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capítulo dez | O FIM NO COMECO
Pouco mais de três semanas se passaram desde que tive meu rim roubado por ladrões de órgãos. Foi um saco, mas desse eu pensar bem eu tive foi sorte afinal eles só levaram o rim. Se nós pensarmos em tudo o que pode ser removido para doação nesse momento só haveria uma carcaça minha jogada em alguma vala por ai. Talvez eu nunca mais fosse encontrado por ninguém. Desse momento em diante eu disse para mim mesmo: nada de bebidas e nada de drogas. Aquilo já tinha me causado muita confusão e me custado um rim.
Estava me sentindo bem melhor. Conseguia andar normalmente, não precisavam mais de ajudas para subir ou descer as escadas. Os pontos do meu rosto já haviam sidos retirados e tudo oque eu tinha eram duas cicatrizes quase que invisíveis. Era noite de quarta. Minha mãe viajou no fim de semana para uma convenção em Orlando. Era basicamente um encontro de professores que aconteciam todos os anos e ela ficaria fora por toda a semana.
Estava dormindo, mas acordei assustado com meu celular. No começo pensei que fosse o despertador, mas ao pegar o celular vi que era uma ligação. Meu celular identificou o número como sendo de Laila. A comissária de bordo desbocada.
- alo? – falei atendendo.
- Max?
- sim, é ele.
- aqui é a Laila. Você se lembra de mim?
- sim. Como você está?
- eu te acordei?
- na verdade acordou – falei coçando meus olhos – mas não tem problema.
- na verdade só estou ligando par saber como você está?
- eu estou bem.
- Kevin me contou que vocês romperam o noivado.
- pois é – fale sem graça. A última pessoa sobre a qual eu queria falar era Kevin.
- fiquei triste quando ele me contou. Vocês pareciam ser feitos um para o outro.
- eu também fiquei triste em terminar.
- sabe eu acho que nós devíamos sair qualquer dia desses. Podíamos sair para almoçar ou para beber a noite. O que você acha?
- pode ser. Nós podemos marcar qualquer dia desses.
- tudo bem. Eu vou cobrar viu?
- OK Laila. Obrigado por ligar.
- por nada. Tenha um bom dia.
- você também – falei desligando o celular.
Já que Laila tinha me acordado decidi me levantar de vez. Sai da cama e fui direto para o banheiro tomar um banho. Depois de vestir minhas roupas eu desci as escadas
- bom dia – falei chegando há cozinha.
- bom dia filho – falou meu pai Leon de terno tomando um gole de seu Latte.
- onde está minha mãe? – perguntei me sentando á mesa.
- já foi para o trabalho. Ela tinha classe logo de manhã.
Minha mãe é professora particular então ela tem os horários bem apertados e se em uma semana ela trabalha de tarde na outra ela pode trabalhar apenas de manhã.
Me sentei a mesa e me servi com um copo de café e mordi um pedaço do pão de queijo. Leon lia seu jornal. Ele estava atento e não percebeu que eu olhava para ele. A minha recuperação tinha sido bem fácil. Meu pai… Leon acabou pedindo licença do trabalho para ficar comigo, dessa forma minha mãe não ia precisar cancelar aulas com seus alunos.
Leon facilitou bastante as coisas para mim. Ele ficava em casa o dia todo e passava muito tempo comigo, seja assistindo TV, jogando baralho ou só passando o tempo na beirada na piscina. Na verdade eu estava desenvolvendo um carinho especial por Leon. Ele disse desde o começo que ele era o único com o qual eu poderia contar e estava certo.
- já tomou seu remédio?
- tomei sim Leon.
- como você está? Sente alguma dor?
- não. Estou ótimo apesar de tudo. Eu queria estar completamente bem.
- não tente apressar as coisas. A cura acontece devagar. Um passo de cada vez. Passos de bebê.
- vou tentar – falei respirando suspirando.
- está pronto pra sua primeira sessão? – perguntou Leon fechando o jornal.
- estou sim.
Hoje seria minha primeira sessão com o psicólogo que Leon conhecia. Se chama Dr. Bryan O'Connor.
- que bom. Precisamos ir ou chegaremos atrasado.
- OK – falei deslizando minha mão pela mesa segurando a mão do Leon. Ele sorriu para mim e segurou minha mão. Eu sorri de volta. Acho que ele gosta de mim. Era estranho, mas de repente eu tinha julgado Kevin e Adrien cedo demais. Começava meio que entender o que eles sentiam um pelo outro. Acho que Leon sente o mesmo por mim.
Nós entramos em seu carro e seguimos viagem até o centro. O médico atendia em uma pequena Clínica com outros médicos e outros especialistas. A clínica se chama Peaceful Healing Coast. A clínica ficava perto do mar. As ondas se quebravam logo ao lado. Leon estacionou o carro e olhou para mim.
- será que essas sessões demoraram?
- geralmente leva uma hora – falou Leon com seus óculos escuros sorrindo para mim.
- por quanto tempo eu vou ter que ir nessas sessões?
- você nem foi a primeira e já quer desistir?
- não é isso é que é chato ter que vir a esses lugares.
- o processo de cura demora Max. Vai levar um tempo. Eu conheço alguns médicos e eu contei seu caso a eles e eles me disseram que você vai precisar de muita paciência.
- OK – falei meio cabisbaixo.
- não se preocupe – falou Leon tocando meu ombro – você parece bem. Não vejo nada de errado em você. Tenho certeza de que o psicólogo logo verá que está tudo bem.
- espero que sim – falei tirando o sinto de segurança – onde você vai ficar Leon?
- vou ficar naquela lanchonete ali – falou Leon apontando para o fim da rua.
- tudo bem.
- até daqui a pouco – falou Leon com um sorriso.
- até daqui a pouco – falei me aproximando e dando um beijo na boca do Leon. Um selinho. Leon parecer surpreso, mas eu fiquei envergonhado. Nunca tinha gostado de alguém assim e era estranho beijá-lo. Sai do carro e entrei na Clínica. Ao chegar na recepção disse que eu tinha uma sessão marcada com o Dr. O'Connor e a recepcionista pediu que eu aguardasse que o médico me chamaria em seguida.
Peguei uma das revistas na recepção e eu mal abri e um homem alto de cabelos loiros apareceu.
- Max Loudorn?
- sou eu – falei largando a revista e me levantando.
- por aqui – falou o médico entrando em sua sala e assim que entrei ele fechou a porta.
- prazer – falou o médico apertando minha mão.
- igualmente – falei me sentando em uma poltrona.
- então Max… no que posso te ajudar?
- eu sofri um acidente de carro.
- e você está com alguma espécie de medo?
- não. na verdade eu perdi minha memória. Amnésia psicogênica.
- O médico cruzou as pernas e escreveu algo em seu caderno.
- então você não se lembra de nada de antes do acidente?
- no geral não. Acho que posso me lembrar porque tenho me lembrado de algumas coisas. Algumas poucas lembranças.
- isso é bom – falou o médico com um sorriso – quando foi que você sofreu o acidente?
- a mais ou menos um mês.
- um mês? – perguntou o médico surpreso – e você só veio aqui agora?
- sim. Eu passei por algumas coisas depois desse acidente e só agora eu resolvi vir.
- OK – falou o médico novamente escrevendo algo – e como você está?
- em que sentido?
- não sei… está estressado? Está sentindo algum sentimento que te deixe para baixo?
- na verdade não – falei com um sorriso no rosto – eu na verdade acho que estou apaixonado.
- sério? isso é bom. Como é o nome dela?
- na verdade é ele.
O médico escreveu algo no papel.
- então… como é o nome dele?
- Leon.
- é bom estar gostando de alguém. Você vai precisar de alguém ao seu lado nesse processo de recuperação.
Antes que o médico continuasse a porta da sala se abriu.
- com licença? Estou em uma sessão – falou o médico se levantando.
- Leon? – perguntei me levantando.
- desculpa – falou ele fechando a porta da sala.
- no que posso te ajudar? – perguntou o médico.
- eu sou Leon Loudorn. Sou o pai dele! – falou meu pai apertando a mão do médico.
- Leon? Você é o pai dele?
- sou – falou Leon se sentando na poltrona ao lado da minha.
- não estou entendendo? – perguntou o médico se sentando – você me disse que está apaixonado por Leon?
- estou – falei olhando para Leon – e eu acho que ele sente algo por mim.
- acho que estamos todos meio confusos aqui – falou o médico – você é o pai ou o namorado?
- o pai! – falou Leon nervoso.
- ele tem um namorado chamado Leon?
- não. Na verdade… - falou meu pai olhando para mim – ele me beijou!
- eu pensei que você quisesse – falei triste.
- quando isso aconteceu?
- agora -falou Leon olhando para mim.
- a quanto tempo ele tem te chamado pelo nome?
- a mais ou menos uma semana – falou meu pai olhando para mim – ele sempre me chamou de pai, mas a mais ou menos uma semana ele começou a me chamar pelo nome e eu não dei importância. Pensei que fizesse parte do processo de recuperação, mas ele me beijou.
- mas eu pensei que sentisse o mesmo. Você disse que me ama.
- e eu amo Max – falou meu pai respirando fundo. Ele parecia perturbado – mas não desse jeito. Você está confundindo as coisas.
- porque você acha que seu pai queria que você o beijasse?
- porque ele tem sido carinhoso comigo. Ele me trata bem, diz que me ama e está lá sempre que preciso. Só achei que devia retribuir afinal não é assim que um pai e um filho demonstram amor?
- o que está acontecendo? – perguntou meu pai transtornado.
- Max me disse que foi diagnosticado com Amnésia a mais ou menos um mês, está certo?
- sim.
- o maior erro que você cometeu foi tê-lo trazido agora. Vocês devia tê-lo trazido aqui no momento em que ele saiu do hospital.
- muita coisa aconteceu, eu fiquei sabendo do acidente quase uma semana depois.
- isso é horrível. Você está subestimando o quão grave é a condição de Max.
- eu estou bem.
- você não está bem -falou meu pai para mim – agora eu tenho mais certeza do que nunca.
- você está certo -falou o médico para meu pai – ele não está bem e a culpa não é dele.
- não achei que isso fosse tão grave.
- é claro que é. Max perdeu a memória de tudo o que aconteceu antes do acidente. Ele esqueceu em sua maioria lembranças, mas ele também se esqueceu de algumas coisas cruciais. Coisas que aprendemos no decorrer da vida.
- o que quer dizer?
- você não sabe o quão vulnerável Max é nesse momento. Ele perdeu parte de suas lembranças isso significa que ele pode ser facilmente manipulado. Se alguém disser para ele que o ‘céu é verde’ e os ‘peixes voam’ é nisso que ele vai acreditar já que seu cérebro está se recuperando e formando novas lembranças. Talvez no começo pareça estranho já que Max vê o céu azul e os peixes na água, mas como o cérebro não tem lembranças para se firmar com o passar do tempo ele vai realmente acreditar que o céu é verde e os peixes voam. E ninguém conseguirá tirar isso da cabeça dele.
- o que isso tem a ver com o beijo?
- seu filho não se lembra de você. Você diz que é o pai, mas tudo o que ele vê é um homem. Ele não tem lembranças, não tem referências de paternidade. Você é carinhoso e diz que o ama então Max interpreta esses sentimentos de outra forma. Nesse momento ele está apaixonado por você. Por mais que você diga que é o pai isso não é o suficiente.
- isso é verdade? – perguntou Leon.
- é – falei confirmando – eu gosto de você. Eu acho estranho te chamar de pai e por isso passe ia te chamar de Leon.
- e tem como melhorar isso?
- nós podemos tentar.
- remédios? Mais terapia?
- na verdade eu recomendo que vocês dois não se vejam.
- o que? – perguntou meu pai surpreso – não podemos nos ver?
- sim. Max está confuso e está apaixonado por você. Ele não deve ter contato com você ou com nenhum familiar.
- olha Dr. O’Connor eu acabei de recuperar meu filho. Ele ficou quase dois anos sem falar comigo e agora você está dizendo que a solução é não nos falarmos mais? Estamos no começo do nosso relacionamento entre pai e filho e você já quer que acabe?
- temo que medidas estremas terão que ser tomadas ou do contrário ele pode acabar com um Transtorno dissociativo. Max pode perder a sua personalidade, seus gostos, desejos e acabar se tornando uma pessoa totalmente diferente. É como eu disse, nas mãos erradas ele pode acabar sendo manipulado e vai ser pior reparar o dano.
- o que você acha Max? – perguntou meu pai.
- eu não sei. Não quero ficar longe de você.
- eu não gosto de você dessa forma e você não pode gostar de mim dessa maneira.
- não posso evitar. É o que eu sinto.
- Max você sabe que segundo a sociedade que você vive o Incesto é um tabu e é crime?
- sim, mas porque eu devia me sentir mal pelo o que estou sentindo? Toda a vida fui criado para acreditar que amor é amor.
- você precisa se afastar da sua família Max. Especialmente do seu pai. Você terá que vir me ver de duas a três vezes por semana. Você está confuso e como você mesmo disse algumas coisas estão aparecendo então com o tempo você vai perceber que está se confundindo.
- meu coração vai se despedaçar Max, mas se isso é preciso para que você melhore eu estou disposto a me afastar.
- então vou ter que voltar para Kevin?
- não – falou meu pai – de jeito nenhum. Eu vou alugar um apartamento para você aqui perto. Você não precisa se preocupar com as despesas. Tudo o que você precisa fazer é se concentrar em melhorar.
- é bom você ocupar sua cabeça com algo – falou o psicólogo – como uma atividade que mantenha sua mente ocupada e que exercite seus neurônios.
- e se esse sentimento não passar?
- Max muita gente acha que incesto é um fetiche, mas na verdade Incesto é uma Parafilia.
- o que é isso?
- Parafilia é um padrão de comportamento sexual no qual o prazer não tem como fonte predominante o sexo. O prazer de uma Parafilia geralmente vem de outra coisa.
- o que quer dizer? – perguntou meu pai.
- Max está atraído sexualmente pela sua posição como pai, protetor, homem macho e másculo que o ama incondicionalmente. Isso o está atraindo.
- Eu não quero sentir isso – falei respirando fundo – mas eu realmente achei que ele sentisse o mesmo.
- isso não é culpa sua Max – falou o médico tentando me tranquilizar – por algum motivo seu cérebro esta entendendo que o relacionamento entre e um filho pode ser sexualmente satisfatório.
Me lembrei de Kevin e Adrien. Quando eu os vi juntos no mesmo instante eu sabia que era errado, mas agora já não peno como três semanas atrás. Eu até entendo o que eles sentem um pelo outro. Eu comecei a me sentir atraído pelo eu pai a alguns dias atrás. Eu comecei a me sentir atraído por ele. Meu pai está perturbado pelo beijo que dei nele.
- o que você precisa fazer é ocupar sua mente. Arranje um emprego, faça amigos e se apaixone. É um processo demorado. O tempo será seu aliado. Com o tempo você vai melhorar e quando isso acontecer você não vai nem perceber. Será como respirar.
- será difícil – falou meu pai olhando para mim – mas nós vamos ter que fazer isso.
- tudo bem. Qualquer coisa que vocês quiserem – falei olhando para meu pai.
- acho que para começar está de bom tamanho – falou o psicólogo se levantando.
- é só isso? A sessão é só isso? – perguntei me levantando.
- hoje é seu primeiro dia. Quero que você se adapte a essa nova vida sem seu pai primeiro. Na próxima semana eu quero ver você novamente e eu vou decidir com que frequência você deve me ver.
- obrigado – falei apertando a mão do psicólogo.
- por nada – falou ele apertando a minha mão e em seguida apertando a mão do meu pai.
Eu chegarmos lá embaixo meu pai e eu encaramos o carro. Meu pai olhou para mm já com os óculos escuros no rosto e depois olhou para baixo pensativo.
- o que eu faço agora? Vou para um hotel?
- sim – falou meu pai confirmando.
- é sério? o senhor levou o que o psicólogo disse a sério?
- isso é sério Max. Você mesmo ouviu o que ele disse.
- mas você, minha mãe e Lea são os únicos que eu tenho. São minha família.
- vocês mesmo disse que está confuso.
- sim, mas eu posso melhorar.
- isso não é fácil para mim também. Eu fiquei longe de você por muito tempo, mas se o Doutor Bryan disse que precisamos ficar longe eu estou disposto a fazer isso para o seu próprio bem.
- se você fizer isso comigo eu nunca vou te perdoar.
- não diz isso.
- não quero ficar sozinho – falei respirando fundo – esse é o meu maior medo. Ficar sozinho. Devia ter morrido naquele acidente.
- Meu filho não diz isso – falou meu pai tentando se aproximar.
- não me toca – falei me afastando – se esqueceu do que o Dr. Bryan disse? – falei me virando.
- onde você vai?
- ficar longe de você – falei caminhando pela calçada.
Meu pai correu atrás de mim e segurou em meu ombro.
- pega – falou meu pai me entregando um cartão – use-o para o que quiser. Vá para um hotel, use para comprar roupas e se alimentar. Vá ás consultas com o Dr. Bryan. Não falte nenhuma.
- tudo bem – falei pegando o cartão – o que vai dizer para minha mãe e para Lea?
- a verdade.
- não. diga outra coisa. Não quero que elas saibam o que eu sinto.
- tudo bem. Vou dizer que o Dr. Bryan recomendou essa separação, mas não vou dizer o motivo.
- tudo bem.
- quando você estiver hospedado me envie o endereço e eu mando suas coisas. Suas roupas, seus remédios.
- tudo bem.
- me promete uma coisa? – falou meu pai sério.
- o que?
- em hipótese nenhuma você vai voltar a ter contato com Kevin.
- eu prometo. Kevin é página virada.
- ótimo – falou meu pai apertando minha mão – melhoras.
- OK – falei sem graça guardando o cartão na minha carteira.
Sei que não devia pensar assim, mas é como se todos estivessem se afastando de mim. Que punição divina é essa? No momento em que mais preciso da minha família esse é o momento em que devo me afastar dela? Talvez fosse exagero no psicólogo ou talvez fosse hora de levar a sério a minha perda de memória. Eu estava confuso em relações á algumas coisas e sentia que era o momento decisivo. Depois do que o Dr. Bryan nos disse eu fiquei com medo de que eu fosse afetado negativamente por causa desse acidente. Com certeza foi bom abrir os olhos em relação a Kevin, mas o que eu estava sentindo por meu pai era diferente do que um filho sentia pelo pai. Seguirei cada passo e farei o que for preciso para me sentir normal novamente. O meu maior medo é: E se o que eu sinto por meu pai agora jamais desaparecesse? E se o que eu sinto por ele fosse algo que já sentisse a muito tempo?
Algumas pessoas me perguntaram sobre o que significa o título "Sete Formas de Medo" e como alguns de vocês adivinharam eu vou apresentar sete formas de medo, mas não da forma que alguns disseram. Um exemplo dos medos que Max vai enfrentar é o primeiro medo que eu estou abordando até agora que é o "Medo do Passado". Max perdeu a memória e a medida que lembra das coisas ele tem medo da pessoa que era e muitas vezes agradece por ter se esquecido do passado. No decorrer do conto serão sete formas de medo e eu digo quais são no final. Respondendo a pergunta de muitos: Sim. decidi continuar, mas admito que não com o mesmo entusiasmo de quando comecei. Talvez esse entusiasmo volte com tempo. Estou dizendo isso porque quero que saibam que foram as mensagens de vocês que me fizeram voltar a escrever. Se eu fosse tomar uma decisão baseando-se na forma em que estou me sentindo nesse momento eu já teria excluído os capítulos que escrevi.
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Prometo que farei o meu melhor e vou continuar na mesma linha em que comecei, não vou ‘adoçar’. 7 Formas de Medo foi feito para ser macabro e cru. Antes de começar a escrever um conto eu faço uma lista de temas que quero abordar nesse conto. Em seguida eu decido que esse conto será escrito de forma "suave" como eu fiz com "Príncipe Impossível" ou de forma "crua" como eu pretendo fazer com "7 Formas de Medo". Nada do que escrevo é necessariamente minha opinião e minha intenção não é ofender e sim escrever e desenvolver os personagens que nem sempre são agradáveis. Em "Sete Formas de Medo" não existem "mocinhos" e "vilões". Existem personagens falhos e imperfeitos que as vezes fazem a coisa certa e que cometem erros. Tentem ter isso em mente ao lerem. Aviso já de antemão que alguns assuntos pesados, controversos e polêmicos serão tratados em "Sete Formas de Medo" como por exemplo: Assassinato, Incesto, Revolução Sexual, Perda de Memória, HIV, Neo-Nazismo, Drogas, Tráfico de Órgãos, Racismo entre outros assuntos. Isso não significa que tudo o que eu listei vai acontecer com o protagonista. Pode acontecer com outros personagens no decorrer do conto assim como aconteceu em “Príncipe Impossível”. E sim, eu já tenho listado desde o começo os 7 Medos que vou trabalhar nesse conto. Enfim... se algum leitor se ofende com facilidade e acha que os assunto são "clichês/batidos" nem continuem a ler. Se você decidir continuar lendo não se ofenda quando algum personagem disser algo que te ofende de alguma forma. É apenas ficção. Mantenham um olhar crítico ao ler o que escrevo. Não sou escola e nem manual de instruções e definitivamente não vim a esse mundo para escrever o “politicamente e correto”.
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Um abraço para as pessoas que me enviaram mensagens, para as pessoas que entraram em contato pedindo o meu número do Whatsapp. Vocês realmente me ajudaram a continuar. Não quero que deixem de comentar e dar a opinião de vocês sobre o conto, sobre os personagens, sobre qualquer coisa. Só não sejam ofensivos com a minha pessoa. Não critiquem sobre o assunto que escolhi escrever e nem a forma que eu resolvi abordá-lo. Merdas acontecem e quando as merdas acabam, o conto acaba. Lembre-se que do outro lado do teclado tem um ser humano. Lembre-se também que “Mais fere a má palavra que espada afiada”. Um abraço.
Mais um capítulo sem defeitos. E altamente embasado, esclarecimentos bem pertinentes. Não sei como alguém pode querer denegrinir teus escritos. Ou sei, né?
ResponderExcluirP.s.: Achei sensacional colocares a mãe de Max como professora. Como diria Cissa Guimarães: Gentem como a gentem! Rsrs'
Abraços, escritor!
A.