Capítulo 06: Monica Aguilar | Conto: Amor, Estranho Amor

CAPITULO  

SEIS

Monica Aguilar

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N

unca em toda a minha existência eu ansiei pela chegada do sábado. A semana estava sendo maçante e ficar em casa não ajudava a hora a passar mais rápido. Da mesma rapidez que a minha família apareceu para celebrar o meu aniversário ela desapareceu. Meu pai e minha mãe passavam o dia todo no trabalho e eu ficava sozinho em casa. Rodney ficava parado lá fora com as mãos para trás e de vez em quando dava a volta no perímetro. Depois de ir no quarto dos meus pais procurando por algo e acabei encontrando um livro chamado ‘Caixa de Pássaros’. Era do meu pai porque haviam cinzes de charuto e algumas gotas de uísque na primeira página. Pela sinopse parecia legal e acabei pegando ele e levando para meu quarto para ler.

O mundo da leitura é maravilhoso e na parte da manhã li uma boa parte do livro. Sai do quarto para poder fazer o almoço e acabei pedindo algo para comer através do aplicativo. Fiquei lendo no sofá até que a comida chegou e Rodney trouxe pra mim.

- seu almoço chegou – falou Rodney entrando em casa.

- nosso almoço. Eu pedi pra você também.

- não precisava senhor – falou ele sério.

- você é ser humano e precisa comer. Meu pai pode ser um ditador, mas eu não. Junte-se a mim lá fora para comermos.

- eu prefiro comer lá fora.

- relaxa Rodney. Meu pai é durão, mas ele faz tudo o que eu pedir.

- se o senhor insiste.

- sim. Eu insisto.

O almoço foi à única maneira de largar o livro que eu já havia lido pela metade. Nós chegamos até a área externa e nos sentamos e eu tirei da sacola nossas comidas. Eu sabia que Rodney foi criado no Texas então pedi para um chili para ele.

- Chili pra você Rodney – falei colocando na frente dele – para mim uma empada de caranguejo.

- parece delicioso – falou Rodney pegando a colher e comendo um pouco do seu chili.

- espere até ver a sobremesa – falei pegando a torta - Torta de nozes pecã – falei colocando na mesa – suas favoritas.

- esse cheiro me lembra de casa – falou ele rindo – você por acaso está tentando me comprar senhor Logan?

- claro que não Rodney. Hoje é sexta feira e nós passamos esses últimos dias dentro dessa casa e quase não nos falamos. Mal trocamos olhares.

- não se preocupe. Amanhã é sábado e pelo o que conheço da sua família a casa estará cheia.

- que Deus não te ouça – falei rindo – me fale sobre você. A quanto tempo trabalha como segurança?

- a mais ou menos uns dez anos. Antes disso eu estive no exército e antes disso eu trabalhei como paramédico.

- sério? Nunca imaginei.

- por quê?

- porque causa do seu jeito caladão. Você não parece ser muito de conversar sabe.

- o emprego de segurança me fez assim. Fora do trabalho eu sou bem brincalhão.

- eu adoraria ver esse seu lado um dia desses.

- acho que não – falou ele rindo.

- é sério. O que você acha de depois do almoço nós pularmos na piscina e tomarmos umas cervejas.

- desculpa Logan, mas eu não posso aceitar.

- sim. Você pode. Eu vou dar um mergulho e é seu trabalho garantir que eu fique a salvo. Não existe jeito melhor de me manter seguro do que estar na piscina comigo.

- eu não sei Logan… se seu pai descobrir ele pode me colocar no olho da rua.

- ele não vai fazer nada Rodney. Relaxa. Ele não vai descobrir e se ele ameaçar te fazer alguma coisa eu ameaço me mudar daqui. Agora eu tenho uma conta bancária enchendo de dinheiro a cada minuto. Ele não vai conseguir me segurar.

- se o senhor insiste – falou ele voltando a comer.

- pare com essa se senhor. Senhor é meu pai. Me chame só de Logan ou Loguie. Que é meu apelido.

- okay – falou ele forçando um sorriso. Ele não era muito de sorrir.

Rodney e eu conversamos sobre a vida dele e como ele escolheu a profissão de paramédico e como ele decidiu ir para o exército. Depois do almoço tiramos um tempo para poder ir para a piscina. Eu fui para o meu quarto e acabei por ler mais alguns capítulos do livro. Depois de mais ou menos uma hora e meia eu decidi tomar um banho. Desci com minha roupa mesmo e ao chegar na área das piscinas Rodney estava lá parado do lado de fora.

- vamos entrar? – falei chegando com duas latas de cerveja.

- eu pensei melhor e acho que confraternizar durante o meu serviço não seja a melhor ideia.

- você que sabe – falei colocando as latas de cerveja no chão e tirando a minha camisa e a minha bermuda. Apenas de cueca eu olhei para Rodney e pulei na piscina. Dei um mergulho e Rodney ficou me observando e em certo momento eu comecei a fingir que estava afogando.

- eu estou afogando Rodney – falei balançando as mãos.

- não. você não está.

- estou sim – falei afundando a cabeça e voltando a superfície – socorro! – gritei alto.

- para com isso – falou Rodney.

- Socorro eu estou me afogando – falei subindo e voltando a me afundar. Fiquei mais alguns segundos e voltei a superfície. Rodney estava lá parado – você não vai me salvar?

- não Logan. Eu não vou entrar.

- okay – falei caminhando até a parte rasa da piscina e assim que sai me aproxime ide Rodney.

- o que está fazendo?

- entra logo na piscina – falei empurrando Rodney, mas ele conseguiu se esquivar e ainda torceu meu braço para trás e ficou colado atrás de mim.

- eu disse que não vou entrar – falou ele ainda segurando meu braço – por favor, Rodney. O meu melhor amigo me traiu com meu namorado, minha família está fora e eu não tenho ninguém. Será que é pedir muito? Eu só quero alguém pra conversar. Nada de mais.

Rodney pensou alguns segundos e soltou meu braço.

- você me machucou – falou acariciando meu braço – você é fortão.

- eu vou entrar, mas se eu perder o emprego a culpa é sua – falou Rodney desabotoando o terno e tirando. Ao tirar vi que ele era um homem forte e peludo. Muito peludo mesmo. Ele tirou os sapatos, as meias e a calça ficando apenas com uma cueca boxer cinza.

- você é bonito – falei olhando o corpo dele.

Rodney não deu moral para o que eu falei e deu um mergulho de ponta na piscina e apareceu lá do outro lado. Eu bati palmas para ele e assoviei.

- você parece um nadador olímpico.

- Obrigado – falou Rodney passando a mão no rosto. Eu já salvei mais vidas na água do que qualquer outro paramédico – falou ele lá dentro.

- minha vez – falei correndo e dando uma ‘bola de canhão’ na água. Fui até o fundo da piscina e quando nadei de volta a superfície Rodney estava perto de mim.

- você vai me colocar em encrenca Logan.

- que nada – falei pegando uma das cervejas e abrindo – eu não vou beber. Trouxe pra você – falei levando a cerveja pra ele – as duas.

- beber durante o serviço dá justa causa – falou ele olhando a cerveja.

- você é muito chato. Aceita logo.

- você é como o diabo me tentando – falou ele com um meio sorriso.

- Jesus Cristo, Rodney. Você precisa relaxar – falei colocando a cerveja de volta na beirada – vem aqui – falei chamando e ele veio – vira de costas.

- o que vai fazer?

- uma massagem – Rodney se virou e eu segurei nos ombros dele e comecei a massagear – você precisa relaxar e parar de levar a vida tão a sério.

- talvez pra você que tem a vida ganha seja fácil levar a vida na boa.

- okay – falei rindo e massageando-o.

- me desculpa eu não devia ter dito isso. Foi falta de respeito.

- não precisa se desculpar. Viu só? Até pra pedir desculpas você é estressado – falei sentindo os ombros dele duro como pedra – você está super tenso.

- mas a massagem está boa – falou ele respirando fundo enquanto eu o massageava.

- então… - falei respirando fundo – antes de ser o meu guarda costas você era guarda costas de quem?

- do seu pai – falou ele movendo a cabeça aproveitando a massagem.

- sério?

- sim. Por isso ele me colocou a seu serviço. Eu era o melhor. Melhor da equipe dele e depois de ver o meu potencial ele achou que eu deveria ‘guardar’ você.

- você deve saber muitos segredos do meu pai né?

- você nem imagina – falou Rodney rindo – certa vez ele me fez ficar o fim de semana todo parado na porta do quarto de hotel dele enquanto ele comia uma cadela qualquer.

- espera… cadela? Você diz… uma amante?

- eu não devia ter dito isso – falou Rodney se virando e olhando pra mim.

- não se preocupa eu não vou contar nada pra minha mãe. Fica tranquilo. Eu sou homem e entendo meu pai. Deve ser chato ficar com uma mulher só toda vida.

- acho que devo sair da piscina. Já abri minha boca demais.

- não Rodney. Deixa de ser bobo. Eu sou do século vinte e um – falei pegando a cerveja e entregando para ele – agora me conta… foi só caso de um fim de semana?

- não – falou ele pensativo tomando um gole da cerveja – ele ficou com essa mulher por muito tempo e… sabe essas ‘reuniões’ que ele tem todo sábado? Não tem nada de reunião. Se ele não aparece no sábado é porque está levando ela em um encontro ou algo parecido.

- sério? Então nunca teve reuniões secretas na Casa Branca até tarde da noite?

- não – falou ele tomando outro gole da cerveja – acho que o nome dela é… Monica Aguilar – falou ele – isso mesmo. Monica Aguilar.

- tinha que ser ‘Monica’ – falei rindo. Eu fingi achar graça porque o herói que eu tinha na verdade parecia mais ser um vilão.

- é por isso que eu acho que ele continua vendo ela. Mesmo depois que eu estou cuidando de você ele continua indo a essas reuniões de sábado então acredito que ele esteja saindo com ela. Na verdade um amigo meu que continua sendo guarda costas do seu pai disse uma vez que seu pai levou ela pra um fim de semana em Vermont.

- acho que me lembro. Meu pai disse que alguns amigos iriam para Vermont para jogar golfe ou algo parecido.

- sim. Foi nessa viagem.

- meu pai está me surpreendendo – falei me sentindo mal por dentro. Era o ciúme me corroendo. Saber que mais de uma mulher usavam aquele corpo que deveria ser meu.

- acho melhor eu sair – falou Rodney terminando a cerveja.

- acho uma boa ideia. Eu também vou sair.

Rodney e eu saímos da piscina e eu entreguei uma toalha para Rodney que se secou. Em seguida ele vestiu a calça por cima da cueca molhada mesmo. Em seguida ele colocou a camisa, mas não abotoou. Eu me sequei e me enrolei na tolha.

- o que você acha de irmos assistir um pouco de televisão?

- eu preciso voltar ao trabalho Logan. Eu já fiz mais do que eu poderia.

- Rodney eu to precisando de alguém agora. Pra ficar comigo e me fazer um carinho… se você não vier eu vou pegar a arma que meu pai guarda no cofre e vou dar um tiro na cabeça.

- você não sabe a senha do cofre.

- é a minha data de aniversário invertida – falei respirando fundo – quer arriscar?

- okay – falou ele pegando os sapatos a gravata e a meia e me seguindo enquanto nós atravessávamos a cozinha e subíamos as escadas. Assim que entramos no meu quarto eu tranquei a porta e tirei minha toalha e peguei uma cueca seca e vesti.

- fica a vontade – falei terminando de vestir a cueca e em seguida eu vesti uma bermuda.

Eu me sentei na cama me escorando na cabeceira e Rodney ficou em pé sem saber o que fazer.

- deita aqui comigo – falei ligando a televisão e colocando no Netflix – Vem Rodney – falei batendo a mão no colchão – fica tranquilo. Eu não vou fazer nada com você.

- eu não achei que faria – falou ele se deitando na cama. Eu deslizei na cama e deitei a cabeça no ombro de Rodney e levei minha mão até o peito dele. Ainda bem que ele não abotoou os botões da camisa.

- você é peludinho – falei rindo e acariciando a barriga dele.

- você está deprimido? – perguntou Rodney.

- um pouco – falei respirando fundo e Rodney me abraçou me mantendo junto dele.

- meu irmão mais novo cometeu suicídio – falou Rodney – ele tinha treze anos.

- treze? – perguntei surpreso.

- sim. Alguns garotos o importunaram na escola e ele entrou no armário e usou uma das minhas gravatas para se enforcar.

- eu sinto muito Rodney.

- só não brinque com suicídio… okay? Se você estiver pensando nisso procure tratamento.

- me desculpa é que… você já gostou muito de um cara que é um canalha e que mesmo não valendo a pena você não consegue parar de pensar nele?

- não – falou Rodney – eu não sou gay. Eu nunca gostei de um cara.

- de uma mulher então… - falei respirando fundo – uma mulher que não valesse o seu tempo, mas você é tão apaixonado que é a única coisa que vice consegue pensar o dia inteiro?

- sim. As melhores são assim – falou ele rindo.

- pois é… eu estou assim com um cara e a cada dia que passa descubro que ele não vale nada. Que talvez ele não valha meu tempo e que só vai me fazer sofrer.

- e esse cara não sai da sua cabeça?

- não – falei respirando fundo.

- você precisa conhecer outras caras então. Talvez você conheça algum que faça você sentir o mesmo, mas que valha o seu tempo.

- boa ideia – falei dando um beijo no rosto dele – além de bonitão e gosto ainda é inteligente.

- comigo não rola – falou Rodney rindo.

- eu sei – falei passando a mão nos pelos da barriga e subindo até o peito – nada me proíbe de passar a mão nesse corpo de ursinho.

- você é uma figura – falou Rodney.

- Logan? – falou uma voz masculina subindo as escadas.

Rodney e eu demos um pulo da cama e ele começou a colocar as meias desesperados.

- é o se pai! – falou Rodney.

- não. Eu conheço a voz do meu pai. É outra pessoa – falei pegando uma camisa e vestindo – seja lá quem for eu vou levar lá pra baixo. Depois você desce as escadas como se tivesse ido no banheiro.

- beleza – falou ele calçando os sapatos. Eu abri a porta e a fechei atrás de mim e vi que era Justin Fitzcharles. O melhor amigo do meu pai.

- tio Charles? O que está fazendo aqui?

- vim te ver – falou ele com um sorriso me dando um abraço e um beijo no meu rosto.

- senti sua falta ontem. Porque o senhor não veio tomar um banho de piscina com a gente.

- na verdade era pra eu vir, mas Trump convocou uma reunião urgente depois que um vídeo da peruca dele balançando com o vento viralizou.

- isso é sério? Ele convoca a guarda nacional e a NSA por causa disso?

- brincadeira – falou ele rindo – eu não posso te falar sobre o que era e se eu te contar vou ter que te matar.

- então não me conta – falei rindo – sobre o que o senhor quer falar?

- nós podemos conversar no seu quarto?

- não – falei segurando no braço dele – vamos conversar no quarto dos meus pais. O meu quarto está tão bagunçado. Eu não quero passar vergonha.

- okay – falou ele indo em direção ao quarto dos meus pais e eu entrei com ele.

Fechei a porta atrás de mim e tio Charles olhou em volta. Em seguida ele se sentou na cama e eu me sentei ao lado dele.

- então… a que devo a honra de sua visita?

- é que seu pai me ligou dizendo que agora o apartamento era dele. Disse que você passou pro nome dele.

- ele me chantageou tio Charles. Ou eu passo o apartamento pro nome dele ou o Hotel do meu tataravô não seria meu. O senhor ficou chateado com isso?

- um pouco. Eu dei o apartamento pra você ter um pouco mais de liberdade e me deixa triste saber que você sucumbiu mais uma vez ao seu pai.

- o senhor sabe como ele é tio Charles, mas se precisar eu consigo sim um pouco de liberdade. E eu preciso agradecer pelo senhor ter pensado nisso. Nem é meu tio de sangue e se preocupa assim comigo.

- eu… eu preciso ser sincero com você Logan – falou ele parecendo um pouco perturbado – o apartamento foi um presente egoísta de minha parte.

- o senhor me deu um apartamento de trezentos e cinquenta mil dólares. Não tem nada de egoísta.

- não é o valor do imóvel – falou ele rindo – eu sou egoísta porque eu só pensei em mim quando te dei esse presente.

- eu não consigo entender. Estou um pouco lento hoje – falei rindo.

- O apartamento na verdade era um lugar para nós dois podermos nos encontrar. Um lugar onde eu poderia ir te visitar e ficar mais a vontade sem o seu pai ou sua mãe para nos atrapalhar.

- e porque o senhor precisaria de um lugar mais reservado pra se encontrar comigo?

- porque aqui na sua casa eu não posso te – eu botar pra mamar meu pau enquanto eu assisto TV na sala. Ia pegar mal, você não acha?

Fiquei olhando para tio Charles e ele tinha um meio sorriso em sua face. Eu sabia que ele estava arriscando tudo ao vir aqui e dizer o que disse. Acho que ele não encontrou outra maneira para poder dizer que quer comer o filho do melhor amigo.

- o senhor é como um tio pra mim tio Charles.

- quem dera eu fosse seu tio de verdade. Já teria entrado no seu quarto no meio da noite e metido nessa bunda gostosa que você tem. Queria que você fossem eu sobrinho de verdade pra ter uma desculpa pra te colocar no colo e fazer você rebolar a noite toda.

- o senhor sabe que se meu pai souber disso a amizade de vocês estará acabada, né?

- eu sei que estou arriscando tudo, mas vale a pena por você – falou ele com um sorriso.

- o senhor tem esposa. Tem dois filhos e uma filha.

- e você seria a minha válvula de escape pra essa vida. Se você fosse meu você me teria todas as noites. Eu te trataria como rei durante o dia e como puta durante a noite. Faria você chorar na minha vara e sorrir enquanto engasga. Foi por isso que te dei aquele apartamento. Eu te quero tanto Logan.

- eu nem sei o que dizer – falei ficando de pé e de frente pra ele.

- diga sim – falou ele lambendo os lábios.

- eu não posso tio – falei indo para cima dele na cama e me sentando no colo dele de frente pra ele – meu rabo tem dono Charles – falei respirando fundo e segurando seu rosto entre minhas mãos.

- e esse canalha vale a pena? – Charles sorriu pela primeira vez ao me ter em seu colo. Ele segurou em minha cintura e virou um pouco a cabeça inclinando ao conversar comigo.

- eu não sei – falei me aproximando e dando um selinho em sua boca – ainda não sei se ele vale a pena ou não.

- quando você descobrir você me avisa?

- sim – falei rindo – aviso sim.

Aproximei meu rosto do dele e nós começamos a nos beijar. Tio Charles foi deitando na cama e eu me deitei por cima dele e nós nos beijamos. Charles parecia ofegante e quando eu coloquei minha mão em seu peito e passei à língua em seu pescoço a porta do quarto se abriu.

- Logan eu…

Olhei para trás e era Rodney. Ele parecia surpreso por nos ver ali.

- desculpe eu devia ter batido.

- não tem problema – falei olhando pra ele.

Charles olhou para Rodney que olhou para mim. Eu olhei para Charles e em seguida voltei a olhar para Rodney.

- eu posso confiar em você? – perguntei olhando pra Rodney.

- pode sim – falou ele fechando a porta e ficando de costas de guarda.

Sai de cima de Charles e me deitei ao lado dele. Charles veio por cima de mim e com um sorriso deu um beijo na minha boca.

- eu gosto de outra pessoa tio Charles e até descobrir se ele vale a pena eu não posso ficar com você. Eu posso te chupar se o senhor quiser.

- eu não quero só sua boca. Quero tudo – falou ele indo até o meu pescoço e mordendo de leve – esperei vinte e três anos pra poder fazer essa proposta e eu não te quero pela metade.

- sabe – falei empurrando-o e ficando de quatro na cama – seria irônico o senhor me comer aqui nessa cama onde meus pais tranzam – falei fechando os olhos e sentindo tio Charles me encoxar e começar a se mover como se me comesse – o senhor me fazer gemer enquanto nós balançamos na cama pra frente e pra trás.

Tio Charles deu um tapa na minha bunda bem forte e a apalpou e pressionou seu pau duro pela calça ainda fingindo que me comia. Depois de alguns minutos daquele jeito eu levantei meu corpo e ele me abraço por trás e ficou beijando meu pescoço.

- o que esse cara tem que eu não tenho? – perguntou tio Charles

- meu DNA – falei mentalmente. Eu não tinha coragem de dizer aquilo – eu ainda não sei – falei saindo de cima da cama e ficando de pé.

- não se esquece de me avisar quando descobrir – falou tio Charles ficando de pé.

Tio Charles e eu abrimos a porta e Rodney estava lá parado. Ele apertou a mão de tio Charles e nós descemos as escadas. Eu o acompanhei até a porta e quando chegamos lá fora ele colocou a mão no meu ombro.

- pensa no que eu te falei Logan. Ao invés de ficar perdendo seu tempo com babacas como Leo você pode fazer bom proveito do seu tempo com um homem de verdade.

- tudo bem – falei dando um beijo no rosto dele.

Tio Charles caminhou até seu carro conversível e colocou seus óculos escuro e acenou e buzinou para mim enquanto dava a volta no jardim e seguia até o portão principal.

Assim que voltei para dentro de casa Rodney estava na cozinha colocando água em um copo. Eu me sentei próximo ao balcão e fiquei lá com a mão no queixo pensando em tudo o que tinha acontecido. Eu tinha ciúmes do meu pai com minha mãe, mas descobrir que ele a traia com outra mulher me machucou mais ainda. Tinha muitos ciúmes do meu velho porque eu o amo e agora que o sábado estava chegando eu sentia meu coração batendo forte.

- esse é o cara? – perguntou Rodney – o que vale ou não a pena.

- talvez sim, talvez não – falei rindo.

- espero que esse cara valha a pena porque seu pai vai ficar puto quando descobrir que o filho precioso está sendo cobiçado por um canalha e pelo melhor amigo.

- você não vai contar nada pra ele, né?

- eu não quero confusão – falou Rodney terminando de tomar a sua água – da minha parte você pode ficar tranquilo.

Rodney voltou para o lado de fora da casa para fazer uma ronda pelo perímetro e eu fui até o sofá e peguei o livro de meu pai. Fui até o meu quarto e deitei na cama para terminar de lê-lo. Esses últimos dias houve uma sucessão de acontecimentos estranhos e improváveis e o sábado estava a algumas horas. O meu corpo só pertence a uma pessoa e é o meu pai. Ele me preparou para isso a vida toda e eu estava pronto para me entregar. Espero que ele cumpra a promessa.

Espero que tenham gostado desse capítulo. Decidi presenteá-los com dois capítulos hoje. :) Não esqueçam de deixar um voto e a opinião nos comentários. Um grande abraço a todos e até o próximo. Tenham uma ótima sexta feira e um belo fim de semana.