CAVALO NEGRO capítulo vinte e quatro
L
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ogo que chegamos ao andar ele
veio comigo até a minha porta e a destrancou. Nossa porta ficava de frente uma
para a outra. Nós dois entramos e ele fechou a porta.
- você vai
ficar bem aqui – falou Roman – nem pense e]m olhar pela janela ou ir lá em
baixo para fazer algo, se quiser algo é só ligar para a recepção ou me pedir.
- eu vou
tomar um banho agora e depois vou me deitar um pouco.
- ok – falou
Roman – eu vou ligar para seu pai Larry e o Stephen para avisar que você está
bem.
- tudo bem –
falei agradecendo e me sentando na cama.
- se
precisar de mim estarei no meu quarto – falou ele indo até a porta e a abrindo.
- Roman –
falei e ele parou com a porta entreaberta e olhou para mim – porque você está
fazendo isso? pode ir embora se quiser você não precisa me ajudar.
- eu te amo
Mike. Você ainda é o amor da minha vida, mas o amor não é a única coisa que um
casal precisa para ficar juntos no momento eu não sei bem o que nós somos, mas
eu vou ficar aqui ao seu lado caso precise de mim.
- Roman eu
sei que errei.
- Mike esse
não é o problema. Eu te conheço a muito tempo. Você vive dizendo que se
apaixonou pelo Roman e não pelo Dr. Orth e eu digo o mesmo para você. Mike você
não é a pessoa por que meu me apaixonei, de fato o Mike que eu me apaixonei
odiaria a pessoa que eu estou olhando nesse momento.
- eu sei,
esse último ano tem sido uma loucura eu passei de garoto trabalhador e
responsável para um garoto mesquinho que transa por vingança. A vida pra mim se
tornou um cabaré. Minha vida se tornou um cabaré porque todos estão de olho em
mim e jugando o que eu faço e eu sei que fiz algumas escolhas erradas.
- pois é,
então você entende que talvez não possamos ficar juntos.
- eu
entendo, mas eu não quero desistir de você.
- eu também
não. Porque você acha que eu estou aqui agora? Por que eu não quero desistir de você também.
- ok – falei
com os olhos cheios de água.
- se
precisar de mim estarei na porta a sua frente.
- ok – falei
vendo ele fechar a porta do quarto.
Eu me deitei
na cama e fechei os olhos e fiquei pensando em tudo que tinha acontecido comigo
naqueles últimos meses e eu não estava orgulhoso da pessoa que tinha me
tornado.
Eu me
levantei e fui para o banheiro tomar um banho na água bem gelada que era para
me dar um choque de realidade.
Eu fiquei
uns 15 minutos embaixo do chuveiro sem me mover apenas sentindo a água gelada
tocando em minha pele.
- Mike? –
falou a voz de Roman do lado de fora do banheiro.
- estou no
banho.
- eu te
espero sair. – falou ele.
- eu então
me ensaboei rapidamente e em seguida me sequei rapidamente e vesti o roupão
branco e abri a porta do banheiro.
Roman estava
em pé olhando para fora da janela.
- quer falar
comigo?
- sim. Eu
liguei para seu pai e os dois estão vindo para cá.
- o que?
porque? Eu te disse que estou envergonhado.
- eu sei,
mas você não vai poder se esconder para sempre dentro desse quarto sem
conversar com ninguém.
- ok –
falei.
- seu pai
Larry deve chegar daqui a pouco ele já está a caminho. – falou Roman.
- tudo bem
então – falei ligando o ar-condicionado – vai espera-lo.
- ele está
trazendo uma mala de roupas para você.
- ok –
falei.
- vou para
meu quarto se precisar de mim é só me chamar ou me ligar.
- tudo bem –
falei me sentando na cama e ouvi o barulho de Roman fechando a porta. O mundo
todo ria da minha cara e me julgava e tudo o que poderia fazer era ficar
sentado esperando tudo isso simplesmente desaparecer da mente de todos. O que
não ia acontecer.
Eu fiquei
sentado na cama esperando por meu pai. Eu não tinha nem coragem de ligar a TV
porque eu com certeza me veria tendo relações sexuais então decidi apenas ficar
olhando para fora da janela sem chegar perto dela. E sempre ficar com o vidro
da varanda fechado.
Depois de
uns 20 minutos o telefone do meu quarto tocou e eu atendi.
- boa tarde,
desculpa incomodar, mas tenho um senhor aqui na portaria: Larry Fabray dizendo
que é seu pai e está querendo subir.
- sem querer
incomodar, mas você pode coloca-lo na linha? Só para que eu tenha certeza?
- claro –
falou ela e alguns segundos depois uma voz disse meu nome.
- Mike, sou
eu meu filho – falou a voz do meu pai Larry.
- desculpa
pai é só por precaução.
- ok – falou
ele entregando para a recepcionista outra vez – pode deixar ele subir.
- ok – falou
ela desligando.
Eu então me
sentei na cama e fiquei esperando meu pai entrar pela porta e depois de alguns
minutos foi o que aconteceu. Meu pai abriu a porta.
- oi filho –
falou ele entrando com duas mochilas nas mãos.
- oi pai –
falei sentado na cama.
Ele colocou
as mochilas em cima da cama e fechou a porta do quarto.
- o que foi?
Não vai nem dar um abraço no pai? ficou mais de 10 dias sem me ver e é assim
que me trata? – falou ele brincando.
- eu estou
com vergonha de você pai – falei enchendo os olhos de água – me perdoa por ter
feito o que fiz.
- não se
preocupa filho – falou ele se sentando ao meu lado de me dando um abraço. – não
foi culpa sua. A culpa nunca é dá vítima.
- eu estou
te envergonhando – falei deitando a cabeça no ombro dele e chorando.
- você nunca
me envergonhou filho – falou ele alisando minhas costas – nunca. Filho nós
passamos por muita coisa e conseguimos passar por isso – falou ele beijando meu
pescoço ainda abraçado comigo.
- o Roman ia
me pedir em casamento pai – falei chorando abraçando ele mais forte – eu
estraguei tudo com o ele. O único homem que me amou do jeito que eu sou não
quer nem olhar na minha cara.
- Shhh –
chora não filho. Essa dor vai passar. Ele está com raiva agora, mas tenho
certeza que ele vai te perdoar – falou meu pai.
- eu não sei
pai, eu tenho medo de tê-lo perdido para sempre – falei soltando meu pai e
olhando para ele.
- você não
vai perde-lo – falou meu pai – você tem que aceitar a reação dele o que
acontece depois que ele tiver a reação é que conta.
- espero que
esteja certo – falei me levantando e vestindo uma cueca e depois uma bermuda
que estava na mochila e depois tirei o roupão.
Meu pai
tirou o tênis e se deitou no travesseiro do lado esquerdo da cama e eu dei a
volta e deitei a cabeça no travesseiro do lado direito e nós ficamos olhando
para o teto.
- o Roman
disse que eu não sou a pessoa que ele se apaixonou pai.
- ele disse
isso? – perguntou meu pai.
- sim e ele
está certo. Eu não gosto do homem que eu vejo quando olho no espelho. Eu queria
voltar a ser aquele garoto trabalhador e responsável que amava, ria e chorava
por coisas bobas. O garoto que sentia prazer em assistir a um bom filme e as
únicas preocupações era se comeria sorvete sabor chocolate ou baunilha.
- eu não vi
uma mudança assim tão drástica, mas talvez seja porque eu sou seu pai e você
sempre será meu garotinho, mas se você acha que mudou e é uma pessoa que não
gosta de ser sua única preocupação é não se esquecer quem você realmente é, mas
Mike você não pode mudar quem você é porque as outras pessoas não gostam mais
de você, cara eu gosto do Roman, mas você é um bom garoto e vai encontrar
alguém que te ame, agora se você quer mudar porque você não gosta do que vê no
espelho eu te dou todo o apoio.
- mas como
eu faço para voltar a ser quem eu era se o mundo não vai me deixar esquecer
quem eu sou agora?
Nós ficamos
olhando para o teto tentando encontrar uma resposta para essa pergunta e alguns
minutos depois meu pai reagiu.
- eu acho
que sei como – falou meu pai.
- como? –
falei curioso.
- e se você
passar alguns dias com seu tio Roger?
- no
Tennessee?
- sim. Seu
pai mora naquele interior afastado de tudo. Seria perfeito você poderia
refrescar um pouco a cabeça e até ajuda-lo na fazenda dele com os animais e a
plantação de milho.
- será pai?
- sim. Tenho
certeza quase seu tio vai te receber de braços abertos além de ser seu tio ele
é seu padrinho.
- depois do
vídeo duvido muito.
- Mike
depois que você beijou o garoto no parquinho quando era criança a primeira
pessoa que eu liguei foi meu irmão e eu contei o que tinha acontecido e sabe o
que ele me disse?
- o que?
- ele disse
que se acontecesse alguma coisa comigo e com sua mãe que ele criaria você com
muito orgulho.
- sério?
- sim –
falou ele olhando para mim – pode parecer que ele está distante de você, mas
ele me liga toda a semana perguntando como eu estou e pergunta por você. Ele
gosta muito de você Mike ele é pai solteiro como eu.
- faz mais
de 5 anos que não visito ele, hoje em dia meu primo está com quantos anos?
- 28 – falou
meu pai – ele já é um homem feito.
- nossa, faz
mesmo muito tempo.
- então, eu
posso ligar para seu tio e avisar que você vai para lá?
- eu não sei
pai. eu tenho medo de perder o Roman se eu me afastar dele.
- conversa
com ele antes filho, diz como você se sente e diz que vai passar um tempo fora
para poder se encontrar outra vez e pergunta se ele está disposto a te esperar.
Talvez ele só precise ficar um tempo sem você para perceber o quanto você faz
falta.
- ok –
respondi.
- você pode
me dizer o que decidiu amanhã porque hoje nós vamos comer seu bolo – falou meu
pai.
- meu bolo?
Que bolo? – perguntei fingindo não saber d oque se tratava.
- você acha
que eu sou bobo é? Achou que eu se esqueceria do seu aniversário? – falou ele
se sentando na cama e tirando algo do bolso.
Eu me sentei
na cama ao lado dele.
- comprei
isso para você – falou ele me entregando um pequeno pacote.
Eu peguei o
pequeno embrulho e abri, era uma pulseira de ouro escrita: “um dia após o
outro”.
- obrigado
pai – falei abraçando-o.
- você não
deve se preocupar com o futuro filho basta apenas viver um dia após o outro.
- gostei
bastante – falei beijando o rosto dele e logo em seguida coloquei a pulseira no
braço esquerdo.
- nós
podemos pedir um bolo e um champanhe mais tarde e comemorarmos apenas nós dois
o que você acha?
- perfeito –
respondi abraçando ele outra vez. – obrigado por essa ideia também vai ser um
jeito perfeito de fugir dessa febre da imprensa em tentar destruir as pessoas.
Só vou achar muito ruim porque vou ficar longe de você pai.
- você sabe
que eu não posso ir por causa do trabalho, mas eu vou estar aqui o tempo todo –
falou ele colocando a mão no meu coração.
- vai sim –
falei respirando fundo – mas eu preciso falar com adam primeiro. Eu preciso
pedir demissão para ele. Eu não quero mais trabalhar lá e também não quero
magoá-lo simplesmente não aparecendo mais. Ele é meu amigo e me ajudou sempre
que eu precisei.
- de muitas
maneiras – falou meu pai.
- o senhor
sabe?
- depois que
o Roman deu aquele for a na minha frente eu só confirmei o que eu desconfiava.
- está vendo
pai? Eu virei um prostutito sem vergonha, vagabundo e promiscuo.
- filho eu
vou dar o mesmo conselho que você me deu a pouco mais de um mês atrás: não
existe nada de errado com o sexo. Desde que os dois concordem o sexo é
libertador. a sociedade, principalmente as igreja, nos fazem acreditar que o
sexo é errado, sujo e ruim, mas a verdade é que o sexo é natural. Não existe
nada de feio no sexo desde que todos concordem. Se seu chefe não é gay, mas ele
transou com você eu não tenho o porque julgar você ou ele. Se os dois se
divertiram quem sou eu para dizer que não?
- você caiu
do céu papai – falei com vergonha dele.
- eu só
repeti o que você me disse e me ajudou muito no meu relacionamento com a
Vanessa.
- fico feliz
que estejam bem.
- graças a
você – falou meu pai – eu nunca iria me relacionar com outra mulher se você não
tivesse me dito para seguir minha vida aquele dia.
- fico feliz
por vocês – falei segurando a mão dele junto a minha.
- Roman está
no quarto da frente? – perguntou meu pai.
- sim.
- quando seu
pai Stephen chegar eu vou dar privacidade para vocês conversarem, eu vou ficar
lá com Roman.
- ok – falei
Agora eu
aguardava meu pai Stephen chegar afinal ele disse que queria estar ao meu lado
durante a campanha e eu iria decepcioná-lo, mas eu tinha certeza que ele
entenderia se estivesse no meu lugar.
Fiquei
deitado com meu pai por certo tempo e logo eu adormeci ao lado dele porque meu
pai Stephen estava demorando muito a chegar e o sono bateu. Por volta dás 18h00min
meu pai Larry me deu uma sacudida e chamou meu nome
- Mike? –
falou ele.
- o que? –
falei abrindo os olhos.
- seu pai
Stephen chegou.
Eu esfreguei
meus olhos e meu pai Stephen estava em pé ao lado de mim na cama.
- olá Mike –
falou ele.
- oi – falei
me sentando na cama.
- vou deixar
vocês a sós. Vou estar aqui em frente com o Roman.
- ok –
falei.
Ele abriu a
porta e saiu. Meu pai se sentou ao meu lado na cama.
- como você
está se sentindo? – perguntou Stephen.
- muito mal.
- por quê?
Só pelo vídeo? Não precisa se sentir mal por isso.
- se eu não
me sentir mal por isso não vou me sentir mal por nada. O mundo inteiro nesse
momento está fazendo download de um vídeo de me u fazendo sexo como eu posso me
sentir indiferente quanto a isso?
- eu sei, me
desculpa estou só tentando te animar.
- não
precisa pedir desculpas eu é que preciso afinal eu vou te prejudicar com isso.
- meu
adversário da campanha usou uma boa arma para tentar acabar com minha reputação,
mas não excelente isso é algo que eu consigo contornar.
- mesmo
assim eu sinto que devo me afastar.
- como
assim? – perguntou ele confuso.
- eu estou
pensando em passar um tempo com meu tio Roger, ele vive em Shelbyville no
Tennessee.
- não
precisa, você consegue passar por isso.
- não
consigo… eu não quero eu sinto que me tornei uma pessoa detestável.
- eu não te
detesto.
- eu me
detesto. – falei vendo que ele não queria que eu ficasse longe dele. – eu me
odeio pai, eu trai o meu namorado apenas por vingança e agora ele nem olhar na
minha cara consegue de tanto nojo que ele sente de mim. Eu sinto nojo de mim
nesse momento. Eu não pedi a vida que estou tendo e não vou conseguir viver com
ela.
- sinto
muito – falou ele – a culpa é toda minha eu não devia ter entrado em sua vida.
- a culpa
não é sua nem minha é a vida.
- eu te
entendo eu não sei como eu pude te incluir em toda essa bagunça eu devia ter
adivinhado que era muita coisa para você conseguir. – falou ele passando o
braço nas minhas costas e me abraçando.
- quer dizer
que o senhor não vai ficar com raiva de mim por colocar o rabo entre as pernas
e sair correndo? – falei olhando para ele.
- não. Essa
briga não é sua é minha eu não devia ter insistido para que participasse disso
eu só achei que seria melhor se você fizesse parte disso.
- eu entendo
seu lado também o senhor só queria o melhor para mim.
- só o
melhor – falou ele colocando a mão no meu ombro. – e se todos descobrirem para
onde você viajou?
- o pessoal
do interior vai botar todos para correr – falei rindo. – e meu tio Roger tem
porte de arma ele e a espingarda dele vão cuidar que qualquer pessoa indesejada
que os pés nas terras dele.
- nesse caso
tudo o que eu tenho a dizer é: boa viagem – falou ele me abraçando emocionado.
– vou sentir sua falta filho.
- também,
vou sentir sua falta.
- eu trouxe algo para você –
falou ele pegando um pacote que ele trouxe com ele e me entregando. Era um
envelope grande na cor camurça. – feliz aniversário – falou ele com um sorriso
me abraçando.
- obrigado –
falei abrindo o envelope.
- eu não
sabia o que te dar então conversei com Terry para que ele entrasse em contato
com a minha escola no ensino médio e procurasse por fotografias minhas e de sua
mãe e ele conseguiu várias. Não deu nem tempo de embrulhá-las ou fazer um álbum
porque Terry me entregou hoje quando eu entrei no avião para vir para cá.
Eu tirei várias
fotos de dentro do envelope. Fotos tiradas durante o último ano dos dois, no
baile de formatura, campeonato de líderes de torcida e do time de futebol
americano ao qual meu pai participava.
- eu nem sei
o que dizer – falei abraçando ele – o melhor presente que o senhor poderia me
dar – falei molhando os olhos de lágrimas.
- fico feliz
que tenha gostado – falou ele.
- muito, eu
vou guarda-las para sempre.
- olha a
última foto – falou ele.
Eu passei
todas as fotos e a última era uma foto do meu pai abraçado com minha mãe na
frente com a barriga de fora. Ela estava grávida de mim.
- esse sou
eu? – falei passando o dedo na barriga dela na fotografia.
- sim. A
única foto de nós três.
- essa foto
eu vou colocar em um porta retrato e levar comigo para o Tennessee. – falei
abraçando meu pai outra vez – muito obrigado – falei beijando o rosto dele.
- de nada.
- você tem
que ficar aqui meu pai e eu vamos pedir um bolo e comer para comemorar meu
aniversário.
- ok – falou
meu pai – na verdade eu tinha que ir embora daqui um a hora, mas esse será sue
primeiro aniversário que terá nós dois.
- obrigado –
quando disse isso o telefone do quarto ligou e eu atendi.
- boa tarde
desculpe incomodar o senhor Adam está aqui.
- pode deixá-lo
subir – falei.
- obrigada –
falou ela desligando.
- quem é? –
perguntou meu pai.
- é o Adam,
meu pai deve ter ligado dizendo que eu estou aqui. – eu disse isso me
levantando e abrindo a portas e indo até em frente eu bati na porta do quarto
de Roman.
Logo Roman
abriu a porta.
- olá –
falou ele.
- meu pai
está ai?
- está sim –
falou ele abrindo mais a porta e meu pai estava sentado em uma poltrona. – pai
o senhor ligou para Adam?
- sim. Ele
já chegou?
- sim, está
subindo – meu pai se levantou e se despediu de Roman.
- obrigado –
falei para Roman.
- por nada –
falou ele forçando um sorriso e em seguida fechou a porta.
Antes de
entrarmos no quarto o elevador se abriu e Adam apareceu. Vanessa estava com
ele.
- olá –
falei esperando eles chegarem e logo dei um abraço na Vanessa e depois Adam me
deu um abraço.
- vamos
entrando – falei.
Todos então
entraram no quarto.
- boa tarde
– falou meu pai Stephen cumprimentando todos.
- Mike como
você está? – perguntou Adam.
- eu estou
bem apesar dos apesares.
- sinto
muito pelo o que está acontecendo – falou Vanessa ao lado do meu pai Larry.
- eu é que
sinto por estar passando esse vexame, vocês devem estar morrendo de vergonha de
mim.
- que nada –
falou Adam – onde está Roman? ele está se dando bem isso?
- ele está
no quarto da frente, ele nem quis ficar aqui comigo. – falei.
- ele vai
esquecer isso – falou Adam – eu sei disso.
- todos
dizem isso, eu espero que vocês estejam certos.
- Mike você
não quer dizer nada para o Adam? – falou meu pai Larry.
- quero…
- o que? –
perguntou Vanessa – aconteceu algo?
- não, mas
vai. Adam eu queria falar isso pessoalmente para você – falei olhando para ele
– eu vou pedir demissão.
- Mike não
precisa, eu já te disse que…
- dessa vez
é sério.
- porque?
- Adam eu
vou viajar por um tempo. Vou para a casa do meu tio Roger no Tennessee eu
preciso desse tempo para saber quem eu realmente sou, tenho que fugir de tudo
isso.
- tem certeza?
– perguntou Adam – seu pai me contou quando me ligou, mas eu quero saber se
você pensou bastante nisso.
- nunca tive
tanta certeza na vida.
- tudo bem –
falou Adam – saiba que não estou feliz com isso, mas eu sou seu amigo além de
chefe e eu entendo que você precise de um tempo para se encontrar.
- obrigado
por entender – falei abraçando ele.
- saiba que
você será bem vindo de volta se um dia resolver voltar.
- eu não sei
se vou continuar com 5% da empresa se por acaso as coisas entre Roman e eu não
derem certo eu vou devolver.
- tudo bem –
falou Adam – mas não pense que eu me esqueci do seu aniversário.
- é mesmo! –
falou Vanessa vindo até mim e me dando um abraço – feliz aniversário Mike.
- obrigado
Vanessa.
- este é seu
presente – falou Adam me entregando um envelope – um presente meu do Xavier e
do Gray. Infelizmente eles não puderam vir aqui hoje, mas mandaram te dar os
parabéns.
Eu abri o
envelope e tinha uma foto dentro. A foto de um cavalo.
- esse é seu
presente – falou Adam.
- um cavalo?
– perguntei animado.
- sim.
- obrigado –
falei abraçando ele.
- seu pai me
ligou a umas três horas atrás me dizendo que você viajaria e eu decidi comprar
algo que você se lembrasse daqui e das pessoas que vivem em San Diego e te
amam.
- muito
obrigado – falei olhando a foto de um cavalo preto – você o comprou lá?
- sim. Seu
tio Roger intermediou o negócio. Quando você chegar ele já estará na fazenda.
- muito
obrigado mesmo – falei guardando a foto no envelope.
- então? –
falou meu pai – vamos comemorar seu aniversário?
- vamos –
falei – mas eu não quero comemorar aqui pai. Eu quero sair.
- tem
certeza? – perguntou ele.
- sim. O que
eu aprendi com vocês é que não devo ter vergonha do passado e sim saudades
então se eu me esconder significa que eles venceram. Eu quero sair e comemorar
meu aniversário assim como no ano passado.
- ok – falou
meu pai.
Nós
estávamos preparados para ir a um restaurante, mas eu queria que Xavier e Gray
estivessem lá.
- Adam
talvez Xavier e Gray possam vir. Diga para eles que eu gostaria muito que eles
fossem com a gente.
- vou ligar
para eles.
- vai ser
apenas nós? – perguntou meu pai Larry
- eu vou
chamar o Roman. Eu quero que ele vá, se ele não for eu vou ficar decepcionado
eu sei que o que eu fiz foi errado, mas quero que ele esteja comigo hoje.
- ele saber
que hoje é seu aniversário? – perguntou meu pai Stephen.
- não.
- tudo bem
então, nós vamos esperar vocês no saguão – falou meu pai Larry saindo com todos
do meu quarto e todos foram com ele.
Estava nervoso
por ir falar com Roman afinal eu não sabia como ele estava se sentindo em
relação a mim. Ou ele me amava ou me odiava completamente. Eu sai do meu quarto
e bati na porta do quarto dele e em seguida ele abriu.
- desculpa
te incomodar eu só queria perguntar se por acaso você não quer vir jantar com a
gente? Nós vamos a um restaurante.
- não,
obrigado – falou ele.
- ok –
respondi com o coração doendo.
Ele começou
a fechar a porta e eu decidi tentar outra vez.
- é meu
aniversário – falei e ele parou de fechar a porta e abriu outra vez. – hoje eu
faço vinte e dois.
- sério? –
perguntou ele.
- sim.
- bom… feliz
aniversário – falou ele estendendo a mão e eu apertei, mas eu não apertei só a
mão eu me aproximei e dei um abraço nele e ele alisou minhas costas – feliz
aniversário. – falou ele outra vez.
Eu então
olhei para ele com uma mão na cintura e outra no rosto dele:
- você vem
jantar com a gente?
- não, eu
não estou no clima.
Eu não
respondi nada e apenas olhei para ele e me aproximei para um beijo, mas ele
virou o rosto e eu me afastei dele.
- por favor,
Roman janta comigo hoje.
- por favor
Mike não insisti eu não quero sair com você hoje, nem com ninguém.
- eu vou
embora – falei esperando a reação dele.
Ele apenas
me olhou curioso.
- embora?
Para onde?
- eu vou
passar um tempo com meu tio Roger no Tennessee.
- muito
tempo? – perguntou Roman.
- vou ficar
alguns meses na verdade. Eu não sei exatamente quanto tempo, mas vou ficar lá
até eu sentir que sou eu outra vez é por isso que eu queria que você fosse. Por
favor, não me faz implorar. – ele olhou para o lado pensando e ficou assim por
alguns segundos que pareceram uma eternidade.
- eu vou –
falou ele.
- ótimo –
falei sem conseguir esconder um sorriso, mas ele não sorriu. – todo mundo está
nos esperando no saguão.
- ok, pode
ir descendo. Me dê uns 15 minutos e eu estarei pronto.
- tudo bem –
assim que eu respondi ele fechou a porta e eu fui em direção ao elevador. O
elevador me levou até o saguão onde todos esperavam.
- ele não
vai? – perguntou Larry.
- sim, ele
pediu para esperarmos ele por 15 minutos e ele vai descer.
- ok – falou
ele com um sorriso.
Nós
esperamos uns 15 minutos e logo Roman apareceu e cumprimentou todos.
- você vai
com quem? – falou meu pai assim que chegamos aos carros.
- com o
senhor o Roman não vai querer ir comigo.
- pergunta
pra ele – falou meu pai – insista Mike não se dê por vencido se você gosta
mesmo dele não desista você não é um garoto que desiste das coisas não desista
agora.
- ok – falei
– encontro vocês lá.
Eu fui
andando de volta até Roman que esperava o manobrista trazer sue carro.
- eu vou com
você – falei me aproximando dele.
- não pode
ir com um dos seus pais? – perguntou ele.
- posso, mas
eu quero ir com você.
- Mike você
não entende que não quero ficar perto de você? Eu não quero ter que ficar no
mesmo ambiente que você.
- o que é
isso Roman? Porque tanto nojo de mim? Eu sei que o que fiz foi errado, mas não
precisa me tratar como lixo.
- obrigado –
falou ele agradecendo o manobrista por ter trazido o carro – entenda que eu não
te quero, não agora e nem hoje.
- então
porque você vai a porcaria do jantar?
- porque eu
gosto muito do seu pai e respeito ele o suficiente para ir ao jantar do seu
aniversário. – falou ele – por favor, eu te peço, vá com um dos seus pais ou
com Adam, mas não venha comigo.
- ok –
respondi triste
Ele deu a
volta no carro entrou e logo deu partida. Eu fiquei lá em pé sozinho me
sentindo um pedaço de lixo. Eu olhei para o carro de Roman indo embora eu olhei
para o carro dos meus pais e de Adam e eles já tinham ido.
- Quer saber
de uma coisa? eu vou voltar lá para cima.
Eu então
entrei no hotel outra vez e voltei para meu quarto. Eu coloquei meu celular no
silencioso e me deitei na cama. Nem precisou muito esforço ou barulho as
lágrimas simplesmente escorreram pelo meu rosto à medida que eu lembrava de
tudo o que Roman tinha me dito. Eu estava sofrendo por amor como nunca tinha
sofrido antes o pior é que tinha sido tudo minha culpa.
Meu pai
Larry, Vanessa, Stephen e Adam foram os primeiros a chegarem ao
restaurante/boate que ficava em frente à empresa. Assim que eles encontraram
Gray e Xavier.
- boa noite
– falou Xavier apertando a mão de meus dois pais e em seguida foi Gray – onde
está o aniversariante?
- está a
caminho! – falou meu pai Stephen.
- acho que
algumas pessoas te reconheceram Stephen – falou Adam – elas estão olhando.
- fazer o
que? – falou ele se sentando a mesa com todos – eu não vou me esconder e não
comemorar o aniversário do meu filho.
Logo todos
pediram suas bebidas e ficaram esperando por mim.
- como ela
está? – perguntou Gray para meu pai Larry.
- está bem,
ele está muito confiante e está mais tranquilo agora que decidiu ir embora.
- nós vamos
sentir a falta dele – falou Gray.
- Felix
também – falou Adam.
- lembra do
que fazíamos a um ano atrás nessa mesma data? – perguntou Xavier.
- sim –
falou Vanessa – hoje é dia vinte e cinco de maio. Há um ano estávamos todos
comemorando o aniversário de Mike. Hoje estamos fazendo o mesmo só que dessa
vez em condições totalmente diferentes.
- é sim. –
falou Gray.
- vou sentir
falta do Mike na empresa – falou Adam – eu já estava acostumado a chegar e
encontra-lo todo preocupado com tudo.
- O que
aconteceu com Roderick? – perguntou meu pai Larry.
- eu não sei
– respondeu Adam – desde que eu descobri que ele e Scott estavam tramando junto
eu tenho ligado para os dois, mas o celular dos dois caem direto na caixa de
mensagem.
- eles não
estão nem ai – falou Stephen – eles conseguiram o que queriam e agora vão
simplesmente desaparecer com o dinheiro que receberam.
Logo eles
viram Roman entrar no restaurante.
- olha lá o
Roman – falou Vanessa.
- onde será
que Mike está? – perguntou meu pai levantando a garrafa de cerveja para que
Roman visse onde estavam.
- deve estar
lá fora pegando algo ou entrou primeiro e foi pegar bebidas – falou Adam.
Roman então
foi ao bar e ficou por lá tomando algo antes que fosse para a mesa. Depois de
15 minutos ele finalmente resolveu ir até a mesa.
- boa noite
– falou ele cumprimentando todos – vocês chegaram rápido – falou Roman.
- vocês que
demoraram – falou meu pai Larry.
- vocês
quem? – perguntou Roman.
- onde está
o Mike? – perguntou meu pai Larry – ele foi ao banheiro?
- o Mike não
veio comigo ele veio com vocês. – falou Roman.
- como assim
veio com a gente, ele se despediu de nós e disse que iria pedir para vir com
você.
Roman não
disse nada.
- onde ele
está? Mudou de ideia? Será que ele pensou que estávamos esperando por ele? –
falou meu pai se levantando e pegando o celular. Todos se levantaram e seguiram
meu pai para fora do restaurante
- pra dizer
a verdade… – falou Roman seguindo meu pai até fora do restaurante para fazer a
ligação – eu disse para ele ir com vocês? – falou Roman enquanto meu pai
escutava o celular chamando, mas ninguém atendendo.
- como
assim? – perguntou meu pai.
- eu só
disse que deveríamos vir separados.
- que tipo
de pessoa é você? – falou meu pai exaltado indo para cima de Roman, mas Gray e
adam ficaram entre os dois.
- se acalmem
– falou Adam.
- você viu
por tudo o que ele passou e deixou ele lá sozinho? Tem fotógrafos e repórteres
atrás dele e você o deixa sozinho? – falou meu pai nervoso.
- pensei que
vocês fossem espera-los – falou Roman.
- porque
vocês não podia trazê-lo? Você é melhor que ele? O que você tem de especial que
não pode andar no mesmo veiculo que ele? ok, Mike tranzou com outro cara e tem
um vídeo sobre isso circulando no mundo inteiro, mas não acha que deve superar
isso? é ele que está exposto para o mundo e não você – falou meu pai gritando e
apontando para Roman enquanto Adam tentava acalma-lo.
- se acalme
Larry o Mike não ia gostar de saber que vocês estão brigando – falou Adam.
- quer saber
Roman? Você não deve mesmo chegar perto de Mike, você não merece ele. – falou
meu pai indo em direção ao carro dele para me procurar.
- ele atendeu
o celular? – perguntou Adam.
- não –
falou meu pai parando de andar – vou ligar no hotel e perguntar se ele está lá.
Meu pai
ligou e alguns segundos depois a recepcionista atendeu.
- por acaso
tem alguém parado na porta do hotel? Um garoto de 20 e poucos anos com uma
camisa verde escura e uma bermuda Jeans azul que vai até um pouco depois do
joelho.
- não senhor
– falou ela.
- você pode
me informar se tem alguém no quarto 75?
- não, ele
saiu faz 40 minutos.
- muito
obrigado – agradeceu meu pai desligando o telefone. – ela disse que ele saiu a
mais ou menos 40 minutos.
- talvez ele
esteja vindo para cá – falou Gray.
- eu conheço
meu filho ele não vai vir aqui. Eu tenho certeza que ele deve ficado muito
chateado depois que aquele ali se recusou a trazê-lo. – falou meu pai. – o que
eu faço? E se ele fizer alguma besteira? ou desaparecer?
- ele pode
ter voltado para casa – falou Adam.
- pode ser –
falou meu pai – pode ter ido também para a casa de Denny. Eu sei que estão
brigados, mas eles são amigos.
- vamos
procura-lo – falou Xavier – podemos nos dividir para cobrir mais terreno.
- eu posso
pedir para rastrearem o celular dele – falou meu pai Stephen pegando o celular
e se afastando um pouco e ligando para Terry.
Roman então
deu uns passos e disse:
- eu posso…
- você fica
longe dele – falou meu pai interrompendo Roman – você já o machucou bastante
por um dia. Ao invés de apoia-lo como um namorado faria você só atirou mais
pedras do que todas as pessoas. Você não é digno de ter o amor de Mike, por
favor, apenas vá para a sua casa e esqueça que ele existe.
Roman não
disse nada e apenas ficou parado.
- eu posso
voltar ao hotel, talvez ele tenha voltado para lá – falou Adam.
- eu vou
para minha casa e na casa de Denny – falou meu pai
- Gray e eu
vamos procurar nos lugares em que ele costumava ir – falou Vanessa.
Quando
Vanessa disse isso Roman pareceu alarmado e preocupado.
- o celular
dele está no hotel – falou Stephen voltando – ou ele está lá ou deixou o
celular. Eu vou com você Adam
- tudo bem –
falou Adam.
- também vou
com você – falou Xavier.
Todos então
foram para seus carros e partiram a procura de mim. Gray ligou o carro e logo
partiu com Vanessa no banco do carona.
Eles então
seguiram viagem por 10 minutos até que Vanessa se lembrou de algo.
- Gray dá
meia volta eu sei onde Mike está – falou ela – vou ligar para os outros e
pedirem que eles voltem.
Vanessa
ligou para todos e disse que sabia onde eu estava e logo todos deram meia volta
e foram para o hospital onde Felix estava internado.
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