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O MEU COWBOY capítulo cinco
assaram-se vinte dias desde meu acidente na
floresta. Meu pai Stephen tinha ido embora no mesmo dia a noite. Saber que
Scott tinha se dado mal era uma vitória pessoal. Bem feito! Quem mandou me
enganar e gravar um vídeo de sexo comigo? Ele provou do próprio veneno. Com
oito dias eu já conseguia andar quase normalmente. Meu primo me fez massagens
no pé para que eu voltasse a mexer o pé normalmente e funcionou porque com onze
dias eu já andava como se nada tivesse acontecido. Infelizmente minha aula para
aprender de cavalo teve que ser adiada por alguns dias, mas hoje, sábado, vinte
dias após o acidente eu finalmente vou ter minhas aulas e vou montar o Sombra
pela primeira vez.
Eu contei para Leo o que tinha acontecido
na floresta e ele riu bastante e ficou curtindo com minha cara e a do meu tio
por todos esses dias. Não contamos para mais ninguém porque era uma coisa
vergonhosa, se eu descobrisse que um deles contou para outra pessoa eu mataria
quem contou e quem ficou sabendo.
Era 10h00min da manhã e tínhamos
colocados cadeiras e uma mesa do lado de fora. Estávamos admirando a imensidão
verde e meu tio e Leo tomavam cerveja.
- hoje vocês começaram foi cedo –
falei para eles. Eu não estava bebendo porque queria estar 100% sóbrio para
minha aula – melhor cedo do que nunca – falou meu tio.
- Mike… - falou Leo – está com
frio? Se quiser pode enfiar a mão aqui na minha cueca, ou na do meu tio se
preferir…
- engraçadinho.
- quando estiver indo com Peter
não esquece de me dar o beijo de língua de despedida.
- nunca vai se esquecer disso não
e Leo? – perguntei para ele.
- nunca – falou ele tomando outro
gole – eu acho engraçado porque meu pai queria ficar sempre na frente para te
procurar.
- claro – falou meu tio – já pensou
se tivesse acontecido alguma coisa com ele?
- ainda bem que eu não te achei
primeiro – falou Leo rindo e tomando um gole de sua cerveja.
- pare de me infernizar – falei
brincando.
- já pensou se tivesse sido outra
pessoa? – falou meu tio.
- ai sim eu rir pra caramba –
falou Leo – já pensou se fosse o pastor? Ou o Thom?
- não digam isso nem de
brincadeira gente, vocês ficam me deixando envergonhado. Eu fico tentando
esquecer a cena, mas fica voltando e voltando.
- está vendo? – falou Leo – é por
isso que não se deve usar drogas. As alucinações são a pior parte.
- podem ficar tranquilos com essa
experiência eu tenho a certeza de que nunca vou usar drogas.
Ouvimos o barulho de carro
andando sobre a terra e percebemos que alguém tinha chegado.
- deve ser o Peter – falou ele
terminando sua latinha de cerveja e em seguida pegando outra no isopor.
- Então – falei olhando para eles
– vão ficar o sábado inteiro só ai sentado e bebendo?
- sim – falou Leo abrindo a lata
e dando um gole – tem coisa melhor do que isso? não precisa ter aulas hoje, se
quiser ficar aqui o dia inteiro passageando meu pau, pode ser também. – falou
ele rindo.
- não brinca com isso não Leo, se
uma hora ele aceitar você vai ter que ir até o fim – falou meu tio.
- obrigado, é difícil recusar
essa oferta, mas eu vou ter que dispensar.
- primo você sabe que é só
brincadeira né?
- sei sim.
- se você se sentir incomodado,
desconfortável ou não gostar pode falar que eu não faço mais…
- sem problemas.
- bom dia – falou Peter dando a
volta na casa e chegando onde estávamos. Estava com roupa de cowboy, exceto
pelo chapéu que ele nunca usava.
- bom dia – falou Leo apertando a
mão dele. – vamos tomar uma geladinha?
- não obrigado, eu preciso ter
100% da atenção para ser um bom professor para esse carinha aqui. – falou ele
me abraçando com o braço esquerdo
- é assim que se fala – falei.
- mas quando voltarmos eu passo
por aqui.
- combinado – falou Leo.
- vamos lá buscar o Sombra –
falou Peter e nós fomos em direção ao estábulo.
Ele pegou o Sombra pelo arreio e
o levou até lá fora. Ele colocou a sela no Sombra e o preparou para ser
montado.
- vamos ter as aulas aqui mesmo?
– perguntei.
- não, por experiência própria é
melhor ter as aulas sem ninguém olhando ou pode atrapalhar porque você pode
ficar envergonhado de cometer erros.
- ok – falei.
Nós então nos despedimos e
começamos a nos afastar da casa.
- até mais tarde – gritou meu
tio.
Eu olhei para trás e vi Gwen,
Maya, a namorada do meu tio e Katty tinham chegado e acenavam ao longe.
- até mais – gritei acenando.
Nós então fomos andando até que
finalmente a casa desapareceu no horizonte.
- aqui está bom? – perguntou ele.
- está ótimo – falei
- então – falou ele – montando
rapidamente o Sombra. – é fácil você só precisa ser confiante. Ele fez um
movimento e o Sombra começou a andar devagar e depois de outro movimento ele
correu em um circulo grande em volta de mim.
Ele veio até mim.
- então? Acha que consegue?
- consigo, eu aprendo tudo com
facilidade.
Ele desceu.
- vou te colocar nele.
- tem certeza? já?
- único jeito de aprender a
dirigir um carro é dirigindo um carro, o mesmo vale para andar de cavalo.
- ok.
- coloca seu pé esquerdo aqui –
falou ele mostrando o local da sela para se colocar o pé força como se
estivesse subindo e passa a perna direita por cima e se sente.
- ok.
- depois de você sou eu. vou
ficar atrás de você no “carona”, dessa maneira você não fica com tanto medo.
- ok – falei - posso?
- quando quiser – falou Peter.
Eu respirei fundo e me preparei.
- um… dois… três… - eu
impulsionei a perna esquerda e subi passando a perna por cima e em seguida eu
estava montado em Sombra. – consegui – falei com um sorriso no rosto.
- muito bem – falou Peter batendo
palmas.
- não é para tanto.
- é sim, geralmente nessa lição a
pessoa que eu estou ensinando não consegue montar e cai.
- o que?
- sim, isso ou o cavalo começa a
andar – falou ele rindo.
- eu quero descer – falei.
- isso é um bom sinal – falou
Peter – cair é um ritual de iniciação, mas você passou por isso, parabéns.
- você aqui da cidade são loucos
por rituais de iniciação.
Peter deu uma risada.
- vou subir – falou ele se
posicionando e em seguida estava sentado atrás de mim.
Ele então me mandou pegar o
arreio e ele segurou minhas mãos e me fez fazer um movimento de leve e o Sombra
começou a cavalgar.
- cuidado – falou Peter – não
faça movimentos bruscos, não deixe-o saber que está assustado – falou Peter
enquanto cavalgávamos lentamente pelo pasto.
- e se eu quiser que ele vire?
- dá um puxão de leve – falou ele
fazendo um movimento e em seguida ele virou para a direita e depois com outro
movimento ele virou para a esquerda.
Depois de mais ou menos uma hora
e trinta minutos ele disse que eu estava pronto para tentar sozinho.
- tem certeza? – perguntou quando
sombra parou.
- tenho sim – falou ele descendo.
- eu tenho medo Peter e se eu
cair?
- não tenha medo. Você não vai
cair e se cair vai se levantar e tentar outra vez.
- ok.
- está pronto? – perguntou Peter.
- sim.
- faz o que eu te ensinei.
Eu então fiz o movimento e o
Sombra começou a andar. Eu fiquei cavalgando para a esquerda, para a direita e
depois voltava.
- muito bem – gritou Peter.
- olha pra mim, estou cavalgando.
- faz um movimento mais pesado
para ele correr.
- não, está bom assim.
- faz se não você nunca vai
perder o medo.
- e se eu cair?
- eu vou te pegar – falou Peter.
- até parece.
- é sério, você vai adorar a
sensação do vento nos seus cabelos.
- tem certeza?
- pare de me perguntar se eu
tenho certeza, você é que precisa ter certeza. Mike… você tem certeza que quer
cavalgar no Sombra?
- tenho.
Ele apenas sorriu e em seguida eu
fiz o movimento três vezes e o Sombra aumentou o passo e começou a realmente a
cavalgar. Eu comecei a rir sem motivo. O sol no meu rosto, o vento nos meus
cabelos e a minha frente apenas o verde do pasto.
Eu então dei meia volta e voltei
onde Peter estava.
- você estava certo Peter, foi
incrível.
- eu te disse.
Eu então desci do Sombra.
- obrigado pela aula Peter, se
qualquer dia eu puder te pagar por essa aula é só me falar.
- venha comigo visitar um lugar.
Vai ser a melhor maneira de me pagar por essa aula.
- onde?
- sobre o rio e pela floresta...
um lugar onde eu gosto de vir as vezes para pensar. Eu encontrei esse lugar
quando era adolescente. Você será a primeira pessoa a ir a esse lugar.
- vamos de cavalo?
- sim.
- tudo bem então
Ele montou no Sombra, mas dessa
vez ficou na frente.
- segura firme porque vamos bem
rápido.
Eu então segurei na camisa dele.
- pode segurar em mim – falou
ele. – eu não em importo.
Eu então segurei na cintura dele.
- o que eu tenho de especial para
que você me leve nesse lugar?
- você é você – falou ele fazendo
um movimento que fez Sombra correr pelo pasto. Depois de um tempo chegamos à
floresta e dessa vez ele andou bem devagar.
- vamos acabar nos perdendo aqui.
– falei olhando para a floresta.
- você está arrumando é uma
desculpa para se encher de xixi – falou Peter rindo.
- meu deus, você sabe disso?
- o Leo não guarda segredo mesmo.
- pois é – falou Peter rindo.
- espero que seja a única coisa
que ele tenha te contado.
- foi sim, por quê? Tem algo que
eu deva saber?
- não, vai por mim, você não vai
querer saber.
Nós continuamos por um longo
tempo, passamos sobre o rio em uma parte rasa e continuamos pela floresta até
que finalmente chegamos a um lugar alto.
- chegamos – falou Peter.
Nós descemos do Sombra e ele
amarrou-o em um árvore bem próximo as margens do rio.
- como você achou esse lugar? É
lindo! – falei olhando em volta. Era realmente a nascente. Tinha sombras das
árvores em um lugar havia grama.
Era um lugar calmo.
- você já trouxe outra pessoa
aqui?
- não, você é o primeiro.
- aqui é muito bonito – falei me
sentando na grama.
- por isso eu te trouxe aqui –
falou ele se sentando ao meu lado.
- me fala Peter, porque você me
trouxe aqui?
Ele então me deu um beijo na boca
e eu cheguei a cabeça para trás.
- o que está fazendo? –
perguntei.
- te beijando – falou ele.
- isso eu sei, mas você é gay?
- sou.
- você está de brincadeira?
- não, por quê?
- por quê? Você é o típico cowboy
que transpira testosterona masculina.
- as aparências enganam – falou
ele.
- eu não posso te beijar. Você é
Noivo da Gwen.
- porque não? Eu sou gay, só vou
me casar com ela por causa do meu pai.
- você o que? – perguntei me
afastando um palmo dele.
- vou me casar por causa do meu
pai.
- você não pode fazer isso.
- porque não?
- porque não.
- não tem outro jeito – falou ele
- claro que tem, é só não casar.
- você não entende, meu pai nunca
me aceitaria, ele me espancaria até a morte.
Eu olhei para o rio e fiquei com
a respiração ofegante.
- Mike? Você está bem? –
perguntou Peter.
Eu tive um flashback. Uma lembrança dos tempos em
que namorava Felix.
O radio
estava ligado e tocava “It’s A Man’s,
Man’s Man’s World”. Felix e eu estávamos nus na cama dele sentados
escorados na cabeceira. O cobertor era nossa única proteção da cintura para
baixo. Minha cabeça apoiada em seu ombro. Eu acariciava seu peito. Nós
curtíamos a música enquanto Felix tomava uma cerveja de garrafa pequena direto
no bico. Ele adorava beber depois do sexo.
- tem certeza que devíamos estar
aqui? – perguntei olhando para ele.
- sim – falou ele com um sorriso
dando um beijo na minha boca – minha esposa viajou para a casa da mãe e levou
as crianças. Ela só volta semana que vem.
- eu sei, só que eu acho estranho
estarmos aqui na sua casa, deitados na cama que vocês dormem.
- está com ciúmes? – perguntou
ele com um sorriso.
- na verdade… com pena. Me sinto
errado por fazer isso.
- mas o que podíamos fazer? Nós
nos amamos e esse é o único jeito de passarmos um fim de semana juntos. Seu pai
acha que viajou a trabalho e minha esposa pensa que estou sozinho. Não quero
correr o risco de ser visto entrando em um motel.
Eu então fiquei firme ao lado
dele.
- o que foi? – perguntou ele
colocando a cerveja em cima do criado mudo – algum problema?
- já disse, eu me sinto tão
errado fazendo isso.
- olha pra mim – falou ele
pegando minha mão e colocando entre as suas – eu também me sinto tão errado
fazendo isso, mas eu me sinto tão certo ao mesmo tempo. Eu fiz uma escolha anos
atrás e eu devia arcar com as consequências, mas as coisas não saíram como eu
esperava. Você apareceu no momento certo da minha vida.
- eu sei – falei dando um selinho
na boca dele.
- eu te amo, mas não vou
abandonar minha família.
- eu sei.
Ele voltou a pegar a garrafa e a
tomar um gole. Eu olhei para o lado e peguei um porta retrato que estava do meu
lado. Uma foto de Felix e sua esposa no dia do casamento. Eles pareciam tão
felizes. Ele aparentava ter 30 anos do máximo.
- posso te perguntar uma coisa? –
falei colocando o porta retrato de volta no criado mudo.
- pode – falou ele.
- porque você se casou com sua
esposa? Porque não contou a verdade para todos?
Ele estava com um gole de cerveja
na boca e engoliu de uma vez:
- não gosto de falar sobre isso.
– ele vestiu uma cueca, uma bermuda e se levantou indo para fora do quarto. Ele
bateu a porta quando saiu.
Eu fiquei lá sentado sem saber o
que fazer. A canção passava no rádio e eu apenas o desliguei. Eu vesti minha
cueca, minha bermuda e desci as escadas. Eu olhei na cozinha e ele não estava,
mas a porta de vidro que levava ao lado de fora, estava.
Eu fui até lá e o vi sentado em
uma cadeira olhando para o nada fumando seu cigarro. O vento estava forte e
balançava seus cabelos.
- me desculpa – falei chegando ao
lado dele.
- meu pai – falou ele.
- o que?
- por causa do meu pai. Foi por
isso que eu me casei.
- ok – falei.
Ele então se levantou. Ele
afastou o cabelo do lado direito na cabeça e eu vi uma cicatriz.
Está vendo isso aqui? – mostrou
ele.
- sim – falei passando o dedo.
- ganhei essa cicatriz aos 10
anos, levei seis pontos. Meu pai estava trabalhando no carro e eu disse que
tinha tentado beijar um amigo na boca na escola. Ele pegou a chave de fenda e
bateu na minha cabeça e disse: “se fizer isso outra vez, eu vou bater na cabeça
da sua mãe”.
Ele então levantou o braço e
mostrou uma cicatriz próxima ao sovaco.
- 14 anos, 12 pontos. Meu pai
encontrou uma revista masculina no meu quarto. Ele me bateu com fio da
televisão e em seguida pegou uma tesoura e rasgou meu braço. Ele disse: “a
próxima vez será na sua mãe.”
Ele se virou de costas e abaixou
um pouco a calça e mostrou uma cicatriz um pouco abaixo das costas. Uma
cicatriz feia.
- 16 anos, queimadura com um
ferro quente. Um vizinho disse para meu pai que tinha ouvido uns colegas da
escola me chamarem de “viado”. Quando cheguei em casa meu pai me deu um tapa na
cara e me fez tirar a roupa na cozinha e me apoiar na mesa. Ele pegou um ferro,
esquentou no fogão e me queimou. Toda vez que eu gritava de dor ele esquenta
mais e queimava outra vez. Ele fez isso até que eu não gritei mais, ele jogou o
ferro na pia da cozinha e me disse: “essa é a dor que vai sentir quando se
deitar com outro homem.”
À medida que ele me mostrava as
cicatrizes que eu já conhecia, eu ficava aterrorizado e minha respiração ficava
ofegante. Eu nunca imaginei que essas serias as historias por trás daquelas
cicatrizes.
Ele então me mostrou uma cicatriz
na coxa da perna direita.
- 26 anos de idade. 34 pontos.
Duas semanas antes do meu casamento. Certa noite minha mãe enfrentou meu pai e
disse que não deixaria eu me casar. Meu pai não disse nada, foi ao espelho do
banheiro quebrou, entrou no meu quarto enquanto eu dormia e rasgou minha perna.
Eu disse para todos que tinha caído da escada com um copo na mão.
- meu deus Felix – falei olhando
para ele. – sinto muito.
- nem todos os pais são como o
seu Mike.
- você não podia ter passado por
isso. Você viveu com medo a vida toda.
- A maioria das pessoas tem
pesadelos com monstros. Eu tinha pesadelos com meu pai. eu me casei com minha
esposa e nunca tive casos com homens, a não ser com você. Eu vive minha vida
com medo. Toda vez que eu pensava em sair do trabalho e encontrar um homem eu pensava
no que ele poderia fazer com minha mãe se ele descobrisse. Toda vez que eu
pensava em outros homens tudo o que eu conseguia ouvir era a voz dele em minha
cabeça me dizendo que aquilo era errado.
- quando você parou de sentir
medo?
- no dia em que ele morreu.
Eu senti um calafrio na espinha.
- Ele teve câncer na boca. –
falou Felix querendo rir.
- não ria Felix…
- o desgraçado passou os último
meses sem poder dizer nenhuma palavra.
- um certo dia eu recebi uma
ligação do hospital e eles me disseram para ir ao hospital, mas não disseram o
motivo… droga eu sou policial eu tive que dar muitas noticias de morte na vida.
Eu sei o procedimentos. Eu recebi aquela ligação e tudo o que senti foi
felicidade, eu senti como se a droga de uma corrente tivesse sito tirada das
minhas mãos e um peso enorme tivesse sido tirado das minhas costas.
- você foi ao hospital?
- não.
- por quê?
- cinco minutos depois eu conheci
você.
Senti um arrepio ao ouvir Felix
dizer aquilo. Tudo o que pude fazer foi me aproximar e dar um beijo nos seus
lábios. Abrace-o forte e continuei a beijá-lo ele era meu homem e ele estava
sofrendo.
Aquela lembrança era forte. Senti
saudades de Felix mais uma vez.
- você está bem Mike? – perguntou
Peter.
- estou – falei me levantando.
- onde você vai?
- eu quero ir embora.
- Mike, vamos conversar – falou
Peter.
- por favor Peter, apenas me leve
para casa…
- tudo bem – falou ele.
Nós montamos no sombra e assim
que ele saiu da floresta eu pedi para descer e foi o que eu fiz.
- eu vou o resto do caminho a pé
– falei.
- vamos conversar – falou Peter.
- tudo bem Peter, esquece o que
aconteceu.
- eu te feri de alguma forma?
- não, eu só me lembrei de algo…
nada de mais…
Nós seguimos o resto da viagem em
silêncio apenas o som do vento passando por nossos corpos. Quando avistamos a
casa do meu tio eu decidi dizer algo:
- você não pode se casar por esse
motivo Peter.
- eu preciso – falou Peter – você
não entende…
- eu entendo sim Peter. Eu
conheci uma pessoa que fez isso e se arrependeu amargamente, mas eu entendo sua
opção e não vou contar para ninguém.
- obrigado – falou Peter.
Nós nos aproximávamos da casa e
um dia que tinha começado bom não iria terminar tão bem assim. Felix estava em
minha mente.
Meu sábado tinha sido difícil,
realmente tinha lembranças sobre o Felix que eu não gostava, mas eu tinha que lídar
dar com essas lembranças afinal era um homem feito.
- Peter obrigado mesmo pelas
aulas – falei quando chegamos e ele e Gwen se despediram.
- anda um pouco pra gente ver –
falou Gwen.
- eu não me sinto muito bem –
falei forçando um sorriso.
- vai, por favor – falou ela.
- deixa ele amor, ele não está se
sentindo bem – falou Peter.
- tudo bem – falou ela – mas você
fica me devendo.
- pode cobrar – falei.
- eu já sei como pode pagar.
- como?
- venha jantar na minha casa
hoje.
- não sei, estou tão indisposto.
- por favor Mike, garanto que vai
se sentir melhor, meus pais são muito divertidos você vai se sentir melhor,
tenho certeza.
- eu não sei…
- vamos, vai ser só meus pais e
nós.
- tudo bem.
- ótimo – falou ela me dando um
abraço. – melhoras garoto, até a noite quero você animado.
- vou me deitar um pouco, quem
sabe eu não melhore?
- se continuar se sentindo mal me
liga eu posso te levar ao hospital – falou Peter.
- obrigado – falei.
- ele não é um amor? – falou Gwen
beijando a boca dele.
- é sim – falei disfarçando o
melhor que pude.
Logo que eles se foram eu disse
para meu tio e meu primo que iria me deitar porque afinal Peter não tinha
ficado para beber com eles.
- beba com a gente – falou meu
tio.
- eu não me sinto bem, vou me
deitar.
- prometo que não vou zoar com
sua cara primo.
- não é isso. eu estou realmente
me sentindo mal.
- tudo bem então – falou meu
primo.
- vem aqui dar um beijo no tio –
falou meu tio.
Eu fui até ele e ele me abraçou e
deu um beijo no meu rosto.
- o titio Roger ama você, não
liga para as brincadeiras viu eu sei que você é muito apegado ao seu pai, mas
se quiser conversar com alguém eu estou aqui – falou ele no meu ouvido.
- eu sei tio, também te amo. –
falei dando um beijo no rosto dele.
- eu sei que eu e o Leo não
trocamos abraços e beijo, mas é porque nós não passamos o tempo assim, mas eu
costumava te beijar muito quando era mais novo, você vivia no meu pé, eu não
sei por que se afastou de mim. Coisa de criança deve ser. Não importa quantos
anos você tiver eu sempre vou falar com você como se tivesse cinco anos de
idade.
- tudo bem – falei.
- tira essa cara feia.
- é a minha cara.
- não é nada.
- é sim.
- me chama de titio.
- pra que?
- anda, titio.
- para de me envergonhar tio.
- fala assim “titio eu vou me
deitar”. – falou ele segurando meu braço para que eu não saísse. Leo ficava
rindo da minha cara.
- ok: “titio eu vou me deitar” –
falei rápido começando a rir. Só meu tio mesmo para me fazer rir.
Leo começou a rir quando eu falei
isso.
- agora sim – falou meu tio me
soltando.
- vem aqui Mike e diz assim:
“priminho eu vou me deitar”
- me deixem em paz – falei
entrando e ouvi os dois rindo lá de fora.
Fui direto para meu quarto e me
deitei na cama. Eu odiava ficar meio depressivo, mas eu não conseguia evitar.
Eu pensava em Peter agora, não porque tinha me apaixonado nem nada, mas eu
sentia uma coisa dentro de mim que me dizia para não o deixar cometer o erro
que Felix cometeu. Eu tinha um conflito dentro da minha cabeça: por um lado eu
pensava em contar para alguém e tomar uma atitude, por outro eu pensava que
aquilo não era problema meu e que eu não devia me meter. Eu fiquei a tarde toda
pensando nisso e no final eu não cheguei à conclusão nenhuma.
Eu procurei pensar no jantar que
me aguardava e me animei um pouco enquanto me arrumava. Eu tomei um banho, me
vesti bem afinal gays são pessoas que reparam e eu não queria deixar uma
impressão ruim.
Ás 19h10min um carro parou na
minha porta. Alguém tinha vindo me buscar: o bom deus iria abençoar que fosse
Gwen…
- olá – falou Peter quando abri a
porta do carro.
- oi – falei entrando.
Eu fechei a porta e ele começou a
andar e parou entre a fazendo do meu tio e do pai dele.
- o que está fazendo?
- nós precisamos conversar –
falou Peter.
- sobre?
- eu não quero que pense que eu
sou gay… - falou Peter – eu só queria experimentar.
- Peter, se eu te pedir um beijo
de língua, você me daria?
- sim.
- você é gay.
- não é…
- você é gay Peter, não precisa
mentir pra mim. Eu sei como é ser “enrustido”… bom na verdade eu não sei porque
minha família sempre foi aberta a essa questão, mas eu imagino o conflito que
deva ser.
Ele ficou em silêncio e não disse
nada.
- você pro acaso já ficou com um
homem?
- não.
- nem o Joe?
- eu sou virgem Mike.
- quer dizer que… você e a Gwen…
- ela tem essa ideia de se
guardar até o casamento. O que me ajudou.
- porque você me levou lá Peter?
Porque me levou até aquele lugar?
- Você é o primeiro gay que eu
conheço que parece ser de bem com a vida, não é oferecido coo o Joe. Eu sempre
tive essa ideia boba de que minha primeira vez seria naquele lugar com alguém
que eu goste.
- acredite Peter, você vai querer
que sua primeira vez seja mais especial do que com um cara que você conheço a
pouco tempo.
- eu fui um tolo – falou Peter.
- não foi não Peter. É lindo você
querer ter sua primeira naquele lugar. O lugar é ótimo eu é que não sou a
pessoa certa.
- desculpa, é que eu queria ter
minha primeira vez com um homem antes de casar. Eu queria que minha primeira
vez fosse com um homem.
- porque você não se revela? Para
seu pai, sua mãe?
- minha mãe tudo bem, mas meu
pai…
Aquilo me soou familiar. Era como
ouvir Felix.
- você é um homem bonito Peter,
sabe trabalhar, tem amigos que te apoiariam, se eu fosse você eu contaria para
eles e sairia de casa. Ser independente até seu pai aceitar a ideia.
- Mike, meu pai sempre foi claro
quando aos gays, ele não criaria um filho gay e disse que se descobrisse algo a
respeito ele seria capaz de me matar.
- ele não faria isso…
- Mike, a mais ou menos 9 meses
atrás um turista gay deu em cima de mim quando eu estava na cidade e o meu pai
ficou sabendo. Sabe o que meu pai fez?
- o que?
- uma noite meu pai disse que
tinha uma surpresa para mim. Ele me colocou na caminhonete dele e me levou até
um galpão nas terras dele. Quando cheguei lá eu tive uma surpresa. O turista
que deu em cima de mim estava amarrado com os braços abertos. Ele pediu para
que dois peões que trabalham para ele que “sequestrassem” esse turista.
- o que ele fez? – perguntei com
o coração doendo.
- ele bateu nesse turista, ele
arrebentou todo – Peter então começou a chorar – ele me obrigou a bater nele
também.
- não chora Peter
- ele me obrigou a bater nele com
um pedaço de ferro – falou Peter com a mão na testa – eu não queria, mas se eu
não o fizesse meu pai descobriria que eu sou gay.
- o que aconteceu com esse
turista?
- meu pai o soltou e disse que se
ele contasse algo ele mandaria mata-lo. O turista então prestou queixa e
inventou uma história de que tinha sido assaltado e apanhado dos ladrões.
Aquilo me doeu muito. Pensar que
existiam pessoas como Thom.
- eu quero o seu bem Peter, não
precisa ter medo do seu pai, você tem amigos, meu tio eles não vão deixar nada
acontecer com você.
- eu não sei…
- o que ele diz em relação aos
pais da Gwen? Eles são gays!
- ele disse que a Gwen é adotada
então se um dia nós tivermos filhos não corre o risco deles nascerem com Aids ou
outras “doenças gays”. É como ele chama.
- nossa… essa é a coisa mais
imbecil que eu já ouvi na minha vida. – falei morrendo de ódio.
- por favor, Mike não conte para
ninguém.
- ok – falei.
Nós esperamos mais alguns minutos
até Peter se recompor e nós fomos em direção à casa de Gwen.
- boa noite – falou Gwen nos
recebendo quando entramos em casa.
- boa noite – falei abraçando
ela.
- vou te apresentar aos meus
pais.
Ela segurou minha mão e nós fomos
até a cozinha.
- pai – falou Gwen e um homem
apareceu.
- pai esse é Mike, Mike esse é
Alex, meu pai.
- boa noite, é um prazer te
conhecer – falei.
- o prazer é meu – falou ele.
Ele era um homem de mais ou menos
40 anos.
- e seu outro pai? – perguntei.
- Alex é o pai que me adotou,
alguns anos depois ele conheceu o Derek e eles se casaram – falou ela enquanto
um homem entrava pela porta da cozinha.
- Pai, esse é Mike, Mike esse
Derek.
- boa noite – falei apertando a
mão do homem que eu tinha feito sexo quando fui ao bar com meus amigos quase um
mês antes.
Eu levei um susto grande quando
vi que o homem que eu tinha transado era um dos pais de Gwen. “Paul” na verdade
era Derek.
Eu vi que Derek arregalou o olho
quando me viu, mas ele disfarçou bem, assim como eu.
- boa noite – falei apertando a
mão dele.
- boa noite – falou ele com um
sorriso – Mike?
- sim.
- prazer te conhecer – falou ele.
- o prazer é meu, seu cafajeste!
– essa última parte eu não tibe coragem de dizer, mas ela foi dita na minha
mente umas seiscentas vezes.
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Noooosaaaa senhora!!!
ResponderExcluirQue capítulo fofo!
Ah mais acaba minhas esperanças do mike com Vicente, um galã de woolywood ou o maravilhoso/quase morto/mais vivo no capítulo 76 Félix
Mais o conto é fantástico!
Ass Alanis ☆
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirJa entendi tudo ... kkkk
ExcluirAss Alanis☆
Meu jesus me leva (kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk), que capitulo foda Cormick! Mike e Adam me matam do coração, mas realmente nasceram um para o outro, não sei aonde essa história vai dar, mas Mike e Adam são um par perfeito :* #AMANDOTUDOISSO.
ResponderExcluirAss: O real Baby Grows.
#Madam rsrsr Um Abraço real Baby Grows!!! ;)
ExcluirPOR FAVOR, O IRMÃO DA VANESSA SIM MERECE FICAR COM ELE, FUI COM A CARA DELE DESDE Q ELE APARECEU, FAZ ELE APARECER MAIS... ADORANDO A HISTÓRIA
ResponderExcluirEle vai aparecer mais. Ele é um dos novos sócios de Adam. Abraços e obrigado pelo comentário!
ExcluirAmando essa segunda temporada, obrigado por faze-la... Mas não quero o Mike com o adam
ResponderExcluir-E
obrigado pelo comentário -E. Fico feliz por você estar lendo essa segunda temporada!!
ExcluirPor essa eu realmente não esperava, por isso que eu curto as suas histórias, sempre tem reviravoltas... Mas por favor, faça o Mike e o Adam realmente ficarem juntos.
ResponderExcluirObs: Acredito sim que o Adam traiu com a Marisol.
só o tempo dirá se Adam e Marisol ficaram ou não. Um Abraço e obrigado pelo comentário!
ExcluirAconteca o q acontecer esses dois foi feito um para o outro digo isto desde a primeira temporada eles combinam si completa mesmo adem ou mike fikando cm outras pessoas eles sempre vam star juntos e oq acho nè sera q estou certo MISTERYON rsrs
ResponderExcluirNeverton
Neverton você está certíssimo. Um abraço e obrigado pelo comentário
ExcluirNossa, nossa, nossa! Eu reli a 1º temporada todinha e assim que eu li o primeiro capítulo da segunda temporada, eu fiquei em choque. Foi uma reviravolta de 360º em minha cabeça. Seu conto é maravilhoso e se virasse um livro eu compraria sem pensar duas vezes. Parabéns pelo blog e vamos que vamos!
ResponderExcluirAbraços!
Ass: H.Prime Produções - Casa dos Contos Eróticos.
obrigadão!! fico feliz que tenha curtido!!
ExcluirOlha eu que tarado, só consigo imaginar o Adam como o ator pornõ ''Arpad Miklos''... kkkk
ResponderExcluirQue reviravolta essa segunda temporada, me deixando de queixo caído aqui a cada capítulo...
E essa ''Casa do Sol Nascente'', ae tem!!!
Só espero que para essa temporada, Mike termine bem.. é o que todos desejamos.
Cada vez que eu começo a ler um capítulo, me da um misto de ansiedade e receio, porque o começo é sempre diferente do fim, com um final surpreendente a cada capítulo.
ÓTIMO ESCRITOR
rsrsrs Arpad Miklos é muito gato.
ExcluirObrigado pelo elogio!
Fui procurar esse ator... passada!!! Muito bonito kk
ResponderExcluirAss Alanis ☆
ele realmente combina como Adam.
ExcluirOlha eu aqui arrastando a galera pro mal caminho... ''Arpad Miklos'' tesão 1000000000%... Pena que ele se suicidou =( ... Outro que me lembra muito o Adam é o ''Brad Kalvo'', outro ator pornô kkkkk...
ResponderExcluirMais uma vez parabéns pela história
Etaaaaa fui verificar também....
ResponderExcluirNossa senhora Muito bonito....kkk
esse povo preconceituoso e homofobico deveria sentir vergonha e ir se tratar. .. eu sou hetero e nao vejo problema algum de um hetero ver filme pornô gay... so Deus pra arrumar esse mundo haha
Ass Alanis ☆