ACREDITE SE QUISER capítulo nove
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ós nos sentamos na sala e eu coloquei
o filme no aparelho de DVD. Eu então olhei para o lado e vi que a porta do
escritório de Roman estava aberta, a mesa dele ficava em frente a porta e deu
para ver ele fumando um charuto e falando ao celular.
- ele não
vai fechar a porta – falei.
- por quê? –
Perguntou Denny.
- Ciúmes –
falei olhando de volta para Roman com medo de ter ouvido, mas a distancia não
tinha permitido que ele ouvisse.
Logo o filme
começou e nós começamos a assistir. Era um filme de drama.
- e se eles
fizerem você escolher entre Roman e o emprego?
- amanhã a
essa hora serei um homem desempregado. – falei.
- você gosta
mesmo dele – falou Denny.
- e ele
gosta realmente de mim.
- fico feliz
por vocês.
- aconteceu
– falei segurando um sorriso.
- transaram?
– perguntou Denny.
- isso não
seu pervertido. – falei rindo.
- ainda não
fizeram sexo?
- sim, mas
não é isso que estou dizendo.
- o que
aconteceu.
- finalmente
aconteceu, eu disse: Eu te amo.
- sério?
- sim –
falei rindo.
- e ele
disse o que?
- eu também
te amo.
- Mike meu
amigo você está mesmo apaixonado. Você não é do tipo que diz eu te amo para
todos os caras. Você não disse eu te amo para ninguém. Até para seu pai você
levou anos.
- não seja?
Tão dramático e exagerado. – falei.
- não estou
sendo, mas fico realmente feliz que você esteja feliz.
- e você?
Não tem ninguém em vista?
- para falar
a verdade sim – falou Denny.
- quem?
- você não
conhece ainda.
- não deixe
de me apresentar.
- tudo bem –
falou Denny.
Nós voltamos
a assistir o filme. Ele acabou por volta dás 18h53min.
- que filme
enorme – falei me levantando e esticando os braços.
- vamos ao
próximo? – perguntou Denny.
- vamos sim.
- eu vou pegar
o sorvete, deve estar gelado – falou ele indo até a cozinha.
Eu fui até
Roman e bati na porta aberta e ele deu atenção pra mim.
- oi – falou
ele sorrindo.
- amor você
não vir assistir com a gente não?
- eu ainda
não cheguei nem na metade do que preciso fazer – falou ele.
- tudo bem.
- tem certeza?
– perguntou ele sentado.
- tenho sim.
– você já se ocupou o fim de semana todo comigo.
- vem aqui
me dar um beijo – falou ele.
Eu fui até
ele e dei a volta na mesa de dei um beijo na boca dele.
- se quiser
pode fechar a porta, talvez esteja te atrapalhando.
- nem pensar
– falou ele com um sorriso. – me sinto mais confortável com ela aberta.
- tudo bem –
falei – você se importa se eu ficar com seu celular?
- não,
porque?
- eu queria só ver como ele é.
- é idêntico ou seu – falou ele.
- tudo bem,
você que sabe – falei alisando a orelha dele – mas eu vou fechar a porta,
trancá-la pelo lado de fora e colocar um som bem alto.
- ok – falou
ele rindo e me entregando o celular.
- se quiser
usar, usa o meu – falei entregando para ele.
- tudo bem –
falou ele.
Eu peguei o celular e logo me
sentei ao sofá. Denny chegou com o sorvete.
- obrigado – falei. – Roman você
quer sorvete? – perguntei gritando.
- não – gritou ele escrevendo
algo no computador.
- você espera um pouco antes de
colocar o outro filme?
- sim – falou Denny.
Eu peguei
minha taça e fui até ele.
- você
precisa comer algo. você ficou dentro dessa sala a tarde toda e não comeu nada
depois do almoço.
- não tem
problema, eu sou acostumado, já fiquei o dia inteiro sem comer.
- isso
porque não tinha ninguém para cuidar de você – falei dando a volta na mesa. –
abre a boca enquanto digita assim você não precisa parar de trabalhar. Eu puxei
uma cadeira e me sentei ao lado dele, de frente para ele.
Ele abriu a
boca e eu coloquei sorvete com a colher dentro dela e ele fechou saboreando e
em seguida abriu ela outra vez. Ele tomou o sorvete todo assim. Na quinta
colherada ele engoliu o sorvete.
- sabe o que
é engraçado? – perguntou ele.
- o que?
- sabia que
eu poderia pensar que você me seduziu? Você está dentro da minha casa, no meu
escritório me dando sorvete na boca como um bebê, enquanto eu trabalho no caso
dos seus chefes.
Eu coloquei
outra colherada na boca dele.
- se você
quisesse pegar documentos, escutar conversas, você poderia.
- poderia –
falei – mas não vou.
- exatamente
– falou ele – você não vai. Essa é a prova de que eu falo a verdade. Se eu
fosse te seduzir e roubar informações eu estaria dentro da sua empresa agora e
não ao contrário.
- eu
acredito em você seu bobo. – falei rapando a taça e colocando o resto.
- eu sei, só
estou me garantindo caso você ainda tenha alguma duvida.
- não tenho.
– falei mostrando a taça – bom menino tomou tudo.
- obrigado –
falou ele – minha barba está suja aqui – mostrou ele abaixo do lábio e eu dei
um beijo de língua nele e limpei o sorvete. – vou lá assistir ao filme, pode
ficar tranquilo e trabalhar, se estivermos atrapalhado pode falar.
- não estão
atrapalhando em nada – falou ele sorrindo.
Eu sai da
sala dele e voltei para a sala e enchi minha taça de sorvete e coloquei o filme
para rodar.
Denny foi
embora no domingo após ás 22h00min. Nós assistimos á três filmes e Roman ficou
trabalhando todo esse tempo. Eu arrumei todas as minhas coisas na mochila e me
vesti para ir ao trabalho na segunda de manhã afinal eu voltaria para minha
casa. A empregada de Roman tinha deixado minha roupa pronta para vestir.
- está
pronto para ir? – perguntou Roman.
- estou sim
– falei escovando os dentes no banheiro depois de tomar o café da manhã. –
estou só terminando de escovar os dentes e vou estar pronto.
- sabe eu
vou sentir sua falta – falou Roman sentado na cama colocando a meia preta para
colocar o sapato.
- vou sentir
a sua também, mas porque estamos nos despedimos? Nós não vamos nos separar nem
nada.
- eu sei,
mas é que você foi a alegria dessa casa esses dias, geralmente eu só fico no
escritório e tomo um banho de piscina. Nada de mais acontece por aqui. Esse fim
de semana, por exemplo, conversamos, rimos, seu amigo veio, assistiram
televisão, ontem depois que seu amigo foi embora, comemos algo, nos deitamos,
assistimos televisão, fizemos sexo... sabe, acho que você me entende.
- entendo –
falei saindo do banheiro. – é como eu me senti quando minha mãe morreu.
- nossa...
eu faço você se sentir assim?
- a
despedida Roman. Nós nos acostumamos a uma pessoa e de repente ela não está
mais lá e sentimos um vazio.
- exatamente
como me sinto agora. Imagina chegar nessa casa enorme e vazia hoje a noite.
- não fica
assim, depois que passar a reunião e tudo se acertar, eu posso passar a noite
aqui algumas vezes e quem sabe até passar o fim de semana.
- seria
ótimo – falou ele me puxando me fazendo sentar ao lado dele na cama. Minhas
pernas ficaram por cima das dele. – eu vou cobrar – falou alisando meu pescoço
– ainda tem algumas marcar do chupão que eu te dei na sexta feira.
- espero que
eles não vejam
- vou cuidar
para que vejam – falou ele me puxando e dando um chupão no meu pescoço.
- não faz
isso – falei – vou me vingar e fui até o pescoço dele e dei um chupão e ficou
uma marca roxa.
- pronto,
estamos marcados. – falou ele. – pega seu broche que está dentro daquela caixa
– falou ele apontando para uma caixinha vinho em cima da cômoda.
- não
precisa me devolver – falei tirando o broche de dentro e indo até.
- não vou te
devolver – falou ele – coloca em mim.
Eu então
coloquei o broche nele. – é meu amuleto da sorte – falou ele se levantando –
vamos se não você se atrasa.
Nós então
entramos no carro e logo saímos da casa dele e seguimos viagem. Logo chegamos
em frente ao meu prédio.
- me liga
hoje na hora do almoço. Quero saber o que aconteceu e não esquece de marcar a
tal reunião.
- ok – falei
dando um selinho na boca dele. – te amo, até mais.
- também te
amo – falou ele com um meio sorriso no rosto.
Então sai do
carro e logo ele partiu com o sol brilhando no carro preto.
Então me
virei para o prédio e entrei nele. Eu já estava com a roupa então não precisei
ir até o 5º andar e fui direto para o 20º. Quando a porta se abriu eu levei um
susto. Assim como na sexta todos estavam lá em pé me esperando.
- bom dia –
falei saindo do elevador e olhando no relógio da parede – gente vocês
madrugaram? Agora que é 07:45.
- o que
aconteceu? – perguntou Adam.
- você quer
falar mesmo sobre isso agora?
- sinto
muito – falou Adam – mas vamos ter que falar.
- não
precisa sentir por nada. – falei.
- você
aceitou bem?
- Adam, eu
não terminei com Roman. Para falar a verdade eu passei o final de semana na
casa dele.
- como é que
é? – perguntou Steve.
- eu
perguntei para ele, mostrei os jornais e ele me garantiu que não está me
usando.
- e você
acreditou? – perguntou Gray.
- claro. Eu
confio nele.
- Mike –
falou Adam – você não pode acreditar nele.
- Eu
acredito nele e ponto final vocês vão ter que lhe dar com isso.
- você está
apaixonado Mike, eu sei como é isso. Nós ficamos cegos.
- eu não
estou cego Adam, só conheço ele melhor do que vocês.
- como você
pode conhecer ele melhor do que nós, se você só soube quem ele é de verdade
três dias atrás? Eu conheço ele á mais de três anos.
- você
conhece ele no tribunal, você conhece as jogadas dele, mas não conhece ele.
- e você
acha que conhece? Não sabia nem o nome dele completo até sexta feira – falou
Xavier.
- vocês
conhecem o advogado, famoso e trapaceiro. Vocês não o conhecem.
- eu não sei
o que dizer – falou Adam – você está cego.
- eu não
estou cego Adam, vocês estão cegos. Vocês por acaso sabem que ele gosta de
fumar charutos de manhã ou quanto trabalha? Ou como ele dorme bem quando deita
de barriga para baixo e alguém faz cocegas nas costas dele? ou até mesmo que seu
filme favorito é “O Poderoso Chefão” e seu estilo de música preferido é Jazz?
Quantos de vocês sabem dessas coisas?
Nenhum deles
falou nada.
- então,
acho que não sou eu que estou cego. Agora com licença que eu tenho que bater o
ponto.
Eu passei
por eles e fui até a recepção e me sentei ligando o computador. Eles se
entreolharam e não disseram nada.
- ele vai
ter que ser mandado embora – falou Steve.
Eu sabia.
Ele seria a primeira pessoa a dizer isso.
- o que? –
perguntou Vanessa.
- sim. Ele
está trabalhando para o inimigo.
- eu já
disse que não estou...
- não quero
saber, para o bem da empresa você deve deixar.
- não vamos
nos precipitar. – falou Adam.
- eu sou um
dos que tem a maior parte da empresa e eu quero que ele saia.
- eu
continuo tendo a maior e mesmo que você tivesse isso seria decidido em uma
votação.
- vamos
votar então – falou Steve – quem acha que Mike deve ser demitido?
- esse não é
o lugar e nem a hora para fazer isso – falou Adam.
- eu voto
não – falou Gray e Vanessa.
- não –
falou Xavier.
- vocês só
são 49% da empresa. 51% ou mais tem que prevalecer.
- qual seu
voto? – perguntou Steve para Adam com os braços cruzados e o rosto sério.
Adam me
olhou e coçou a barba.
- eu voto
não – falou ele se virando para entrar na sala dele.
- Adam. –
falei me levantando – o Roman quer que eu marque uma reunião com todos vocês
essa semana.
Adam parou
de andar.
- qual o
motivo?
- ele sabia
que vocês iriam tentar me demitir então ele quer vir aqui para dizer
pessoalmente a vocês que não tem segundas intenções comigo.
Todos
ficaram calados.
- então,
posso marcar uma reunião?
- eu não
disse? – falou Steve – agora ele vai trazê-lo para dentro da nossa empresa. –
eu ignorei o que ele disse.
- eu ouço
mil vocês na cabeça em coro cantarolando quando estou com ele. Meu coração
dispara quando penso que vou velo mais tarde, ou no dia seguinte. Adam... não
me faça escolher entre o trabalho e Roman, porque eu vou escolhe-lo e se você
não aceitar marcar a reunião eu vou pedir demissão. Não é chantagem, só estou dizendo
o que vai acontecer. Porque não tem como eu trabalhar com vocês e namora-lo se
eu for tratado diferente eu se for ser acusado de traição todos os dias por Dr.
Kröhling.
- Adam eu
não vejo o porquê de não dar uma chance – falou Steve rapidamente. Se isso
estiver em votação eu voto sim.
- eu também
– falou Vanessa.
- o que faz
você achar que ele vai continuar com você depois que sair da empresa? – perguntou
Xavier.
- Ele está
disposto a dar trégua em um caso de escândalo nacional.
- tudo bem –
falou Adam – marque a reunião. É só nos avisar o dia que ele virá.
- obrigado –
falei para Adam.
Adam apenas
acenou com a cabeça e entrou na sala dele.
- se não se
incomodarem vou voltar ao trabalho – falei me sentando na cadeira e fazendo
log-in no computador da empresa.
Pouco a
poucos eles foram conversando e dispersando. Na hora do almoço eu liguei para
Roman.
- e ai amor,
marcou a reunião?
- sim.
Quinta-feira ás 15h00min.
- tudo bem
então. Pode confirmar que eu irei.
- tudo bem.
- vou
desligar amor, beijos.
- beijos –
falei desligando o celular.
Uma parte
confusa da minha vida estava quase resolvida agora só faltava levar meu pai ao
psicólogo e contar para ele o que tinha acontecido, isso sim era um problema.
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