É
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NOVE
capítulo vinte e seis
melhor se
arriscar ao ridículo do que viver sem nunca ter tentado. O medo de perder, de
errar, de parecer ridículo pode nos levar a uma vida sem sentido. Eu agradeço a
todos ao meu redor por terem me proporcionado uma vida onde pude experimenta
todas as sensações dessa vida: Amor, Ódio, Raiva, Compaixão, Agonia, Tristeza e
Amor.
Tive uma vida que muitos
invejariam. Fiz coisas que a maioria das pessoas nunca farão. Eu amei, me
decepcionei, fui amado e odiado, mas todos estavam sempre perto de mim. Me
amando ou me odiando as pessoas não me deixavam. Agora estão todas aqui. Junto
de mim. Elas olhavam para o caixão imaginando porque ele não estava aberto. Eu
deveria estar com pena de mim, mas o que sentia era finalmente a liberdade.
Só penso nas coisas que não fiz.
Coisas as quais não fiz porque não tive tempo. Nunca falei sobre minha morte
com ninguém. Tive chance, mas as vezes evitamos falar da morte porque temos medo. Temos receio. Agora que
estou morto gostaria de ter dito todas as coisas que não disse. Gostaria de ter
amado mais, gostaria de ter deixado as coisas bobas de lado. Sempre tive medo
de morrer sozinho e o destino cruel proporcional esse final a mim.
É claro que
cometi erros. Quem não comete? Quem nunca errou que jogue a primeira pedra. Os
últimos anos foram os melhores da minha vida. Conheci o amor da minha vida e
depois eu o perdi, mas pelo menos eu sei que fui amado.
Ninguém Em Casa
Levantei o
rosto bem devagar e senti a chuva caindo no rosto. Estava difícil ir trabalhar
todos os dias com tantas lembranças. Decidi ir a pé. Fazia tempo que não fazia
uma caminhada até o trabalho. A chuva
caia entre meus dedos. Sempre gostei da chuva.
Quem diria que um segundo de
descuido é tudo o que a dona morte precisa para nos sacanear. Nunca havia
atravessado a rua sem olhar para os lados e a única vez em que não me importei
em fazer isso um ônibus passou por cima de mim.
Era estranho. Não senti dor
nenhuma. Era como se eu tivesse dormido. Caído em sono profundo. A dor não teve
lugar. A verdade é que o mundo não vai sentir minha falta. Talvez por alguns
dias eu seja o assunto no jornal mais uma vez. “O babaca que atravessou a rua
sem olhar para os lados”.
Quer saber? Chega de falar de
tristeza. A tristeza foi minha grande
companheira em toda essa saga. Sei que irritei as pessoas as vezes, mas nós não
mandamos no coração. Existem sentimentos que não conseguimos controlar. Existem
algumas loucuras que fazemos por amor. Loucuras foi o que mais fiz em toda
minha vida. Especialmente quando eu comecei a vê-lo de outra forma.
Pensei que fosse apenas uma
paixão tola, mas depois da maldirá aposta, nós passamos a noite juntos e eu
percebi naquele momento que acabará de fazer sexo com o homem ao qual eu
passaria o resto de minha vida… ou pelo menos eu pensei que fosse.
Ele nem quis vir até o cemitério.
Acho que ele não gostava muito. Ele estava lá fora chorando. Deus sabe como eu
queria estar lá para abraçá-lo e dizer que tudo ficaria bem, mas já não cabia
mais a mim fazer isso.
As
pessoas me julgavam porque eu tinha estuprado Marisol, mas a verdade é que eu
amava Mike o bastante para deixa-lo livre. Eu nunca estuprei Marisol. Eu apenas
entrei no jogo dela. Marisol tinha criado uma história para Jeff e como irmão ele fez o certo: Acreditou. Ver Mike
ser pego no ato na casa de Nathan me fez perceber o quão desesperado ele estava
para tentar me esquecer. Ele só me esqueceria se me odiasse. Esse foi o maior
erro que cometi. Mike me esqueceu, mas eu não esqueci dele.
Nathan
criaria bem meu filho. Ele não precisava saber que era meu. Ele nunca saberia.
Só espero que um dia Marisol pague por estar enganando-o.
Basicamente fui um homem bom toda
a minha vida. Exceto sobre a parte da traição. Eu eram esmo um canalha, mas um
canalha que também tinha sentimentos. Como eu disse: todos erram. Eu errei
muitas vezes. Mike nunca vai saber a verdade. Eu sei que ele me odiava. Ele
tinha finalmente publicado seu livro. Um mês depois de eu ter mentido sobre ter
estuprado Marisol Mike publicou seu livro. Duas semanas antes de eu morrer.
Sabe o que é mais engraçado? Meu
nome não aparece nenhuma vez. Ele tinha me excluído de sua vida. Literalmente.
Nossa história não foi boa o bastante para ser incluída no livro. Acho que ele
ficou envergonhado de admitir que tinha se apaixonado por em estuprador. Pelo
menos ele pensava eu era.
Queria tanto poder dizer a ele
mais uma vez que o amo. Mesmo meu corpo estando dentro de um caixão sendo
enterrado eu sentia meu coração acelerar só de pensar nele. Pensar em seu
toque.
Depois que meu funeral acabou
Mike foi para casa com Larry e Vanessa. Mike ficou trancado no quarto o dia
todo. Ele estava triste e Larry fez de tudo para amenizar essa dor, mas era
difícil. Larry sabia que ele estava triste e tudo o que podia fazer era ficar
ao seu lado enquanto ele se recuperava.
Mike levou exatamente nove dias
para se apaixonar por mim. Eu sei porque ele me contou. Nove dias foi o tempo
que levei para conquista-lo. Ele me disse que nove passou a ser o seu número da
sorte.
Não cheguei a ler todo o livro de
Mike. Estava no último capítulo quando o ônibus me matou. Ele bateu em mim tão
forte que me jogou a vários metros a frente. Lembro-me de ver seu rosto
enquanto voava no ar. Dizem que toda sua vida passa diante de seus olhos quando
morre. Mike é a única pessoa que eu via. Mike é minha vida.
Nathan e Axel retiraram todas as
suas ações da empresa e eu fui obrigado a compra-las. O que me quebrou. Esse
foi um dos sacrifícios que tive que fazer para manter minha mentira. A minha
empresa ficou fechada por algumas semanas até que finalmente eu consegui
reabrir. Com metade da metade do pessoal. Eu tinha clientes suficientes para me
manter até conseguir me reerguer.
Enquanto escrevia o livro, Mike
morou com seu pai Ray. Ele conheceu sua família biológica. Ele teve alguns dias
felizes até o dia em que recebeu a ligação. Roman ligou dizendo que eu havia
morrido. Mike voltou para San Diego e foi para meu apartamento que na verdade
era dele. Mike foi gentil em me deixar morando lá. Ele não acreditou em Roman.
Pensou que fosse uma brincadeira. Ele ainda tinha a chave. Ao entrar ele viu
que meus irmãos já tinham recolhido todas as minhas coisas. Ele olhou para
todos os lados e viu um apartamento vazio.
Mike se ajoelhou no chão e
começou a chorar. Ele realmente gostava de mim e sentia minha falta. Ele se
deitou no chão machucado. Ele fechou os olhos e pediu do fundo do coração que
aquele fosse um pesadelo. Que fosse apenas uma mentira, mas ele percebeu que
era tudo verdade quando as lágrimas já tinham secado. Ele ficou lá deitado lá
por seis horas tentando imaginar como seguiria com a vida. Ele sabia que estava
triste, mas não conseguia chorar. Ele simplesmente se levantou e foi embora.
Batendo a porta.
Funeral
Tinha acabado de chegar do
funeral de Adam. O único homem que amei toda a minha vida. Além de Felix é
claro. Toda vez que me lembrava de Adam eu sentia um aperto no peito. Toda vez
que imaginava como ele morreu eu sentia um aperto no estômago.
- você está bem Mike? – perguntou
meu pai Larry entrando no quarto.
- estou pai – falei pedindo que
ele não acendesse a luz.
- quer que eu fique um pouco com
você aqui?
- porque ele teve que morrer?
- não sei – falou meu pai se
sentando na cama.
- tem tantas pessoas ruins nesse
mundo e juto ele teve que ir. Eu sei que o que ele fez foi errado, mas ele
merecia morrer?
- não – falou meu pai tocando
minha perna – ninguém merece, mas não pense nisso como a morte, mas como a
passagem. Ele está em lugar melhor.
- embaixo da terra. Queria tanto
estar com ele.
- para de dizer bobeira Mike.
- é verdade.
Quando eu penso que a dor passou
ela volta com tudo. Comecei a chorar outra vez. Ás lágrimas escorriam pelo meu
rosto e molhavam o travesseiro.
- tem uma pessoa aqui que quer
falar com você.
- quem?
- nós – falou Gray aparecendo na
porta. Em seguida Xavier e Steve apareceram atrás deles.
- vocês vieram?
- sim. Preferimos não ir ao
funeral – falou Gray entrando.
- vou deixar vocês a sós – falou
meu pai se levantando e saindo do quarto.
Me sentei na cama e Xavier e
Steve entraram e a porta foi fechada.
- como você se sente? – perguntou
Gray
- estou bem. Apesar de tudo.
- eu estou péssimo – falou Gray –
estou péssimo por ter sido um covarde e abandonado vocês dois. Quem sabe talvez
se tivesse ficado aqui… talvez Adam não estivesse morto.
- também penso nisso. Talvez se
tivesse ficado com ele talvez…
- não vamos pensar nisso – falou
Xavier.
- verdade – falou Steve. Não
vamos pensar n oque poderia ter sido. Não vamos ficar nos torturando por isso.
- você está bem mesmo? –
perguntou Gray.
- estou sim. E Você Gray? Vocês
todos estão bem?
- estamos – falou Xavier – só
quero que saiba que nós voltamos a cidade e vamos reabrir a “Partners Advocady” que se chamará “Adam’s Memorial Advocacy”.
- sério?
- sim – falou Steve.
- Adam ficaria feliz. Eu sei o
quanto ele adorava aquela empresa.
- estamos tentando conseguir mais
um investidor – falou Steve – mas tenho certeza que conseguiremos.
- espero que sim.
- gostaríamos de te pedir uma
coisa – falou Steve.
- o que? Querem que eu seja
investidor? Eu não posso. Tenho certeza que não tenho tanto dinheiro assim.
- Não. Queremos que volte a
trabalhar conosco quando a empresa reabrir.
- eu… eu não sei se posso. Tudo
lá vai me lembrar Adam.
- tudo em sua vida vai te lembrar
Adam. Você pode sofrer com essas lembranças ou torná-las algo bom.
- eu agradeço a oferta, mas
preciso pensar sobre.
- sem problemas – falou Gray, me
abraçando e me soltando – queríamos que estivesse envolvido nesse projeto. Adam
gostaria.
- obrigado por oferecerem – falei
me levantando e abraçando a todos – eu prometo que vou pensar com carinho.
Vocês devem imaginar qu3e não é fácil pra mim voltar aquele prédio.
- nós entendemos – falou Xavier.
- sua mãe está bem Xavier? E seus
irmãos? Eu nem cheguei a vê-los novamente.
- estão sim. Uma mãe não quer
enterrar o filho, mas fazer o que né? – falou Xavier sem graça. Ele merecia
outro abraço.
Nos abraçamos outra vez e eu
disse que amava o irmão dele e que nunca deixei de amá-lo. Mesmo depois do que
ele fez.
- vamos ficar lá em baixo – falou
Steve. – se quiser conversar conosco, estamos lá. Jeff também está ai.
- manda um abraço pra ele – falei
perdoando-o. A morte de Adam me fez perceber que para morrer basta estar vivo.
Não quero morrer odiando ninguém e não quero que ninguém me odeie.
- digo sim – falou ele com um
sorriso.
Depois que eles se foram eu
voltei a me deitar. Fiquei pensando na proposta até que Meu pai bateu na porta.
- pode entrar.
- filho, uma mulher passou aqui e
te deixou essa carta.
- uma mulher?
- sim. Ela disse que iria viajar
por um tempo e que queria te deixar isso.
Eu peguei a carta e liguei a luz
do abajur. Era de Marisol. O que será que ela queria?
Quase não
acreditei quando li a carta de Marisol. Ela estava me dizendo que Adam não
tinha estuprado ela. Ela disse que não sabia o motivo de Adam ter mentido por
ela, mas que ela não aguentava mais guardar essa mentira do marido,
especialmente depois da morte de Adam.
Assim que
termine ide ler a carta um raio iluminou o quarto e a chuva caiu forte. Eu nem
acredito nisso. Agora a dor que sentia havia aumentado. Adam mentiu para que eu
o esquecesse. Eu sabia como funcionava aquela cabeça oca.
- Porque ele
não me disse nada? Porque ele mentiu? – falei sentindo a dor voltar. Era muito
pior saber que ele tinha morrido em vão e sozinho por um capricho idiota dele.
Sai do
quarto e desci as escadas devagar. Abri a porta sem que ninguém me percebesse.
Não foi difícil meu pai e Vanessa estavam em seu quarto e como a chuva caia
forte eles não perceberiam nada.
Fui para o
meio da rua e senti a chuva no meu corpo. Comecei a gritar o nome de Adam
implorando para que um carro me atropelasse e me levasse.
As lágrimas
escorriam no meu rosto e tudo o que queria era morrer. O amor da minha vida
tinha morrido e eu tinha ficado sozinho naquele mundo. Era egoísmo meu pensar
diferente. Adam tinha morrido e eu continuava lá. Não era justo.
- o que você
está fazendo?
Em meio a
chuva vi os faróis se aproximando de mim. O carro parecia rápido. Eu fechei os
olhos esperando pelo meu desafio final. Eu estava preparado para ir até Adam.
O vento
forte passou por mim, mas ao invés de ouvir o barulho de uma batida eu ouvi o
carro freando. Eu abri os olhos e vi Nathan saindo do carro.
- o que está
fazendo? – perguntou Nathan na chuva.
- eu não sei
– falei cansado – o que você está fazendo aqui?
- Marisol me
contou a verdade. Adam não abusou dela. Foi consentido.
- então você
sabe? Adam era só canalha e não um estuprador.
- sim –
falou ele respirando fundo – me perdoa pelo o que eu fiz á Adam. Não devia ter
saído da empresa e não deixado ele com nada. Eu destruí a vida dele. Se não
fosse por mim ele não estaria morto.
- não pensa
nisso.
- filho –
falou meu pai correndo até o meio da rua – vem pra dentro de casa.
- eu prometo
fazer de tudo para que a empresa não morra.
- obrigado
–falei abraçando Nathan uma última vez antes que meu pai me levasse para dentro
de casa.
Ao chegarmos
dentro de casa Vanessa trouxe uma toalha e jogou em minhas costas. Me sentei no
sofá sem pensar se ele ficaria molhado ou não. Sinceramente, eu estava me
fodendo pra isso.
- você está
bem? – perguntou meu pai.
- estou.
Nesse
momento vi uma cópia do meu livro em cima da mesa de centro.
- quem de
vocês estava lendo?
- era eu –
falou Vanessa – acabei de ler.
- o que você
achou?
- bom, mas
fiquei com uma dúvida.
- qual?
- eu não entendi a passagem final
do livro.
- qual? – perguntei confuso.
- a última frase que você
escreveu – falou ela abrindo o livro nas páginas finais – essa daqui – falou
ela me mostrando.
“VIVI
BASTANTE, SOFRI BASTANTE, MAS NADA NA MINHA VIDA FOI TÃO BOM QUANTO AQUELES
NOVE DIAS”
- não é nada – falei me lembrando
de Adam – a única pessoa que entenderia essa frase.
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