CHARUTOS CUBANOS E JAZZ capítulo quatro
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eguimos caminho até o
restaurante. Roman era um homem tão bonito, eu não conseguia parar de olhar
para ele. Seu perfume invadiu meu nariz. Era o cheiro mais agradável do mundo.
- é Aquele?
– perguntei.
- sim –
falou ele.
- “La Vie Bohème” – lí em voz alta – é
francês?
- apenas o
nome – falou Roman.
Nós chegamos
na entrada do restaurante e ele dessa vez não precisou de reservas. Ele
entregou um bolo de dinheiro para o metre e ele pediu a melhor mesa do lugar.
Ele nos
levou para uma mesa em frente ao palco. Tinha um grupo no palco tocando Jazz.
- Jazz? –
perguntei para ele.
- sim, a
música que eu amo, eu sou apaixonado – falou ele fechando os olhos ouvindo a
música – a minha segunda paixão. – falou ele
- qual sua
primeira?
- adivinha –
falou ele abrindo os olhos com um sorriso.
- eu posso
me acostumar com isso – falei ouvindo a canção.
Antes que eu
terminasse de dizer isso eles começaram a tocar a canção de abertura do musical
“Chicago”.
- adoro essa
canção
- em seguida
surgiu uma cantora e alguns dançarinos e eles começaram a encenar a famosa cena
do musical. Quando acabou todos aplaudiram e Roman foi até a interprete e
apertou a mão dela e agradeceu o número.
- você fez
isso? – perguntei para ele.
- surpresa –
falou ele se sentando outra vez á mesa com um sorriso.
- obrigado –
falei dando um beijo na boca dele – como você sabia?
- um
passarinho me contou – falou ele sorrindo e acendendo um charuto.
- nossa, isso
foi incrível.
- Agora me
fala, existe coisa mais gostosa do que um musical que toca Jazz?
- obrigado –
falei segurando a mão dele em cima da mesa.
- não foi
nada – falou ele.
Logo que os dançarinos
saíram do palco os músicos começaram a tocar outras canções de Jazz. Eu
realmente estava me apaixonando por aquele ritmo.
Roman
aproveitava seu charuto e eu aproveitava a visão de Roman. Ele era o homem
perfeito para mim. Depois de tudo o que sofri finalmente um homem que valia a
pena lutar.
Logo o
garçom veio e nós fizemos o pedido. Roman pediu um champanhe afinal era uma
bebida que não tinha muito álcool e aquela noite estava sendo especial.
O champanhe
chegou e nós brindamos aquele momento.
- eu gosto
muito da sua companhia – falei – eu realmente não quero te ver só uma vez por
semana, você está sendo uma das melhores coisas que aconteceu comigo nos
últimos meses.
- fico feliz
por saber disso e quero que você saiba que eu estava em um buraco até o dia em
que te conheci. Aquele encontro no sábado realmente me fez o homem mais feliz
da terra.
- um brinde
á nós. – falei.
A comida
chegou e nós comemos e decidimos ficar um pouco mais ouvindo a música, mas
dessa vez aproximamos as cadeira e ficamos juntinhos. Ele me abraçou com o
braço direito e eu repousei minha mão esquerda na perna dele.
- você já
ouviu um ritmo tão contagiante quando o jazz? Nossa, eu não sei te explicar o
quanto eu gosto de jazz.
- levando em
consideração essa noite eu posso dizer que jazz agora é meu gênero favorito. –
falei alisando a perna dele. – obrigado outra vez pela música. – falei me
aproximando e demos um beijo.
- vamos
embora? – perguntou ele.
- vamos –
mas não se esqueça que hoje eu pago.
- você não
via fazer isso – falou Roman – essa noite é um presente meu para você então eu
pago.
- eu
concordo, mas o próximo é por minha conta.
- tudo bem –
falou ele com um sorriso angelical no rosto.
Ele pagou a
conta e nós dois saímos do restaurante.
- aonde você
deixou seu carro? – perguntei.
- está
estacionado na praça. – falou ele segurando minha mão e nós fomos andando.
Algumas pessoas estavam atrás. A rua estava um pouco deserta. – foi um pretexto
apenas para passarmos por lá outra vez. É muito lindo lá.
- é mesmo. –
falei dando um beijo no rosto barbudo dele.
- suas
bichas – falou uma voz. Cinco homens apareceram de uma sombra. Nós paramos de
andar – vão queimar no inferno suas aberrações.
- com
licença – falou Roman soltando minha mão e indo para minha frente. – vamos
evitar confusão, não vamos deixar isso atrapalhar a noite de nós todos.
Enquanto
Roman conversava com eles eu vi que todos eles estavam com pedaços de ferro e
tacos de beisebol.
- Roman –
falei segurando a mão dele.
- você vai
ficar bem – falou Roman.
- você tem
que morrer suas bichas. – falou um dos homens e eles se aproximaram de nós.
- hey seus
valentões – falou uma mulher que estava com o namorado atrás de nós – porque
vocês não respeitam o amor deles? – falou a mulher e o namorado ficando entre
nós dois – quem vocês pensam que são para julga-los?
Logo um
casal e amigos e um casal de namorados apareceram e ficaram na nossa frente.
- vocês são
tão machos é? Precisam andar em cindo para bater em pessoas inocentes? – falou
um homem que estava com a amiga.
- isso me
revolta – falou a mulher do inicio – ficam jugando as pessoas como se fossem
perfeitos, o que faz de vocês pessoas melhores do que eles ou eu? Somos todos
iguais seus babacas.
- já chamei
a policia – falou um homem desligando o celular.
- vamos
embora – falou um dos homens – deixa essas bichas pra lá. Apareceu mais bichas
para protege-los.
- isso não
me ofende – falei olhando para ele – nós chamar de bicha, isso não nos ofende.
Isso só mostra que vocês são um bando de covardes. Existe duas respostas para
tanto preconceito como o de vocês, ou vocês são realmente um bando de babacas
covardes ou estão presos no armário.
Um dos homens
levantou o taco e veio em minha direção, mas todos na nossa frente gritaram por
socorro e a policia chegou bem na hora. Os cinco homens saíram correndo.
Eu abracei
Roman e fiquei olhando a policia chegar. Uma das viaturas saiu perseguindo os
homens e a outra parou e dois policiais desceram.
Todos
explicaram o que tinha acontecido, Roman contou como tinha sido abordado e
enquanto Roman contava os policiais disseram que três dois cinco homens tinham
sido pegos.
- o que
vocês fizeram foi muito corajoso – falou um dos policiais – a maioria das
pessoas teria corrido e o casal geralmente é espancado – eu fico feliz de saber
que meu filho, que vai nascer em um mês, vai estar em um mundo em que as
pessoas se preocupam com as outras.
Eu e Roman
agradecemos a todos pelo o que tinham feito e tudo o que queríamos era chegar
em segurança até o carro de Roman.
- nós vamos
escolta-los – falou o policial. Então nós nos despedimos das pessoas e
seguramos a mão um do outro e fomos andando e a policia ao nosso lado de carro
nos seguindo.
- que susto
– falei para Roman.
- eu também
me assustei, senti medo por nós dois.
- eu também
– falei deitando a cabeça no ombro dele por alguns segundos e depois
levantando.
Logo nós
chegamos na praça e Roman agradeceu os policiais e nós nos sentamos no banco da
braça toda iluminada.
- obrigado
pela noite – falei – foi perfeita.
- foi. –
falou Roman me dando um beijo na boca. Nós ficamos abraçados por um tempo nos
beijando.
- você é
muito gostoso – falei entre um beijo e outro. E logo parei de beijá-lo e
coloquei a mão na boca – me desculpa Roman.
- porque?
- Nós
estamos nos encontrando pela segunda e eu acabei de te chamar de gostoso.
- não tem
problema – falou Roman. – você também é, mas eu me atrevo a dizer que isso é
apenas uma suposição porque nenhum de nós provou para tirar a provar.
Dei uma
risada sem graça.
Ele segurou
meu rosto em suas mãos e me deu um selinho
- Mickey, eu
gosto muito de você – falou ele olhando nos meus olhos, ele alisou minha
bochecha esquerda com o polegar – você acredita em mim?
Me senti a
respiração dele em meu rosto.
- eu também
gosto muito de você meu amor – falei beijando seus lábios. O gosto de charuto
cubano invadiu minha boca – Meu coração acelera toda vez que te vejo ou penso
em você.
- isso é o
suficiente pra mim – falou ele dando um beijo no meu rosto e depois um beijo na
minha boca.
Chegou a
sexta-feira. Eu realmente amo Roman. Eu não tinha mentido, eu não tinha sido
precipitado. Eu continuava sentindo o mesmo por ele. Eu sentia que finalmente
tinha encontrado o homem que eu queria ao meu lado por toda minha vida.
Me levantei
cedo como sempre, tomei café da manhã com meu pai e em seguida segui rumo ao
meu trabalho. Logo que desci do ônibus tive minha surpresa, Roman estava outra
vez me esperando. Ele estava com dois copos da Starbucks e me entregou um e eu
agradeci ele com um beijo.
- bom dia –
falei tomando um gole e nós começamos a andar.
- bom dia
amor – falou ele, como foi sua noite? Dormiu bem?
- sim. E
você?
-
esplendidamente bem.
- que bom -
falei com um sorriso.
Logo
chegamos na porta da empresa.
- bom, é
aqui que nos separamos – falou ele.
- sim.
Infelizmente. – falei me aproximando dele e demos um beijo demorado.
- quase me
esqueci amor – falou ele colocando a mão no bolso e tirando um celular. – eu
comprei para você.
- para mim?
– falei pegando o celular.
- sim – eu
quero que você tenha dois celulares. Esse celular será seu celular pessoal, o
outro, que seu ex fica te ligando será seu celular no trabalho, então você usa
ele apenas de segunda a sexta, resumindo, quando não estiver no horário de
trabalho você o desliga.
- amor,
muito obrigado – falei dando um selinho demorado nele.
- meu número
já está gravado. Tome cuidado, não passe esse telefone para todos na empresa,
não adianta de nada se ele descobrir seu número.
- fica
tranquilo, só vou passar o número desse celular para meus amigos de confiança.
- tudo bem –
falou ele se aproximando e me dando um selinho.
- bom
trabalho – falei dando outro selinho na boca dele.
Enquanto
esperar o elevador Adam chegou .
- bom dia –
falou Adam.
- bom dia
chefe – falei.
- louco para
o fim de semana?
- nossa, e
como, estou cansado.
- eu também
– falou Adam.
Logo o elevador
chegou e nós dois entramos.
- e então?
Como está indo as coisas com seu namorado?
- ótimas.
- que bom.
- você não
sabe o que aconteceu na quarta feira que nós saímos para jantar.
- o que?
- nós
estávamos voltando umas 23h00min a pé e cinco homens nos pararam na rua e
queriam nos bater só porque eu e ele somos gay.
- mentira –
falou Adam – o que aconteceu?
- umas
pessoas apareceram e chamaram a policia e nós saímos ilesos.
- nossa que
bom. Fico triste de saber que tem pessoas que ainda fazem isso.
- nossa foi
um susto e tanto, mas ainda bem que ocorreu tudo bem e ainda conseguiu capturar
três dos cinco.
O elevador
parou no 20º andar e nós saímos.
- ainda bem.
– falou Adam – vou para minha sala. – falou ele desativando o alarme e
entrando.
Coloquei comida
para os peixes, liguei a fonte e fiz todo o resto antes de ir para a recepção.
Eu me sentei
e liguei o computador e em seguida peguei o celular que Roman me deu de
presente. Enquanto fazia meu serviço eu ia transferindo os contatos do meu
celular para o novo. Liguei para meu pai e para Denny para avisar sobre o novo
número.
Pouco antes
do meu almoço Roman me ligou.
- oi amor,
gostou do celular?
- eu amei.
Obrigado, isso vai me poupar uma dor de cabeça desnecessária.
- eu não se
você viu, mas o celular tem um aplicativo que localiza as pessoas. Eu tenho o
mesmo aplicativo e adicionei você e me adicionei no seu dessa maneira vamos
saber sempre o outro está.
- que
bacana, deixa eu ver.
Peguei o
celular e apertei alguns botões no menu e logo apareceu um mapa com uma bolinha
verde escrito Roman ao lado.
- você
consegue me ver no seu do mesmo jeito que eu te vejo?
- sim –
espero que não se importe.
- claro que
não. Dessa maneira vou sempre saber aonde meu amor está.
- fico feliz
que tenha gostado, você pode adicionar outras pessoas que tem o mesmo
aplicativo.
- entendi.
- vamos
almoçar juntos hoje? – perguntou Roman.
- vamos sim.
- que horas
você sai?
- meio-dia.
- tudo bem,
eu vou te encontrar no lugar de sempre.
- tudo bem.
- te vejo
daqui a pouco. – falou ele desligando.
Comecei a me
preparar para ir ao almoço e assim que deu o horário eu bati o ponto e logo
entrei no elevador.
Cheguei à
entrada e Roman ainda não tinha chegado. Eu peguei o celular e olhei no
aplicativo e ele estava a caminho a poucos metros então eu comecei a andar na
direção dele e logo o vi ao longe. Meu coração acelerou.
- oi – falou
ele me recebendo com um beijo – vejo que aprendeu a usar o aplicativo.
- com
certeza.
- então,
vamos?
- sim.
Nós seguimos
para o bar e restaurante do outro lado da rua. De dia apenas o restaurante
funcionava.
Nós entramos
e logo sentamos em uma mesa e fizemos o nosso pedido.
- você já
passou seu número para alguém?
- ainda não,
vou passar apenas para dois dos meus chefes que não meus amigos.
- seus
amigos?
- é sim.
Pode parecer estranho, mas nós ficamos amigos no último ano.
- os dois
são homens?
- não, um se
chama Adam e a outra é Vanessa.
- e você é
amigo deles?
- sim. Pra
dizer a verdade eu sou amigo de todos, mas eu tenho mais intimidade com esses
dois.
- e qual a
porcentagem de intimidade com Adam você tem?
- não fica
com ciúmes, nós somos só amigos e além do mais ele é casado.
- assim eu
fico mais tranquilo. – falou ele com um sorriso.
- você fica
uma gracinha com ciúmes – falei.
- é? – falou
ele rindo.
A refeição
chegou e nós dois comemos e conversamos sobre várias coisas e contamos o nosso
dia até agora.
- você quer
almoçar lá em casa esse final de semana?
- quero sim
– falou Roman.
- pode ser
domingo?
- domingo é
perfeito.
- ok, eu vou
te esperar então – falei terminando de comer.
Logo que
comemos ficamos mais um pouco e logo pedimos a conta.
Nós nos
levantamos e saímos do restaurante e foi quando eu dei uma olhada para dentro
do restaurante e Adam, Gray, Steve, Xavier e Vanessa estavam almoçando.
- olha meus
chefes – falei mostrando. Roman deu uma olhada. – vamos lá dentro, assim eu
posso apresenta-lo.
- pra falar
a verdade eu preciso voltar mais cedo para o trabalho, podemos deixar para uma
outra oportunidade?
- tudo bem –
falei.
- você não
vai ficar chateado comigo não é?
- como eu
posso ficar chateado com você – falei pegando a mão dele e nós fomos embora.
Assim que
ele me deixou na porta da empresa ele me deu um beijo na boca.
- bom
trabalho. – falou ele.
- você
também. – falei dando um beijo de despedida no rosto dele – te vejo no domingo?
- com
certeza – falou ele com um sorriso indo embora.
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