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capítulo vinte e oito
ENTRE DOIS SOLDADOS |
PARTE I
sexo tinha sido maravilhoso. Me sentia muito
feliz por Ralf e eu termos nos aberto quanto ao que nós gostamos na cama.
Sentia que agora nós estávamos evoluindo como um casal. Eram passos de bebê,
mas já era alguma coisa. Estava no banheiro tomando um banho demorado para ir
até a casa de Luke. Confesso que no começo eu não queria ir, mas depois de
fazer amor com Ralf e receber a ligação de Gray eu me animei. Enquanto tomava
meu banho Ralf por sua vez já tinha saído de dentro do box e agora estava de pé
em frente ao espelho do banheiro aparando a barba com uma tesoura. Ele estava
apenas de toalha deixando a barba bem aparada.
Depois de terminar meu banho sai do banheiro enrolado na toalha e vesti
a minha cueca e minha calça jeans. Me sentei na cama para calçar o meu tênis e
Ralf saiu do banheiro. Ele tirou a toalha e vestiu sua cueca e vestiu sua calça
jeans azul e se sentou ao meu lado na cama para calçar seu tênis.
- gostei muito de você ter se aberto comigo – falei puxando assunto.
- você gostou mesmo? – perguntou ele com um sorriso. Ele parecia sem
graça – eu fiquei com tanta vergonha.
- gostei sim. Eu gostei desse seu lado na cama.
- que bom, eu fiquei um pouco retraído com medo de você achar estranho
ou não gostar.
- isso é o que um casal faz. Não sei se tenho muita experiência em minha
mente, mas acredito que é assim que as pessoas fazem. Conversam uma com a outra
para se resolverem.
- na verdade eu queria falar com você sobre algo – falou Ralf pensativo.
- o que é? Algum problema?
- não. Na verdade eu encontrei um amigo seu. Faz umas duas semanas mais
ou menos.
- amigo?
- sim. Lembra quando fui até a Best Buy comprar um novo carregador para
o seu iPhone?
- sim. Lembro.
- pois é. Foi nesse dia. Um rapaz chamado Adrien me parou e disse que te
conhecia.
- Adrien?
- sim. Você o conhece?
- conheço – falei com raiva – ele é filho do meu ex – fiquei puto ao
ouvir Ralf dizer aquilo – olha seja lá o que Adrien tenha dito não é verdade.
Ele nunca gostou de mim e do pai dele juntos e fazia de tudo para infernizar
minha vida. Ele é um neonazista idiota. Um racista filho de uma puta.
- sério? – perguntou Ralf.
- sim. Não acredite em nada do que ele disse.
- teve uma coisa que ele me disse que me deixou um pouco intrigado.
- o que?
- ele disse algumas coisas sobre você e o Kevin.
- sim, mas o que ele disse que te intrigou?
- ele disse que você gostava de sexo… com outro homem… a três.
- isso é idiotice Ralf. Não acredite em nada do que ele disse – falei
com raiva. Torcia para que Ralf não insistisse nesse assunto e simplesmente
aceitasse que era uma mentira.
- você tem certeza?
- claro – falei desviando o olhar me focando em meu tênis.
- porque não diz isso olhando nos meus olhos?
- o que você quer que eu diga? – falei olhando para Ralf.
- você acabou de dizer que um casal deve conversar. Não seja hipócrita.
Odiaria que você tivesse vergonha ou se sentisse desconfortável perto de mim.
Eu me senti livre e confortável para falar o que gostava. Quero que sinta o
mesmo.
Respirei fundo e fechei os olhos. Não queria estar naquela situação. A
última coisa que eu queria era que o meu passado voltasse.
- olha Ralf isso faz parte do meu passado.
- mas você é o seu passado. Você não se lembra, mas é você.
- eu admito que no começo quando eu descobri que Kevin e eu tínhamos essas
aventuras eu fiquei com vergonha de mim mesmo. Eu queria nunca ter lembrado.
- e agora?
- agora que eu estou voltando a me lembrar de tudo eu admito que essa
ideia seja tentadora, mas faz parte do meu passado e não do nosso futuro.
- então você tem vontade de ir pra cama comigo e com outro homem?
- não. Não tenho – falei segurando a mão dele. Eu te amo.
- eu também te amo – falou Ralf com um sorriso – e mesmo assim eu bati
na sua cara e te chamei de puto – falou Ralf.
- isso é diferente.
- não. É a mesma coisa. É algo que eu gosto na cama. Gosto que você seja
submisso. Eu fiz isso com minhas ex-namoradas. Incluindo Kyara. Admito que com
elas não chegou nem perto do que eu senti quando fiz com você.
- isso é informação demais para mim – falei me levantando e vestindo
minha camisa – eu não quero saber o que você fazia na cama antes de mim.
- o que eu estou tentando dizer é que eu gosto de ser um pouco bruto na
cama. Gosto que você olhe para mim e me deseje. Gosto que me obedeça.
- e eu não em importo. Gosto do Ralf autoritário.
- pois então? – falou Ralf vestindo a camisa dele. Ele começou a abotoar
os botões – não precisa ficar com vergonha de mim. Eu não sou nenhum quadrado.
Eu posso ter ido para a guerra por amor ao meu país, mas eu não sou um homem do
século passado. Eu vivo nesse século, sabia?
- eu sei Ralf. Vamos encerrar esse assunto.
- está vendo? Você é que está sendo o quadrado da história.
- quadrado não. Só não quero lembrar do meu passado.
- irônico – falou Ralf penteando os cabelos – lembrar do passado é tudo
o que você tem tentado fazer desde que sofreu o acidente.
- Ralf você tentou se matar por ser gay. Você não está preparado para
descobri o que eu gosto ou não na cama.
- eu nunca disse que tentei me matar por ser gay. As lembranças da guerra
me fizeram tomar aqueles comprimidos. Você é que deduziu que era porque eu era
gay.
- mas você pediu uma semana. Você pediu uma semana para contar á Kyara.
- porque eu queria poupar os sentimentos dela. Eu nunca me apaixonei por
um homem antes Max. Você foi o primeiro homem ao qual me apaixonei e eu estou
bem com isso.
- Viu só? Adrien conseguiu o que queria. Fazer a gente brigar.
- nós não estamos brincando. Você disse que devemos ser sinceros.
- tudo bem – falei respirando fundo olhando para Ralf – o que você quer
saber?
- você fazia sexo a três com seu ex namorado?
- sim. Fazia, mas naquela época eu usava drogas. Eu detesto essa parte
da minha vida.
Ralf pareceu surpreso ao me ouvir dizer aquilo.
- OK – falou ele pensativo – eu realmente não quero que você volte a
usar drogas, mas você gostava de fazer sexo a três?
- gostava.
- tudo bem – falou Ralf se virando.
- É isso? Só isso que você queria saber?
- sim.
- o que você vai fazer?
- nada – falou ele olhando para mim.
- Olha Ralf eu não quero ser rude, mas eu peço que não toque mais nesse
assunto.
- OK – falou Ralf olhando para mim – você está pronto?
- sim – falei colocando meu perfume.
- então vamos – falou Ralf pegando a chave do carro dele.
Era estranho ver Ralf falar sobre aquelas coisas. Eu sempre tive uma
visão diferente dele como se ele fosse um homem dos anos 90. Das antigas, sabe.
Mas parece que Ralf é mais moderno do que eu imaginava. Porque eu estaria
surpreso? Casei-me com um homem que conhecia á pouco mais de um mês. Eu estava
sendo injusto com Ralf. Ele queria me conhecer. Não só sobre minha vida fora do
quarto, mas na cama. Ele me mostrou que na cama ele pode ser tanto romântico
quanto safado. Todo esse tempo o meu maior medo era de que Ralf descobrisse o
meu passado e não gostasse mais de mim, mas pelo o que parece ele estava tudo
bem com aquilo. Ele estava mais confortável com o meu passado do que eu. Talvez
não devesse ser tão rude com ele.
Luke mora em umas das partes mais nobres de Miami. Ele tem uma casa á
beira mar. Não era bem uma casa era mais como uma enorme mansão. Tinha ido
algumas vezes visitar Lea nas últimas semanas. Ela tinha uma enorme piscina e
uma cascata com visão para o mar. Era uma casa enorme e linda. Quando chegamos
á mansão de Luke os portões se abriram e nós entramos com o carro. Nós seguimos
até a entrada da casa e estacionamos na enorme garagem. Saímo-nos do carro e
Ralf pegou uma mochila. Ela continha roupas já que existe chance de passarmos a
noite. Além de roupas de banho.
A grande mansão tinha longas paredes de vidro. Ela tinha um tom mais
moderno do que rústico. Era basicamente tudo em tom acinzentando, branco e tudo
de vidro. Até a piscina era de vidro em alto relevo. A casa ficava de costas
para o mar e é claro nos fundos havia um iate.
- já vim aqui algumas vezes, mas toda vez que venho eu fico de boca
aberta – falei caminhando de mãos dadas com Ralf.
- Realmente é uma casa linda.
Nós cegamos á porta de entrada e Ralf tocou a campainha e a porta se
abriu. Eu estava com um sorriso esperando por Luke, mas na verdade era Kyara.
Meu sorriso desapareceu.
- Kyara? – perguntei surpreso.
- olá – falou ela sem expressão. Ela apertou minha mão e depois a de
Ralf.
- o que está fazendo aqui? – perguntou Ralf quando nós entramos.
- ela veio comigo – falou Amanda aparecendo. Ela estava apenas de
biquíni – espero que não se importem – falou Amanda me abraçando e depois
abraçando Ralf.
- não me importo – falei mentindo. Era no mínimo estranho ter Kyara lá.
- eu só quero dizer que o passado é passado – falou Kyara.
- tem certeza? – perguntei enquanto caminhávamos pela sala. Era tudo tão
iluminado. As escadas que levavam para o segundo andar também eram de vidro.
- sim. Eu na verdade vim acompanhado. Trouxe meu namorado – falou Kyara
tomando um gole de uma bebida cor de rosa – ele está na piscina. Havia uma
música não muito alta tocando – só espero que possamos deixar o passado para
trás.
- acho que sim – falou Ralf.
- seus pais também vieram – falou Amanda.
- meus pais estão aqui? – perguntou Ralf.
-sim. Lá nos fundos.
Amanda saiu andando com Kyara e eu fiquei para trás com Ralf.
- meu deus – falei colocando as mãos na cabeça – Amanda convidou todo
mundo. Espero que Luke não tenha se importado.
- vamos lá procurar meus pais – falou Ralf segurando na minha mão e nós
caminhamos pela sala, chegamos á cozinha e lá do lado de fora através da parede
de vidro nós vimos à piscina e logo a frente o mar. Kyara estava sentada a
beira da piscina com um homem de óculos escuros e Amanda estava dentro da piscina.
- oi filho – falou Randy caminhando até nós. A mãe de Ralf o acompanhou.
- oi pai – falou Ralf abraçando o pai e depois mãe.
- olá Sr. Falconer. Sra. Falconer – falei apertando a mãos dos dois.
- então vocês vieram? – perguntou Ralf.
- sim. Amanda nos contou que essa era um tipo de comemoração pela
recuperação do Max e sua então Ellen e eu decidimos que não podíamos faltar.
- que bom que vieram – falei olhando em volta na cozinha – o que vocês
estão fazendo?
- preparando algo para comer – falou Ellen voltando ao fogão.
- sim – falou Randy voltando á bancada para cortar algumas verduras –
nós queríamos ajudar de alguma maneira.
- eles insistiram! – falou Luke chegando á cozinha.
- oi Luke – falei apertando a mão dele e Ralf fez o mesmo.
- eu disse que não precisava, mas eles insistiram em fazer o almoço.
- jantar – falou Ellen sorrindo – o jantar. Já são quase três horas da
tarde então será o jantar.
- sim – falou Luke rindo – o jantar.
- espero que não tenha se importado por todos estarem aqui – falei
cochichando.
- não me importo. Todos estão aqui para celebrar a recuperação de vocês
três – falou Luke com um sorriso.
- é verdade. Onde está Lea? Posso vê-la?
- claro. Ela está no segundo andar – falou Luke seguindo até a sala.
Nós subimos as escadas e ao chegarmos no segundo andar Luke mostrou o
quarto onde nós poderíamos dormir. Ralf colocou a mochila em cima da cama e
seguimos Luke até o quarto dele.
Achei estranho que Lea estivesse no quarto dele, mas logo aquele
sentimento de estranheza deu lugar á uma alegria. Lea estava de pé em frente ao
espelho. Ela deu um sorriso e caminhou até nós. Devagar e com cuidado, mas ela
conseguiu caminhar.
- você está conseguindo caminhar? – falei abraçando Lea.
- é claro – falou ela com um sorriso abraçando Ralf.
- não acredito.
- é como se eu tivesse nascido de novo – falou ela dando uma volta – o
que acharam da minha roupa?
- Maravilhosa.
- eu comprei de presente para ela – falou Luke ficando ao lado de Lea.
Era um vestido vermelho. Era muito bonito.
- eu adorei – falou Lea aproximando-se de Luke e dando um beijo na boca
dele.
- o que é isso? – perguntei surpreso.
- desculpa, não é assim que eu queria que descobrissem – falou Luke com
um sorriso ficando ao lado de Lea.
- nós estamos juntos.
- fico feliz – falou Ralf.
- eu também – falei rindo – estou surpreso, mas feliz – falei abraçando
Lea – esse vestido não é um pouco chique demais para uma festa na piscina?
- eu só queria que me vissem nele – falou Lea com um sorriso – vou me
trocar. Luke prometeu que hoje eu vou poder entrar na piscina.
- não é perigoso? Quer dizer, você ainda está se recuperando…
- sim, mas a recuperação tem sido rápida. Eu tenho feito fisioterapia
todos os dias. Além do mais Luke vai entrar comigo. A médica disse que nadar
ajudaria a voltar a ter os movimentos dos braços e das pernas mais rápido.
- sim. Na terça ela vai começar a hidroterapia então será bom pra ela já
entrar na piscina para se familiarizar.
- isso é ótimo – falei sorrindo – eu ainda estou surpreso por vocês
estarem juntos. Estou feliz. Muito feliz de ver que está tudo se ajeitando.
- vocês também vão entrar na piscina né? Espero que tenham trago roupa
de banho.
- sim. Eu trouxe – falou Ralf.
- eu não. Eu não sei andar.
- Sim. Eu coloquei na mochila.
- mas eu não sei nadar.
- eu posso te ensinar. Sou um soldado. Sobrevivi a uma guerra. Acho que
consigo sobreviver ao seu mau humor.
- que mau humor?
- você odeia quando eu tento te ensinar algo.
- isso não é verdade. Eu só não gosto de não saber. Me irrita não saber
de algo.
- Exato e quando eu vou te ensinar você fica de mau humor. Lembra quando
eu tentei te ensinar a fazer Poutine e você se irritou?
- Enfim… - falei tentando mudar de assunto – se Ralf quer ser o
professor eu serei o aluno – falei olhando para Luke e Lea.
- ótimo. Quero que todos se divirtam.
Nós saímos do quarto e ouvimos a campainha tocar. Nós descemos as
escadas e Luke foi até a porta. Quando ele abriu a porta eu vi Laila e Ursula.
- Max são mais amigos – falou Luke.
- olha o tamanho dessa barriga – falei olhando para Ursula.
- completo dezoito semanas hoje – falou Ursula com um sorriso.
Abracei Laila e vi que elas não estavam sozinhas. Jeremy e Julia – que
são os pais do bebê de Ursula – estavam com elas.
- olá – falei dando boas vindas á Jeremy e Julia.
- espero que não se importe – falou Ursula.
- claro que não – falou Luke.
- nós aparecemos de surpresa para visitar Ursula e ela disse que estava
indo para uma festa – falou Jeremy.
- espero realmente que não estejamos atrapalhando – falou Julia.
- não estão – falei rindo cumprimentando ela.
O que era pra ser um pequeno almoço estava se tornando uma festa de
grandes proporções. No começo estava preocupado, mas percebi que essa era a
intenção de Luke. Sempre foi. Era apenas para comemorar a nossa recuperação.
Era bom estar rodeado daquelas pessoas. Eram apenas pessoas de bem que se
importavam conosco. Faz tempo que não me sinto tão bem. Só que aquilo me fazia
sentir saudades do meu pai. Com certeza ele estaria ali se tivesse chance.
Cerca de uma hora se passou. Havia uma mesa de frios na cozinha e vários
tira gostos. Lá fora todos estavam em volta da piscina. Ralf tomava cerveja ao
lado de Luke. Eles pareciam conversar. Ursula estava na piscina e Jeremy
pareceu bem protetor. Com certeza preocupado com o bem estar de Ursie e de seu
bebê. Randy também tomava uma cerveja enquanto ajudava com o almoço junto com
Ellen. Eu tomava apenas refrigerante e a música agora tocava um pouco mais alta
do que quando Ralf e eu chegamos. Peguei meu copo de refrigerante e fui até lá
fora. Kyara estava na piscina com o novo namorado que ela me apresentou. Ele se
chama Eric. Fiquei feliz por saber que ela tinha seguido com sua vida.
Ralf estava sem camisa deitado em uma cadeira de praia ao lado de Luke e
eu não pude evitar olhar a luz do sol refletindo em seu corpo. De repente
aquela conversa que tivemos veio até minha cabeça. Eu caminhava na direção de
Ralf e de repente eu desviei. Disfarcei e dei meia volta. Laila e Amanda
conversavam enquanto Jeremy revezava entre olha Ursula e olhar para mim. Jeremy
estava bebendo e ás vezes eu tive impressão de que ele ficou me dando umas
olhadas. Tentei ignorar as olhadas de Jeremy e voltei para a cozinha. Percebi
que Julia também estava lá ajudando no almoço.
- Max! Me ajuda! – gritou Lea no andar de cima. Eu me assustei e sai
correndo.
- Estou indo! – falei rapidamente enquanto subia as escadas – o que
aconteceu? – perguntei vendo Lea com uma roupa mais apropriada para o dia. Um
shortinho curto e uma bata azul transparente com sandálias confortáveis.
- eu quero que me ajude a descer as escadas. Ainda tenho medo de descer
sozinha.
- você quase me matou do coração.
- eu sei – falou ela rindo. Ela segurou em minha mão e nós descemos um
degrau. Antes de colocar o outro pé no degrau de baixo eu hesitei. Olhei para
Lea e ela ficou me encarando – o que foi?
- nada é que… será que poderíamos ficar aqui em cima mais um pouco? Eu
queria conversar com você.
- OK.
Nós subimos de volta e caminhamos até o quarto de Luke. Lea fechou a
porta e nós nos sentamos na cama. Lea ficou olhando para mim sem dizer nada por
um tempo e em seguida ela não conteve o sorriso. Eu ri junto com ela e em
seguida nós estávamos gargalhando.
- como nós acabamos assim? – falei tentando conter a risada – você é
Luke? Quem diria.
- Se você tivesse me dito que eu estaria namorando ele eu também não
acreditaria.
- não estou te julgando – falei parando de rir – só que eu nunca
imaginei. Existem alguns casais que a gente nunca imagina. Você e Luke são um
desses.
- eu sei como é. Eu nunca imaginaria que estaria apaixonada por um homem
quinze anos mais velho do que eu, mas é assim que acontece.
- pois é a vida muda – falei pensando em Ralf – quando eu estive naquele
aeroporto eu nunca imaginei que eu estaria casado com aquele soldado.
- nem me diga. Eu ainda não te perdoei por não ter me chamado para o
casamento.
- me perdoa. Foi de última hora.
- OK – falou ela rindo.
- O que está acabando comigo no momento é que atualmente eu me encontro
em um dilema.
- qual?
- Ralf tem meio que mudado…
- Em que sentido?
- acho que no sentindo bom… ele tem se soltado. Tem sido mais direto e
sinceramente tem se mostrado mais aberto.
- do que estamos falando exatamente?
- Ralf descobriu sobre as coisas que eu fazia antes do acidente.
- você está se referindo a que? Porque você fazia muitas coisas
duvidosas.
- ele descobriu sobre minha vida sexual agitada. Vamos chamar de
‘agitada’.
- e o que ele disse?
- que está tudo bem. Essa é a parte que mais me espanta. Pela conversa
que tivemos hoje antes de vir à festa ele deu a entender que se eu quisesse ele
aceitaria fazer sexo a três.
- e você?
- Eu o que?
- gosta?
- Tudo o que sei é que não quero fazer nada que chateava meu pai. Toda
vez que penso nisso eu lembro que eu mandei aqueles vídeos e que eu fiz a vida
do meu pai um inferno.
- o problema não era o sexo – falou Lea – nenhum pai quer saber sobre a
vida sexual do filho. O que irritava e o chateava eram os vídeos. Você não
precisa ficar pensando no nosso pai. Ele ficou chateado na época que o fez, mas
ele te amava quando morreu. Ele nunca deixou de te amar.
- então o que eu faço?
- você e Ralf são adultos. Façam o que quiserem.
- Eu poso tentar, mas acho difícil.
- eu devo admitir que tenho uma certa fantasia em fazer sexo a três.
- outra mulher?
- que nada. Outro homem – faloi Lea rindo.
- OK, agora eu vou tentar não imaginar essa cena.
- acredite. Eu vi os seus vídeos. Imaginar é a melhor opção.
- OK – falei me levantando.
Nós saímos do quarto e eu ajudei Lea a descer as escadas. Ela foi até a
cozinha e eu subi as escadas para ir ao banheiro. Depois de tirar uma água do
joelho eu sai do banheiro e levei o maior susto. Jeremy estava na porta do
banheiro.
- desculpa – falou Jeremy saindo da minha frente.
- sem problema.
Quando virei às costas para Jeremy ele agarrou no meu pescoço e me puxou
para dentro do banheiro e tapou minha boca. Ele trancou a porta do banheiro e
pediu eu não fizesse barulho. Foi então que Jeremy me soltou.
- olha o meu marido está lá embaixo e a minha amiga está carregando o
seu filho. Tenha um pouco de respeito – falei levando a mão para abrir a porta
do banheiro, mas ele me segurou.
- do que você está falando?
- das suas investidas. Você tem me dado olhadas indiscretas e agora me
puxou pra dentro do banheiro. O que eu deveria pensar?
- A Ursula me contou sua história. Você não se lembra de mim, certo?
- não. Eu não me lembro de quase nada devido ao meu acidente.
- eu sou um detetive particular. Você me contratou.
- eu te contratei? Pra que?
- quando sua irmã Lea te contou sobre o abuso – antes do acidente – você
me contratou para encontrar as filmagens.
- que filmagens? – falei me lembrando de Kevin e Adrien.
- você sabia que havia câmeras na casa onde você cresceu?
- não.
- havia sim. Pouco depois de o seu irmão Charlie morrer as câmeras
misteriosamente desapareceram e com elas as filmagens.
- você quer dizer que minha mãe mandou tirar as câmeras?
- sim, mas havia uma empresa de segurança que tomava conta da sua casa e
essas filmagens misteriosamente desapareceram na mesma época em que mais de
duzentos mil dólares forma retirados da conta bancária do seu pai.
- você acha que minha mãe subornou algum funcionário?
- não acho. Tenho certeza – falou Jeremy tirando do bolso um pequeno DVD
em um encarte de plástico.
- o que é isso?
- a empresa em questão ainda existe, mas o funcionário foi demitido
pouco depois. Parece que antes de ser demitido ele fez uma cópia das filmagens.
Eu encontrei o funcionário e disse que se ele não me entregasse às gravações
ele seria indiciado como cumplice no assassinato de Charlie.
Peguei o DVD e vi que estava escrito o meu nome.
- você chegou a assistir o que tem aqui?
- sim – falou Jeremy – são filmagens das câmeras do lado de fora da
casa. Mostra o crime acontecendo. Você terá que assistir porque não sou capaz
de dizer o que acontece. É horrível.
- então eu posso leva-los a policia?
- sim – falou Jeremy.
- por acaso você tem outra filmagem?
- não. Porque?
- não é nada. É que eu estava esperando outro tipo de filmagem, mas essa
é bem melhor. Teddy e minha mãe se mudaram, mas isso será suficiente para
coloca-los na cadeia.
- sim.
- obrigado.
Jeremy abriu a porta do banheiro e saiu. Alguns segundos depois eu sai
atrás de Jeremy e vi a mãe de Ralf. Eu arregalei meus olhos porque ela olhava
fixamente para mim. Jeremy desceu as escadas e eu fiquei sem graça.
- Ellen, não é o que está pensando – falei sem graça tentando me
explicar.
Ela não disse nada e continuou me olhando.
- Jeremy só estava me entregando uma coisa – falei mostrando o DVD.
- tudo bem – falou Ellen – eu sei que você ama Ralf.
- sim. Eu amo o seu filho.
- é por isso que eu sinto na obrigação de te contar algo.
- o que?
- fui eu quem deixou o copo com o veneno para você beber – falou Ellen
sendo direta. Aquilo me assustou. Era a última coisa que eu pensei que ela
fosse dizer.
Seja lá o que eu estivesse sentindo nesse momento eu não sentia mais. Só
tinha uma pergunta na cabeça.
- você? Por quê?
- eu sempre soube que Ralf é gay. Toda mãe sabe.
- porque a senhora faria uma coisa dessas? Eu quase morri.
- eu não queria que você fosse embora. Eu vi forma que Ralf olhou para
você. O brilho que ele tinha nos olhos quando alguém dizia seu nome. Sabia que
ele te amava e ele não estava bem. Quando você passou uns dias na casa da sua
amiga Ursula esses foram os piores dias. Ele ficou depressivo e começou a
beber. Eu sabia que quando você ficasse melhor você ia se mudar então eu fui
com Randy até a fazenda visitar a obra em que ele estava trabalhando e acabei
pegando um pouco do veneno pesticida que os donos do lugar usam. Eu não sou
burra. Limpei minhas digitais do copo. Coloquei na geladeira para você, mas não
era pra você se sentir não mal. Acho que coloquei veneno demais.
- meu deus Ellen… eu nem sei o que dizer.
- Entendo se você quiser dizer a policia – falou ela olhando para o chão
– Eu fiz o que fiz porque eu sabia que vocês se amavam e vocês não diziam nada
um para o outro. Eu soube antes de vocês. Sempre soube que você era a salvação
de Ralf. Você quem iria trazer o meu filho de volta. Ralf que foi para a guerra não voltou. Uma
mãe faz o que é preciso por seu filho. Desculpa-me por isso.
- eu não vou denunciá-la. Não vou dizer nada.
- você pode. Se quiser.
- Não. Eu não morri. Quer dizer… eu quase morri, mas estou bem. Eu amo
seu filho e não tenho sentimento de raiva nem nada. Só é bom saber que foi
apenas isso e não alguém querendo me fazer mal. De uma certa forma seu plano
deu certo – falei mostrando a aliança no meu dedo.
- verdade – falou Ellen com um sorriso – acho que vou ao banheiro.
- OK – falei descendo um degrau da escada, mas antes de continuar eu
olhei para trás. – Ellen será que você… sei lá… poderia não contar a ninguém
sobre isso. Jeremy e eu dentro do banheiro? Especialmente Ralf.
- não conto. Desde que você não conte ao Ralf que fui eu que te
envenenei – falou Ellen rindo.
- OK. Eu não conto.
Desci as escadas e vi que a refeição estava pronta. Julia e Randy
terminavam de arrumar á mesa. Ralf veio lá de fora ao lado de Luke e ao chegar
perto de mim ele me abraçou e beijou minha boca.
- te amo – falou Ralf mordendo minha bochecha.
- eu também te amo – falei acariciando as costas de Ralf e dando um
selinho na boca dele – mas é fácil de te amar quando está sem camisa e chega
todo carinhoso.
- Ralf deu uma risada e beijou minha boca. Sua boca tinha gosto de
cerveja.
- o almoço está servido – falou Randy anunciando. Era hora da refeição.
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Que capítulo mais gostosinho de se ler. Hehe'
ResponderExcluirJá sentindo saudades dessa estória...