A SEPARAÇÃO capítulo vinte e cinco
V
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anessa e Gray foram os primeiros
a chegarem. Eles disseram que procuravam por um garoto que estaria no quarto de
Felix Conroy e ela disse que alguém tinha chegado a mais ou menos trinta
minutos.
Eles
entraram no elevador e assim que chegaram no andar eles foram pelo corredor e
abriram a porta. Estava sentado em uma cadeira ao lado da cama de Felix e eu
estava deitado com a cabeça na cama e meu braço esquerdo sobre o peito de Felix.
Eu continuei dormindo mesmo depois que eles tinham chegado.
- eu sabia –
falou Vanessa cochichando
Eu continuei
dormindo profundo em meus sonhos e pouco a pouco todos foram chegando. Adam,
Xavier, Stephen e Larry.
- ele estava
dormindo quando vocês chegaram? – perguntou meu pai Larry.
- do mesmo
jeito que ele está agora – falou Vanessa.
- acabou de
dar meia noite – falou Adam assim que seu relógio faz algum barulho parecido
com um despertador.
- que belo
modo de passar o aniversário – falou meu pai Larry.
- pode ter
certeza que não foi tão ruim – falou Xavier – ele está com quem gostaria de
estar.
- eu devo
deixa-lo dormir?
-
provavelmente não – falou Gray – ele vai acordar todo dolorido.
Meu pai Larry
se aproximou de mim e colocou a mão no meu ombro.
- Mike?
Mike?
Eu abri os
olhos devagar sem saber o que estava acontecendo. Eu limpei a baba que escorria
da minha boca.
- o que? –
falei com os olhos franzidos.
- vamos para
casa?
- eu só
queria me despedir do Felix – falei limpando os olhos.
- eu sei –
falou meu pai. – vamos para casa agora e você vai poder dormir na sua cama.
- é tudo o
que eu quero – falei me levantando e meu pai me guiou até a saída.
Eu acordei
na segunda-feira por volta dás 09h00min da manhã. Eu mal me lembrava o que
tinha acontecido na noite passada. Me lembro de ter ido ver Felix e de ter
adormecido. Eu lembro que meu pai me acordou e me levou até o carro e eu dormi
outra vez e não me lembro de ter chegado na minha cama, mas eu acordei nela.
Depois de
ter escovado meus dentes e ter tomado um banho demorado eu desci as escadas.
- bom dia –
falei para meu pai Larry e logo me assustei. Meu pai Stephen estava na cozinha
também. – bom dia – falei com um sorriso dando um beijo no rosto dos dois.
- dormiu
bem? – perguntou meu pai Larry.
- como um
bebê.
- eu que o
diga – falou meu pai.
- eu nem me
lembro de ter saído do carro ontem e ido para a cama.
- então você
estava sonambulo porque você estava de olho aberto e tudo o mais.
- nossa eu
estava tão cansado.
- também
depois do dia que você teve.
- você
decidiu ficar? – perguntei para meu pai Stephen.
- sim, mas
daqui a pouco um carro vem me buscar para me levar ao aeroporto.
- tudo bem –
falei tomando um copo de leite que eu peguei na geladeira.
- por falar
em viajar – falou Larry – seu pai já reservou o jato para a viagem para o
Tennessee.
- para
quando?
- amanhã ás
15h00min.
- o melhor
de tudo é que os repórteres vão pensar que você vai voltar para New Hampshire.
– falou Stephen.
- obrigado
por isso – falei me sentindo muito agradecido.
Logo eu ouvi
um carro buzinando na porta.
- minha
carona chegou – falou meu pai Stephen se levantando.
- mas já? –
falei largando o copo em cima da mesa.
- sim, eu
preciso ir eu juro que se não precisasse eu ficaria aqui até amanhã.
- eu
entendo, você precisa voltar e arrumar o estrago que eu causei.
- deixa de
ser bobo – falou ele vindo até mim e me dando um abraço forte – vou sentir sua
falta – falou ele beijando meu rosto.
- também –
falei beijando o rosto dele – obrigado pelo presente.
- não tem de
que – falou ele dando vários beijos no meu rosto. – eu te amo filho e assim que
der eu vou te visitar.
- vou
esperar por isso – falei indo até a porta com ele e com meu pai Larry.
- até mais
ver – falou meu pai Larry apertando a mão de Stephen.
- até –
falou Stephen respondendo e apertando a mão e dando um abraço no meu pai – vou
sentir falta de vocês dois.
- também –
falou meu pai.
Stephen
então entrou no carro e logo desapareceu no horizonte. Meu pai e eu voltamos
para dentro.
- bom… -
falei parado na cozinha tomando meu leite outra vez – acho que vou arrumar
minhas malas.
- não
precisa de pressa filho – falou meu pai – deixa pra arrumar mais tarde.
- ok –
falei.
Nós
continuamos a tomar o café da manhã e de repente Roman veio a minha mente e
todo aquele sentimento ruim apareceu. Eu sentia falta dele, eu queria saber
onde ele estava agora e o que tinha feito ontem à noite.
- e o Roman
pai? Apareceu mesmo na minha festa? Aquela que eu não fui?
- sim
apareceu e é bom que saiba logo por mim que nós dois brigamos.
- o que? –
perguntei surpreso;
- bom, na
verdade eu briguei com ele.
- por causa
de que pai?
- nossa filho, me irritou muito
saber que ele tinha se recusado a te levar. Ele está pensando o que? Que você é
uma prostituta barata que ele carrega só quando quer?
- nossa pai
que vergonha.
- não fica
filho. Foi como eu disse para ele ontem. Ele não merece seu amor e quanto antes
você aceitar isso filho vai ser melhor.
- você acha
que nós dois não vamos dar certo?
-
sinceramente? Se Roman é o tipo de homem que ele mostrou ser ontem á noite…
não. Vocês não tem chance e o azar vai ser o dele porque ele que vai sair
perdendo.
- não fala
assim pai eu gosto tanto dele.
- eu sei
filho só estou dizendo isso agora para que não sofra no futuro. Eu queria muito
que vocês dessem certo.
- vou sentir
muito a falta dele enquanto estiver viajando – falei engolindo o último pedaço
de bolo na minha mão – e imaginar que a última coisa que ele me disse foi que
não queria ficar no mesmo ambiente que eu.
- ele disse
isso? – perguntou meu pai.
- pelo amor
de deus pai não vai brigar com ele por causa disso. Esquece o senhor já brigou
ontem e disse o que tinha que dizer.
- ok – falou
meu pai terminando de comer e indo lavar o que sujou. – então já escolheu um
nome para o seu cavalo?
- ainda não.
Vou dar o nome assim que eu vê-lo pessoalmente, mas prometo que te ligo dizendo
o nome que escolhi.
- eu vou
ficar ansioso para saber – falou meu pai.
- também vou
sentir a sua falta. – falei olhando para fora olhando para o céu – vou sentir
falta de muitas coisas.
- você vai
criar raízes lá também – falou meu pai – agora eu vou ligar para o Roger e
combinar tudo direitinho para amanhã.
- ok – falei
vendo meu pai sair da cozinha e indo até a sala e pegando o celular dele.
Eu terminei
meu lanche e lavei o que tinha sujado e subi para meu quarto para arrumar
minhas malas afinal não tinha o que esperar afinal a viagem aconteceria.
Enquanto eu
arrumava minhas malas eu pensava em tudo o que eu deixaria para trás. Meus
amigos, minha cidade, meu “namorado”, Felix… tudo o que eu levaria comigo seria
a bagagem e as lembranças.
Depois que
arrumei tudo eu desci as escadas
- filho –
falou meu pai na sala – eu conversei com seu tio e ele vai estar te esperando
no Aeroporto municipal de Shelbyville.
- já
combinou a hora certinha?
- sim. Seu
voo vai chegar por volta dás 19h00min.
- tudo bem –
pai eu posso te pedir uma coisa quando eu estiver fora?
- pode.
- visite o Felix
pra mim. Eu jurei que iria visita-lo todas as semanas.
- eu visito
sim, quando eu não puder eu peço para o Adam ou alguém visita-lo no meu lugar.
Pode ir tranquilo o Felix não será esquecido.
- obrigado
pai – falei beijando o rosto dele. – eu tenho que avisar o Roman que eu vou ir
embora amanhã.
Eu vi que
meu pai não gostou do que eu tinha falado.
- o que foi
pai?
- filho ele
sabe que você vai embora você não precisa avisá-lo. Se ele gosta mesmo de você
ele vai aparecer para se despedir, se ele não vier significa que vocês não são
mais nada.
- mas não
pode acabar simples assim pai.
- eu sei
Mike, mas é um modo de acabar. Não é o certo, mas significa que acabou.
- tudo bem –
falei me sentindo triste. Meu pai tinha me dado um choque de realidade e doía
muito ver finalmente o que estava na minha frente.
Na
terça-feira eu tinha almoçado meu último almoço com meu pai e já estava pronto
para ir ao aeroporto quando o interfone tocou e eu fui atender.
- pois não?
– falei atendendo.
- Mike, sou
eu… Denny.
- Denny?
- sim, eu
vim me despedir de você.
- ok eu vou
abrir o portão.
Eu desliguei
o interfone e olhei para meu pai.
- você não
pode ir e não se despedir do seu melhor amigo.
- ele não é
meu amigo pai ele deixou bem claro.
- então
porque ele veio? – falou meu pai.
Eu então fui
até a porta e abri e vi Denny.
- olá –
falou ele.
- vamos
entrar – falei.
- ok – falou
Denny entrando. Nós logo entramos pela porta da frente e chegamos a sala.
- boa tarde
– falou meu pai.
- boa tarde
– falou Denny. – Larry eu queria pedir desculpas para você pelo o que eu falei
para Mike.
- não é a
mim que você deve pedir desculpas – falou meu pai com um sorriso – vou estar lá
em cima de precisarem de mim.
Ele então
desapareceu nas escadas.
- Mike me
desculpa pelo o que eu disse a você. – falou Denny.
Denny e eu
tínhamos brigado feio quando descobriu que eu tinha perdoado Roman na época em
que ele tinha me traído. Ele me disse algumas coisas ruins e eu tinha realmente
me decepcionado com ele.
- Não
precisa se desculpar Denny;
- Preciso
sim – falou Denny – Eu não tinha direito de falar as coisas que falei sobre
você..
- vamos
esquecer isso. que tal?
- ótima
idéia.
- eu queria
tanto ter te visitado antes, mas estava com vergonha de você.
- deixa de
ser bobo podia ter vindo.
- seu pai me
ligou e eu tive que vir me despedir de você afinal meu melhor amigo vai embora
de San Diego para tão longe – falou ele me dando um abraço e eu correspondi.
- eu vou
sentir sua falta também – falei – você pode me visitar quando puder.
- eu vou sim
– falou Denny limpando as lágrimas do rosto dele.
- eu preciso
ir agora para o aeroporto. Não quero me atrasar porque se não meu tio vai ficar
me esperando.
- ok – falou
ele.
Meu pai desceu
as escadas e logo que fechou toda a casa nós nos despedimos de Denny e entramos
no carro.
O sol estava
forte e o clima seco. Nós seguimos até o aeroporto e entramos com o carro
dentro do estacionamento e fomos andando até a área onde estava o jato e de
longe vimos ele parado. Eu vi que Vanessa estava perto do jato e ela acenou
assim que nos viu. Nós nos aproximamos e ela me deu um abraço.
- vou sentir
sua falta – falou ela.
- também vou
sentir a sua – falei olhando para ela com os olhos cheio de água – vou sentir
falta de tudo.
- boa viagem
filho – falou ele me abraçando e dando um beijo no meu rosto – vou sentir sua
falta, mas lembra-se se quiser voltar o pai vai estar aqui de braços abertos.
- obrigado
pai, vou sentir sua falta também.
Logo
colocaram minha bagagem dentro da aeronave. Eu me virei e fui em direção ás
escadas e comecei a subir. Uma brisa gelada passou por mim. Antes que eu
entrasse meu pai me chamou.
- Mike –
falou ele.
Eu me virei
e olhei para ele.
- espera um
pouco – falou meu pai apontando para longe. Eu vi Roman ao longe. Eu desci as
escadas rapidamente.
- eu liguei
para ele – falou meu pai – enquanto você conversava com Denny.
- por que? O
senhor disse que ele não me merece.
- quem sou
eu para dizer isso? sou só um homem tolo tentando proteger o filho.
- obrigado
pai – falei andando na direção de Roman.
Logo nós
ficamos frente a frente. Roman tirou os óculos escuros que usava e ficou
segurando com a mão.
- oi – falou
ele.
- oi.
- você vai
mesmo?
- vou sim.
- eu pensei
que você não fosse – falou Roman.
- porque
pensou isso?
- não sei. É
que tudo aconteceu tão rápido
- porque
você não me procurou ontem?
- eu não
queria irritar seu pai, mas eu tive que lutar muito comigo mesmo para não
aparecer lá.
- e queria
ir tanto por que?
- para te
pedir perdão pelo jeito que eu te tratei no domingo. Seu pai abriu meus olhos
aquele dia porque ele está certo. Eu não agi como seu namorado.
- não agiu
mesmo, desculpa te falar isso, mas você me magoou muito por ter me tratado
daquele jeito.
- me perdoa
– falou ele se aproximando de mim e colando o corpo dele junto ao meu. Ele
segurou meu rosto com a mão direita e eu fechei os olhos sentindo o toque dele
outra vez.
- não tenho
opção – falei ainda de olhos fechados – eu te perdoei 10 minutos depois.
- você tem
um coração muito bom Mike, quem dera meu coração fosse como o seu.
- quer dizer
que não me perdoou pelo o que eu fiz? – falei abrindo os olhos.
- eu te
perdoei – falou ele me dando um selinho na boca. – mas eu acho que devemos dar
um tempo sabe. Aproveitar essa sua viagem para espairecer.
- tudo bem –
falei dando outro selinho na boca dele. – mas nós vamos conhecer outras pessoas
nesse meio tempo? Porque se sim, eu sei muito bem como vai acabar então seria
melhor terminarmos logo de uma vez.
- não –
falou Roman – não vamos conhecer outras pessoas – falou ele.
- tudo bem
então – falei dando um beijo na boca dele e ele correspondeu meu beijo e nós
nos beijamos por um bom tempo sentindo o sol na nossa pele.
Nós então
fomos de mãos dadas até a escada e paramos antes que eu subisse. Eu me virei e
o abracei outra vez e começamos a nos beijar.
Eu apertava
a nunca dele enquanto minha outra mão alisava as costas dele. Roman segurava
meu rosto com as duas mãos.
- eu te amo
– falou ele me dando dois selinhos.
- também te
amo – falei começando a chorar. Roman então em abraçou e tentava me acalmar.
- não chora
– falou ele me afagando – nós só vamos dar um tempo.
- vou sentir
sua falta.
- também vou
sentir a sua, mas é para isso que serve dar um tempo no namoro ficar distantes
por um certo tempo para termos certeza que gostamos um do outro.
- eu sei –
falei – mas quando eu voltar nós vamos continuar de onde paramos certo?
- certo –
falou ele beijando minha boca e depois minha testa.
Eu então me
despedi de todos outra vez e subi as escadas entrando no jatinho e assim que me
sentei na poltrona eu comecei a chorar. Eu agora era uma página em branco
esperando para ser preenchida nessa nova fase da minha vida.
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