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XXIII
Cruel Hora do Jogo
echei a porta do quarto de Aaron e nos tranquei lá
dentro. Meu celular ficou do lado de fora, mas o que mais estava me preocupando
era Aaron. Fui até ele e toquei suas costas puxando o cobertor. Ele não se
movia. Na verdade ele não parecia estar dormindo. Parecia estar desmaiado. Só
liguei os pontos depois de me lembrar do copo de suco que estava no quarto
dele. O mesmo suco que eu não cheguei a beber por ter derrubado o copo no chão.
Os assassinos estavam na festa de Aaron. Fizeram o suco, colocaram um sonífero
e um deles fantasiado de palhaço caminhou pela festa livremente. O tema da
festa era palhaço. Não tem porque alguém desconfiar.
A porta do quarto de Aaron
começou a ser chutada. A pancada me fez dar um pulo e cair sentado no chão.
Peguei Aaron nos braços e fui até o armário de seu quarto e o coloquei lá
dentro. Assim que fechei a porta o palhaço conseguiu quebrar a porta do quarto.
Era o palhaço que eu tinha achado que era uma estátua. Ele me encarou com as
estrelas em seus olhos e me lembrei do desenho de Caylee. Esse era o ‘monstro
do armário’ que ela afirmava ter visto em seu quarto.
Uma música alta e eletrônica
começou a ser tocada no andar de baixo. O palhaço andou na minha direção e com
todas as minhas forças corri na direção dele empurrando-o contra parede. Nós
dois caímos no chão, mas eu consegui correr para fora do quarto. Desci as
escadas até a metade e a criatura com máscara demoníaca com duas mãos apareceu
na minha frente. Ele começou a subir as escadas e quando olhei para trás um
palhaço de rosto feminino derretido com cabelos vermelhos estava parada com uma
faca na mão. A única solução era pular. Pulei o corrimão da escada e me joguei
no chão. A minha queda não foi bem como eu esperava. Cai de costas no chão e
bati minha cabeça. Senti uma tremenda falta de ar. Não conseguia nem me
levantar de tanta dor que sentia na base das minhas costas. Vi outras figuras
se aproximando vindo da cozinha e eu comecei a rastejar em direção á
biblioteca. Antes que conseguisse avançar um dos palhaços puxou minhas pernas e
me virou de barriga para cima. Ele se ajoelhou em cima de mim e colocou a mão
em meu nariz. Ele tinha um frasco em sua mão.
Fechei a boca e o palhaço com o
rosto desfigurado e uma casquinha de sorvete e um enorme sorriso com dentes
longos e finos continuou apertando meu nariz me impedindo de respirar. Outros
dois palhaços se aproximaram e seguraram minhas mãos. Eu segurei o máximo que
pude minha respiração. O palhaço continuava a me encarar e quando não consegui
mais ficar sem respirar abri a boca sugando o ar. O palhaço apertou meu queixo
e aproximou o frasco despejando em minha boca. Em seguida eles me soltaram. Eu
consegui me sentar e minha boca ficou dormente. Minha garganta ficou dormente.
Senti minha garganta queimar. Os palhaços começaram a se dispersar ajeitando
algumas coisas como se não ligassem para mim ali.
Levantei-me e dei dois passos
caindo no chão próximo ao sofá da sala. Olhei para as escadas e vi o palhaço de
rosto demoníaco com Aaron nos braços. Tentei dizer algo, mas agora todo meu
corpo se tornou dormente. Meus braços, minhas pernas… tudo. Não consegui mover,
nem abrir meus olhos. Um dos palhaços me puxou pelas pernas. A música tocava
alta e senti como se levitasse. Foi quando finalmente desmaiei. Era incrível
como mentes fracas eram facilmente manipuláveis. A falsa promessa de um falso
profeta. Crianças. Tudo se resumia ás crianças. Mate as corrompidas, as
negligenciadas, as órfãs, as molestadas, as doentes e as machucadas. A raça
perfeita não será bonita por fora, será esbelta por dentro. Duas mãos perfeitas
não fazem um ser humano bom. As minhas mãos eram o que eles queriam.
Uma calma canção tocava quando
recuperei a consciência. Não consegui identificar qual a canção, mas talvez
fosse ‘Lana Del Rey’ ou ‘Florence + The Machine’. Quando em
lembrei o que tinha acontecido antes de desmaiar movi a cabeça rápido. Senti
que minha boca estava babada. Abri os olhos e percebi que tudo estava vermelho.
As luzes estavam vermelhas. Respirei fundo e vi que havia uma mesa á minha
frente. Era a mesa na sala de jantar na casa de Clyde.
Parecia que as lâmpadas normais
haviam sido removidas e luzes de LED vermelhas foram colocadas no lugar. Tentei
me mover, mas meus braços estavam algemados para trás. Olhei para os lados e vi
que havia mais pessoas á mesa. Elas usavam capuz preto cobrindo seus rostos.
- Socorro! Socorro!
- quando disse isso ás luzes
vermelhas se apagaram e as luzes normais foram acesas. Havia uma garrafa no
centro da mesa Percebi que além de mim sentado na ponta da mesa havia mais sete
pessoas. Uma na outra ponta e três de cada lado. Todas com capuz no rosto.
- Stan? – falou uma voz conhecida
do meu lado direito.
- sou eu! Quem é você?
Antes que a pessoa respondesse o
palhaço com mascara demoníaca apareceu e junto com ele mais quatro palhaços. O
palhaço demoníaco levou a mão até a boca com o dedo levantado. Um sinal de que
não era para eu gritar. Dois palhaços ficaram do lado esquerdo e dois do
direito. O líder se aproximou do lado direito da mesa como se estivesse me
apresentando às pessoas. Quando ele tirou o primeiro capuz vi que era Blacke.
- Stan? – falou Blacke tentando
se soltar – o que está acontecendo?
O palhaço tirou o capuz da
segunda pessoa e era Judy. A terceira pessoa do lado esquerdo era Vince. Ele
foi até o lado direito e retirou o primeiro capuz. Era Lola. A pessoa do meio
era o policial Omar. A pessoa mais próxima de mim do lado direito era Anne. Ela
estava com o mesmo vestido e a mesma maquiagem, mas com um pequeno corte no
lábio. O palhaço então foi até a outra ponta da mesa e tirou o capuz. Era
Clyde.
- seu desgraçado! – falou Clyde
tentando se soltar. Ele tinha um pequeno corte na testa.
- o que está acontecendo? –
perguntei olhando para Clyde – vocês não chamaram a policia?
- chamamos – falou Anne.
- nós viemos – falou Vince
olhando para Judy – quando chegamos na porta da frente eles borrifaram algo e
nós desmaiamos.
- o que está acontecendo?
O palhaço de rosto demoníaco
bateu com a mão na mesa e todos nós olhamos para ele. Ele levou a mão até o
rosto com o dedo levantado. Em seguida ele apontou para mim e em seguida passou
o dedo no pescoço. A mensagem era clara. ‘Se alguém gritasse eles me matariam’.
- Meu Deus! Aaron! – falou Anne
olhando na minha direção.
- o que foi? Onde ele está? –
perguntei olhando para ele.
- atrás de você – falou Clyde –
Aaron está atrás de você amarrado em um crucifixo – Clyde parecia transtornado
e com raiva.
Eu não conseguia, mas Aaron
estava na parede atrás de mim pendurado em um crucifixo. Uma clara referência a
Jesus Cristo. Se um de nós gritasse Aaron seria morto.
- as regras são simples – falou
um palhaço com uma máscara que misturava o rosto de um palhaço desfigurado e um
saco de pipocas. A voz era feminina – se vocês gritarem Aaron será morto. Digam
a verdade – falou a palhaça olhando de um lado para o outro – apenas a verdade.
Se vocês seguirem as regras Aaron sairá com vida, mas um de vocês não saíra
vivo esta noite – falou a palhaça mostrando que ela estava com uma pequena
faca. Os outros três palhaços – exceto o líder – mostraram que também estavam
com uma pequena faca.
O líder se aproximou da mesa e
girou a garrafa. Ela girou em cima da mesa em uma grande velocidade. Percebi
que todos estavam nervosos, todos queriam gritar, mas ninguém se atreveria a
colocar a vida de Aaron em risco. Quando a garrafa parou ela apontou para Judy
- verdade ou consequência? –
perguntou a palhaça.
- vai se foder sua piranha! –
falou Judy.
- eu não perguntei pra você –
falou a palhaça olhando para mim. Todos olharam para mim – você decide Stan –
falou a palhaça fazendo uma pausa – Se você disser ‘verdade’ ela terá que
responder uma pergunta. Se ela mentir será punida.
- o que acontece se eu disser
‘consequência’?
- ela será punida, mas… - falou a
palhaça dando uma pausa – alguém pode se oferecer para sofrer a consequência no
lugar dela.
- seus desgraçados, filhos da
puta! – falou Blacke.
- se vocês machucarem meu filho
eu mato vocês – falou Clyde com ódio nos olhos.
- verdade… ou… consequência?
- verdade! Verdade! – falei
olhando para Judy.
O líder então entregou um pedaço
de papel para a palhaça. Em seguida ela o dobrou e colocou sobre a mesa.
- Judy… é verdade que você fez um
aborto? – perguntou a palhaça – e você estava gravida de gêmeos?
Judy lambeu os lábios e olhou em
volta.
- sim… - falou ela bem baixo.
- eu não ouvi sua resposta…
- Sim. É verdade sua desgraçada!
– falou Judy tentando não aumentar a voz.
Só agora tinha percebido que eles
tinham colocado o Mini System de Clyde na sala de jantar em Cima de uma pequena
mesa.
- viu só como é fácil? – falou a
palhaça batendo palmas.
O líder se aproximou da mesa e
girou novamente a garrafa. Dessa vez ela parou apontada para Clyde.
O líder pegou outro papel e
entregou para a palhaça que o leu e dobrou colocando em cima do outro.
- Policial Clyde Holloway… -
falou a palhaça se aproximando dele – quem é a pessoa que você mais ama no
mundo? – falou a palhaça voltando a ficar perto da garrafa – não vale dizer que
são seus filhos.
Clyde olhou para mim e depois
olhou para Anne. Com certeza Clyde não havia conversado com Anne sobre o
divórcio então aquela resposta seria definitiva.
- responde Clyde! – falou Anne –
pra acabar logo com isso.
- Sta… Stanley – falou Clyde
engolindo em seco.
Anne pareceu surpresa com a
resposta assim como todos na mesa. Exceto eu.
- o que você está dizendo? –
falou Anne olhando para mim e depois para Clyde – eu sou sua esposa.
- eles pediram a verdade Anne. Eu
o amo.
- seu desgraçado! – gritou Anne.
Um dos palhaços se aproximou e puxou a cabeça dela para trás pelos cabelos.
- esse é o primeiro e último
aviso – falou o palhaço tocando o pescoço dela com a faca.
- Okay! Okay – falou Anne com
raiva nos olhos – eu te recebi em minha casa seu desgraçado.
- cala a boca Anne – falou Clyde.
- vocês dois se merecem.
- ‘Não jugueis para não serdes
julgado’ – falou a palhaça rindo – a sua vez vai chegar – falou a palhaça enquanto
líder girava novamente. Ela girou e girou e girou e parou apontada para mim.
- verdade ou consequência? –
perguntou a palhaça.
- verda…
- eu não perguntei pra você –
falou a palhaça me interrompendo. Em seguida ela olhou para Anne.
- consequência! – respondeu Anne
deixando seus lábios tremerem com a raiva. Ela fez questão de olhar para mim
quando disse aquelas palavras.
- Anne! O que está fazendo? –
perguntou Clyde.
- o que diabos está fazendo? –
Blacke parecia transtornado.
Um dos palhaços se aproximou por
trás de mim e levantou a mão com a faca.
- faça em mim! – falou Clyde –
não faça nele. Faça em mim.
- Não Clyde – falei fechando os
olhos – faça em mim.
- parece que ele te ama mesmo
Stan – falou a palhaça apontando para Clyde – as regras são claras. Ele se
ofereceu.
O palhaço se aproximou por trás
de Clyde levantou a mão e enfiou a faca em seu braço direito. Quando ele fez
isso o líder aumentou o volume do som enquanto Clyde gritava de dor – porra! –
Clyde estava babando e quando o palhaço tirou a faca ele cuspiu em cima da mesa
sentindo seu braço queimar.
- porque você fez isso?
- eu te amo – falou Clyde
respirando ofegante – eu te amo… - falou ele lambendo os lábios.
Olhei para Anne e senti muita
raiva dela por ela ter feito aquilo.
O líder se aproximou e girou novamente
a garrafa que dessa vez apontou para Blacke.
- verdade ou consequência?
- verdade – falei olhando para
Blacke.
O líder entregou outro papel para
a palhaça que leu a pergunta e começou a rir ao colocar o papel em cima da
mesa.
- Blacke… é verdade que você não
aceitou ser parceiro do nosso amigo policial Omar por ele ser negro? A palhaça
colocou as duas mãos nos ombros do policial Omar.
- não… não… isso é mentira –
falou Blacke sentindo a faca entrar em seu braço. Novamente o volume da música
foi às alturas. Um rock muito alto enquanto Blacke gritava Omar pareceu se
sentir mal com a resposta do seu colega e amigo de trabalho.
- me perdoa – falou Blacke
olhando para Omar – me perdoa.
- até agora o jogo está indo
muito bem.
O líder girou a garrafa novamente
que apontou para Lola.
- Stanley… verdade ou
consequência?
- o que você quer? – perguntei
para Lola.
- verdade – respondeu Lola
apreensiva.
- verdade – falei sentindo meus
braços doerem por estarem para trás.
Mais uma vez a palhaça dobrou o
papel e colocou sob a mesa. Ela olhou para Lola e depois para mim.
- Lola… você foi estuprada pelo
seu padrasto quando era pequena? Dos sete aos doze anos?
- verdade – falou Lola deixando
duas lágrimas caírem de seus olhos. A palhaça bateu duas vezes no ombro de Lola
reconfortando ela. O líder girou a garrafa e dessa vez ela não parou apontada
para ninguém. Ficou entre Vince e Clyde.
- olha só… acho que temos que
criar uma nova regra – falou a palhaça andando de um lado para o outro. O líder
se aproximou e girou a garrafa apontando ela para Anne. Em seguida ele apontou
o dedo para Clyde.
- Clyde… verdade ou consequência.
- não diga consequência Clyde.
- consequência – falou Clyde com
raiva de Anne. Seu braço doía.
- não Clyde – falei respirando
ofegante. O palhaço se aproximou de Anne – faz em mim. Faz em mim – falei
protegendo Anne.
- porque você fez isso? –
perguntou Clyde.
- olha tudo o que nós fizemos.
Acha mesmo que ela precisa sofrer mais?
Anne olhou para mim e fechou os
olhos quando a palhaça enfiou a faca em meu braço.
- haaaaaaaaaaaaaaa! – gritei ao
sentir a faca. Meu braço queimava. Doía pra caralho ser esfaqueado.
- pelo amor de Deus! – falou
Vince com raiva – isso daqui não é lugar para brigar. Vocês estão fazendo
exatamente o que eles querem. Nós estamos do mesmo lado. Eles é que são os
inimigos.
Mais uma vez a garrafa foi girada
e mais uma vez ela parou em Anne. Anne olhou para mim e eu respirei fundo. Meu
braço doía muito. Estava queimando.
- verdade! – falei respirando
fundo.
- essa vai ser boa – falou a palhaça
pegando o papel da mão do líder lendo-o. Ela parecia saber do que se tratava a
pergunta – Anne… quem é o verdadeiro pai de Aaron?
Todos olharam para Anne. Clyde
pareceu surpreso.
- Anne… do que ela está falando?
Anne começou a chorar.
- do que eles estão falando Anne?
- responda – falou a palhaça –
quem é o verdadeiro pai de Aaron?
- Clyde – falou Anne. A faca foi
enviada no braço dela que começou a gritar.
- quem é o verdadeiro pai de
Aaron?
- eu não sei… - falou Anne
sentindo a faca entrar mais uma vez em seu braço.
- quem é o pai? – Anne começou a
chorar e mais uma vez a faca foi enfiada em seu braço.
- Sou eu! – gritou Blacke – sou
eu! Está bem? Parem de machuca-la!
Clyde olhou para Blacke e ele
parecia sem reação. Seus olhos lacrimejaram ao ouvir aquelas palavras. Ele
começou a chorar, mas a sua expressão era de decepção.
- me perdoa Clyde – falou Anne
chorando. Seu braço agora tinha três cortados.
- eu não sei o que dizer – falou Blacke
olhando para Clyde que não respondeu nada. Apenas apertou os lábios chorando.
Ele parecia cansado. Só queria que aquilo tudo acabasse.
- por favor… vocês precisam ligar
para a emergência – falei olhando para os palhaços. Todos nós estávamos chorando.
Estávamos cansados daquilo. Não eram apenas feridas na pele que estavam sendo
criadas – por favor. Eu imploro.
Os palhaços ficaram parados por
alguns minutos até que o líder se aproximou da mesa e girou a garrafa fazendo
com que Lola e Judy chorassem alto. Elas não aguentavam mais aquilo. Para o meu
azar a garrafa tinha parado em mim. A palhaça olhou em volta e em seguida
apontou para Clyde.
- Verdade ou Consequência?
- verdade – falou Clyde.
- Stanley Anthony… - falou a
palhaço abrindo o papel e em seguida fechando-o – é verdade que você e Clyde
passaram a noite juntos enquanto Anne estava no trabalho?
- é verdade – falei olhando para
Anne. Naquele ponto ninguém podia julgar ninguém. Os segredos estavam sendo
revelados – me perdoa Anne.
- esquece – falou Anne engolindo
o choro enquanto as lágrimas escorriam por seu rosto – eu só quero meu filho –
falou ela olhando para Aaron.
A garrafa foi girada novamente,
mas antes que ela parasse o próprio Líder parou a garrafa e apontou ela de novo
para mim. Em seguida ele apontou para Vince.
- verdade ou consequência?
- verdade – falou Vince.
Dessa vez o líder não entregou
papel para a palhaça ele simplesmente saiu da sala de jantar e voltou segurando
outra pessoa. Parecia ser um homem de terno. Ele usava um capuz.
- você ama os seus irmãos? – perguntou
a palhaça.
- sim. Muito – falei lambendo as
lágrimas. Não chorava mais, mas meu rosto estava molhado.
- o suficiente para matar por ele?
A palhaça retirou o capuz do homem
e eu vi que era meu irmão Nick. Ele estava com a boca amordaçada.
- Nick?! Nick?!
Ele estava de olhos abertos com o
rosto machucado. Parecia transtornado e desnorteado. Ele tentou dizer algo, mas
não conseguiu.
- a palhaça girou a garrafa que
parou apontada para Omar que começou a se mover na cadeira. Ele sabia qual
seria seu destino.
- não façam isso! Por favor! –
falou Omar tremendo os lábios. Ele parecia assustado.
- vai ficar tudo bem - falou Judy
tentando consola-lo. Eles tinham se tornado policiais na mesma época.
- solte-o – falou a palhaça
apontando para mim. Dois palhaços vieram até mim e retiraram as algemas. Em
seguida eu me levantei e eles me entregaram uma faca. Antes de pegar a faca eu
acariciei meus pulsos. Meu braço doía muito.
- Ou você mata ele ou matamos o
seu irmão – falou a palhaça pegando uma pistola de pregos apontando para a
cabeça de Nick.
Eu me levantei e fiquei atrás de
Omar.
- não, por favor – falou Omar
fechando os olhos começando a chorar. Eu não podia matar meu irmão. Eu o amava
demais. Ele tinha feito tudo por mim. Era hora de retribuir.
- vai ficar tudo bem! – falou Judy
começando a chorar – vai ficar tudo bem.
- tic tac, tic tac, tic tac –
falou a palhaça balançando a faca como se fosse um pendulo – o tempo está correndo
Stan. Você é a nossa rainha. Nós fizemos tudo por você. É hora de retribuir.
Eu não entendia porque era tão
importante para aquelas pessoas. Não entendia o porquê de toda aquela violência
e morte. Aquelas pessoas erma malucas. É o que acontece quando se coloca pessoas
malucas no poder. Os idiotas vão tomar o mundo. Não porque são mais espertos,
mas porque são muitos. Levantei a mão com a faca e levantei no alto da cabeça
de Omar. Precisava de muita força que eu queria perfurar o crânio.
- só me digam… porque sou tão
importante para vocês? – falei olhando para a palhaça.
- você não entende? Você é um
caso raro Stan. Você é o primeiro caso documentando de um irmão gêmeo que
nasceu com Ectrodactilia enquanto o outro gêmeo nasceu perfeitamente normal. Você
sofreu na infância por culpa de seus pais que o fizeram passar por aquela
cirurgia dolorosa. Apesar de ter crescido em um ambiente que valorizava mais a
beleza exterior do que a interior quando você se tornou um adulto você decidiu
manter a mão com que nasceu. Você decidiu manter seu ‘verdadeiro eu’. Nós
vivemos em um mundo onde médicos ganham dinheiro para matar bebês. Onde padres
molestam crianças e saem impunes, onde um casal tem tantos problemas que esquecem
que suas brigas patéticas vão traumatizar seus filhos. Você não se lembra do
que disse: “Algumas pessoas não deveriam ter filhos, pois não sabem que cada
ato, palavra, ação ou lembrança pode arruinar a vida deles”. Essa é a mais pura
verdade. Nós não sabemos por que você foi escolhido, mas sabemos que é você que
deve reproduzir. Espalhar os seus genes. Em um mundo onde todos são
imperfeitos… e iguais. Você é o nosso profeta. Nosso verdadeiro Líder.
- vocês não farão mais nada em
meu nome – abaixei as mãos com força. Ao invés de penetrar o crânio de Omar penetrei
minha barriga.
As coisas ficaram um pouco embasadas
depois disso. Ouvi gritos. Gritos desesperados. Especialmente o de Clyde. Quando
cai no chão com a faca ainda na barriga eu me senti novamente levitando. Meu corpo
estava pesado, meus olhos cansados e além do meu braço agora minha barriga
queimava. Vi que Nick também caiu no chão. Ainda amordaçado e com as mãos
algemadas para trás. Senti minha respiração ficar gelada. Minhas mãos também. Meus
lábios estavam secos enquanto sentia algo escorrendo da minha barriga até o chão.
Ainda de olhos abertos eu não conseguia ver nada. Era apenas escuridão. Apesar
de estar vivo não conseguia ouvir mais nada. Nem meu irmão que estava caído perto
de mim. Senti um gosto estranho na boca antes de perder de vez a consciência.
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Tenso esse capítulo muitas revelação.
ResponderExcluirCHO - CA - DO
ResponderExcluirNão tenho outra palavra para descrever... meu Deus, que capítulo foi esse?
Domingues, Lucas.