Capítulo 01: Logan Royale | Conto: Amor, Estranho Amor

CAPITULO  

UM

Logan Royale

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A

 linda garota de pele negra e cabelos cacheados girava em seu lindo vestido de casamento enquanto as fotografias eram tiradas. Lizzie ajeitava a sua câmera de todas as maneiras tentando pegar os melhores ângulos. A garota sorria enquanto girava lentamente deixando o belo vestido rodado se abrir como uma bela flor. Uma flor de sete mil dólares. Um preço salgado pelo vestido, mas vale a pena. Ele foi desenhado pela estilista Mary Stone Wheeler que por acaso é também uma dos meus muito chefes. O marido da linda garota de pele negra estava do lado de fora da sala. Ainda existe essa superstição de que se o noivo ver a noiva antes do casamento tudo vai dar errado, mas o que as pessoas não sabem é que esse costume foi criado antigamente porque os casamento eram arranjados e eles tinham medo de que se o noive e a noiva se encontrassem antes do casamento eles iam acabar desistindo do casamento.

A porta da sala se abriu e Mary apareceu em seu grande salto alto com um olhar estonteante e um ar de satisfação e superioridade. Ela sabia que era a melhor no que fazia e admirar uma das suas obras de arte no corpo de uma noiva corada era sempre uma grande satisfação. A garota parou de girar de fez outra pose enquanto Lizzie tirava outra foto.

- o que você achou do vestido? – perguntou Mary se aproximando da garota.

- Não sei o que dizer – falou ela tentando esconder um sorriso – É Lindo Mary! – falou ela dando um abraço apertado em Mary que retribuiu.

- fico feliz que tenha gostado Launa – falou Mary com um sorriso – tirou todas as fotos que precisava Lizzie?

- sim Mary – falou Lizzie pegando a enorme câmera e indo até a sua mesa e indo até o computador.

- para que são as fotos? – perguntou Launa confusa.

- eu gosto de tirar fotos de todos os meus trabalhos. Eu adoraria colocar suas fotos em meu site e no meu portfólio se você permitir é claro – falou Mary sorrindo.

- Sim. Eu permito – falou Launa quase que interrompendo Mary.

- perfeito – falou Mary de braços abertos – Logan! – gritou Mary olhando para mim – eu vou ajudar Launa a tirar o vestido e enquanto isso você pode trazer as amostras de bolos, salgados, doces, cores e tudo o mais.

- sim Mary.

Sai caminhando para fora do grande salão abrindo a enorme porta e vendo o noivo de Launa sentado com o celular na mão.

- como ela ficou? – perguntou o noivo se levantando.

- linda – falei apertando os lábios.

- eu posso entrar?

- não. A Senhorita Mary está ajudando ela a tirar o vestido e vocês agora vão provar o bolo, a comida e entre outras coisas. Você pode aguardar aqui. Elas devem aparecer a qualquer segundo.

- obrigado – falou o noivo se sentando.

Caminhei atravessando o grande saguão em direção ao elevador. Já estava tudo arrumado e etiquetado no segundo andar, mas Mary é perfeccionista e eu vou conferir para saber se está tudo pronto. Passei pela recepção e acenei para minha amiga Sharon que estava recebendo um casal para entrevista. Entrei no elevador e apertei o botão respirando fundo. Meu nome é Logan. Logan Mudgett Royale. Tenho vinte e dois anos e… é isso. Não tem muito que falar sobre mim. Sou um rapaz como qualquer outro. Um rapaz que vive em Washington, capital. A Casa Branca fica a alguns quilômetros de onde eu vivo e eu tenho uma enorme família. Grande mesmo. Minha família é daquelas que se juntam para festejar e passam o fim de semana todo bebendo e curtindo. É difícil manter segredos quando se tem uma família tão grande e quando eu tinha dezesseis anos eu contei pra uma prima que gostava de homens. Duas horas depois minha mãe veio perguntar se era verdade e eu disse que sim. Aprendi nesse dia que a única pessoa que posso contar o segredo é pra mim mesmo e provavelmente te eu devo matar o meu reflexo no espelho pra ele não sair espalhando.

Eu disse antes que sou um garoto como qualquer outro, mas existe uma história engraçada sobre os meus sobrenomes. Mudgett e Royale. Eu sou assistente de Mary e trabalho na ‘Royale/Stoneshire Delight: Assessoria & Eventos’. Uma empresa que realiza grandes eventos desde casamentos, formaturas ao baile de posse do presidente. Você deve ter notado que o meu sobrenome Royale faz parte do nome da empresa. Isso porque os donos da empresa são Noah Royale – meu tio – e Jay Stoneshire – o melhor amigo do meu tio. Ele era meio que um tio para mim já que ele sempre esteve presente na minha vida desde que me entendo por gente. Sim, eu vim de uma família rica. Milionária na verdade. A minha mãe – Eleanor Richards Mudgett mais conhecia como Helen é empresária. Não que ela seja dona de uma empresa, mas empresária mesmo. Foi ela quem descobriu Ariana Grande e atualmente ela está tentando empresariar Camila Cabello e a atriz Anya Taylor-Joy.

Meu pai - Thaddeus Shawcross Royale – mais conhecido como Thad foi um policial da SWAT por muitos anos. Antes disso ele esteve na marinha por oito anos. Atualmente ele é o diretor da CIA. Isso mesmo. A CIA, CIA. Ele vai e volta do trabalho escoltado por seguranças e na verdade nesse momento tem um segurança na porta da empresa por minha causa. Aparentemente ser o diretor da CIA tem o seu lado bom e ruim. O salário é bom, o reconhecimento é bom, os contatos são bons, mas às vezes a família é alvo de terroristas e essa é a parte ruim. Mesmo assim até hoje nada de ruim aconteceu. Meu pai também ficou sabendo que eu era gay naquele dia. Ele não me disse nada. Não me disse nada. Ele nunca falou sobre isso. Ele nunca brigou comigo ou falou coisas que pudessem me magoar sobre a minha sexualidade, mas ele era bem sistemático sobre uma coisa: ele não queria que eu fizesse sexo com meus namorados.

Talvez isso seja porque meu pai sempre quis ser pai de uma garota e eu sou o mais perto que ele chegou de ter uma filha. O meu irmão mais Jesse é nove anos mais velho do que eu e ele disse que quando eu estava na barriga da minha mãe ele desejava ter uma filha, mas o destino o presenteou com outro filho. Meu pai não deixava meu namorado dormir lá em casa e ele não me deixava dormir fora. Ele colocava os seguranças atrás de mim o tempo todo e dizia que se eu não fosse embora com os seguranças eles poderiam usar a força. Meu pai falava sobre ‘esperar até o casamento’ ou ‘você precisa respeitar seu corpo’ ou até mesmo ‘eu errei com seu irmão, mas com você será diferente’. Com meu irmão Jesse meu pai não foi tão presente já que ele esteve na marinha por oito anos e meu irmão aprontou muito e para meu azar eu acabei sendo o ‘filhinho do papai’. O meu pai sempre me deu de tudo e sempre fez de tudo por mim, mas sempre exigiu muito respeito em troca. Ele sempre foi um pai durão e algumas vezes chegou a me corrigir com algumas palmadas. Tenho muito respeito pelo meu pai e não desobedeço a suas regras.

Atualmente eu tenho um namorado e nós estamos juntos a pouco mais de nove meses. Ele se chama Leo Wakefield, tem vinte e oito anos e trabalha no Country Club do pai dele. Os Wakefield são uma família muito rica e eles são donos de Country Clubs pelo país. Um em Las Vegas, um em Los Angeles, um hotel em Miami e um Country Club aqui em Washington ao qual Leo é o gerente. Leo é um cara legal e de quebra é muito gostoso. Cheio de tatuagens nos braços, no peito e sem contar a linda boca que ele tem. Leo tem sido legal comigo em especial por lidar bem com a regra do meu pai sobre sexo. É claro que ele e eu damos um jeito sobre isso. Leo e eu nunca fizemos sexo, mas eu usava bem a minha boca em seu pau de vinte centímetros que é extremamente grosso. As vezes no carro dele, as vezes no próprio country club e algumas vezes quando vou até a casa dele para o jantar.

Eu poderia ter quebrado a regra do meu pai sobre sexo, mas ele meio que colocou um certo medo em mim quando se trata de sexo e eu acabei persuadido pelos seus argumentos e acredito que o cara certo vai esperar comigo. Do contrário ele não é o cara certo. Você deve estar se perguntando: o que tem o segundo sobrenome? Herdei o sobrenome Mudgett da minha mãe e se você fizer uma pesquisa colocando esse sobrenome no Google vai descobrir que ele pertenceu ao primeiro assassino em série dos Estados Unidos: Herman Webster Mudget mais conhecido como Dr. H. H. Holmes. Sim. Eu sou descendente direto de Holmes. Ele é meu tataravô. Ele era pai da minha bisavó. Ele construiu um hotel maluco cheio de armadilhas onde ele matava pessoas inocentes enquanto assistia elas morrerem. O hotel era cheio de corredores sem fim, portas de quartos que abriam apenas pelo lado de fora entre outras coisas. Ele confessou 27 assassinatos, mas pela quantidade de ossos encontrados acreditam que ele tenha matado mais de trezentas pessoas nessa brincadeira. Ele foi condenado à morte e foi enformado em praça pública depois disso.

O hotel sofreu uma grande reforma, mas existe até hoje e fica em Chicago e minha mãe é a atual proprietária. Muitos caçadores de fantasmas visitam o lugar tentando contatar espíritos e essas coisas e por mais que minha mãe tente mudar o nome ou a fachada do hotel as pessoas vivem indo se hospedar lá no Halloween pra ver se conseguem contato com espíritos. No colégio eu não sofri bullying por ser gay ou por ter trejeitos femininos. Sofri bullying por ter tataraneto de Holmes. Meu apelido foi Mortícia por um bom tempo na minha vida no colégio, mas pouco antes de terminar o colegial me apelidaram de Serial Gayller. Não sei como devo me sentir por ser neto de um assassino confesso tudo o que sei é que minha mãe disse que quando eu fizer vinte e cinco anos vai colocar o hotel no meu nome.

Quando as portas do elevador se abriram eu caminhei pelo corredor indo até a sala de provas e as cozinheiras ainda estavam colocando as bandeirinhas nos bolos.

- Agilizem pessoal. Mary está chegando daqui a pouco e vocês sabem como ela fica quando as coisas não estão prontas na hora que ela quer - falei pegando as bandeirinhas e colocando cada uma em um dos bolos.

Enquanto ajudava o pessoal da cozinha Lucas Davis – um grande amigo meu – entrou pela porta e em silêncio veio até mim e começou a ajudar a organizar tudo.

- oi – falou Lucas.

- oi – falei pegando outra bandeirinha e colocando no bolo. Lucas tem dezenove anos e trabalha conosco a mais ou menos nove meses. Nós acabamos criando uma grande amizade já que ele também é gay.

- feliz aniversário – falou Lucas.

- obrigado – falei rindo.

- está completando quantos anos?

- vinte e três.

- está ficando velho.

- seu nariz – falei rindo.

- e então? Não vai me convidar pra grande festa? – perguntou Lucas pegando os catálogos com amostras de tecido e colocando-os sobre as mesas.

- não. Não terá grande festa. Para a minha sorte meu aniversário caiu na segunda feira e isso significa que será no máximo um jantar com minha família e meu namorado…

- Leo vai? – perguntou Lucas interrompendo.

- sim. ele vai.

- pensei que seu pai não gostava dele.

- ele não gosta. Nunca gostou, mas ele tem que aceitar que estamos namorando.

- verdade – falou Lucas concordando e balançando a cabeça.

- você precisa ver a bagunça que foi ano passado. Meu aniversário foi no domingo e a família inteira apareceu na sexta feira e só foram embora no domingo à tarde. Isso significa que só no meu aniversario de vinte e seis anos em 2021 ele cairá na sexta feira. Eu tenho mais três anos de paz e sossego no meu aniversário. Eu só quero jantar com minha família e meu namorado e terminar a noite dando uns amassos nele. Tenho certeza de que Leo vai querer um presente, mas eu vou ter que dizer não. De novo.

- ele não fica chateado?

- sim, mas eu acabo chupando ele por uns trinta minutos e ele termina com um largo sorriso no rosto.

- eu não entendo porque você não dá logo pra ele – falou Lucas rindo e arrumando os vasos de flores.

- eu não sei… eu não quero arriscar com ele. E se alguma coisa acontecer e eu me sentir um lixo depois? Vou ficar me sentindo mal por ter confiado nele.

- entendo… - falou Lucas olhando em volta – está tudo pronto.

- você é virgem? – perguntou olhando pra ele.

- eu? – perguntou Lucas rindo – não sou virgem desde os meus quinze anos. Aquela festa de formatura me trás muitas lembranças.

- eu não vou me preocupar com isso agora – falei vendo o elevador chegar ao andar – quando a hora chegar eu vou saber e não importa o que meu pai disser ou fizer.

O elevador se abriu e de lá saíram dois homens que vieram caminhando até a sala. Não era Mary.

- boa tarde – falou tio Noah entrando na sala – como está meu sobrinho favorito?

- estou bem.

- feliz aniversário garoto – falou meu tio me abraçando.

- obrigado tio – abracei-o de volta bem forte.

- vou dar seu presente agora. Não vou mais te ver hoje – falou ele me entregando uma sacola da Tiffany & Co. Eu abri e vi que era um colar de ouro.

- obrigado tio, não precisava.

- claro que precisava – falou ele com um sorriso – só se comemora o aniversário uma vez. Por ano – falou ele rindo.

- obrigado tio. Eu gostei. De verdade.

Nesse momento o pessoal da cozinha que nos ajudava saiu da sala. Olhei para ao lado do meu tio e estava seu sócio Jay Stoneshire. Um figurão de quarenta anos com barba cerrada que tinha um jeitão jogado de lado e estava sempre com um charuto na mão. Ele apenas via o dinheiro entrar e esbanjava como podia.

- feliz aniversário Logan! – falou Jay me apertando para um abraço passando a língua no meu pescoço ele me mordiscou.

- chega! – falei empurrando ele de leve.

- para com isso Jay – falou tio Noah – se meu irmão souber disso ele te mata – falou Logan com um sorriso pegando algo no bolso e esticando a mão ele abriu a palma mostrando um broche com um brasão da nossa família. O brasão da Família Royale – eu não tive tempo de embrulha ou algo assim. É de outro vinte e quatro quilates. Pedi que fizessem para você.

- obrigado Jay – falei pegando o broche – é lindo.

- você também – falou Jay.

- cara, o que sua esposa ia falar sobre isso? – perguntou Noah.

- ele não tem que dizer nada. Eu quero levar Logan para cama. A minha mulher eu levo pra cama todo dia – falou Jay rindo.

- pelo amor de Deus – falou meu tio Noah saindo da sala – eu desisto…

- você sabe que é só brincadeira, né garoto? – falou Jay com um sorriso pegando um charuto apagado e colocando na boca. Jay nunca escondeu seu interessa por mim. Eu não sei bem qual é a dele, mas ele sempre foi muito brincalhão comigo, mas eu percebi que essas brincadeiras se tornaram investida quando Jay descobriu sobre a história do meu pai ser carrasco comigo e eu ainda ser virgem. Parece que ele é ‘especialista’ em primeira vez e seja homem ou mulher é uma fantasia dele tirar a virgindade.

- sério?

- sim – falou ele tirando o charuto da boca – quando você se cansar de brincar com seu namorado e quiser um homem de verdade pode falar comigo. Vou adorar estourar sua cereja.

- sabia que meu pai é diretor da CIA? Ele pode te matar e fazer parecer que você se matou, sabia? Ele nem ia sujar as mãos. Ele só precisa fazer uma ligação ou algo assim.

- eu não tenho medo do seu pai Logan – falou Jay se aproximando de mim e apertando os lábios ele me olhou de baixo em cima – na verdade todo esse ciúme do seu pai só reforça a minha fantasia. Adoraria de colocar de ladinho na cama e enfiar meu pau em você bem devagarinho estourando suas pregas enquanto você geme e grita pelo seu pai. ‘papai, papai me ajude’.

- você é nojento, sabia? – falou Lucas ao meu lado.

- cuidado garoto – falou Jay olhando para Lucas – o sobrenome dele está na fachada. Não o seu – falou ele apontando o charuto pra mim e depois pro Lucas.

- para de ameaçar o Lucas, Jay.

- okay – falou ele com um sorriso – só me promete que vai pensar na minha proposta.

- eu vou ligar pro Leo e perguntar pra ele o que ele acha da proposta.

- você não vai fazer isso – falou ele se afastando com um sorriso e colocando o charuto na boca – é só uma questão de tempo – falou ele saindo da sala e falando mais alto – eu sou um daddy e é questão de tempo até você implorar pra ser meu filho.

- pelo amor de Deus – falou Lucas ajeitando algumas flores – esse cara é nojento.

- ele é nojento, mas é gostoso – falei rindo. Jay é um tiozão marrento que se acha. Sabe que é gostoso e toca o foda-se pro mundo. Preciso admitir que as vezes conversar com ele me deixava tentado a aceitar as suas propostas.

- ele é velho – falou Lucas fazendo careta.

- eu sei, mas acho que homem é igual vinho. Quanto mais velho mais gostoso fica.

- então porque está com Leo? Ele é só alguns anos mais velho do que você.

- você já viu aquela boca? Aquele corpo? Junta tudo isso a um cacete gostoso – falei rindo e mostrando com a mão a grossura do pau dele.

Mais uma vez a porta do elevador se abriu e finalmente Mary apareceu junto com os noivos e Lizzie ao seu lado. Eles entraram e eles começaram a provar os bolos. Lucas e eu nos revezávamos enquanto levávamos os pratinhos e Lizzie anotava a nota que os noivos davam para os bolos. Eles avaliavam com uma note de um a cinco sendo que os que ficassem abaixo de três eram descartados imediatamente. Depois eles analisaram as amostras de tecidos e aprovaram algumas cores. Dizem que o diabo está nos detalhes e realmente eras um inferno chegar a essa parte afinal eram tantos detalhes que a cabeça cansava.

- acho que é só isso por hoje – falou Mary juntando as mãos – vocês tem mais algum pedido para hoje?

- sim – falou Launa se levantando e pegando algo na bolsa – gostaríamos que viessem ao casamento. Não como funcionários, mas como convidados – falou ela nos entregando convites.

- essa tem sido uma experiência maravilhosa – falou o noivo de Launa – nós estávamos com medo de dar esse passo, mas vocês e a empresa estão nos auxiliando de uma forma que nunca poderemos agradecer.

- obrigado senhores – falou Mary pegando seu convite – ficamos agradecidos pelos elogios – falou ela levando Launa e seu marido Brenton até o elevador.

-acho que romântico – falou Lucas abrindo o envelope e lendo o convite.

- menos Lucas – falou Lizzie – você já é gay o suficiente – falou ela abrindo seu envelope – nem ferrando que eu vou nesse casamento.

- relaxa Lizzie. Todos eles nos convidam e nós nunca vamos. Porque esse seria diferente?

- será que podemos comer o resto dos bolos? – perguntou Lizzie olhando para mim.

- o que foi?

- podemos comer alguns? Mary nunca deixa – falou Lizzie.

- podemos? – perguntou Lucas.

- porque vocês estão perguntando pra mim?

- porque o seu sobrenome está na fachada – falou Lucas – Jay deixou isso claro.

- okay. Podem comer. Dê-me o de castanhas – falei pegando um pedaço da mão de Lizzie e dando uma mordida – Deus como isso é gostoso.

- o que estão fazendo? – perguntou Mary chegando na porta.

- estamos comendo… - falou Lizzie.

- Logan deixou – completou Lucas.

Mary olhou para mim enquanto eu chupava dois dedos do bolo que tinha acabado de comer. Ela então ficou me olhando fixamente e começou até a me dar um certo medo. Ela começou a caminhar na minha direção.

- você se acha especial, né? Logan? Só porque você vem de uma família rica e você só trabalha por robe porque você não precisa do dinheiro – ela se aproximava a cada passo que dava – você acha que pode fazer o que quiser no mundo e não será punido porque o papai é diretor da CIA e o tio é dono de uma das maiores empresas de evento do país, mas eu estou te dizendo… - ela ficou a apenas depois palmos de distância – seu nome pode estar na fachada, mas isso não impede de eu fazer da sua vida um inferno – ela tinha uma expressão raivosa que se tornou inexpressiva e então cômica.

- Surpresa! – gritou um monte de gente que havia chegado de fora da sala. Levei um susto ao ver os funcionários lá parados com balões e um bolo. Eles tinham cornetas, línguas de sogra e Lizzie e Lucas jogaram serpentina em cima de mim.

- que porra é esse? – falei olhando em volta.

- feliz aniversário Logan – falou Mary me entregando um envelope.

- não precisava – falei recebendo um abraço de Mary.

- claro que precisava – falou Mary rindo – seu sobrenome está na fachada. Acostume-se a ser bajulado – falou ela pegando um espumante e abrindo. Todos os funcionários foram entrando e me cumprimentando e me entregando presentes e algumas lembrancinhas.

Fui obrigado a ir até uma mesa e Sharon acendeu as velas que formavam vinte e três anos e todos bateram palmas e eu assoprei a vela fazendo um pedido. ‘Que esse ano seja diferente’. Esse foi o pedido que eu fiz. Não sei por que, mas eu queria algo de diferente acontecendo em minha vida. Algo para abalar as estruturas para me deixar acordado até tarde. Sei que é bobeira, mas acho que é uma regra ou algo assim.

- o que você desejou? – perguntou Sharon com o espumante na mão.

- eu não posso dizer se não o desejo será anulado – falei pegando a faca e cortando pedaços do bolo e servindo a todos.

- quem ganhará o primeiro pedaço do bolo? – perguntou Lucas.

Antes que pudesse responder vi o elevador se abrindo e de lá de dentro vi Leo caminhar em passos curtos com seus óculos de sol e aquela pose que me deixava com falta de ar.

- para aquele cara – falei rindo e todos olharam para trás. Leo Tirou os óculos quando chegou a porta assustado com todos olhando para ele.

- o que foi?

- o primeiro pedaço do bolo é seu – falei caminhando até ele e entregando o prato com bolo.

- obrigado – falou ele com um sorriso. Ele passou o dedo no glace e passou nos meus lábios e passou a língua lambendo e nós demos um beijo gostoso. Ele passou o braço por mim e me puxou junto dele.

- okay, okay… - falou Lucas chamando nossa atenção e nos interrompendo – o aniversariante tem que servir os convidados então volta aqui Logan.

- sem graça – falei dando um último selinho na boca de Logan e voltando até a mesa. Comecei a servir a todos e depois de pegar uma taça com espumante me sentei no colo de Leo enquanto nós comíamos o bolo de seu prato. Ele colocava pedaços na minha boca enquanto nos beijávamos. O cheiro de seus cabelos era bom e eu adorava bagunça-los e depois arrumá-los novamente.

- tem certeza que eu devo ir nesse jantar? Seu pai nunca me convida pra nada – falou Leo colocando um pedaço de bolo na minha boca.

- quem tem que te convidar sou eu. Eu sou seu namorado.

- mas seu pai de controla. Você não pode negar isso.

- acho que ele não confia em você. Deve ser isso.

- eu sempre tive uma curiosidade Logan… sou eu? – perguntou Leo curioso.

- não. Não é nada com você. Ele sempre foi assim com todos os meus namorados. Acho que ele tem medo de algum cara aparecer e virar minha cabeça e eu me afastar da família.

- então é melhor eu não ir.

- sim. Você vai. Você vai ser da minha família um dia não vai?

- não sei. Se o seu pai deixar – falou ele rindo.

- deixa de ser bobo Leo.

- okay, eu vou tentar.

- prepare-se porque é meu aniversário, mas você é que vai ganhar o presente.

- sério? você vai me dar esse rabo?

- não – falei empurrando ele de leve – eu vou deixar você fazer… na minha boca. Gozar na minha boca.

- tem certeza? você sabe que eu gozo muito.

- tenho. Eu sempre quis saber o gosto que tem.

- você vai adorar – falou ele passando o dedo no bolo e passando na ponta do meu nariz – eu prometo – falou ele lambendo meu nariz – qualquer coisa nós levamos um pedaço desse bolo e eu gozo nele e você come.

- seu nojento – falei empurrando-o e me levantando – vamos o expediente acabou a trinta minutos.

- feliz aniversário Logan – falou Lizzie vindo para um abraço – eu não comprei nenhum presente ainda, mas depois eu mando um vale presente por e-mail pra você.

- perfeito – falei olhando para Lucas – obrigado pela surpresa cara – falei abraçando-o.

- fazer o que? – falou ele rindo – você não tem festa em casa, mas tem festa aqui.

- até amanhã – falei me despedindo dele – vamos?

Leo se levantou e nós seguimos pelo elevador e ao chegarmos ao estacionamento me despedi de Mary que colocou seus óculos escuros e acenou para nós enquanto saia do estacionamento com seu Porsche. Leo seguiu com seu carro enquanto cruzávamos a cidade e o sol começava a se por no horizonte. Peguei os meus óculos no porta luvas e joguei todos os presentes que ganhei no banco de trás. Nós seguimos por Washington até que chegamos ao bairro onde morava. Leo parou com o carro em frente ao portão e apertou o botão do interfone.

- quem?

- sou eu mãe.

- eu quem? – perguntou ela rindo.

- mãe isso não tem graça a senhora faz isso todo dia.

- seu sem graça – falou minha mãe abrindo o portão e Leo seguiu com o carro.

- estacionar na garagem? – perguntou Leo.

- não. Estaciona ali do lado – falei mostrando um lugar do lado esquerdo – aqui ninguém vai ver quando eu chupar seu pau.

- vai ser agora? – perguntou ele parando o carro e tirando o cinto.

- não seu pervertido. Depois. O meu segurança acabou de chegar – falei mostrando pra ele o carro preto que chegou logo atrás de nós – se ele nos pegar fazendo isso meu pai vai surtar. Você sabe como meu velho é.

- acha que seu pai seria assim se você namorasse garotas?

- eu já pensei nisso – falei respirando fundo – a verdade é que eu tenho medo de admitir que ele seja homofóbico. Talvez seja isso.

- talvez – falou Leo colocando a mão no meu ombro. Já estava escuro e ele se aproximou e deu um beijo na minha boca – confia em mim.

- okay, eu confio – falei rindo.

Nós saímos do carro e o meu segurança estava lá com os braços para trás me encarando. Leo segurou em minha mão e nós caminhamos em direção a casa e passamos por ele.

- boa noite Rodney.

- boa noite Senhor Royale.

- boa noite – falou Leo com um sorriso, mas o segurança o ignorou – okay – falou ele.

Nós subimos as escadas até a porta de entrada e então eu parei e respirei fundo. Olhei para Leo e continuei respirando fundo.

- o que foi?

- estou um pouco nervoso. Esse é o nosso primeiro jantar em família. Vou te apresentar a minha família. Estou nervoso e tudo vai dar certo.

- respira meu amor. Vai dar tudo certo – falou ele acariciando meu rosto.

- okay.

Abri a porta da frente e então ouve um grito.

- Surpresa! – Lizzie e Lucas estavam na frente e jogaram serpentina na minha cara. Eles não jogaram para o alto. Jogaram direto na minha cara. Eu acabei deixando um pouco entrar na minha boca. Atrás deles havia um pessoal que eu conhecia muito bem. Meus tios, tias, primos, namorados de primos, vizinhos… estavam todos lá com balões, cartazes batendo palmas assoviando e jogando serpentina para o lado. Ótimo – falei com um sorriso no rosto.

- você está metido nisso? – perguntei olhando para Leo.

- desculpa – falou ele rindo.

- esquece o seu presente – falei respirando fundo e entrando na casa.

Espero que tenham gostado desse capítulo. Essa é uma obra que programei para ser escrita a um bom tempo e estou feliz por finalmente poder estar realizando-a. Deixem o comentário e o voto de vocês seria muito importante para mim. A outra obra que ganhou a enquete foi Paixão Secreta. Príncipe Impossível e Sedutor Maldito ficam em pausa até eu terminar essas duas. Assim que for terminando já vou continuando as seguintes. Um grande abraço a todos e até o próximo capítulo.

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