CADÁVER
capítulo dezenove
A
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inda estava um pouco chocado pela
noticia que tinha recebido. Eu nem acreditava que meu pai biológico seria um
governador e possível presidente dos Estados Unidos, mas eu estava nervoso pelo
o que aconteceria a seguir. O mundo me conheceria e estaria atrás de mim. Eu
não sei se dava conta do que aconteceria, mas seria inevitável então na
segunda-feira mesmo eu começaria a mudar. Eu conversaria com Adam. Roman
aceitou ir comigo para conversar com todos sobre o que aconteceria nas próximas
semanas.
Meu pai
Stephen voltou para New Hampshire. Eu passei o final de semana inteiro
pesquisando o nome dele e de Roman na internet. Eu fiz isso apenas para saber mais
sobre eles e o que tinham feito da vida. Realmente Roman era mais conhecido do
que eu pensava, tinha até página na Wikipédia o que significa uma grande coisa.
Meu pai
Larry conversou bastante comigo se era realmente o que eu queria. Se eu
quisesse nós pegaríamos todas as nossas coisas e viveríamos na fazenda
Shelbyville no Tennessee com meu tio Roger, mas eu não aceitei. Eu não fugiria
da minha vida e com o Roman disse, eles nos encontrariam em qualquer lugar.
Eu acordei
na segunda-feira bem cedo, pois Roman iria me buscar. Eu me levantei, tomei um
banho me vesti e desci as escadas. Meu pai tinha preparado o café da manhã
enquanto nós comíamos Roman ligou em meu celular e disse que estava na porta
então eu fui até a porta recebe-lo.
- bom dia –
falei abrindo o portão.
- bom dia –
falou me dando um selinho.
- vamos? –
perguntou ele.
- eu estou
tomando café da manhã, vem tomar comigo.
- não quero,
estou bem – respondeu ele entrado.
- você tomou
café da manhã?
- não –
respondeu ele
- então vem
comigo – falei pegando na mão dele e levando até a cozinha. – senta ai que eu
preparo algo.
- bom dia –
falou meu pai para Roman e ele respondeu.
- torradas?
- pode ser –
falou ele.
Eu preparei
as torradas e café bem quente para ele e eu me sentei á mesa outra vez para
comermos.
- você vai
falar o que para o seu chefe? – perguntou meu pai.
- eu não
sei. Vou dizer apenas o que aconteceu e o que vai acontecer e se ele quiser me
mandar embora para não envolver a empresa que ele pode me demitir que eu não
vou achar ruim.
- ele não
vai te demitir – falou Roman.
- como sabe?
- você já
passou por muita coisa lá. – falou Roman, mas eu sabia que ele não se referia a
isso e sim ao fato de já ter feito amor com Adam.
Meu pai deu
uma olhada pra mim e depois voltou a olhar para o café que ele tomava.
Eu não disse
nada, mas fiquei chateado com o que Roman disse.
Logo que
comemos eu me despedi do meu pai e entramos no carro dele. Ele logo ligou o
carro e eu fiquei em silêncio por uns 10 minutos, mas eu não aguentei mais.
- você ia achar
legal se eu dissesse que não vai mandar o Tom embora porque você tranzou com
ele?
- do que
você está falando – perguntou Roman.
- eu não sou
idiota Roman você acha que eu não percebi o que você quis dizer com “Adam não
vai te mandar embora”. Você ainda tem coragem de dizer isso na frente do meu
pai, e se ele descobrir? Ele não é burro. Eu quase soltei uma vez que nós
transamos e você ainda diz uma coisa dessas.
- Mike eu
não estava falando sobre isso.
- cara eu
não sou otário, você falou sim sobre isso. Eu te recebo na minha casa preparo o
café da manhã praticamente dou na sua boca e você faz uma coisa dessas?
Ele não
respondeu nada.
- você
tranzou com seu assistente e eu não ligo de vocês trabalharem juntos e eu não
fico dando indireta, você poderia me respeitar um pouco também.
- você não
tem o que reclamar sobre eu respeitar você Mike, eu te respeito. Muito. – falou
Roman parecendo irritado – eu te respeito tanto que não me importo que você vá
uma vez por semana ver aquele cadáver no hospital.
- como é que
é? – falei. Eu senti um fogo dentro de mim. Aquilo me feriu como uma faca. –
pelo amor de deus nunca mais toque no nome do Felix, especialmente para dizer
uma barbaridade como essa.
- desculpa –
falou ele.
- pare o
carro – falei.
- Mike sinto
muito.
- pare o
carro.
Ele então
estacionou o carro e eu abri a porta e desci batendo ela. Eu coloquei a mochila
nas costas e sai andando procurando por uma estação de metrô.
- aonde você
vai? – perguntou Roman saindo do carro.
- vou de
metrô. Pelo visto não sou bom o suficiente para você.
- do que
você está falando? – perguntou Roman.
- você acha
que eu sou idiota? Você descobre que meu pai é governador e que minha vida vai
virar um inferno em duas semanas e arruma uma desculpa para brigar e terminar
comigo.
- eu já pedi
desculpas. Você sabe que eu sou ciumento.
- eu também
sou e nem por isso fico dando indiretas.
- não fala o
que você não sabe Mike, eu não vou te abandonar por causa disso – falou ele se
aproximando e eu comecei a dar passos para trás.
- pode ir de
carro eu vou de metrô. Não consigo nem olhar para sua cara depois de ter
chamado Felix de cadáver – falei me virando e seguindo.
Roman ficou
parado me vendo partir até que eu finalmente desapareci da vista dele. Eu
encontrei mais a frente uma estação do metrô. Logo eu entre no metrô e procurei
um lugar para se sentar.
Me sentei á
janela e respirei fundo para me acalmar. Geralmente fazemos besteira quando
estamos nervosos e à medida que fui me acalmando eu fui me arrependendo de
algumas coisas que eu tinha dito e feito.
Depois de 15
minutos cheguei à minha estação. Eu subi as escadas e dei de cara com o sol. Eu
segui caminho até meu trabalho. Andei 15 minutos até e assim que avistei o
prédio eu vi o carro de Roman estacionado em frente. Eu me aproximei do carro
pelo lado do passageiro e vi que ele estava dentro do carro. Eu então abri a
porta e entrei no carro.
- sinto
muito – falou Roman.
- eu sei, me
desculpa pelo o que eu disse eu sei que você não em abandonaria, mas você me
deixou muito nervoso por ter feito o que fez.
- eu sei –
falou ele se aproximando de mim e me dando um beijo na boca – me perdoa pelo o
que eu fiz às vezes eu fico ciumento e não consigo esconder.
- tudo bem –
falei beijando a boca dele.
- me perdoa
por ter dito que Felix é um cadáver.
- ok – falei
– só não diga mais isso você sabe que eu me sinto culpado pelo o que aconteceu
e o chamar de cadáver não me ajuda.
- ok – falou
ele me enchendo de beijos no rosto, no nariz e na boca.
- então,
vamos lá conversar com seu chefe?
- vamos sim,
mas antes eu quero te perguntar uma coisa.
- o que? –
perguntou Roman.
- sabe eu
conheci um cara legal e estava pensando se você, eu e ele não poderíamos ser
uma espécie de trio amoroso? – falei brincando sabia que ele ficaria com raiva.
Ele deu uma
risada e saiu do carro e eu sai em seguida.
- eu te mato
antes de concordar com isso. – falou ele com um sorriso no rosto.
- é
brincadeira – falei.
- eu sei –
falou Roman e nós entramos no prédio.
Estava
apenas brincando com Roman. Era muito ciumento para dividi-lo com outra pessoa.
Nós então
chegamos ao vigésimo andar. Todos estavam lá. Gray, Vanessa e Xavier. Logo que
Adam chegou ele chamou todos nós para dentro da sala dele.
- bom dia –
falou Adam se sentando – nós temos um pequeno problema para resolvermos.
- o que? –
perguntou Gray.
- Steve está
vendendo a parte dele na empresa.
Aquilo me
deixou chocado.
- mas…
Steve? Ele saiu da empresa?
- sim. Ele
foi embora.
- porque?
- Ele não
disse. Simplesmente falou que tinha problemas pessoais, foi embora e nos mandou
cuidar da parte dele. Assim que a vendermos transferiremos a ele.
- isso é
estranho.
- eu sei –
falou Adam.
- talvez ele
volte – falei esperançoso.
- nós não
podemos passar por isso agora – falou Xavier – Temos a falta de um advogado e
ficamos sem recursos. Vamos á falência.
- eu sei –
falou Adam – é por isso que eu queria conversar com vocês, talvez vocês
conhecessem alguém que queria comprar essas ações e queira trabalhar conosco.
- eu compro
– falou Roman.
- o que? –
perguntou Adam – desculpa Roman, mas infelizmente eu vou ter que recusar, você
é da empresa rival e não pode ser sócio nas duas ou esqueceu que somos rivais
no tribunal? Isso seria conflito de interesses.
- isso não é
um problema porque eu estou abandonando o caso de Nova York.
- o que? Por
que? – perguntei para ele surpreso.
- devido ao
que descobrimos sábado vai ser melhor para todos se eu não estiver envolvido
nesse caso.
- você não
pode abandonar esse caso pro minha causa – falei.
- posso e
vou.
- bom –
falou Adam – você pode abandonar o caso, mas continua sócio de uma outra
empresa e tenho certeza que ninguém vai concordar que você compre.
- não mesmo
– falou Gray.
- desculpe
Roman, mas também sou contra – falou Vanessa.
- sou contra
– falou Xavier.
- isso não é
problema – falou Roman – eu posso conversar com um amigo chamado Scott que
também é advogado. Nós dois podemos comprar a parte de Steve.
- desculpa perguntar,
mas porque você faria isso? – perguntou Adam – porque deixaria de lado aquilo
que construiu todo o nome e reputação para trás?
- porque meu
amigo Mike aqui é filho de Stephen Campbell Griffiths, governador de New
Hampshire e futuro candidato a presidência dos EUA.
- você está
de brincadeira? – perguntou Gray.
- não.
- Stephen? –
perguntou Adam – o Stephen Campbell que você me falou é o Stephen governador?
- sim –
falei – você o reconheceria se eu tivesse te mostrado uma foto antes?
- mas é
claro, quando você me disse o nome dele eu nem me liguei que seriam a mesma
pessoa.
- ele vai se
candidatar a presidência? – perguntou Xavier.
- sim –
falei.
- poxa você
tem um problema.
- porque
todos fala disso como se fosse algo do outro mundo? Eu não acredito que os repórteres
vão ser assim tão agressivos. Logo a poeira vai abaixar e eles vão esquecer
isso.
- Mike não
estamos falando de fofoca dos famosos estamos falando de um candidato a
presidência desse pais ter abandonado um filho na adolescência.
- e então? –
perguntou Roman – posso falar com meu sócio Scott?
- ninguém se
opõe… - falou Adam dando uma pausa e ninguém disse nada. – ok então.
- quanto
tempo você precisa para vender sua parte Roman?
- me dê até
amanhã de manhã.
- eu sei que
ainda não é oficial, mas seja bem vindo – falou Adam esticando a mão para Roman.
Roman apertou a mão dele agradecendo.
- vou falar
com meu amigo Scott assim que sair daqui e hoje mesmo vamos transferimos o
valor. Fique de olho no seu celular – falou Roman para Adam.
- fique
tranquilo – falou Adam.
- eu só
tenho uma condição – falou Roman – não é bem uma condição é mais como um aviso.
- eu sabia –
falou Gray – sua fama te persegue.
- quando
transferir as ações para meu nome coloque 20% das ações no meu nome e 5% no
nome do Mike.
- o que? –
perguntei olhando para ele, eu estava distraído.
- eu quero
que Adam coloque 5% das ações no sue nome porque eu estou te dando elas.
- me
desculpa, mas eu não vou aceitar.
- vai sim –
falou Roman.
- para com
isso Roman, eu não quero eu gosto do meu trabalho.
- e você
pode continuar trabalhando, na verdade eu insisto que continue trabalhando, mas
isso vai facilitar sua vida Mike, nada de bater ponto, nada de explicações e o
melhor de tudo você vai ser um dos donos da empresa.
- mas porque
isso?
- eu imagino
que aqui ocorrem fofocas sobre Mike, certo? – perguntou ele para Adam.
- sim –
confirmou Adam.
- pois bem,
eu não aceito que nenhum funcionário levante calunias contra o Mike e eu não
quero que ele fique intimidado. Com 5% da empresa ele vai ser chefe de todos os
funcionários. Essa é a única maneira dele manter o respeito aqui dentro
especialmente depois que a vida privada dele for exposta.
- eu não
pensei nisso – falei para Roman.
- amor você
namora o melhor advogado da cidade – falou Roman rindo pra mim – eu vou cuidar
de você. – falou ele olhando para Adam – então Adam nós temos um acordo? –
perguntou ele se levantando com o braço esticado esperando um aperto de mão.
- temos –
falou Adam se levantando e apertando a mão dele.
- agora eu
já vou, pois tenho muito que resolver – falou ele apertando a mão de Vanessa,
Gray e Xavier.
- até mais –
falou Xavier.
Eu então o
acompanhei até aporta e nós saímos ficando na recepção.
- obrigado –
falei dando um beijo na boca dele e o abraçando – desculpa ter dito que você me
abandonaria, eu não sei o que faria sem você.
- te perdoo
sim – falou Roman colocando a mão no meu queixo e me dando um beijo – eu te
amo.
- também te
amo – falei o vendo entrar no elevador e partir.
Parece que
tudo estava se resolvendo. Quando a bomba fosse solta eu já estaria preparado.
Meu pai Stephen tinha me convidado para um jantar com a família dele além de
que ficaria uma semana com ele para que seus assessores e trabalhadores na
campanha me dessem dicas de comportamento perante a mídia. Essa sim seria a
parte difícil.
Finalmente
estava tudo resolvido. Na terça-feira cedo ele tinha assinado os papéis e agora
ele não tinha mais nada a ver com a empresa. Scott o amigo de Roman compraram a
parte de Steve dividida em partes iguais. Eu assinei os papéis na terça-feira a
tarde. A sala de Scott e Roman ficariam no 18º andar junto com as salas de Gray,
Vanessa e Xavier. Eu continuava sendo assistente de Adam.
Mesmo eu
sendo dono de 5% da empresa eu continuava fazendo o meu trabalho bem e
respeitando Adam. Ter aqueles 5% em meu nome apenas me deixava seguro afinal
agora eu tinha poder de demitir um funcionário e de puni-lo.
Cheguei do
trabalho na quarta-feira ás 19h30min e meu pai já estava fazendo o jantar.
- boa noite
pai – falei indo até ele e dando um beijo nele – falei me sentando ao balcão na
cozinha. – por falar nisso pai eu me esqueci de como anda seus sentimentos no
meio de toda essa situação. Quer dizer, eu sei que o “normal” seria odiar meu
pai biológico, mas eu não odeio.
- eu sei –
falou meu pai – eu não quero que reprima um sentimento por minha causa, se você
o considera seu pai e ama ele eu entendo.
- fico feliz
que pense assim.
- você é meu
filho eu sei que sempre vai me amar como seu pai não importa quantos pais
apareçam na sua vida.
- você é meu
pai número um – falei sorrindo.
- por falar
em número um como foi seu primeiro dia como um dos donos da “Partners Advocacy”?
- foi normal
pai, não mudou nada a não ser o comportamento ode todos quando estou perto, mas
foi uma mudança muito pequena a verdadeira mudança vai aparecer quando o meu
pai Stephen fizer o anuncio.
- por falar
nisso que dia você vai para New Hampshire?
- no sábado.
Meu pai Stephen vai mandar um jato particular me buscar no aeroporto.
- e que dia
você vai visitar Felix?
- amanhã.
Vou tentar ir sempre todas as quintas-feiras, dessa maneira eu crio uma rotina.
- eu entendo
– falou meu pai.
O jantar
ficou pronto e nós comemos.
- Denny te
ligou? – perguntou meu pai.
- não.
- você vai
ligar para ele?
- Não. As coisas
que ele me disse por telefone foram horríveis. Ele me criticou por que eu
perdoei Roman. O senhor espera que eu liguei para ele, mas eu não vou. Foi ele
quem errou. Não vou pedir desculpas para Denny porque não tem o que ser
desculpado ele é que me deve desculpas e se ele revelar detalhe e minha vida
pessoal para a mídia ele só vai provar o quão péssimo amigo ele sempre foi.
- você acha
que vai conseguir aguentar psicologicamente tudo isso? Eu sei como você fica
quando te criticam.
- eu vou ter
que aguentar e além do mais eu mudei muito desde o ano passado pai. eu sou uma
pessoa diferente quanto a isso, digamos que eu evolui um pouco.
- fico feliz
por ouvir isso – falou meu pai.
- sabe eu
fiquei impressionado pelo o que Roman fez por mim, eu nem sei como agradece-lo.
- sabe eu
estou mais tranquilo quanto a essa situação toda por causa dele. Eu sei que ele
é um homem responsável, tem conhecimento dessas situações além de ter muitos
contatos. Bendita a hora que você disse “sim” para ele.
- ele é um
homem incrível e a cada dia que passa me apaixono mais por ele.
- eu vejo
como você fica todo bobo quando ele está aqui.
- por falar
em paixão pai como vão as coisas entre você e Vanessa?
- está indo
tudo bem, estamos curtindo a companhia um do outro, nós gostamos de ficar
juntos.
- eu também
fico feliz por saber que o senhor finalmente começou a namorar outra vez depois
de todos esses anos;
- ela é uma
pessoa incrível eu realmente gosto dela.
- então não
deixa ela escapar.
- não vou –
falou meu pai.
- parece que
encontramos as pessoas certas.
- eu
acredito que Roman gosta mesmo de você – falou meu pai.
- eu também,
porque eu não acreditaria?
- no começo
eu não achei que ele gostasse mesmo de você.
- por quê?
- não sei.
Quando você me disse o nome dele eu pesquisei na internet eu li muita coisa
suja sobre ele.
- eu sempre
soube como ele é profissionalmente, mas eu deixei bem claro para ele desde o
começo que não me importava. Para o bem do nosso relacionamento decidimos
separar a vida profissional com a vida amorosa, mas agora não vai mais
funcionar porque ele trabalha junto comigo.
- sim, mas
pelo menos você sabe que ele te ama. Ele ter abandonado o caso com o senador de
Nova York foi uma grande prova de amor.
- foi sim –
falei – eu reconheço que fiquei chocado quando ele disse que iria abandonar o
caso – falei terminando de comer.
Depois que
meu pai terminou nós dois limpamos as cozinhas e lavamos as louças.
- vai fazer
alguma coisa agora? – perguntou meu pai.
- não.
- vamos
assistir a um filme?
- vamos sim.
- você tem algum filme que eu
ainda não assisti?
- tenho sim, vou lá em cima
pegar.
Eu então
subi as escadas escovei os dentes, peguei o filme e desci as escadas com o filme
na mão. Meu pai se sentou no sofá e eu coloquei o filme, apaguei as luzes e me
sentei do outro lado do sofá.
- senta aqui
do lado do pai – falou ele.
- ok – falei
sentando ao lado dele e ele passou o braço por trás e me abraçou.
- eu sinto
falta das nossas noites de filmes.
- também. É
incrível como nós mudamos desde o ano passado passou tudo tão rápido.
- foi mesmo,
mas os velhos hábitos nunca mudam.
- verdade –
falei – espero que nunca mudemos completamente. Eu ainda quero no futuro poder
assistir um filme com meu pai.
- também
espero que nunca mude – falou ele. – posse te falar uma coisa?
- pode –
falei.
- por mais
que eu odeie admitir você tem os olhos do Stephen.
- sério?
- sim. Não
precisaria de teste de DNA se eu tivesse visto ele. Não tem coo negar. Até o
jeito que vocês riem é igual Mike. Eu observei os trejeitos dele é a mesma
coisa de estar vendo você.
- me diz
pai, você acha que ele sempre quis me procurar ou foi apenas pressão politica?
-
sinceramente?
- sim.
- eu
acredito sim. Eu senti firmeza no que ele disse. Ele sempre quis te procurar.
Eu entendo ele. Ele não te procurou apenas por politica foi por você. Ele
queria que você descobrisse que ele é seu pai da melhor maneira, imagina se ele
não tivesse falado nada? Você sairia para trabalhar um dia e daria de cara com
repórteres dizendo que você é filho de um governador. Ele quis te preparar para
o que vai acontecer.
- obrigado –
falei.
- pelo o
que? – perguntou meu pai.
- por ser
sincero.
- de nada –
falou ele me dando um beijo no rosto.
Nós então
assistimos ao filme e antes que eu percebesse adormeci lá mesmo no sofá
abraçado com meu pai.
Chegou a
quinta-feira. Eu estava ansioso pelo fim de semana eu não sabia como seria em
New Hampshire. Eu viajaria no sábado e teria uma semana para aprender um pouco
sobre politica e comportamento e no sábado seguinte aconteceria o anuncio e
como meu pai Stephen pediu eu estaria ao lado dele quando ele fizesse o anuncio
dessa maneira a imprensa iria especular quem seria o garoto parado do lado dos
filhos do governador Griffiths. Dessa forma a noticia não seria um ponto
negativo, mas positivo e a imprensa não ficaria tão sedenta por uma noticia já
que meu pai contaria após o anuncio sou seu filho.
Na parte da
tarde eu iria para o hospital passar à tarde com Felix. Eu cheguei no trabalho
ás 07h40min. Eu fui ao 5º andar troquei de roupa e fui para o elevador com
destino ao 20º. Quando chegou ao 18º andar o elevador parou e Scott meu novo
chefe entrou.
- bom dia –
falou ele.
- bom dia –
respondi.
Scott é um homem
alto, 1:87 no mínimo. Tem um sorriso bonito, olhos azuis e um corpo definido,
mas não sarado. Não tinha barba e seus cabelos são castanho escuro. Sua camisa
revelava um peito peludo com vários pelos.
Eu não
queria reparar nele afinal ele é amigo de Roman, mas Scott é um homem atraente
e eu não pude deixar de olhar afinal olhar não arranca pedaço.
- você está
gostando do trabalho Scott?
- estou sim
– falou ele com um sorriso no rosto – não é muito diferente de onde eu
trabalhava.
- fico feliz
que esteja se dando bem.
A porta abriu no 20º andar e nós saímos.
- será que
Adam já chegou? – perguntou ele.
- ainda não
– falei acendendo as luzes, ligando as luzes do aquário a fonte e colocando
comida para os peixes. Eu então fui para a recepção.
- vou aguardar
então – falou ele colocando sua pasta em cima da recepção e colocando o braço.
- se quiser
sentar fique a vontade.
- se não se
incomoda eu fico aqui. A menos que eu esteja te atrapalhando.
- não está
não – falei ligando o computador.
- você
trabalha aqui há muito tempo?
- sim. Vai
fazer quatro anos daqui a algumas semanas.
- é muito
tempo.
- passou
rápido – falei.
- posso te
fazer uma pergunta? É pessoal.
- pode sim.
- como você
conheceu Roman?
- foi aqui
nesse prédio. Dentro do elevador.
- mesmo?
- sim. Foi
uma história engraçada, ele veio ao dentista no sábado. Nós nos encontramos na
hora em que eu sai do trabalho. Entramos no elevador ao mesmo tempo.
- sério?
História muito engraçada. É incrível como conhecemos as pessoas às vezes é
muita coincidência como nos conhecemos.
- verdade,
às vezes eu acho que deus colocou ele no meu caminho porque ele tem me ajudado
tanto. Ele caiu como uma luva para meus problemas.
- como eu
disse; coincidência – falou ele com um sorriso.
- e você? É
casado? Espero que não se importe que eu pergunte.
- não me
importo – falou ele – não, eu não sou casado e não namoro.
-
ultimamente parece que ninguém namora todas as pessoas que eu conheço não tem
compromisso nenhum.
- talvez
todos que você conheça ainda não tenham encontrado a pessoa certa.
- pode ser –
falei – mas com todo o respeito você é um homem muito bonito não deve ser
difícil as garotas se apaixonarem pro você.
- sim, mas o
problema é que eu não em apaixono por eles.
- você é
gay?
- sim –
falou ele.
- sério? Às vezes
eu acho que o mundo todo é gay.
- quem sabe
– falou ele.
Nós ficamos
em silêncio um pouco e eu me levantei e fui até a sala de Adam, destranquei a
porta, acendi as luzes e liguei o computador dele e em seguida voltei para a
recepção.
- sabe… -
falou Scott quando voltei a recepção – qualquer dia desses você aceitaria sair
para beber algo?
- nós dois?
- sim, eu
sei que você é namorado do Roman, não é um encontro nem nada do tipo é que eu
só queria conversar…
- bom dia –
falou Roman abrindo a porta da saída de incêndio
- bom dia –
falei.
- bom dia –
falou Scott.
- eu tive
que vir pelas escadas parece que o elevador estragou – falou ele vindo até mim
e nós demos um selinho. Ele então apertou a mão de Scott.
- o Adam
chegou? – perguntou Roman.
- ainda não – falou Scott – eu
acabei de chegar pelo elevador e Mike estava me dizendo que Adam não chegou.
Eu achei
estranho Scott ter mentido para Roman, mas provavelmente seria porque Roman
ficaria com ciúmes então eu segui o roteiro que ele tinha proposto.
- foi sim, é
até engraçado por que o elevador estava funcionando tipo á dois minutos atrás –
falei.
- pois é –
falou Roman – então você vai hoje passar o dia com Felix?
- vou sim –
falei – vou almoçar e vou direto pra lá.
- quer que
eu te acompanhe? – perguntou Roman.
- não
precisa, eu queria passar esse tempo com ele, conversar, cuidar dele.
- tudo bem –
falou Roman com um sorriso.
Em seguida
Adam chegou pelas escadas também.
- bom dia –
falou Adam
Todos nós
respondemos.
- Adam hoje é
o dia em que eu vou visitar Felix e estava pensando em fazer isso todas as
quinta-feira a tarde.
- não
precisa falar comigo sobre isso, nem com ninguém. Se for para ver Felix pode ir
quando quiser – falou ele.
- entendido
– falei.
Scott e
Roman entraram na sala de Adam com ele e eu fiquei na recepção.
Eu continuei
trabalhando esperando eles saírem da sala.
- Mike –
falou ele se levantando.
- pois não?
- eu queria
conversar com você – falou ele.
- pode
falar.
- olha eu
fiquei sabendo sobre seu pai biológico e eu gostaria que soubesse que da minha
boca não vai sair nada.
Eu fiquei
surpreso com aquilo.
- ok –
falei.
- eu
gostaria que passássemos uma borracha em tudo o que aconteceu entre nós. Não
precisamos ser amigos, mas podemos pelo menos não nos odiar.
- tudo bem –
falei – da minha parte pode contar comigo.
- ok – falou
ele voltando a se sentar na poltrona.
Tinha ficado
surpreso, mas nem tanto porque talvez eles estivessem pensando no emprego.
Roman deve ter conversado com ele sobre isso e talvez ter dado uma bronca nele,
mas de qualquer modo era bom saber que essa briga entre nós dois não
aconteceria mais.
Quando deu o
horário de almoço eu bati meu ponto e me despedi de Adam.
- vai com
cuidado – falou ele.
- vou sim,
até amanhã – falei.
Eu fui até o
elevador e fui até o 18º andar me despedir de Roman.
- boa tarde
– falou Sabrina.
- boa tarde
– respondi.
Todos me
cumprimentavam. Apenas de serem bastante falsos era melhor do que ver todos
espalhando boatos por ai.
Bati na
porta da sala de Roman, mas ele não respondeu. Eu fui até a sala de Scott e
bati na porta.
- pode
entrar – falou ele.
- sou eu –
falei abrindo a porta.
- que
surpresa – falou ele.
- por acaso
você sabe se o Roman está na sala dele?
- está sim.
- ele está
com algum cliente?
- não é só
chegar lá e abrir – falou ele.
- ok,
obrigado – falei fechando a porta com um sorriso.
Eu então
abri a porta. Roman estava em uma reunião.
- me
desculpem – falei sem graça.
- não tem
problema amor – falou ele.
- eu não
quero atrapalhar eu só vim me despedir estou indo visitar Felix – falei indo
até ele.
- tudo bem.
Qualquer coisa me liga – falou ele me dando um beijo na boca.
- ligo sim –
falei dando outro beijo.
Sai da sala
e fechei a porta. Então me lembrei que Scott tinha me pedido para almoçar com
ele então eu voltei até a sala dele.
- desculpa
incomodar – falei – você hoje mais cedo estava falando algo sobre sairmos para
beber algo?
- não é nada
– falou ele cochichando e levantando e vindo até mim – esquece, era só eu
pensando que poderíamos ser amigos.
- não
precisa cochichar, Roman é seu amigo ele não vai ficar com ciúmes afinal você
deixou bem claro que seremos só amigos e cá entre nós eu estou precisando de um
amigo que não seja meu namorado.
- por favor
– falou ele ainda cochichando – esquece o que eu falei.
- tudo bem –
falei.
- me promete
que não vai tocar nesse assunto com Roman, não diga que ficamos sozinhos
conversando.
- bom, eu
não vou eu prometo.
- obrigado –
falou Scott.
- ok, até
amanhã – falei.
- até amanhã
– respondeu ele voltando para a mesa dele.
Eu então
fechei a porta e fui para o elevador. Aquilo tinha sido realmente estranho, mas
talvez fosse mesmo melhor Roman não ficar sabendo disso afinal ele é muito
ciumento.
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