ANDOLPH H omens são canalhas e esse é o maior clichê de todos. Dizem que está ...
-
C apitulo trinta e sei S I RMÃOS FERRARI A dquiri certo conhecimento nos últimos dias. Descobri qu...
-
C apitulo trinta e set E A GENTE DO FBI ‘ B lack Sea’ de Natashe Blume estava sendo dublada pela D...
-
Capítul a Trinta e Cinco O S NOVOS ADÃO E EVA A s vezes sinto que tem algo dentro de mim. Algo sombrio en...
-
capítulo quinze NADA SE COMPARA M e lembro daquele dia como se fosse ontem. Tinha chegado da escola. Tinha...
-
capítulo dezessete REVELACAO U ma puta manhã estressante. Era a única forma de descrever a forma que e...
-
A taça com o resto de vinho estava a poucos centímetros de minha mão. Ela seria quebrada e eu a usaria para esfaquear o pescoço de ...
-
capítulo dezoito OS VERDADEIROS PERSONAGENS A penas uma noite. Esse era meu plano. Passar uma noite t...
-
capítulo dezenove OLHO POR OLHO A bri os olhos e me senti estranho. Era como se tivesse apenas piscado. Era...
Minhas Obras
- Amor Estranho Amor
- Bons Sonhos
- Bruto Irresistível
- Crônicas de Perpetua: Homem Proibido — Livro Um
- Crônicas de Perpetua: Playground do Diabo — Livro Dois
- Cruel Sedutor: Volume Um
- Daddy's Game
- Deus Americano
- Fodido Pela Lei!
- Garoto de Programa
- Paixão Secreta: 1ª Temporada
- Paixão Secreta: 2ª Temporada
- Paixão Secreta: 3ª Temporada
- Paixão Secreta: 4ª Temporada
- Paixão Secreta: 5ª Temporada
- Paixão Secreta: 6ª Temporada
- Paixão Secreta: 7ª Temporada
- Príncipe Impossível: Parte Dois
- Príncipe Impossível: Parte Um
- Sedutor Maldito: Volume Dois
- Verão Em Vermont
Max Siqueira 2011 - 2018. Tecnologia do Blogger.
Copyright ©
Contos Eróticos, Literatura Gay | Romance, Chefe, Incesto, Paixão, Professor, Policial outros... | Powered by Blogger
Design by Flythemes | Blogger Theme by NewBloggerThemes.com
Esse é o primeiro capítulo em que eu não sei o que dizer...
ResponderExcluir-Juliano.
O que ele deve
ResponderExcluirTer dupla personalidade so pode to em choque, já tô abalado que nesses dias voltei a ler paixão secreta meu sentimentos pelo Adam voltaram, acho que eu tou pertubado lendo tuas historias me envolvo de uma tal maneira.
ResponderExcluirSuper te entendo... também sou assim!
ExcluirMuito feliz que você voltou a escrever é um capítulo incrível! Parabéns
ResponderExcluir