Capítulo 03: Um Cacete Realmente Grande | Conto: Paixão Secreta | Temporada: 7ª

UM CACETE REALMENTE GRANDE capítulo três

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Q

uando cheguei mais cedo naquela sexta feira Adam inicialmente ficou confuso, mas quando eu disse tinha pedido demissão para poder trabalhar com ele e ajuda-lo ele ficou mais do que contente por me ter por perto o dia todo. Adam não tirou folga durante o fim de semana e mesmo sem os sócios ele ficou todo o sábado e domingo ao telefone resolvendo pendengas de seus clientes. Problemas com síndicos, vizinhos barulhentos, chefes pervertidos que assediaram suas funcionárias entre outros casos pequenos. Eu basicamente fiquei o dia todo revezando entre o sofá e a cozinha. Sempre que queria algo Adam em enviava uma mensagem de texto ou simplesmente gritava. Geralmente era cerveja já que era fim de semana.

Ele sempre pedia por bebida e esquecia da comida e eu sempre fazia um sanduiche de geleia de amendoim para ele que sempre agradecia com um sorriso e comia a tudo com muita vontade. Esse fim de semana foi experimental e eu gostei de ficar em casa com Adam. Eu podia cuidar das coisas de casa, fazer o almoço e ajudar Adam no que ele precisasse. Eu estava seriamente pensando eu não continuar com o tratamento. Em certo ponto eu teria que contar para Adam o que estava acontecendo comigo, mas até lá eu já teria aproveitado bastante do meu tempo com ele. Ainda era cedo e nós tínhamos passado o domingo acordados assistindo a um filme na TV. A verdade é que eu ainda estava dormindo e senti cócegas no pescoço e no rosto. Abri os olhos e senti a boca de Adam se juntar a minha

- bom dia Mike Mouse – falou lambendo meu lábios me dando um beijo na boca.

- bom dia Sr. Adam – falei com um sorriso me lembrando da época em que éramos chefe e funcionário. Que é basicamente o que somos hoje.

- está atrasado para o expediente.

- estou? – falei olhando para o relógio. Era quase nove horas e eu costumava acordar as sete – estou mesmo – falei sentindo Adam jogar seu corpo para cima do meu e beijar meu pescoço – deixa eu levantar pra fazer o café da manhã de vocês.

- não precisa. O Eric está fazendo – falou ele olhando nos meus olhos – fica tranquilo. Nós cuidamos das coisas hoje pra você.

- obrigado – falei respirando fundo e acariciando o rosto de Adam dei um beijo em seus lábios.

- posso te perguntar uma coisa meu anjo?

- claro Adam.

- porque você ainda tem aquele aplicativo no seu celular?

- que aplicativo? – perguntei assustado.

- o DaddyHunt – falou ele me fazendo gelar a espinha – aquele aplicativo pra encontrar caras mais velhos pra tranzar.

- eu… eu tenho?

- sim. Eu estava dando uma olhada no seu celular porque tinha uma tal de Dra. Alma te ligando e vi que você ainda tem o aplicativo.

- tenho? Eu devo ter esquecido de desinstalar desde aquela época.

- tudo bem. Eu já desinstalei – falou ele dando um beijo no meu rosto.

- obrigado – falei sentindo um certo alivio.

- quem é Dra. Alma? – perguntou Adam – ela disse pra você retornar a ligação dela o mais rápido o possível.

- você atendeu?

- sim. Ela ficava te ligando sem o parar… eu não podia atender?

- não tem problema você ter atendido. É que eu andei fazendo alguns exames apenas de checagem e os resultados devem ter saído. Por isso ela estava ligando – falei forçando um sorriso.

- não demore a retornar a ligação. Talvez algo tenha aparecido nos seus exames.

- retorno sim, mas eu tenho certeza de que está tudo bem.

- ótimo – falou ele dando um último selinho em minha boca e se levantando da cama. Ele já estava vestido e pelo o que percebi estava trabalhando a um bom tempo – vista-se e desça pra tomarmos o café da manhã.

Adam saiu do quarto e eu me sentei na cama coçando os olhos ainda um pouco transtornado com todas as informações que Adam jogou pra mim. Dra. Alma estava ligando sobre os resultados e eu não tenho certeza se vou retornar a ligação já que decidi não seguir com o tratamento. Depois de tomar banho e vestir minha roupa desci as escadas e senti o cheiro do café da manhã. Ao chegar há cozinha vi Eric, Thad e Adam sentados á mesa comendo torradas, ovos, bacon e tudo o que um café da manhã americano tem direito.

- bom dia senhores – falei me sentando ao lado de Adam.

- bom dia – falou Eric.

- dia! – falou Thad tomando um gole de seu suco.

- é verdade que decidiu trabalhar conosco? – perguntou Eric curioso.

- sim – falei pegando meu copo com suco de laranja – depois da proposta de Adam achei melhor estar por aqui para ajuda-los no que precisarem. Em breve você vão crescer e vão precisar de alguém para ajudar e prefiro estar aqui do que você contratarem alguém. Eu não confio nesse daqui – falei empurrando Adam de leve.

- em mim? – perguntou Adam rindo e mordendo um pedaço da torrada – é você que estava com aquele aplicativo no celular.

- eu já disse que nem sabia dele Adam – falei sem graça.

- eu sei amor. Só estou brincando – falou ele se aproximando e dando um beijo no meu rosto – além do mais eu sei que você não me trairia… de novo.

- você vai lavar roupa suja na frente dos seus sócios? – perguntei tomando um gole do meu suco – então vamos falar da vez que você me traiu com um rabo de saia chamado Marisol.

- deixa pra lá – falou Adam rindo.

- essa é uma história que eu adoraria ouvir – falou Thad rindo.

- vai ficar querendo – falou Adam lambendo os lábios.

Quase que no mesmo instante o meu celular começou a tocar e eu vi que era a Dra. Alma ligando e como meu celular estava em cima da mesa Adam também viu quem ligava.

- é a Dra. Alma. Atenda Mike.

- vou atender – falei pegando o celular e me levantando da mesa atendendo-o – Alô?

- Mike? Eu tenho tentado te ligar desde de manhã… - falou Dra. Alma parecendo apreensiva.

- sim o meu marido me disse. Você não falou nada pra ele, não é?

- não. fica tranquilo. Eu liguei para dizer que os resultados da biópsia chegaram.

- não precisa me dizer doutora. Eu decidi não fazer o tratamento.

- como assim?

- eu decidi que não quero fazer o tratamento pra no final o câncer ficar voltando e eu ter um fim miserável. Prefiro ter alguns meses bons do que alguns anos na miséria.

- Mike você precisa pensar melhor nessa decisão. O seu câncer está no estágio II. Significa que está localmente avançando com comprometimento do sistema linfático ou espalhado por mais de um tecido. Isso significa que ele ainda tem tratamento. Geralmente o seu tipo de câncer é descoberto no estágio III ou IV quando já não há mais cura. Você tem sorte Mike. Não desperdice essa sorte por causa de estatísticas. Você é mais do que um número.

- eu não quero sofrer… não quero que ele me veja assim: fraco e inútil.

- você ama o seu marido?

- sim. mais do que a minha própria vida – falei sentindo um fogo dentro de mim.

- se eu te dissesse que você tem apenas 6 meses com seu marido e que você tem a chance de envelhecer ao lado dele você não faria de tudo pra ter essa chance?

- sim. eu faria – falei me sentindo mal. A ficha ainda não tinha caído que eu tinha câncer.

- o médico que diagnosticou o seu câncer o doutor Cody Lennox está vindo de Los Angeles para poder te ver. Posso marcar uma reunião com ele hoje ás onze?

- sim. pode – falei respirando fundo.

- fica tranquilo Mike. Você é um lutador. Eu sei disso. O Dr. Lennox e eu vamos bolar uma estratégia que fará você vencer essa batalha.

- okay doutora.

- ainda falando com a médica? – perguntou Adam chegando pro trás de mim e segurando em minha cintura ele beijou meu pescoço.

- sim – falei desligando o celular na cara da médica.

- você terminou a ligação?

-sim eu terminei  - falei me virando e Adam ficou me encarando por alguns segundos com um olhar enigmático.

- você está escondendo algo de mim? – perguntou ele com a voz rouca e em um tom baixo. Ele sempre usava esse tom quando falava sério.

- não Adam. O que eu estaria escondendo de você?

- não sei você tem tomado decisões impulsivas, tem se esgueirado quando atende ligações como se não quisesse que eu soubesse com quem está falando e ainda por cima estava com aquele aplicativo instalado no celular.

- isso é coisa da sua cabeça Adam – falei tocando o rosto dele e acariciando sua bochecha com meu dedão. Sentindo sua barba espetar minha mão – o que você acha que eu ia procurar nos braços de outro homem? Carinho? você dá me dá de montão. Um cacete grande? Você tem vinte e dois centímetros, grosso e é mais do que o suficiente pra mim. Alguém bom de cama? Você é o advogado mais foda da cidade, esqueceu? você é bom de cama e me satisfaz todas as vezes. Não tenho do que reclamar.

- você só está tentando me ludibriar elogiando o tamanho do meu pau – falou ele rindo.

- só um pouquinho. Além do mais eu só estou dizendo fatos. Eu não disse nada que não seja verdade – falei rindo e dando um beijo na boca dele – eu sei que eu te trai quando nós estávamos casados, mas não precisa se preocupar. Dessa vez é diferente. Você morreu e eu passei pelo inferno experimentando como é estar nesse mundo sem você. Eu não quero sentir isso outra vez.

- eu espero que eu nunca experimente essa sensação – falou ele segurando em minha cintura e beijando meus lábios – eu morreria se eu tivesse que existir em um mundo sem você.

Aquelas palavras me doeram um pouco. E se eu não conseguisse? E se o estágio dois continuasse avançando e eu perdesse a batalha? Beijei Adam com intensidade pressionando seu corpo junto ao meu enquanto nossas bocas coladas uma na outra experimentavam mais uma vez o choque que era estarem juntas.

- te amo – falou Adam passando o dedão no meus lábios sentindo sua baba.

- também te amo – falei com um sorriso dando um selinho em seus lábios – eu preciso ir. Tenho um horário marcado com a doutora Alma ás onze.

- okay – falou ele pegando o celular – vou chamar um Uber pra você.

- não precisa. Eu chamo do meu celular.

- eu faço questão – falou ele com um sorriso chamando o Uber.

- okay – falei me afastando dois passos dele – é no Centro Médico Overlake.

- prontinho – falou Adam – seu Uber chega em seis minutos.

- obrigado meu amor – falei me aproximando e dando um selo em sua boca.

Subi as escadas e peguei a minha carteira e quando cheguei no andar de baixo ouvi alguém buzinando lá fora.

- já estou indo Adam! – falei me despedindo da porta.

- tenha cuidado meu amor – falou Adam lá da cozinha. Eu fechei a porta e foi a última coisa que disse antes de sair de casa. Lá na cozinha Adam tomava o seu café junto a Eric e Thad e ele não tinha acreditado em nenhuma palavra do que eu disse.

- Thad eu preciso que você me faça um favor – falou Adam.

- sim chefe.

- eu quero que você peguei meu carro e vá atrás de Mike e me diga onde ele está e com quem. Tire algumas fotos se precisar – falou Adam se levantando.

- Adam você tem certeza que quer fazer isso? – perguntou Eric – você mesmo disse que vocês passaram por um puta inferno no ano passado.

- Eu sei Eric – falou Adam pegando os pratos e colocando na pia – eu amo Mike, mas eu sei que tem alguma coisa errada e eu o conheço a bastante tempo pra saber que ele toma decisões idiotas e depois se arrepende.

- você que sabe – falou Eric lavando as mãos.

- vou agora mesmo – falou Thad se levantando e Adam jogou a chave do carro para ele.

- ele está no Centro Médico Overlake – falou Adam.

- vejo vocês mais tarde – falou Thad deixando a cozinha para cumprir a sua nova missão que era me seguir.

Dentro do Uber eu estava aflito imaginando como eu ficaria quando o tratamento começasse. Eu estava realmente assustado e era péssimo não poder compartilhar disso com ninguém. Quando chegamos em frente ao hospital eu fui até um banco de madeira e me sentei sem coragem de entrar. Peguei o celular e liguei para Zoey. Não demorou para ela atender.

- você acabou de me fazer pagar o maior mico na aula – falou Zoey atendendo – o professor quase me matou com o olhar. Espero que seja importante.

- eu vou começar o tratamento hoje – falei interrompendo Zoey.

- está falando sério?

- sim.

- o que Adam disse sobre isso?

- nada Zoey. Ele não sabe.

- você não vai conseguir passar por isso sozinho.

- eu já passei por coisas piores no passado.

- sim, mas dessa vez a batalha é dentro de você. É contra você mesmo. Acha que vai conseguir sozinho?

- você está querendo me fazer desistir do tratamento.

- não Mike. O que eu quero é que você conte pro Adam.

- não vou contar. É por isso que eu te liguei. Estava com isso queimando dentro de mim.

- me desculpa… - falou Zoey percebendo que ficar me julgando não ajudaria – vai dar tudo certo Mike. Eu vou te visitar assim que puder. Talvez eu até tranque a faculdade por alguns meses.

- não precisa Zoey, mas obrigado por se oferecer – falei limpando os olhos que estavam molhados.

- eu queria tanto estar ai com você e te dar um abraço.

- eu também queria – falei rindo – estou precisando de um abraço.

- Mickey? – falou um homem se aproximando de onde eu estava sentado – Mickey Fabray?

- sim, sou eu – falei olhando para o homem – Zoey eu te ligo mais tarde – desliguei o celular e me levantei. Era um homem de olhos verdes e cabelos bem penteados para os lados. Tinha uma barba grisalha no rosto – quem é você?

- eu sou o Dr. Cory Lennox. Seu médico. Não lembra?

- é verdade – falei limpando o rosto – é que sem o jaleco você fica bem diferente.

- estava chorando? – perguntou ele preocupado.

- só um pouco.

- você precisa de um abraço? Eu ouvi você dizendo que precisava de um abraço.

- não precisa doutor.

- eu estou aqui para te ajudar da forma que você precisar e você não é o primeiro paciente a precisar de um abraço – falou ele abrindo os braços – venha – falou ele com um sorriso – você vai se sentir melhor.

Me aproximei do Dr. Lennox e dei um abraço. Ele fechou os braços acariciando minhas costas e eu deitei a cabeça em seu ombro. Era bom sentir alguém me abraçando e me afagando sabendo do meu problema.

- então? Está um pouco melhor?

- estou sim – falei soltando ele.

- venha Mike – falou ele colocando a mão no meu ombro enquanto nós caminhávamos – Doutora Alma está nos esperando.

Thad estava lá e presenciou tudo o que aconteceu e assim como Adam pediu ele tirou uma dezena de fotos. A maioria delas comprometedoras onde eu abraço e deito a cabeça no ombro do Dr. Lennox. Nós caminhamos em direção ao hospital e Dr. Lennox me levou até o segundo andar onde eu fiquei sentado esperando em uma sala vazia. Estava um pouco ansioso e admito que ao ver Doutora Alma entrar pela sala eu me senti feliz por estar ali. Feliz por ter aceitado fazer o tratamento.

- olá Mike – falou a doutora me fazendo levantar e dar um beijo no meu rosto e um abraço – como você está?

- estou bem doutora.

- desculpem a demora – falou o Dr. Cody entrando na sala já de jaleco e fechando a porta.

Os dois médicos se sentaram de frente para mim e Dr. Cody pegou os meus exames, o resultado da biópsia os raios x e ficou analisando junto a Dra. Alma. Eles fizeram comentários entre si enquanto eu observava a tudo sem saber o que estava acontecendo.

- eu concordo – falou o Dr. Lennox – está no estágio II avançando rapidamente para o estágio III falou ele olhando para mim.

- fico feliz que tenha repensado sobre o tratamento – falou Dra. Alma.

- não foi fácil, mas você está certa. Se eu não lutar quando estiver morrendo vou me arrepender por não ter tentado porque quando se trata de viver nunca é o suficiente.

- apesar do sue câncer estar no estágio II ele está avançando para o III rapidamente – falou o Dr. Cody – e por isso achamos que talvez seja melhor tentarmos o tratamento mais agressivo como a quimioterapia.

Eu engoli em seco ao ouvir aquelas palavras.

- mas se você preferir podemos tentar a radioterapia primeiro – falou Dra. Alma.

- não. eu quero o mais agressivo. Ele tem mais chances de funcionar, certo?

- sim – falou Dr. Cody – depois de algumas sessões de quimioterapia nós repetimos os exames e dependendo dos resultados podemos agendar uma cirurgia para retirar os vestígios do câncer que sobrarem.

- okay. Eu concordo – falei respirando fundo – de quantas sessões estamos falando?

- pensamos em 12 sessões. Oito ciclos de quimioterapia branca uma vez por semana e após o fim dessas oito sessões um ciclo de 4 quimioterapia vermelha a cada 21 dias. Após o ciclo semana iriamos iniciar também algumas sessões combinadas de radioterapia – falou Doutora Alma.

- o que é quimioterapia branca e vermelha?

- na verdade são as cores do remédio. A branca é Taxol e a vermelha é Ciclofosfamida e Adriamicina. É só uma forma de se referir aos remédios – falou o Dr. Cody – a branca leva três horas para ser administrada e a vermelha leva cerca de seis a oito horas.

- e quais são os efeitos colaterais? Meus cabelos vão cair e eu vou perder peso?

- o remédio reage de formas diferentes no corpo de cada paciente. Existem aqueles que continuam com os cabelos que não sentem náuseas enquanto outros tem o desprazer de ter todos os sintomas – falou Dra. Alma.

- mas quais são os sintomas? Todos eles!

Dra. Alma olhou para o Dr. Cody e então olhou para mim.

- Os sintomas incluem fraqueza, diarreia, constipação intestinal, perda de peso, aumento de peso, feridas na boca, queda dos cabelos e outros pelos do corpo, enjoo, vômitos e tonturas – falou Dra. Alma respirando fundo – como eu disse antes os pacientes reagem de formas diferentes.

- okay – falei imaginando passar por todos esses sintomas sem Adam saber – nós podemos começar hoje?

- podemos esperar alguns dias se você quiser.

- não doutora. Eu prefiro começar logo. A espera vai me matar.

- okay – Falou ela olhando alguns papéis – podemos começar hoje na parte da tarde.

- eu posso fazer sexo enquanto estiver no tratamento?

- sim – falou Dr. Cody – algumas pessoas dizem perder o apetite sexual durante o ciclo, mas se você sentir vontade não há contra indicações. Você pode tomar cerveja também se você gostar.

- okay – falei respirando fundo me sentindo muito nervoso.

- essa é uma grande decisão Mike. É preciso ter colhões para aceitar que você tem câncer e que precisa de ajuda. Muitos paciente sucumbem a doença e tem depressão e morrem em alguns dias só pelo diagnóstico. É preciso realmente ter um cacete grande no meio das pernas para encarar essa batalha – falou ele rindo e eu dei risada.

- obrigado doutor – falei rindo e sentindo minhas mãos suadas de nervosismo.

- a quimioterapia e a radioterapia são uma forma de diminuir o tamanho do seu tumor para que possamos fazer uma cirurgia menos arriscava e evasiva para a retirada.

 – quem vai realizar a minha cirurgia?

- o Dr. Cody – falou Dra. Alma – eu sou a pessoa que estará com você durante todo seu tratamento, mas será o Dr. Cody que estará realizando a sua cirurgia.

- okay – falei nervoso.

- é só você assinar esses papéis e preencher a ficha colocando um número e um nome para contato de emergência – falou Dra. Alma.

Havia uma enorme papelada para ser preenchida junto com uma ficha onde coloquei meus dados. Nos contatos de emergência eu pensei em colocar Zoey, mas por fim acabei colocando o nome e o telefone de Adam. Se algo acontecesse comigo e eu não pudesse responder por mim mesmo Adam seria o responsável por tomar as decisões como desligar aparelhos e doação de órgãos.

- pronto doutores – falei entregando a caneta – está tudo assinado.

- você pode ir agora Mike – falou Dra. Alma se levantando – vejo você em duas horas para iniciarmos o seu tratamento.

- okay doutora. Muito obrigado – falei apertando a mão dela e a do Dr. Cody em seguida.

Sai da sala em direção ao elevador e o Dr. Cody me seguiu e assim que a porta do elevador se fechou um clima constrangedor se iniciou. Eu estava nervoso e eu não disse nada. Acho que ele percebeu o meu estado e tentou me acalmar.

- Dra. Alma te falou sobre o sistema de apoio que você precisa? – perguntou ele – estar bem, feliz é grande parte do tratamento.

- tem o meu marido, mas como ele não sabe será meio difícil ele servir de apoio.

- ele vai saber eventualmente Mike. Você vai ter que contar – falou Dr. Cody quando a porta do elevador se abriu.

- eu não sei o que vai acontecer, mas eu não posso preocupa-lo com isso. Ele perdeu todo o dinheiro que tinha e nós nos mudamos aqui para Seattle para poder recomeçar – nos saímos do elevador e seguimos pela recepção até sair do hospital.

- não conheço o seu marido Mike, mas se você acha que dinheiro é mais importante pra ele do o seu bem estar ele não deveria ser seu marido.

- eu não disse isso.

- é o que parece que está dizendo – falou ele olhando para mim quando chegamos ao jardim em frente ao hospital.

- sabe quando você sente que é o peso de uma pessoa? Que você está afundando e levando a pessoa junto com você? É assim que tenho me sentido nos últimos anos com todas as pessoas que estão em volta de mim.

- você precisa se livrar dessa Âncora antes de começar o tratamento Mike – falou ele respirando fundo – o câncer por si só é uma âncora que te puxa pra baixo e o tratamento não ajuda muito a te levantar . Quando falamos de sistema de apoio não estamos brincando. Você precisa de alguém que te abrace, que esteja com você, que diga ‘eu te amo’ e ‘você vai sair dessa’. Sem esse sistema de apoio você está indo com uma faca para um duelo de armas.

Aquilo me fez pensar, mas não sabia se eu teria coragem de olhar nos olhos de Adam e contar sobre o câncer.

- boa sorte Mike – falou o apertando os lábios e seguindo o jardim até a rua.

- obrigado Dr. Cody – falei baixo. Ele estava longe e provavelmente não ouviu. Voltei para o mesmo banco que tinha me sentado e liguei para Zoey. Precisava conversar um pouco com alguém.

Espero que tenham gostado desse capítulo. Não esqueçam de deixar um voto e um comentário que me alegra muito. O título desse capítulo veio da canção 'A Really Big Cock' da banda Tonetta. Não deixem de ler minha mais nova obra inédia 'Amor, Estranho Amor'. Se gosta de ler sobre incesto essa obra é indicada para vocês. Um abraço a todos e até o próximo.

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