N
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ROMAN
capítulo dois
a tarde daquele sábado eu me
arrumei, fiquei horas no banho limpando cada canto do meu corpo. Fazia tempo
que não saia para conhecer alguém de verdade e eu estava animado e tudo tinha
que sair primeiro, como iriamos a um restaurante indiano significava que o tipo
de roupa era o mais confortável possível então eu coloquei uma camisa azul
escuro com um desenho em dourado, uma bermuda branca que ia um pouco abaixo do
joelho e meu converse preto e preto.
Escovei bem
os dentes e lavei minha boca com enxaguante bucal, não esperava um beijo antes
do jantar, mas era melhor estar prevenido.
Vesti minha
roupa e fiquei esperando sentado, assistindo a TV. Foi quando começou a me
bater o nervosismo e se eu estragasse tudo? E se eu estivesse trazendo um homem
como Charley para dentro da minha? Ou pior e se ele me traísse também? Todo meu
nervosismo teve que ser esquecido quando o interfone tocou anunciando que
alguém tinha chegado.
- ele chegou
falei me levantando.
- vou até lá
com você – meu pai estava deitado no sofá e se sentou dizendo isso.
- nem pensar
– falei – pai, olha o mico. Ele vai pensar que eu sou uma pessoa maluca e
introvertida que precisa estar do lado do pai sempre porque não consegue se
virar sozinho.
- ok – falou
ele.
- eu vou
perguntar se ele por acaso quer conhecer você, mas não garanto.
- tudo bem –
falou meu pai continuando sentado.
Fui até a porta e abri e em
seguida atravessei o pequeno jardim e abri o portão.
- boa noite – falou ele com um
sorriso no rosto.
- boa noite
– falei – nossa, você está tão...
- o que? –
perguntou ele.
- esquece,
os elogios ficam para o segundo encontro.
- então
vamos ter um segundo encontro? – falou ele rindo.
- sim –
falei.
- vamos
então?
- posso te
pedir uma coisa?
- pode.
- será que
você pode ir lá dentro dar um alô para meu pai, eu não queria pedir isso, mas
eu conheço meu pai ele não vai ficar tranquilo.
- que fofo –
falou ele com um sorriso – quem dera meu pai tivesse sido tão meigo quanto a
minha sexualidade, o safado apenas me colocou pra fora de casa.
- sinto
muito – falei.
- não sinta,
isso fez de mim o homem que sou hoje – falou ele entrando no jardim e em
seguida estávamos na porta da sala.
- pai –
falei – ele estava deitado outra vez no sofá.
- oi – falou
ele se levantando.
- esse aqui
é o Roman.
Roman foi
até ele e estendeu a mão.
- é um
prazer te conhecer. – falou Roman apertando firme a mão do meu pai.
- digo o
mesmo, meu nome é Larry – falou meu pai – então Roman, vai levar meu filho para
jantar e depois vai trazê-lo direto para casa?
- pai!
-
brincadeira – falou meu pai.
- não se
preocupe eu vou trazê-lo em segurança para casa, é como eu estava dizendo agora
a pouco para o Mickey, ele tem sorte de ter um pai tranquilo quanto à
sexualidade dele, um pai que o apoia e o ama incondicionalmente. Eu realmente
fico emocionado com isso. – falou Roman com um sorriso no rosto.
- ele sabe
que eu amo ele demais, não consigo imaginar esses pais que rejeitam o filho
apenas pela sexualidade.
- o meu pai
– falou Roman – ele sempre foi muito tranquilo comigo, ele era como você é com
Mickey, mas ele mudou a partir do momento que eu contei para ele que sou gay,
mas não vamos pensar no passado, como eu disse, todos os obstáculos que eu tive
na vida até hoje apenas me ajudaram a ser o homem que sou.
- concordo –
falou meu pai.
- então...
vamos? – falei nervoso.
- foi bom te
conhecer – falou meu pai vindo até mim e dando um beijo no meu rosto – se for
passar a noite fora me liga.
- tudo bem –
falei.
- até mais –
falou Roman.
Nós saímos
de casa e logo estávamos na rua. Nós então entramos no carro e colocamos o
cinto de segurança.
- seu pai é
um homem muito bom, gostei dele.
- ele é um
homem bom.
Ele então
ligou o carro e nós partimos.
Nós
estávamos a caminho do restaurante e fazia 5 minutos que tínhamos saído da
frente da minha casa.
Roman estava
com uma camisa preta e uma calça jeans azul escuro e tênis no pé.
- quer dizer
que seu pai não aceitou muito bem sua sexualidade?
- não –
falou Roman – ele me expulsou de casa logo depois de eu ter contado, minha mãe
por outro lado, ela sim foi guerreira ela se separou do meu pai e nós fomos
morar em outra casa.
- quantos
anos você tinha?
- eu tinha
15 anos.
- eu também
decidi contar quanto tinha 15 anos, eu nunca tive duvida do que eu gostava.
- seu pai e
sua mãe aceitaram bem?
- sim. Os
dois. E olha que eles tinham a opção de devolução.
- porque?
- eu não te
contei né? Eu sou adotado.
- sério? Que
legal, nunca tinha conhecido uma pessoa que tinha sido adotada antes.
- pois é,
eles me amaram mesmo eu sendo gay.
- pra você
ver, às vezes o seu pai e sua mãe biológicos não fossem te aceitar.
- eu nunca
pensei nisso.
- me
desculpa perguntar, mas… Você perdeu sua mãe?
- sim, ela
faleceu no hospital devido a um acidente de carro que ela sofreu.
- sinto
muito – falou ele olhando pra mim com um sorriso quando parou no sinal – minha
mãe e meu pai também foram levados desse mundo.
- sinto
muito – falei.
Logo o sinal
ficou verde e seguimos viagem até o restaurante. Chegamos a um restaurante com
culinária indiana. Nós descemos do carro e logo um manobrista estacionou o
carro.
Nós então
entramos no restaurante.
- boa noite
– falou uma moça na recepção – a reserva está no nome de quem?
- Roman
Pearce.
- venha
comigo senhor Pearce – falou ela nos levando até uma mesa.
Nós nos
sentamos e logo pegamos o cardápio para fazermos nosso pedido.
- você come
qualquer coisa? – perguntou Roman.
- só não como
carne de porco.
- algum
problema de saúde?
- não, eu
sou Judeu.
- ok – falou
ele.
Logo o
garçom veio até a mesa perguntando se já tínhamos feito o pedido.
Nós dissemos
o que tínhamos escolhido.
- e, por
favor – falou Roman – garanta que nada no nosso pedido seja usado o porco, nem
a carne e nem a gordura.
- sim senhor
– falou o Garçom e logo se foi.
- quantos
anos você tem Roman? – perguntei.
- 40 – falou
ele – a que? Bateu o arrependimento? Devia ter perguntado antes a idade né? –
falou ele rindo. – vamos ter que terminar antes de começar?
- que nada,
não tem nenhum problema, só se você se importar de sair com um cara com vinte e
um anos.
- 21? Você
vai ser o mais novo que eu sai.
- e você é o
mais velho. – falei rindo.
- é um sinal
– falou ele.
- é sim.
- você já
teve muitos relacionamentos? – perguntou ele.
- alguns e
você?
- sim.
Muitos, pra dizer a verdade.
- e porque
eles não foram pra frente?
- Mickey já
está querendo descobrir um defeito meu?
- não é
isso, é só curiosidade.
- olha a
maioria deles não foram pra frente porque a maioria não quer compromisso,
apenas sexo.
- concordo,
hoje em dia está difícil encontrar alguém que quer algo sério a maioria só quer
o sexo casual.
- a maioria
desses relacionamentos que eu tive na verdade não foram bem relacionamentos,
namoros mesmo foram poucos a maioria era só caras que eu encontrava às vezes
para.. você sabe.
- sei sim. –
falei.
Nossa
refeição chegou nessa hora e ele me mostrou como comer uma comida tipicamente
indiana e o gosto era realmente bom. Enquanto comíamos o assunto continuou.
- posso te
perguntar uma coisa? – falou ele tomando um gole da bebida.
- pode sim –
falei.
- como você
ganhou essas cicatrizes no pescoço?
Quando ele
disse isso eu arreganhei o olho e na hora por reflexo coloquei a mão em cima
delas.
- me
desculpa, não é da minha conta, eu disse para você que era intrometido.
- não –
falei olhando para ele – tudo bem.
- não
precisa me contar nada.
- eu quero –
falei um pouco nervoso – quer dizer... se você ainda quiser saber.
- eu não vou
mentir, fiquei um pouco curioso.
- tudo bem –
falei respirando fundo – meu penúltimo namorado era possesso e um dia ele
tentou me matar. Ele me enforcou.
- sério? –
falou Roman tirando o sorriso do rosto.
- sim,
digamos que ele não batia bem da cabeça.
- tem que
ser louco para machucar uma pessoa tão boa como você. – falou ele.
- obrigado –
falei alisando meu pescoço.
- ele foi
seu penúltimo namorado?
- foi.
- e seu
último? Porque vocês terminaram?
- está vendo
esse cicatriz? – falei virando o rosto de lado e mostrando uma pequena cicatriz
de lado na minha testa.
Ele engoliu
o que estava na boca.
- não, não,
não... - falei rindo – ele não me machucou, ele é médico.
- que susto
– falou ele – agora eu até fiquei assustado, eu iria me levantar agora e ir
embora.
- porque?
- porque se
seus dois últimos namorados te machucaram existe uma chance de que eu faça o
mesmo e eu prefiro perder a chance com você a pensar em te machucar.
- você é bom
com as palavras – falei bebendo um gole da bebida.
- às vezes –
falou ele com um sorriso.
- meu
ex-namorado não me machucou fisicamente, mas ele me machucou de um jeito pior.
- ele te
traiu?
- foi –
falei.
- ele não te
merecia, e pode ter certeza que foi ele que saiu perdendo.
Eu dei um
sorriso e tentei disfarçar. Nós terminamos de comer e pedimos mais
refrigerante, afinal não tínhamos motorista particular e decidimos ficar
conversando mais um pouco apesar de ser 22h11min não tínhamos hora de ir
embora.
- você
trabalha em que? – perguntou Roman.
- eu sou
assistente de um dos advogados da empresa que você me viu saindo aquele dia.
- sério?
- sim –
falei.
- posso te
falar uma coisa? – falou Roman.
- pode.
- eu lembro
de você na televisão – falou Roman – daquela tragédia que aconteceu.
- sério? Se
lembra de mim?
- na verdade
aquele dia que te conheci eu tive a impressão de já ter te visto e fiquei até
com a cabeça doendo tentando lembrar, mas não consegui e só lembrei no dia
seguinte enquanto fazia outra coisa.
- você tem
uma boa memória – falei.
- tenho sim
– falou ele. – o que você gosta de fazer? Gosta de ir para festas? baladas? Tem
esse estilo de vida badalado?
- não, eu
não gosto muito.
- graças a
deus – falou Roman.
- porque? –
falei rindo.
- eu tive um
namorado que gostava de ir para festas e era todo fim de semana, ele não sabia
aproveitar o dia em casa e o piro é que ele achava ruim se eu não o
acompanhasse e para fazer graça eu ia aonde ele ia, eu não gosto disso, prefiro
ficar em casa...
-
...assistindo um filme. – completei a frase dele.
Ele tomou um
gole e ficou olhando pra mim com um sorriso. Logo terminamos de beber o
refrigerante e decidimos ir embora. Roman pagou a conta, mas eu deixei bem
claro que a próxima vez eu pagaria.
Nós entramos
no carro dele e seguimos viagem até minha casa. Logo chegamos e ele estacionou
bem em frente à garagem.
- obrigado
pelo jantar – falei.
- obrigado
pela companhia, realmente deixou a noite mais estrelada – falou Roman.
- você é um
homem romântico.
- eu tento –
falou ele com um sorriso.
- eu não
consigo dizer nada romântico, sou muito tímido em relação a isso.
- eu vou te
ensinar – falou ele – limpe sua mente.
Eu não
pensar em nada.
- agora
pense na pessoa que você quer dizer algo.
- pensando.
- é só dizer
o que vier em sua cabeça.
Eu pensei
pro alguns segundos e não conseguia pensar em nada e acabei dando uma
gargalhada.
- o que foi?
- eu disse
que não tenho vocação pra isso. Romantismo não é comigo.
- talvez
você precise de um pouco de inspiração – falou ele se aproximando de mim e me
dando um selinho. Um selinho que me fez engolir seco e minhas pernas tremerem.
– e então? Sente algo agora?
- um pouco.
– falei.
Ele se
aproximou e me deu outro selinho e em seguida ele chupou meu lábio inferior e
depois me deu outro selinho e eu repousei minha mão esquerda no rosto dele,
sentindo a barba dele em meus dedos.
Ele colocou
a mão no meu rosto e alisou com o dedão enquanto nos beijávamos, um beijo
apaixonado. Eu estava sentindo coisas que nunca tinha sentido antes.
Beijamo-nos por um bom tempo parando às vezes para respirar e sentir a respiração
um do outro no rosto.
- obrigado
por entrar na minha vida, eu achei que nunca encontraria uma pessoa que me
fizesse sentir especial como você faz.
- muito bom
– falou ele com um sorriso dando um selinho na minha boca – está vendo? Só
precisa de inspiração.
Nós demos
mais uns beijos e aproveitamos a companhia um do outro por uns 30 minutos até
que decidimos que era hora de ir embora.
- vou sentir
sua falta – falei colocando a mão na cintura dele e alisando.
- pega isso
aqui – falou ele colocando as mão no pescoço e tirando uma corrente de outro
que usava no pescoço e me entregando. – quando estiver se sentindo sozinho ou
com saudades de mim é só apertar bem forte essa corrente e você vai saber que
estou com você e se isso não funcionar é só cheirá-la, tem o meu perfume.
Peguei a
corrente e cheirei, realmente tinha o perfume dele. eu então enfiei a mão no
meu bolso e tirei um broche que tinha a letra M.
- este
broche foi a minha mãe que me deu – falei colocando na mão dele – é algo
especial pra mim, eu sempre carrego ele comigo.
- não posso
pegar se significa tanto para você. – falou Roman.
- acredite,
não existe um lugar adequado para esse broche do que com você. Dessa maneira
você também não vai se sentir sozinho nunca.
- tudo bem –
falou ele pegando o broche e colocando na camisa dele do lado direito.
- ficou
bonito – falei dando um sorriso.
- vou sentir
sua falta. – falou ele me dando um selinho na boca.
- vamos
marcar algo semana que vem – falei.
- vamos sim,
mas dessa vez sou eu quem vai te ligar.
- tudo bem –
falei.
Nós demos um
selinho e depois um beijo de língua demorado e bem calmo.
Eu então sai
do carro e dei a volta e fui até a janela dele e dei um selinho na boca dele.
- dirija com
cuidado – falei.
- eu estou
protegido – falou ele colocando a mão no broche.
- quando
chegar me manda um a mensagem ou me liga pra eu saber que chegou á salvo.
- tudo bem –
falou ele me dando outro selinho. – boa noite – falou ele ligando o carro. Seu
beijo tinha o gosto dos charutos.
- até –
falei vendo ele desaparecer no horizonte.
Entrei em
casa e fui direto no quarto do meu pai e avisei que tinha chegado. Eu fui para
meu quarto e tirei minha roupa e me deitei na cama olhando para o teto.
Eu estava me sentindo bem, sorrindo para as paredes. Eu tomei um banho e
logo me deitei, eu não consegui dormir até que recebi uma mensagem de Roman
dizendo que tinha chegado em segurança. Eu respondi dizendo boa noite e sim, eu
tive uma ótima noite de sono.
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Estou confuso... você alterou essa segunda temporada também? Deixou elas mais curtas? Porque... em que momento ele namorou Fritz? Tipo... eu sabia... ahh, deixa pra lá! Estou confuso demais até para argumentar qualquer coisa aqui nos comentários!
ResponderExcluirDomingues, Lucas.
Ele não namora Fritz nessa versão ele namora Gray. ;)
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